A NASA, a agência espacial norte-americana, acaba de anunciar a publicação no periódico Science de um artigo demonstrando a existência de uma potencial fonte de energia para vida na lua Enceladus de Saturno. De acordo com a publicação, o achado demonstra que podem existir no oceano interior do satélite as mesmas condições que já foram observadas na Terra, próximas a fontes hidrotermais em nossos oceanos. Reações químicas capazes de sustentar seres vivos dependem da presença de hidrogênio molecular (H2), que o estudo aponta ser resultado de reações contínuas entre a água quente e a rocha no fundo do oceano de Enceladus.
Enceladus, de somente 504 km de diâmetro, desde 2005 é forte candidato a abrigar vida alienígena no Sistema Solar. Esse foi o ano em que a nave Cassini da NASA observou pela primeira vez gêiseres saindo de fissuras próximas ao polo sul da lua. Isso indicou a presença de um oceano de água líquida, possível graças às forças de maré atuando conforme Enceladus orbita Saturno, gerando calor interno. A Cassini realizou vários mergulhos nas plumas emitidas pelos gêiseres e em outubro de 2015 chegou a somente 49 km da superfície da lua, quando seus espectrômetros analisaram os elementos presentes nas plumas.
Assim, uma equipe chefiada por Hunter Waite, do Southwest Research Institute (SwRI) em San Antonio, conseguiu determinar que o H2 está presente entre 0,4 e 1,4% do volume do material da pluma observado, acompanhado entre outros por dióxido de carbono (CO2), presente entre 0,3 a 0,8%. Os cientistas consideraram como mais provável que o hidrogênio molecular seja produzido continuamente por reações entre a água quente e a rocha no fundo no oceano. Como esse ambiente não é propício para a presença contínua do H2, para explicar o volume em que foi encontrado o mais viável seria que a substância fosse produzida por fontes hidrotermais como as que temos na Terra. Tal conclusão coincide com um estudo apresentado em 2016 por outro grupo de pesquisa, que descobriu grãos de sílica detectados pela Cassini nas plumas do satélite.
SISTEMA SIMILAR AO DA TERRA CAPAZ DE SUSTENTAR SERES VIVOS
Nas chaminés hidrotermais encontradas em vários oceanos terrestres seres vivos prosperam sem necessidade de luz solar. Micróbios encontrados nesses ambientes usam CO2 combinado ao H2 para produzir metano (CH4). Como CO2 e H2 foram detectados em Enceladus, é possível que seres alienígenas realizem as mesmas transformações nas profundezas do oceano da lua. Os cientistas dizem que a quantidade de H2 observado é uma fonte de energia mais que suficiente para sustentar essa biosfera. Os cientistas alertam que esse anúncio não significa que comprovadamente exista vida alienígena em Enceladus e que há ainda um longo caminho a percorrer antes de fazer tal anúncio. Contudo, a descoberta aumenta consideravelmente as chances de que a lua de Saturno efetivamente abrigue vida extraterrestre.
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