É do saudoso divulgador científico Carl Sagan a famosa frase: “Somos feitos de poeira de estrelas”. No nono episódio de sua série Cosmos, As Vidas das Estrelas, ele explicava como explosões de estrelas muito massivas, fenômeno conhecido como supernova, espalharam pelo Universo os elementos mais pesados, dando uma contribuição decisiva para o surgimento da vida. Steve Howell, cientista de projeto para o telescópio espacial Kepler da NASA, diretamente envolvido com a missão K2 do instrumento, completa: “A vida existe por causa das supernovas”.
Steve Howell acrescenta: “Todos os elementos pesados no Universo vieram de supernovas. Por exemplo, toda prata, níquel e cobre na Terra, inclusive em nossos corpos, foram produzidos pelas mortes explosivas de estrelas”. E pela primeira vez os cientistas foram capazes de observar a onda de choque de uma explosão em supernova, graças ao extraordinário telescópio espacial Kepler. Ainda durante a primeira parte de sua missão, em 2011, foram coletadas informações de cerca de 50 galáxias distantes, totalizando 50 trilhões de estrelas, enquanto o telescópio simultaneamente caçava planetas alienígenas na constelação de Cygnus. Assim foi possível observar a explosão de uma estrela designada KSN 2011d, que era 500 vezes maior que o Sol, localizada a 1,2 bilhões de anos-luz de distância.
Estrelas são reatores de fusão nuclear, e no interior do Sol esse processo converte o hidrogênio em hélio. Estrelas maiores queimam seu combustível nuclear muito mais depressa, criando elementos cada vez mais pesados conforme a sequência na tabela periódica. Esse processo contrabalanceia a força exercida pela gravidade das camadas superiores da estrela, contudo em astros muito maiores que o Sol, uma vez criado o elemento ferro, o processo de fusão nuclear é interrompido, e nada é capaz de deter o colapso gravitacional. Assim o núcleo entra em colapso e a estrela termina por explodir, processo que leva somente alguns segundos. A onda de choque desse evento cataclísmico, contudo, se expande em questão de cerca de 20 minutos, e foi esse o fenômeno observado pelo Kepler.
MAIS EXPLOSÕES ESTELARES A SEREM OBSERVADAS EM BREVE
Foi observada ainda outra supernova, a da estrela KSN 2011a, 300 vezes maior que o Sol e a 700 milhões de anos-luz daqui. Contudo a onda de choque não foi vista, talvez pelo fato de essa estrela menor estar rodeada por uma nuvem de gás. Mas ambas as supernovas se comportaram conforme os modelos teóricos mais aceitos para explicar tais fenômenos, conhecidos como supernovas tipo 2. O achado só foi possível porque o Kepler monitorava continuamente aquela região do céu, pois não é possível prever exatamente quando uma supernova irá ocorrer. Devido a problemas em seus giroscópios, o Kepler teve sua missão alterada, estando agora na campanha K2, observando tanto exoplanetas quanto supernovas e outros fenômenos cósmicos. Peter Garnavic, um dos autores do estudo que detalha a observação das supernovas, publicado no Astrophysical Journal, faz parte da equipe Kepler Extragalactic Survey, analisando resultados das observações do telescópio obtidos antes de 2013. Espera-se ainda que a missão k2 observe dezenas de outras supernovas.
Site oficial do telescópio espacial Kepler
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Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.