Nick Pope é ex-funcionário do UFO Desk, ou Projeto UFO do Ministério da Defesa Britânico (MoD), tendo trabalhado por anos a fio investigando todos os relatos sobre avistamentos ou incidentes ufológicos que eram informados às autoridades inglesas. Tornou-se mundialmente famoso como o “Fox Mulder da vida real”, apelido que é menção ao personagem da série Arquivo-X.
Pope sempre afirmou não ter visto indícios de uma conspiração governamental para manter o assunto dos UFOs em sigilo, mas reconheceu a seriedade de inúmeros incidentes acontecidos na Grã-Bretanha ao longo dos anos. Entrevistado nas edições 174 e 175 da Revista UFO, Nick Pope já alertava: “A abertura ufológica é um fato, mas nunca se saberá toda a verdade sobre os UFOs”. É o que parece estar sendo confirmado agora, diante da liberação do que se alega serem os últimos documentos secretos mantidos pelo MoD.
O Ministério da Defesa de Sua Majestade alegou, na declaração de grande repercussão de poucas semanas atrás, que o Projeto UFO foi fechado por representar um desperdício de recursos, que seriam melhor empregados na defesa do país. Também afirmou que ao longo de mais de cinco décadas de pesquisa não foi encontrada qualquer evidência de que os UFOs representem uma ameaça para a Grã-Bretanha. O pesquisador David Clarke chancelou as declarações do MoD, e além de Nick Pope, também Robert Hastings o criticou duramente por isso.
Hastings escreveu um elaborado artigo, concentrando-se no caso da Floresta de Rendlesham e da Base da Real Força Aérea (RAF), em Bentwaters, ocorrido em dezembro de 1980 e conhecido como o Caso Roswell Inglês, para desmontar os argumentos de Clarke e do MoD. Hastings afirma que, além do encontro com um UFO que os militares tiveram na floresta, o radar da base rastreou o intruso. Ainda mais grave, o objeto sobrevoou o depósito de armas nucleares táticas, mantido em Bentwaters na ocasião pela Força Aérea Norte-Americana (USAF), e emitido raios sobre as ogivas. Duas das armas teriam inclusive sido levadas, a bordo de um avião cargueiro C-5A, para a base da USAF de Kirtland, no Novo México, mas se desconhece as conclusões do provável exame pelo qual passaram.
Hastings também lembra que Jim Penniston, na época do incidente ocupando o posto de sargento técnico, foi interrogado por dois oficiais da USAF que não se identificaram e na presença de enviados do Ministério da Defesa Britânico. Robert Hastings argumenta então que o Caso Bentwaters claramente mostra que os UFOs podem de fato ser uma ameaça à segurança nacional, em franca contradição com as recentes declarações do MoD.
Nick Pope foi ainda mais enfático em suas declarações, dizendo que o comunicado do Ministério da Defesa destina-se somente a abafar o interesse da imprensa, do Parlamento Britânico e da sociedade quanto aos documentos secretos que, segundo ele, ainda estão sendo mantidos bem longe dos olhos do público. Pope afirma que a Lei de Liberdade de Informações Britânica contém amplas isenções quanto a áreas como defesa, segurança e inteligência, e acusa que os documentos liberados já haviam sido designados para tanto bem antes de sua liberação.
Pope afirma que muitos dos documentos foram redigidos novamente antes de serem desclassificados ou simplesmente ocultos inteiramente. E alerta que isso não inclui os documentos, filmes e fotografias mais interessantes, que o MoD alega terem sido “acidentalmente destruídos ou perdidos”, como Pope escreveu. Ele ainda explica o conceito de “necessidade de saber”, dizendo que mesmo alguém que tenha alto nível de acesso a documentos classificados pode desconhecer completamente a existência de outras áreas dos arquivos. Nick Pope diz que mesmo em seu tempo como funcionário do Ministério da Defesa, não pode ter certeza de ter visto todos os documentos sobre UFOs que existiam.
Finalmente, a respeito de David Clarke, Nick Pope afirma que ele era conhecido, durante seu tempo no MoD, como tendo um interesse obsessivo nos UFOs. Pope comenta que Clarke era visto como um tipo estranho, que considerava alguns casos de UFOs e abduções como fenômenos sobrenaturais provocados por fadas e duendes ou outras explicações folclóricas. Pope diz que Clarke mantém isso em segredo, temendo que as pessoas o considerem um doido. Afirma também que Clarke teve acesso somente aos arquivos já liberados, que qualquer pessoa pode consultar, e que jamais trabalhou para o MoD ou teve qualquer credencial de segurança.
Pope lembra que Clarke era frequentemente convocado para dar entrevistas quando ele, Pope, não estava disponível, e que isso se acentuou, agora que vive nos Estados Unidos. Nick Pope diz que David Clarke não é um desses negadores sistemáticos tão conhecidos, mas somente alguém para quem a Ufologia é um hobby, que se limita a ler as declarações do governo. Pope encerra: “Alguns o chamariam de idiota útil para descrever seu papel de repetir o que o MoD diz sobre a Ufologia, de não ter importância para a defesa. E isso foi somente para fazer com que o Parlamento, a imprensa e o público percam o interesse nos UFOs”.
Baixe os últimos arquivos liberados pelo MoD
Alguns casos ufológicos do Reino Unido descritos por Nick Pope
Relevante testemunho de ex-oficial do Ministério de Defesa Britânico
Publicado na Inglaterra documento com mais de 10 mil depoimentos ufológicos
Saiba mais:
Livro: O Mistério dos Círculos Ingleses
DVD: A Um Passo da Revelação Final
Movimentos mundiais de abertura ufológica mostram seus resultados e os governos começam a ceder, abrindo seus arquivos e disponibilizando milhares de páginas antes secretas. O mundo está mudando rapidamente. Não há mais dúvidas de
que a verdade sobre a presença alienígena na Terra deve vir à tona. E esta verdade está vindo bem mais rápido do que os ufólogos esperavam. A cada dia, mais países liberam seus arquivos e revelam o que escondem há décadas – inclusive o Brasil, que desde 2007 tem promovido uma abertura que hoje é referência mundial.