As pesquisas de campo e vigílias são de suma importância para o ufólogo. Não só permitem coletas de dados, como são um excelente meio de colocar o conhecimento do pesquisador em prática, já que muitas são efetuadas através da observação do meio ambiente. Servem não só para união do grupo como para troca de experiências e informações. As análises são basicamente constituídas por dados de terceiros, que de alguma forma vivenciaram ocorrências com discos voadores, seus tripulantes ou fenômenos relacionados, e que servem de complemento na comprovação do fato. Evidentemente, entre os objetivos principais desse tipo de investigação está a coleta de provas definitivas da existência dos UFOs e de seus possíveis tripulantes, feita por meio de filmagens, fotografias e reunião do material físico, químico e biológico, porventura deixado pelos mesmos. Dentre eles, podemos incluir moldes de marcas de trens de pouso ou análise química de elementos da natureza, objetivando detectar alguma espécie de radiação, eletromagnetismo etc. A esse tipo de trabalho, com o qual o grupo de ufólogos pretende vivenciar o fenômeno, chamamos de pesquisa direta ou vigília. Já a análise indireta ou de campo, que inclui todos os tipos de contatos imediatos, de zero a quinto graus, se refere à coleta de informações e dados fornecidos por terceiros. Nestes casos há ainda a possibilidade de coletar os elementos. “É necessário chegar rápido ao local da ocorrência, evitando-se desta forma que a natureza destrua as possíveis provas deixadas pelo objeto, bem como pessoas inescrupulosas”, lembra o pesquisador Roberto A. Beck, pioneiro da Ufologia moderna.
Para isso é importante a seleção do pessoal que trabalhará nas pesquisas. Primeiramente, deve ser levada em conta a disponibilidade de tempo de cada um. O grupo pode ser composto de seis a 10 pessoas, conforme forem as exigências do caso, como a distância a ser percorrida e o tempo de duração da investigação. A equipe deve se constituir de pessoas unidas, solidárias e ágeis, sendo necessário que tenham equilíbrio, coragem, condições físicas satisfatórias e ânimo redobrado. Por esse motivo, é interessante que não sejam levados indivíduos sem preparo, estranhos à equipe, menores de idade — menos de 14 anos — mulheres grávidas e outros que possam, de alguma forma, vir a prejudicar ou mesmo fazer com que as práticas sejam interrompidas. A escolha de um coordenador deve ser cautelosa, já que será o responsável por delegar deveres, obrigações e funções, além de definir durante a pesquisa quais as atitudes deverão ser tomadas durante as diversas situações que se apresentarem. Se houver necessidade, o coordenador discutirá o problema, que será posteriormente resolvido pela maioria. Antes de toda vigília, o grupo deve se reunir para traçar metas e discutir os detalhes, como o tempo de duração, custos, subsistência, índices de sobrevivência, elementos necessários para o deslocamento, o retorno etc. Dentre os principais estão:
Material de investigação — Papel, caneta, lapiseira, mapa, régua, compasso, bússola, câmera fotográfica, filmadora com tripés, binóculo, relógio com cronômetro, gravador, walkie-talkie de médio ou grande alcance, lanterna, GPS, detector de radiações eletromagnéticas e contador Geiger. Além dos atuais notebooks (computadores portáteis), de extrema utilidade geral.
Material de acampamento — Barracas, redes com mosquiteiros, cordas, fogão portátil, combustível, fósforo, prato, panelas, talheres, alimentação básica, água mineral, kit de primeiros socorros completo, medicamentos para dores, antitérmicos, anti-histamínico etc.
Material pessoal — Roupas, o mínimo necessário e devem se adequar à época do ano e ao local do acampamento. Recomenda-se levar vestimentas folgadas e com bolsos grandes. As calças devem ser largas e de tecido grosso. Os objetos de uso pessoal e de higiene precisam ser levados em mochilas impermeáveis. Calçados: botas de cano curto ou longo, meias grossas e compridas. Um par de tênis para uso no local do acampamento.
Utilidades — Faca, canivete, lanterna, isqueiro, lupa, documentos pessoais, cajado, cantil, boné, repelente, protetor solar.
O grupo nunca deve se deslocar para o lugar da vigília em um único veículo. Dê preferência, com um utilitário, para carregar o material e automóveis para conduzir as pessoas, sem apertos e incômodos. Chegar ao local de dia para escolha, limpeza e montagem do acampamento. Quando há oportunidade, recomenda-se visitar anteriormente a área, como forma de melhor reconhecimento, percepção de espaço e segurança. Em vigílias rápidas, de algumas horas ou somente uma noite, muitos desses materiais poderão ser dispensados, ficando à critério escolher o que levar. É interessante nunca acampar perto de rios, beira de barrancos, embaixo de árvores, perto de grutas, locais pedregosos ou mato alto. Procurar sempre locais não muito descampados e altos, de onde se possa ter uma visão geral de toda a região, de preferência os 360º. Observar se existem estradas, casas, movimentos de pessoas, tráfego aéreo, pegadas de animais, rastros de répteis, montes de cupins, charco, rio e lagoa. Levar um plástico branco ou lona para a proteção durante o período da pesquisa, além de bancos ou cadeiras dobráveis — no máximo três, para revezamento de descanso. As barracas precisam ficar perto umas das outras e a fogueira deve ser mantida acesa durante a noite, com os cuidados necessários para que não se alastre pelo ambiente. Dependendo da quantidade de pessoas é necessário plantão, com revezamento de no mínimo dois componentes e por cerca de duas horas a partir de um horário que a pópria equipe determinar. Os que não estiverem escalados para fazer o primeiro turno, devem dormir ou descansar.
Os que ficarem de plantão, darão o alarme caso constatem algo interessante ou alguma emergência. Em vigílias não se deve falar alto, especialmente à noite, promover serenatas, comportar-se inadequadamente, discutir assuntos fora do tema ufológico, ligar rádios ou afastar-se do grupo sem avisar. Também determina-se um cozinheiro que ficará responsável pelas refeições, armazenagem dos alimentos e limpeza dos materiais da cozinha. Entretanto, cada integrante deverá lavar seu prato, talheres e copo e os manter sob sua guarda. Quanto a alimentação, uma comissão deverá ser organizada, que ficará responsável pela compra dos mesmos, tendo como base o número de participantes e o tempo que levará a pesquisa. As despesas gerais serão divididas em partes iguais entre os participantes.
A vigília – Em vigílias prolongadas, com acampamentos, ou simpl
es, de apenas algumas horas, o coordenador da pesquisa terá sob sua responsabilidade o bom andamento da mesma, usando para tal seus conhecimentos e experiência. Levar sempre manuais ou livros de primeiros socorros, bem como de procedimentos emergenciais em situações de risco. Um grupo bem treinado e informado tem bem mais possibilidades de sucesso. Portanto, reuniões prévias devem ser realizadas para conhecimento das várias situações que podem ser apresentadas. Tão logo esteja a equipe acomodada no local, é conveniente, como primeira medida, entrevistar as pessoas residentes na região. Isso deve ser feito durante o dia, colhendo assim informações sobre possíveis avistamentos ou ocorrências estranhas que venham enriquecer a coleta de dados, bem como fornecer pistas a respeito do local exato de fatos anteriores. Uma ação de duas ou 3 pessoas deve ser designada a fotografar, filmar e gravar as entrevistas consideradas relevantes, enquanto os outros elementos permanecerão no acampamento tomando as providências. Filmadoras e máquinas fotográficas deverão estar em posição de serem usadas, devidamente com seus tripés e cobertas por plástico para protegê-las de chuva, sereno, poeira etc. As máquinas fotográficas deverão estar no modo B para exposição prolongada de abertura de diafragma e os filmes deverão ser de 400 asas para cima, que são recomendados para fotos noturnas, por serem sensíveis à luz. No caso das câmeras digitais, preferência para modelos potentes e de alta resolução, e que haja experiência no manuseio correto na tomada de imagens. Já as filmadoras precisam estar no modo manual, sendo que a utilização do zoom deve ser moderada para que as imagens não fiquem desfocadas. As pessoas que utilizarão as máquinas devem, portanto, possuir um mínimo de conhecimento do material, para que não sejam perdidas oportunidades raras de documentação de fatos tão importantes na vigília. Estar prevenido, preparado, dominar o instrumento de trabalho e, o mais importante, ser frio, calmo e competente na hora de agir é a receita para o sucesso.
Como o grupo deve se comportar diante de avistamentos de naves, sondas ou até mesmo algum tipo de visitante? Quais deverão ser as atitudes da equipe quando acontecer um avistamento próximo, de longa distância ou até mesmo um possível contato visual com algum ser e na aproximação de um ou mais visitantes do grupo, no convite para adentrar a nave ou na tentativa de abdução de um ou mais indivíduos? Imaginemos por um momento que realmente venha a acontecer uma das hipóteses acima relacionadas, como você agiria no momento da ocorrência? Correria? Ficaria parado? Esconderia-se em algum lugar? Uniria-se ao grupo e aguardaria os resultados? Eis aí uma questão que a primeira vista pode parecer impossível de se realizar, mas que necessariamente terá de ser discutida entre os participantes nas reuniões prévias, porque vai depender, e muito, das pessoas que estiverem presentes. Certa ocasião, em uma de nossas vigílias em Alexânia (GO), um dos componentes passou mal ao ver se aproximar uma sonda avermelhada e teve que ser conduzido às pressas para dentro de um dos veículos, que, por sorte, estava perto do local. Ali, ele permaneceu até o fim, sem mais participar dos acontecimentos daquela noite. Portanto, qualquer decisão tomada pelo grupo com relação a esse aspecto deve ser seguida por todos por ocasião da possível ocorrência.
Grupos iniciantes – Novas equipes de ufólogos devem sempre iniciar suas pesquisas com as vigílias rápidas, ou seja, aquelas que possibilitem o retorno na mesma noite e que não necessitem de acampamento ou permanência demorada no local. São geralmente análises cuja duração podem variar entre três a 6 horas, representam pouco gasto e necessitam de uma pequena quantidade de material, devendo-se levar o necessário para pesquisa, como um lanche variado, agasalhos etc. Tais investigações dão ao grupo mais experiência. Os elementos da equipe devem permanecer sempre os mesmos e, com o tempo, novos pesquisadores poderão ser acrescentados, recebendo dos mais antigos as informações de como participar e também ser útil às finalidades propostas. Os detalhes sobre o uso do material, conhecimento básico de astronomia, fenômenos naturais, primeiros socorros e toda espécie de recursos emergenciais que a natureza possa oferecer deve ficar não só a cargo do coordenador, mas de pessoas capacitadas.
Vigília solitária – Não é aconselhável fazer vigília solitária em lugares desconhecidos. Quando muito, poderá ser realizada em seu próprio sitio ou fazenda. Quem sabe na varanda de seu apartamento, confortavelmente, sem perigo de assaltos, ataques de animais ferozes ou outras surpresas desagradáveis. Por isso é que se aconselha realizar pesquisas em grupos.
A pesquisa de campo – Diferente da vigília – que chamamos de atividade direta -, a pesquisa de campo é considerada uma atividade indireta. Nada mais é do que a coleta de informações e situações vivenciadas por terceiros, relativas a acontecimentos ufológicos. Em tais casos a equipe a ser montada deve-se constituir por pessoas devidamente pré-selecionadas com capacidades e perspicácia investigativa. Precisa ter bom entendimento psicológico e intuitivo. Um elemento do grupo deve ter conhecimento de técnicas de abordagem jornalística e/ou ufológica para um perfeito levantamento e confiabilidade dos dados ou informações levantadas. É recomendável o uso de um questionário, que deverá ser previaente elaborado, preenchido pelos informantes ou contatados detalhando a situação por eles vivenciada. Devem ser feitas fotos e filmagem dos locais das ocorrências e de seus participantes, assim como gravações de todas as conversas em torno do assunto, até mesmo das pessoas que não participaram do evento. Às vezes, no meio desses fatos, alguma informação elucidadora e adicional poderá ser bastante interessante. Tal grupo deve ser constituído no mínimo por três pessoas, com tempo disponível para uma pesquisa prolongada. Após a análise das informações, se consideradas confiáveis ou autênticas, devem ser levadas a conhecimento público através da mídia e a todos os grupos envolvidos na mesma pesquisa. Dependendo da ocorrência, a equipe deve continuar acompanhando o fato e seus envolvidos, principalmente se houver casos de implantes ou efeitos de qualquer ordem nas pessoas, ocorrências merecedoras de um acompanhamento constante. De uma forma sintética, foram abordado os pontos necessários básicos para se alcançar resultados positivos em pesquisas de campo e vigílias realizadas por grupos de ufólogos. Mas o principal é que as equipes sejam constituídas por pessoas que pensem aproximadamente da mesma forma quanto à sua realização e ao uso adequado dos procedimentos pré-estabelecidos.