Em seu esforço por ampliar o papel de superpotência em ascenção, a China está desenvolvendo uma aeronave espacial não tripulada, que de acordo com analistas rivaliza com o norte-americano X-37B. O Shenlong [Dragão Divino], foi fotografado acoplado ao ventre de um bombardeiro H-6 [por sua vez, derivado do russo Tupolev Tu-16], e segundo as poucas informações disponíveis já teria realizado testes de planeio após ser lançado do avião em voo.
A China é o terceiro país, após Rússia e Estados Unidos, a desenvolver capacidade de enviar astronautas ao espaço. Neste ano já enviou uma nave Shenzhou 9 com 3 tripulantes, incluindo uma mulher, para sua primeira estação espacial, Tiangong 1. De acordo com Mark Gubrud, pesquisador do Programa de Ciência e Segurança Globais na Universidade de Princeton: “O Shenlong é um esforço chinês para desenvolver uma nave capaz de reentrar na atmosfera de maneira aerodinâmica, similar ao ônibus espacial e ao X-37B, mas é menor que estes dois veículos”.
Gubrud prossegue: “Entretanto, as razões econômicas anunciadas no desenvolvimento do ônibus espacial nos anos 70 nunca foram realmenter cumpridas, e não estão claras as vantagens que o X-37B apresenta aos militares norte-americanos em relação a seus sistemas convencionais de satélites e cápsulas de reentrada”. O analista comenta que o avião robótico da Força Aérea parece funcionar mais como uma amostra que o poder aeroespacial do país permanece, apesar da aposentadoria da frota de ônibus espaciais.
Joan Johnson-Freese, professora do Colégio de Guerra Naval em Newport, afirma que análises alarmistas de que o Shenlong seja um novo sistema de armas são prematuras, e que outros países também testam a tecnologia dos aviões espaciais. Ela lembra do Buran, o ônibus espacial russo, e como foi construído com o fim de rivalizar com os veículos norte-americanos. “Se outros países vêem os Estados Unidos trabalhando em um avião espacial, eles se sentem compelidos a fazer o mesmo”.
De acordo com Dean Cheng, pesquisador do Centro de Estudos Asiáticos da Heritage Foundation, aconteceram entre 1988 e 1992 diversas conferências científicas na China onde foram discutidos vários tipos de veículos espaciais. Ele afirma que a cápsula Shenzhou se impôs, mas mesmo assim o Exército chinês enxergou na tecnologia de aviões espaciais uma alternativa viável para propósitos militares. Todos estão de acordo que a China enxerga no programa espacial uma prioridade, aproximando-se dos Estados Unidos nesse campo.
Saiba mais:
Livro: UFOs na Rússia