Haverá mais uma passagem de asteroide por nosso planeta na segunda-feira, 26 de janeiro. E dessa vez a rocha espacial tem um tamanho bem significativo. Designado 2004 BL86, o objeto possui 680 m de extensão. Para efeito de comparação, o meteoro de Chelyabinski, que abalou o mundo após provocar ferimentos em centenas de pessoas na Rússia, em 2013, media somente 20 m. Os cientistas costumam classificar os asteroides com um quilômetro ou mais como capazes de provocar severos danos em escala global, em caso de impacto.
Sem dúvida um asteroide como o 2004 BL86 seria capaz de causar sérios transtornos em uma área continental em caso de impacto. Porém, essa passagem não oferece a mais remota chance de perigo contra a Terra, visto que a rocha espacial passará a 1,2 milhão de qulômetros da Terra. Isso equivale a três vezes a distância da Terra à Lua. É uma distância considerável, porém ao alcance de nossos instrumentos, tanto que a antena da Rede de Espaço Profundo da NASA em Goldstone, na Califórnia, e o radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, serão utilizados para enviar micro-ondas contra o asteroide a fim de que sejam obtidas imagens por radar.
É uma excelente oportunidade de aprender mais a respeito desses objetos, visto que a Terra sofreu incontáveis impactos ao longo de sua história, e certamente virá um tempo em que um asteroide virá a nosso encontro. A comunidade científica já discute diversas propostas para destruir ou desviar uma dessas rochas espaciais, inclusive com o uso de armamentos nucleares. O 2004 BL86 foi descoberto em 2004 pela Pesquisa de Asteroides Próximos à Terra Lincoln (LINEAR), um programa do Instituto de Tecnologia de Massschussets (MIT) em colaboração com a Força Aérea Norte-Americana (USAF) e NASA, que descobriu 2423 asteroides e 279 cometas. Essa passagem será a mais próxima de um grande asteroide conhecido até 2027, quando o objeto 1999 AN10 passará a uma distância equivalente à da Lua. Estima-se que o 2004 BL86 exiba uma magnitude de brilho de +9.0, o que indica que poderá ser acompanhado por astrônomos amadores com telescópios de 3 polegadas, ou binóculos potentes.
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