Atmosferas em exoplanetas já haviam sido analisadas em ocasiões anteriores, principalmente em gigantes gasosos como Júpiter. Em 2016, utilizando o telescópio espacial Hubble, cientistas conseguiram detectar a cobertura atmosférica do exoplaneta 55 Cancri e, situado a 40 anos-luz de distância. Esse mundo duas vezes maior que o nosso e oito vezes mais massivo é uma super-Terra que completa uma órbita em apenas 18 horas, com temperaturas superficiais próximas de 2.000º C. Os modelos apontam que cianeto de hidrogênio existe em sua atmosfera, indicando que o carbono pode ser um de seus elementos principais.
A importância da descoberta anunciada agora é que pela primeira vez uma camada atmosférica foi encontrada em um planeta com tamanho aproximado ao da Terra. GJ 1132b orbita uma estrela anã a 39 anos-luz de distância, com um período ou ano de 1,6 dias terrestres. Esse mundo alienígena é 1,4 vezes maior que a Terra e 1,6 mais massivo, sendo provavelmente quente demais para abrigar vida. Ele está sendo considerado um gêmeo de Vênus, pois além das altas temperaturas existem indicações que sua atmosfera é bastante densa, mas com uma composição diversa daquela de nosso vizinho no Sistema Solar. O achado foi feito utilizando um dos telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile.
Os astrônomos analisaram o planeta durante uma série de trânsitos diante de sua estrela, em vários comprimentos de onda. Dessa forma conseguiram obter um valor para seu raio, porém descobriram que em uma das frequências o mundo alienígena fazia a luminosidade da estrela diminuir mais que nas outras. Isso indicava a presença de uma atmosfera, que é menos transparente para certas emissões eletromagnéticas que em outras. As informações compiladas indicaram que a atmosfera de GJ 1132b é rica em vapor de água ou metano, estando aberta a possibilidade de este ser um mundo aquático, com uma atmosfera de vapor muito quente. A descoberta se reveste da maior importância pelo fato de GJ 1132 ser uma estrela anã similar à maior parte de sóis da Via Láctea, além de 20 das 30 estrelas mais próximas do Sol.
DESCOBERTA FAVORÁVEL Á BUSCA POR VIDA EXTRATERRESTRE
Outro aspecto importante é o fato de estrelas anãs desse tipo exibirem altos níveis de atividade, com flares e correntes de partículas, que poderiam destruir as atmosferas de planetas próximos. Como GJ 1132b está muito próximo de sua estrela mas mantém sua camada gasosa, isso abre a possibilidade de que muitos mundos potencialmente habitáveis possam existir orbitando essas estrelas. Esse exoplaneta se tornou então um alvo prioritário para pesquisas, utilizando o Hubble, o Telescópio Muito Grande do ESO e até o telescópio espacial James Webb, a ser lançado pela NASA em 2018. A descoberta foi publicada no The Astrophysical Journal.
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