Por Pedro de Campos
Diante das intrincadas questões que nos são colocadas, vamo-nos debruçar aqui para refletir e tentar entender um pouco aquilo que a lógica espiritista dá a entender sobre a vida ultrafísica encarnada em outra dimensão do espaço-tempo (UT) e a interação dessas inteligências tanto com o homem quanto com os espíritos de pessoas falecidas.
As indagações que nos chegam são pertinentes ao estudo de entidades ultraterrestres (UTs), cujos corpos são menos materiais que o do homem. Segundo as Escrituras Sagradas há seres que povoam as profundezas do cosmos num estado corpóreo invisível aos nossos olhos. Há registros de que tais criaturas estariam visitando a Terra desde há muito, apresentando uma característica dual, ou seja, ora em estado sólido, ora luzente no céu.
Os UTs, invisíveis para nós como os espíritos, diferente destes estariam encarnados, vivendo um ciclo de vida em que se adquire experiência numa matéria menos densa que a carne. Para o homem, não é fácil entender o espírito desencarnado nem a criatura encarnada em matéria invisível, pois a constituição de ambos estaria muito além da nossa densidade. Assim como não é fácil entender os universos paralelos, onde teoricamente poderiam viver personalidades semelhantes a nós na constituição física.
Indaga-se se os UTs, estando numa dimensão rarefeita, poderiam, em estado invisível, adentrar na sociedade espírita, postada na terceira dimensão, e se comunicar com os médiuns, seja por telepatia ou materializados; e se seriam “eles” capazes de adentrar à dimensão espiritual e interagir ali como os próprios espíritos o fazem entre si.
A comunicação dos UTs com os humanos, em termos telepáticos, tem sido fartamente relatada nas sessões mediúnicas, não raro com o aparecimento de objeto voador nos céus e criatura materializada. O Caso Alexânia é exemplo clássico, do qual participou inclusive o nosso saudoso amigo Roberto Affonso Beck, autor de Ufologia à Luz dos Fatos [CBPDV, 2006], e o não mesmo saudoso general Moacyr Uchôa, autor de Mergulho no Hiperespaço [Horizonte, 1981] e A Parapsicologia e os Discos Voadores [Horizonte, 1981].
Se for considerado que se a dimensão dos UTs é a mesma dos falecidos, indaga-se – que diferença haveria entre encarnar num mundo dimensional ou ficar desencarnado numa colônia de espíritos, como, por exemplo, a do filme Nosso Lar? A princípio, a encarnação menos material não parece inócua?
Embora possa parecer que a dimensão seja a mesma, porque nos são invisíveis, ocorre que não é assim! Os falecidos na Terra e os seres UTs não estão na mesma dimensão. Cada qual estagia em plano diferente e a encanação do UT não é inócua. O homem, por sua vez, tem uma constituição corpórea e um grau evolutivo bem diferente do UT; e os espíritos da colônia Nosso Lar, por serem homens desencarnados, também possuem uma cultura e um corpo espiritual diferente da bioforma ultrafísica de outra dimensão.
Apenas por analogia, o cosmos pode ser comparado a uma imensa cebola, com camadas e mais camadas dimensionais. Em cada camada há uma vibração específica da “matéria”, uma energia diferente e um tipo de espírito inteligente cujo estágio de evolução difere do de outras camadas dimensionais. Os estádios em que a vida se assenta são diferentes! Inicia-se a escalada de progresso no degrau mínimo, mas se sobe pouco a pouco, degrau por degrau, elevando-se na “escada de Jacob” até o espírito atingir o patamar mais próximo do Criador, onde ele próprio passa a ser um co-criador em grau menor.
Na base da escalada estão os estágios mais simples, mas na medida em que a evolução avança e os degraus se elevam, o espírito quer progredir e, vencendo as dificuldades que lhe são impostas pela bioforma em que está imerso, aproxima-se da depuração total. O progresso do espírito se faz no curso das vidas sucessivas, desde a matéria mais densa até a mais rarefeita; desde a energia quase estática até a mais dinâmica e radiante; desde o espírito mais simples até o mais pleno de sabedoria e bondade.
Essas estratificações todas estão cheias de vida, em patamares variados de evolução. Os espíritos, em suas manifestações no espiritismo, dizem que a humanidade está num grau de progresso rudimentar, razão pela qual nos seria difícil entender os estágios superiores em que a vida se assenta. Falam que essa dificuldade se faz presente na Terra, mas que neste novo milênio o homem deixará seu estágio de pequenez para galgar um patamar mais alto na evolução, embora ainda distante da perfeição. O espiritismo não apregoa catástrofes, mas o avanço constante no progresso do homem, embora com percalços inerentes à sua faixa evolutiva ainda cheia de provas e expiações.
Assim como na Terra o corpo espiritual do homem é rarefeito comparado ao seu corpo de carne, no mundo menos material dos UTs a dimensão daqueles espíritos e mais sutil que a de seus corpos ultrafísicos transitórios. De modo comparativo, dir-se-ia que o homem, com veículos especiais, pode descer ao fundo dos oceanos e subir aos espaços siderais, mas não cumpre seu ciclo vital naquelas localidades, apenas as visita – sua vida e suas experiências são vividas na Terra.
O UT, por sua vez, vê os espíritos como o homem vê os orbes do cosmos (com certa “distância” e “impedimentos”), e pode ver os encarnados em corpos densos assim como vemos os peixes, podendo interagir relativamente com ambos, mas suas melhores experiências são vividas na esfera dimensional em que fora gerado. Ali, a vivência difere da dos espíritos, pois o UT, como criatura encarnada, deve preservar o seu corpo e a sua espécie – nasce, cresce, se reproduz, envelhece e morre.
Os espíritos, como os de Nosso Lar, por exemplo, não morrem nem se reproduzem, vivem numa esfera de vida sem tempo, pois o tempo é inerente aos seres encarnados, aguardando novo recomeço num mundo corpóreo. Cada qual, em sua esfera, com sua constituição corpórea específica, vive experiências peculiares, cujo objetivo final é a plena evolução. Mas só o espírito, foco inteligente sem forma, sendo imortal, impera na eternidade, todos os demais corpos são apenas transitórios e circunstanciais.
Os ETs, (na verdadeira acepção da palavra) por sua vez, criaturas sólidas de terceira dimensão, poderiam ser oriundos de distritos espaciais distantes no nosso universo e até mesmo de Universos Paralelos, caso se considere a Teoria M que postula não existir um único universo, mas sim o “multiverso” (muitos universos paralelos ao nosso e a outros), nos quais entidades sólidas viveriam como nós. Veja um pouco disso nos filmes abaixo.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella – A outra face de Adão; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos da Ufologia na Interpretação Espírita, publicados pela Lúmen Editorial. E também do recém-lançamento: Lentulus – Encarnações de Emmanuel. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte 1 e Parte 2, lançados pela Revista UFO. Conheça-os!