O grupo ufológico britânico Assap realizará um evento no próximo dia 17 de novembro, a fim de discutir o futuro de suas pesquisas. De acordo com um de seus líderes, Dave Wood, a Ufologia passa por uma crise, resultando em muitas associações de estudo anteriormente atuantes fechando as portas.
Contudo, para o diretor executivo da Mufon [Rede Mútua de UFOs], David MacDonald, pelo contrário a Ufologia está viva e bem. “O fato é que recebemos uma média de mais de 700 casos por mês”, afirma ele. “E a evidência existe. Há pessoas agora na prisão, algumas no corredor da morte, com base em evidências menos sólidas que as que temos, e que suportam nossa teoria de que os UFOs são reais. Temos testemunhos, provas físicas recolhidas em campo, fotografias e vídeos”.
A Mufon, com aproximadamente 3000 membros, é o maior grupo de investigação ufológica do mundo. Uma análise dos números de relatórios anuais de avistamentos do grupo parece dar suporte as afirmações de MacDonald. Em 2007 houve 2203 informes; em 2008 4220, em 2009 4990; foram 4534 em 2010; e 5137 em 2011. Nos primeiros 10 meses de 2012, a organização informa um total de 7272 ocorrências.
É fato que alguns grupos norte-americanos também encerraram suas atividades, enquanto outros reduziram-nas. Um dos exemplos é o Cufos [Centro de Estudos de UFOs], fundado pelo saudoso pioneiro Dr. J. Allen Hynek, que era professor de astronomia na Northwestern University e consultor do famoso Projeto Blue Book. O Cufos anunciou recentemente que não irá mais editar a versão impressa de seu jornal International UFO Reporter.
O escritório central da Mufon situa-se no Aeroporto Internacional Cincinnati-Northern Kentucky, e cada estado norte-americano possui um diretor local, investigador-chefe e um número variado de investigadores de campo. O grupo foi fundado em 1969 e realiza um contínuo esforço para investigação profissional do Fenômeno UFO.
Fletcher Gray é diretor de investigações da Mufon e investigador-chefe no Texas, e igualmente discorda do desclínio da Ufologia: “Estamos em 2012, e até o momento a Mufon tem recebido 700 casos por mês em média, o que significa um grande aumento no número de observações informadas. É garantido que a maioria desses casos são facilmente explicáveis, mas acredito que a pergunta que devemos fazer é se o público não está mais interessado na Ufologia pela falta de evidências físicas. O fato é que obter provas físicas é algo muito difícil”.
Stanton Friedman, que regularmente escreve para o Mufon UFO Journal, também defende fortemente o estudo ufológico: “Como físico nuclear aposentado, que desde 1967 apresentou conferências em todos os 50 estados norte-americanos, nas 10 províncias canadentes e em mais 18 países, conheço a fundo a atitude do público quanto aos discos voadores. Ao final de minhas palestras, quando pergunto quantos avistaram um UFO, tipicamente 10 por cento da audiência levanta as mãos”.
“Mas sei que aproximadamente 90 por cento das testemunhas não relatam seus avistamentos”, prossegue Stanton. “Quase sempre por causa do medo do ridículo. Já militares que foram testemunhas tipicamente alegam que não podem falar a respeito do que viram. Não percebo qualquer diminuição no número dos relatos ao longo dos 45 anos em que tenho me apresentado”.
Stanton Friedman ainda afirma: “A alegação de que 98 por cento dos avistamentos pode ser explicada claramente está em contradição com todos os grandes estudos já feitos. No estudo feito pela Força Aérea Norte-Americana, apresentado no Blue Book Special Report 14, de 3201 avistamentos 21,5 por cento foram classificados como inexplicáveis. Quanto melhor a qualidade do avistamento, mais provável deste ser não identificado”.
A Ufologia evidentemente ainda apresenta problemas. Muitos ufólogos acreditam que somente cerca de 5 por cento dos casos são informados. O padrão de localização e época dos avistamentos também permanece um mistério. E a própria natureza do fenômeno, movendo-se em grande velocidade frequentemente sobre áreas onde não existem sensores para acompanhá-los, e seu silêncio igualmente impossibilita que as testemunhas tenham sua atenção chamada e os flagrem.
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