Em meados de metade da década de 2020 a NASA deverá lançar sua próxima missão a Júpiter, até o momento apelidada de Europa Clipper, e que examinará a lua Europa com detalhes inéditos. A missão deverá entrar em órbita do gigantesco planeta e realizar diversos sobrevoos da lua, contudo o Congresso norte-americano determinou, no orçamento da agência, que a nave deverá também levar um módulo de pouso. Esse lander deverá pousar em Europa, procurando pelas evidências químicas de que a lua pode suportar vida.
Desde as missões Voyager, que visitaram o planeta em 1979, e principalmente após análises dos dados da missão Galileo, se suspeita que exista um oceano em Europa. Essa imensa camada de água líquida, que se calcula seja o dobro de todos os oceanos da Terra, se localiza abaixo da capa de gelo da superfície, estimada entre 15 a 25 quilômetros de espessura. Europa, com 3.100 km de diâmetro, é considerado um dos melhores locais do Sistema Solar para procurar vida extraterrestre.
Uma das grandes esperanças é analisar as plumas de vapor de água que o telescópio espacial Hubble localizou na região polar sul. Teoricamente amostras do oceano de Europa poderiam ser analisadas sem sequer a necessidade de pousar em sua superfície, somente realizando um voo razante como os que a Cassini fez em Enceladus, lua de Saturno, através de seus gêiseres. Entretanto, pousar um lander para procurar pelos elementos químicos necessários à vida torna-se complicado nessa lua, pois os jatos dos motores de descida inevitavelmente irão contaminar o gelo ao redor do local de pouso. E como os propelentes mais comuns contém amônia, formada em parte por nitrogênio, ficaria extremamente difícil então determinar se qualquer nitrogênio, outra molécula essencial à vida, é nativo de Europa ou veio da Terra.
BUSCANDO VIDA ALIENÍGENA NA LUA GELADA
A NASA está preocupada com os riscos inerentes de pousar em terreno totalmente desconhecido, comprometendo uma missão que poderá custar perto de 2 bilhões de dólares. E como a temperatura máxima na superfície de Europa é de somente – 160º C, a amônia resultado da exaustão dos motores de descida ficaria impregnada no local de pouso, comprometendo a qualidade das amostras. Uma ideia é instalar uma broca no módulo de pouso, a fim de pesquisar de 10 centímetros a um metro. A ideia mais promissora que a NASA está estudando é a tecnologia do guindaste aéreo, a mesma utilizada no pouso do rover Curiosity em Marte, em 2012. Baixando o módulo até a superfície com cabos, seria evitada a contaminação com os gases dos foguetes. A agência espacial espera assim ter mais chances de identificar a presença de elementos e compostos essenciais à vida em Europa. Futuramente outras missões, capazes de realizar prospecções indiretas do oceano no interior da lua, poderiam detectar evidências de vida.
Visite o site oficial da missão a Europa
Encontradas plumas de água ejetadas da superfície de Europa
NASA irá investigar condições para a vida em Europa
Explicados misteriosos objetos nos mares de Titã
Missão Viking a Marte completa 40 anos
Nave Cassini fotografa interrupção no anel mais externo de Saturno
NASA pede orçamento menor para nave que investigará vida em Europa
NASA busca ideias para procurar vida alienígena em Europa
Saiba mais:
Livro: Dossiê Cometa
DVD: Buscando Vida Fora da Terra
Enquanto cientistas de diversas áreas buscam respostas para a origem e o futuro da humanidade terrestre, a exobiologia vasculha vastas regiões do universo à procura de outras formas de vida. Com exuberantes imagens obtidas pela NASA e usando avançados recursos de computação gráfica, este documentário mostra como seriam as espécies que encontraremos no espaço e deixa claro que esta é apenas uma questão de tempo.