A nave Juno da NASA, lançada em agosto de 2011, realizou com sucesso uma correção de curso no último dia 03, queimando 0,6 kg de combustível. O artefato agora está a cerca de 82 milhões de quilômetros de Júpiter, seu destino final, onde entrará em órbita em 04 de julho próximo. Em 31 de maio a Juno deverá novamente acionar os motores, fazendo o que os técnicos chamam de sintonia fina na trajetória, a fim de que a entrada em órbita do gigante gasoso seja feita com a máxima precisão.
A missão de 1,1 bilhões de dólares pretende mapear com precisão os campos gravitacional e magnético de Júpiter, auxiliando os cientistas a entender a estrutura, formação e evolução do planeta. Igualmente as informações colhidas irão ajudar no entendimento da formação de exoplanetas gasosos, ampliando o conhecimento a respeito de como sistemas solares se formam e evoluem, e eventualmente levem à origem da vida. Para tanto a Juno, com 4 toneladas de peso, irá fazer 33 órbitas ao redor de Júpiter, aproximando-se até somente 5.000 km de suas nuvens mais altas uma vez a cada 14 dias.
Essas órbitas foram precisamente calculadas para que a Juno nunca caia na região de sombra de Júpiter, pois ela é a primeira nave a viajar a tamanha distância do Sol e ainda ser alimentada por energia solar. De fato, no último 13 de janeiro a Juno quebrou o recorde de distância do Sol para veículos alimentados por painéis solares, passando da marca de 792 milhões de km da estrela. O recorde anterior era da Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), atualmente pesquisando o Cometa 67P. Todas as outras naves a viajar tão longe do Sol são alimentadas por geradores nucleares a plutônio, e os técnicos da missão comentam que a tecnologia da Juno é inovadora, podendo proporcionar uma grande redução de custos para missões futuras.
TECNOLOGIA INOVADORA
A Juno possui três painéis solares, cada um com 9 metros de extensão e abrigando um total de 18.698 célular solares. Na Terra, o arranjo produz 14 kilowatts de energia, porém em Júpiter, cinco vezes mais distante do Sol, a nave terá a disposição 500 watts. Os técnicos afirmam que é mais que suficiente, graças também à tecnologia utilizada e ao projeto da Juno, que priorizam a eficiência energética. Ao longo da missão primária de 16 meses a Juno se afastará até 832 milhões de quilômetros do Sol. As outras naves a visitar Júpiter foram as Pioneer 10 e 11, Voyager 1 e 2, a Galileo que foi a primeira missão a orbitar o planeta, Ulysses, lançada em 1990 e que foi a primeira nave a passar pelos polos do Sol, a Cassini em rota para Saturno, e a New Horizons em sua viagem até Plutão. A próxima missão da NASA para Júpiter deverá ser a Exploradora das Luas de Gelo de Júpiter (Juice), a ser lançada em 2022.
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