Após 85 anos de sua descoberta, a humanidade finalmente terá sua primeira visão clara de Plutão no próximo 14 de julho, terça-feira. Entretanto, a nave nave New Horizons da NASA, lançada em 2006, sofreu um problema no último dia 04, quando perdeu comunicações com a Terra e entrou em modo de segurança. O computador de reserva foi acionado, e as comunicações foram retomadas.
Os técnicos da NASA analisaram o problema, e uma dificuldade a mais é a distância da New Horizons, a praticamente 5 bilhões de quilômetros da Terra. Dessa maneira, os sinais para a nave levam cerca de quatro horas e meia para alcançá-la, e qualquer resposta transmitida pela New Horizons outras 4,5 horas para chegar a nosso planeta. Felizmente já no dia 05 as operações normais foram retomadas, e no último dia 07 o trabalho científico recomeçou, com mínima perda de informações durante o problema.
A falha ocorreu devido ao computador principal haver ficado sobrecarregado com duas operações simultânetas, o que a agência explicou como falha cronológica na sequência de comandos. O computador principal havia sido programado para compactar dados colhidos até então, ao mesmo tempo que a equipe de solo transmitia a sequência completa de comandos que a nave deve executar na parte mais crítica da missão. O computador de bordo terminou por travar, mas os técnicos conseguiram retomar as operações com ele, e tudo segue normal. A NASA garante que não haverá procedimentos semelhantes de agora em diante, e portanto o problema não deve se repetir. Além disso, a partir de agora a nave está programada para, em caso de qualquer falha, reiniciar e prosseguir com a execução de tarefas, sem entrar em modo de segurança.
PLUTÃO ENTRANDO EM FOCO
A missão New Horizons tem inclusive incentivado o retorno ao debate a respeito da classificação de Plutão. Em 2006 a União Astronômica Internacional reclassificou-o como planeta anão, mesma categoria para onde foi promovido o até então asteroide Ceres. Coincidentemente, em 2015, os dois mundos recebem suas primeiras visitas de emissários da Terra, sendo que a nave Dawn está em órbita de Ceres estudando-o desde sua entrada em órbita em março de 2015. A New Horizons já enviou a melhor imagem já obtida de Plutão, a cerca de 7 milhões de quilômetros de distância, que abre este artigo.
A região clara tem cerca de 2.000 km de extensão e tem sido chamada de coração, e esse hemisfério é o mesmo que será sobrevoado no dia 14, a uma distância de somente 12.500 km. A longa faixa escura ao longo do equador, por sua vez, tem cerca de 3.000 km e foi apelidada de baleia. Jeff Moore, que comanda a equipe de geologia, geofísica e imagem da New Horizons, disse: “A próxima vez em que virmos essa parte de Plutão, na máxima aproximação, uma porção dessa região será captada em imagens com resolução 500 vezes superior a que vimos hoje”. Após a passagem a coleta de dados científicos ainda prosseguirá por meses após a passagem, e a New Horizons possivelmente terá um encontro com um segundo corpo celeste em 2019, caso sejam aprovados fundos para a missão estendida.
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