A Casa Branca anunciou nesta quinta-feira (16) que o campo controverso da biologia sintética ou da manipulação de DNA de organismos para criar novas formas de vida traz riscos limitados e seu avanço deveria ser permitido.
Um painel de especialistas reunido pelo presidente norte-americano Barack Obama recomendou vigilância e autorregulação enquanto os cientistas procuram formas de criar novos organismos que pudessem resultar em inovações úteis em energia limpa, controle da poluição e medicina.
A Comissão Presidencial para o Estudo de Questões Bioéticas “concluiu que a biologia sintética é capaz de feitos significativos, mas limitados, com riscos limitados”, segundo seu primeiro relatório. “Os desenvolvimentos futuros podem despertar novas objeções, mas a Comissão não encontrou razões para endossar regulações federais adicionais ou uma moratória no trabalho neste campo por enquanto”.
O painel de 13 cientistas, especialistas em ética e em políticas públicas foi criado por Obama no ano passado. Sua primeira missão foi considerar a questão da biologia sintética, depois que o Instituto J. Craig Venter anunciou, em maio, ter desenvolvido a primeira bactéria autorreplicável controlada por um genoma sintético.
Para os críticos, a descoberta era o equivalente a “brincar de Deus”, criando organismos sem o entendimento adequado sobre as conseqüências, perturbando a ordem natural.
Ao anunciar a criação da primeira célula sintética, o chefe das pesquisas Craig Venter disse na época que “certamente mudou minha visão sobre as definições da vida e de como ela funciona”. Mas a comissão informou que a equipe de Venter não criou vida realmente, já que o trabalho envolveu, sobretudo, a alteração de uma forma de vida já existente.
Entenda como funciona a vida sintética, neste documentário em português: