A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) finalmente anunciou o substituto de sua frota de ônibus espaciais, que será “aposentada” no dia 20 de julho, quando o Atlantis [Veja especial] retorna à Terra. O chamado Multi-Purpose Crew Vehicle [Veículo Multifuncional Tripulado, MPCV] é a nave do futuro da agência e a aposta para exploração além da órbita baixa da Terra. No entanto, seu design é uma releitura da nave Apollo, que levou os primeiros homens à Lua em 1969, remetendo ao passado.
Ao contrário dos ônibus espaciais, que chegavam no máximo até o telescópio Hubble, a 600 km da superfície terrestre, o veículo fará viagens de exploração do espaço profundo, podendo chegar até a Marte, de acordo com Dan Huot, porta-voz da agência espacial. “O design externo é muito semelhante ao do Apollo, uma vez que sua cápsula é a melhor forma de reentrar na atmosfera da Terra em alta velocidade”, disse ele.
O porta-voz explica que o interior aproveita os últimos 40 anos de avanços tecnológicos em aviação, computação, segurança e proteção térmica, e que os procedimentos de subida e reentrada serão dez vezes mais seguros do que nos ônibus espaciais. Com um volume total de aproximadamente 20 m cúbicos e área disponível para habitação de nove metros cúbicos, o MPCV deverá ser lançado das bases atuais da NASA e poderá pousar no oceano Pacífico, na costa do Estado da Califórnia. “É muito maior do que o Apollo, com um diâmetro de cerca de cinco metros – em comparação aos 3,65 metros da nave que levou o homem à Lua”, afirmou Huot. O MPCV carregará até quatro astronautas em viagens com autonomia de até 21 dias.
De acordo com a NASA, os testes com o novo veículo já começaram. “Já está em fase de teste há algum tempo e continuará com vôos em órbita não tripulados até 2013”, informou o porta-voz. Um dos mais significativos ocorreu em maio, quando as funções do sistema de escape da tripulação durante o lançamento foram examinadas durante um vôo real. Mas os testes com tripulação em órbita não devem acontecer antes de 2016, segundo a agência espacial.
Após essa fase, as missões serão planejadas para 2019 ou 2020, mas ainda não há uma data definida para o MPCV entrar em operação. A nave vai responder aos anseios do programa espacial dos Estados Unidos, que nesse intervalo de tempo vai depender de “caronas” da nave espacial russa Soyuz para levar e buscar os seus astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS).
Mas por pouco tempo, segundo Huot. “No futuro, nosso principal transporte para a ISS e operações em órbita baixa terrestre será feito por meio de parceiros comerciais, que estão desenvolvendo seus próprios sistemas de lançamento e naves espaciais.”