O padre jesuíta Guy Consolmagno é o novo presidente da Fundação Observatório do Vaticano e tem se destacado cada vez mais como astrônomo e divulgador da ciência. Para ele, não existe dúvida de que a vida existe por todo o Universo e que no momento em que a humanidade descobri-la, a notícia virá sem grandes surpresas. O Irmão Consolmagno sugere que a descoberta será acolhida da mesma maneira que os primeiros exoplanetas em meados dos anos 90.
“As pessoas irão dizer que já sabiam disso”, disse ele para o Serviço de Notícias Católicas antes de sua participação em um evento apoiado pela NASA e pela Biblioteca do Congresso, sobre a preparação para a descoberta de vida extraterrestre, que ocorreu em 18 e 19 de setembro. Consolmagno, que tem trabalhado no Observatório do Vaticano desde 1993, diz ter esperanças de que a questão da vida em outros planetas acabe por focar as discussões em como a humanidade vê a si própria. Ele pergunta: “Quando dizemos humano, é humano comparado ao quê?”.
Irmão Consolmagno acredita que a descoberta de vida extraterrestre não irá comprovar ou descartar a existência de Deus, mas diz esperar que abra as portas para que se pondere qual forma de história da salvação possa ter ocorrido em outras sociedades inteligentes. Ele explica como enxerga o processo científico: “Eventualmente você aprende que as questões que faz como um cientista, e as respostas que obtém, somente o levam a mais questões. Tudo é muito contingente. E entendo como funciona, e isso faz com que surjam mais mistérios que não tínhamos visto antes, e assim podemos explorar esses mistérios”.
GRANDES QUESTÕES
Consolmagno prossegue: “As grandes questões, as da religião, podem ser endereçadas pela ciência. As questões religiosas são a moldura que provê a motivação de fazer as perguntas da ciência, dando a você a confiança que a ciência irá funcionar e explica como você fica animado quando, por exemplo, examina uma rocha que veio do espaço”. Em parceria com o colega jesuíta Paul Mueller, ele escreveu o livro Você Batizaria um Extraterreste?… e Outras Estranhas Questões Discutidas no Observatório do Vaticano, que deve ser lançado em outubro. Entre outros assuntos, o livro aborda a teoria do início do Universo com o Big Bang e a história da criação do Gênese, o fim do mundo, a Inquisição, Galileu Galilei e vários outros.
Em sua apresentação em 19 de setembro Irmão Guy Consolmagno sugeriu que a discussão sobre a descoberta de vida extraterrestre tem apelo para o público pois, com toda dor, doença e injustiça, muitas pessoas acreditam que uma civilização avançada que viaje entre as estrelas e venha nos visitar possa nos ensinar como superar essas mazelas. “Enxergam os alienígenas como salvadores da humanidade”, diz o jesuíta. No simpósio outros participantes, cientistas envolvidos com a busca por vida em outros mundos, discutiram temas como a maneira pela qual a sociedade lidará com a descoberta, astrobiologia, teologia, o status moral de organismos não humanos e vários outros.
Em novembro Guy Consolmagno irá receber a Medalha Carl Sagan, entregue pela Divisão de Ciência Planetária da Sociedade Astronômica Americana, por seu trabalho de divulgação da ciência planetária ao público em geral. E Consolmagno também está organizando o primeiro Workshop sobre Fé e Astronomia para clérigos, religiosos e leigos que trabalham em educação paroquial. O evento ocorre entre 19 e 23 de janeiro em Tucson, Arizona. Serão 25 participantes trabalhando em projetos astronômicos, palestras e observações.
Assista a uma apresentação de Guy Consolmagno sobre vida extraterrestre:
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Livro: Projeto Contato II
Esta é a segunda edição ampliada do aclamado livro de Mônica de Medeiros e Margarete Áquila, que trata em profundidade do Fenômeno UFO analisando como outras inteligências cósmicas estão em processo de aproximação de nosso planeta e o que isso significa para o futuro da humanidade. As autoras se propõem a dar ao leitor subsídio para não apenas conhecer como estes emissários de tão desenvolvidas sociedade planetárias atuam em nosso meio, como também para se preparar para o momento em que jamais voltaremos a estar sós no universo, fruto da maturidade alcançada por nossa espécie.