Linguista, cientista social e futurista, o entrevistado desta edição é duas vezes Ph.D., uma pela Universidade da Califórnia e outra pela de Minnesota. Especialista em sensoriamento remoto e mudanças climáticas, entre outras áreas, o pesquisador norte-americano é mundialmente reconhecido pela característica multidisciplinar de seus trabalhos, que se estendem da aplicação de lasers a expedições arqueológicas. J. J. Hurtak é fundador e presidente da Academia para Ciência Futura (ACF), que atua em âmbito global em países que vão além dos Estados Unidos, onde está sua sede, até México, Venezuela, Chile, Bolívia, Suíça e África do Sul. No Brasil, a Academia trabalha com um programa de ensino voltado ao desenvolvimento humano conciliando a ciência e espiritualidade. A organização também busca gerar conscientização na sociedade realizando estudos ambientais na Amazônia e provendo assistência a nações indígenas.
Entidades superiores
Mas os interesses de Hurtak não se limitam apenas ao que temos no planeta — suas atividades estão intimamente relacionadas às inteligências superiores que ele acredita estarem visitando a Terra há milênios. Por causa disso, um dos programas da ACF é destinado a pesquisar detalhadamente os velhos mistérios do universo, mas a partir de novas óticas, com o pressuposto de que a humanidade sofre influência, desde os seus primórdios, de seres extraterrestres com grau evolutivo superior. As Chaves de Enoch — com o nome do profeta bíblico em inglês — são o seu projeto que visa à preparação dos indivíduos para as mudanças que afetarão o planeta e elevarão o estágio evolutivo da humanidade como um todo. A iniciativa se dá por meio de estudos da cosmologia e da espiritualidade, com reflexos em diversas áreas do conhecimento.
Renomado escritor e conhecido mundialmente, Hurtak é autor de mais de 15 livros, dentre os quais está O Livro do Conhecimento: As Chaves de Enoch, lançado pela ACF em 1973 — o próprio pesquisador o define como um livro científico-espiritual cujo conteúdo, em grande parte, teria sido “recebido” diretamente por meio de contatos com entidades superiores. De seu currículo também constam palestras em inúmeros países e presença constante em documentários e programas de televisão. Hurtak apresentou pesquisas sobre novas tecnologias energéticas na Academia de Ciências da Rússia e da China, além de ter sido conferencista, em 1995, em Washington, do histórico congresso Quando Culturas Cósmicas Se Encontram, que reconheceu a presença extraterrestre na Terra por parte de consultores do governo norte-americano. Ele também apresentou, anos mais tarde, o Caso Varginha a um comitê especial das Nações Unidas.
Outro tema de sua especialidade é biofísica, que trata, entre outras questões, das mudanças climáticas do planeta, e sobre isso Hurtak se apresentou também no Encontro Ambiental das Nações Unidas na África do Sul. Também pela ONU ele participou da Conferência da Mente Quântica, na Universidade de Salzburg, Áustria. Sua carreira acadêmica teve um incremento quando se especializou em culturas antigas, atuando como professor assistente de antropologia e, depois — como exemplo de seu ecletismo multidisciplinar — ensinando crítica musical com enfoque étnico. Mas seus estudos sobre a presença alienígena na Terra são o que mais o notabilizaram na Comunidade Ufológica Mundial, especialmente nos anos 80, quando foi um dos principais divulgadores das famosas e enigmáticas construções artificiais na superfície do planeta Marte, atribuídas a civilizações que lá existiram.
Direito espacial e futurismo
Aqui no Brasil, além do programa da ACF, J. J. Hurtak foi consultor da Lasertech, empresa de Campinas especializada em novas tecnologias a laser, e fez conferência em inúmeros eventos, a exemplo do Congresso Internacional de Ufologia de 1979, em Brasília. Ele já foi entrevistado antes pela Revista UFO [Veja Revista UFO 117, agora disponível na íntegra em ufo.com.br] e tem vários artigos publicados, como Paradigmas Extraterrestres e Ultraterrestres [UFO Especial 024, idem] e A Origem e Trajetória do Homem, em coautoria de sua esposa doutora Desiree Hurtak [UFO 090, idem], com quem trabalha rotineiramente na área do direito espacial e futurismo — eles viajam juntos para pesquisas em vários países. Confira aqui em entrevista inédita nossa nova conversa com J. J. Hurtak.
Sabemos, inclusive por declarações de autoridades civis e militares do governo norte-americano, que dezenas de diferentes civilizações extraterrestres estariam visitando nosso planeta. Em sua opinião, qual seria o impacto na população quando acontecer uma manifestação pública e definitiva desses seres?
Tudo mudará no espectro do conhecimento humano, será um acontecimento cósmico. As perguntas básicas sobre a origem da vida, a existência de Deus e o ponto em que a raça humana se encontra na trajetória evolutiva se esclarecerão, apesar das diferenças culturais e sociopolíticas existentes ao redor do planeta. A Universidade da Força Aérea dos Estados Unidos e vários grupos de pesquisa do país têm feito uma série de estudos prospectivos em vários níveis de confidencialidade a respeito desta possibilidade. Seus resultados sugerem que, enquanto espécie planetária, podemos estar próximos do primeiro contato oficial com outras civilizações.
Já estão em andamento iniciativas de divulgação da realidade ufológica por parte de alguns governos, incluindo uma ampla gama de informações sobre a ação de extraterrestres aqui. A Igreja Católica também já está preparando as pessoas para este contato.
Mas esta conclusão, tão contundente, se baseia exatamente em quê?
Nas evidências. Até o presente, o que tem servido para nortear os estudos sobre essa possibilidade é o Relatório do Instituto Brookings, de 1960, que afirma em suas conclusões que “a reação do público em geral com relação a um encontro extraterrestre em nível mundial levaria a uma incerteza social e econômica inquietante”. O documento afirma ainda que haveria “caos no mercado de ações e no sistema econômico, conflitos nos sistemas de crenças religiosas e desordem entre aqueles que dependem dos governos para sua proteção”. No entanto, muita coisa mudou desde 1960. Mesmo sem ajuda de sociedades extraterrestres em processo de aproximação da Terra, o sistema econômico mundial já está se desestruturando. Na verdade, a presença alienígena no planeta poderia fornecer respostas para desafios que enfrentamos hoje com a introdução de novas tecnologias, como a energia livre, que poderiam ajudar o planeta.
Há algum programa por parte de governos conscientes desta realidade para alertar ou preparar a sociedade para esse momento?
Sim, já estão em andamento iniciativas de divulgação do tema por parte de alguns governos, incluindo uma ampla gama de informações sobre a ação de inteligências extraterrestres em nosso planeta, com as quais já estamos conectados consciente e inconscientemente. Os que têm consciência e maturidade espiritual vão discernir e avançar para o próximo capítulo da evolução quando o contato finalmente se evidenciar para todos. Instituições religiosas, como a Igreja Católica, também já estão preparando as pessoas para este contato. Mas as instituições militares e governamentais são as que mais têm a perder quando ele ocorrer.
Diversos tipos de civilizações
Quais seriam os principais problemas que enfrentaríamos para a preparação da humanidade para um contato em massa com outras espécies cósmicas?
Acredito que um dos principais problemas que os governos encaram hoje quanto à divulgação de informações sobre nossos visitantes é que há muitos tipos de inteligências extraterrestres operando na Terra. Não estamos lidando com uma simples experiência de contato com outras espécies e os diversos tipos de civilizações espaciais aqui vêm têm os mais variados propósitos, o que dificulta a explicação a ser dada pelos governos sobre as suas intenções. A tecnologia deles também é tão superior à nossa que faz com que os governos sejam vistos como inferiores pelas suas populações. Não é uma questão de armas a laser ou tecnologia nuclear, e sim a utilização de tecnologia mental por parte desses seres — portanto, de nada vale usarmos nossos armamentos primitivos contra eles nesta situação. Além disso, só recentemente começamos a entender as formas de controle mental que empregam ao agirem junto à nossa espécie, tanto em termos de implantes alienígenas inseridos em corpos humanos de abduzidos como de telepatia.
Por favor, fale mais sobre esta forma de controle mental que tais espécies extraterrestres usariam aqui na Terra.
Sabemos que certos tipos de inteligências extraterrestres são realmente capazes de incutir pensamentos e imagens em nossas mentes ou, em alguns casos, apagar nossas memórias para que experimentemos uma “sensação de tempo perdido”, o chamado missing time das abduções. Só as anestesias médicas mais recentes estão conseguindo produzir um efeito assim, isso é, de estarmos conscientes dos eventos durante um procedimento médico, mas não conseguimos nos lembrar de nada dele após a anestesia passar. No entanto, o intercâmbio mental com ETs não é sempre negativo. O primeiro contato precisa conter abordagens psicológicas e metafísicas importantes, que são necessárias para entendermos a nossa possível ligação espiritual com tais entidades — mais especificamente com os que apresentam o que eu chamo de “supermentes positivas”. Algumas inteligências ETs podem usar imagens mentais para transmitir grandes quantidades de conhecimento à humanidade.
O senhor conhece algum grupo ou pessoas que já estejam em contato com tais inteligências extraterrestres?
Acredito que as nações indígenas do Brasil, que vivem na Amazônia e no Mato Grosso, estejam mais perto dessa conexão mental, semelhantemente à que extraterrestres positivos têm conseguido demonstrar. Minha esposa, a doutora Desiree Hurtak, e eu estivemos em algumas dessas tribos indígenas e sentimos a conexão mental positiva que eles conseguem estabelecer com outras formas de existência. Esse compartilhamento possível com alguns tipos de extraterrestres ou com inteligências superiores tem sido em grande parte ignorada pela Comunidade Ufológica Mundial devido ao seu enfoque prioritário nos extraterrestres ditos inferiores. O que mais se leva em consideração quando se pensa neles são cenários que presumem uma suposta guerra nas estrelas com eles e seus programas genéticos de abdução, e assim se esquece do compartilhamento positivo que temos com algumas dessas espécies.
Considerando que as civilizações que nos visitam tenham diferentes níveis de desenvolvimento e interesses diversos entre si, como a humanidade poderia discernir em qual ou quais delas confiar?
Hoje o que se está evidenciando nitidamente é um panorama muito mais amplo de compreensão da inteligência cósmica, que abrange muitas diferentes categorias de seres. Mas, em primeiro lugar, precisamos desenvolver seriamente uma filosofia e uma psicologia que nos possibilitem fazer este discernimento entre nossos visitantes. O trabalho da Academia para Ciência Futura (ACF) no Brasil é ensinar a preparação, a percepção e a proteção no caso de um contato, quando ela for necessária. Todos precisamos usar uma lógica prática ao nos depararmos com qualquer outro tipo de inteligência, e discernir se há um sentimento de amor emanando dessa forma de vida avançada ou se isso está ausente dela. Tudo isso serve como preparação para o nosso próprio avanço para o próximo estágio da evolução — quando faremos parte do que chamo de “família cósmica”.
O que mais se pode fazer quanto ao que o senhor considera um iminente contato com outras inteligências cósmicas?
O trabalho da ACF também tenta mostrar como a ciência pode se pautar por uma consciência mais elevada. Fazemos isso usando uma linguística musical e uma psicologia de conceitos ditos sagrados, que nos mantêm coesos enquanto espécie. Na verdade, convocamos a todos para que aprendam a criar coletivamente um campo de afinidade psicológica entre si, a fim de trabalharem apenas com aqueles seres cujos valores de compaixão sejam coerentes com os dos grandes mestres e profetas da raça humana. E ainda mais importante é ajudarmos as pessoas a acessarem o conhecimento dessa realidade em níveis mais elevados, para que assegurem a capacidade de trabalhar com essas categorias de inteligência espiritual, a quem se atribui a autoria de alguns dos textos sagrados das religiões mundiais.
Como agir no caso deste contato?
Quando eventos extraordinários resultarem do contato com nossos visitantes, os membros da Academia, bem como outros especialistas, já estarão preparados para indagar se tal forma de vida vem da luz ou se tem interesses escusos? Existem especificamente dois fatores importantes para se considerar entre os vários tipos de inteligências cósmicas que operam na Terra. Primeiro é saber se respeitam o nosso livre arbítrio e, segundo, se suas metas são ajudar a humanidade como um todo ou apenas um grupo menor dela. Certamente iremos ganhar insights positivos se convivermos com os tipos de seres que respeitam a vida humana.
Benefício para a humanidade
Mas como reconhecer se uma determinada inteligência extraterrestre é da luz ou não?
Extraterrestres que tenham intenções positivas quanto à Terra e seus habitantes devem estar dispostos a partilhar conosco seus conhecimentos sobre algumas das questões básicas da vida. Por exemplo, sobre a nossa origem, o propósito de sua visita, se acreditam em um ser superior ou se veem a si próprios como autoridades máximas ou deuses. Se estas perguntas não forem respondidas de forma aberta e pluralista, indicando um benefício para toda a humanidade, é preciso proteger-se de tais entidades com o que chamo de “linguagem de luz”, isso é, vocalizações de nomes sagrados de Deus usados ??por sábios e místicos ao longo da história. Normalmente, a ACF ensina a saudação “Kodoish, Kodoish, Kodoish” [Sanctus, Sanctus, Sanctus], de meu livro As Chaves de Enoch, que cria um campo inigualável de energia — cada um de nós tem a capacidade de realmente se purificar e dissipar entidades negativas indesejadas que não estejam a serviço da raça humana ou adâmica.
O senhor crê na possibilidade de confrontos bélicos entre militares terrestres e forças extraterrestres?
Existem inúmeros registros, nas décadas de 40 a 60, de como militares dos Estados Unidos tentaram interceptar UFOs voando a baixa altitude, fazendo uma tentativa de intercepção dessas naves — em muitos casos foram usados armamentos pesados por parte dos militares. Mas, em geral, agora os governos adotam uma política de não interferência quando notam a ação desses seres em seus espaços aéreos. É que se perdeu um número considerável de vidas humanas e aviões militares e civis naquelas décadas em confrontos com extraterrestres negativos, e algumas situações isoladas ainda podem estar continuando. Lembro-me das palavras do general Douglas MacArthur, herói da Segunda Guerra Mundial no Japão, quando disse que “a próxima guerra que teremos será uma guerra com seres do espaço”.
Um dos principais problemas que os governos encaram quanto à divulgação de informações sobre nossos visitantes é que há muitos tipos de inteligências operando na Terra. Não estamos lidando com uma única espécie, mas com diversas civilizações.
Como o senhor entende esta manifestação do general MacArthur naquela época?
É interessante, mas resta saber se a afirmação foi algo que lhe veio à mente ao acaso ou uma alusão direta a algum enfrentamento complexo e de maior porte que possa vir a ocorrer entre nós e aliens negativos. Veja que contramedidas técnicas sendo presentemente adotadas poderiam explicar os trilhões de dólares oficialmente desaparecidos dos cofres públicos com programas secretos, desde a presidência de George W. Bush. E não é preciso dizer que está havendo muita engenharia reversa de espaçonaves alienígenas por parte de militares e cientistas norte-americanos. Porém, como o astronauta Edgar Mitchell afirmou em entrevistas recentes, com sua avançada tecnologia, se os extraterrestres quisessem tomar o planeta Terra, eles já poderiam tê-lo feito há muito tempo.
Conjunto de leis cósmicas
O senhor crê que esta não interferência deles, no sentido de não tomar o planeta, pressupõe a existência de algo como um sistema de leis de conduta interplanetária, que os impediria de assim agir?
A doutora Desiree e eu temos amadurecido certos aspectos do novíssimo campo do direito espacial e acreditamos que há um conjunto de leis cósmicas que todas as culturas espaciais têm que seguir. Mas, é claro, existem algumas civilizações que tentam contornar estas leis ao abduzirem pessoas deste planeta e até extrair minérios e água daqui sem o nosso consentimento. Por outro lado, há também sinais de que inteligências positivas estejam acompanhando as ações de tais civilizações inferiores e ajudando a nos proteger.
Ou seja, deve haver algum tipo de ordem no universo?
Sim, mesmo no espaço parece haver um sistema legislativo básico semelhante ao do nosso próprio planeta, como vemos aqui na área do direito internacional e da ética no Direito Espacial [Veja box na matéria]. Por exemplo, corpos celestes naturais no espaço podem ser vistos como propriedade comum a todos os terrestres, desde que com base em responsabilidades éticas, e os especialistas em direito espacial estão começando a reconhecer que com o tempo vincularemos nossa lei à de outros planetas e comunidades galácticas.
Interessante. Mas, falando de casuística, e já que o senhor citou os casos de perseguições aéreas, haveria algum interesse especial por parte dessas espécies quando suas naves acompanham aviões e outros veículos terrestres, além de uma simples curiosidade?
Quase todas as missões espaciais da NASA, desde os antecessores dos projetos Apollo e Skylab até as recentes viagens do ônibus espacial, foram observadas por outras inteligências cósmicas — elas parecem estar fazendo um monitoramento dos nossos passos rumo ao espaço exterior, como crianças que têm seus primeiros passos documentados pelos pais em fotos e vídeos. Tais seres têm por nós mais do que curiosidade e os que estão nos acompanhando tão dedicadamente podem ser como professores observando a nossa saída da “escola”, que corresponderia ao planeta Terra, quando nos aventuramos no espaço. Talvez eles apreciem o fato de que a nova missão Curiosity, presente no solo de Marte desde agosto de 2012 [Veja edição UFO 193, agora disponível na íntegra em ufo.com.br], esteja descortinando um novo mundo para nós na tentativa de buscarmos pistas sobre uma trajetória evolutiva de alguma civilização anterior à nossa no Sistema Solar, especificamente ao explorar o subsolo daquele planeta.
Neutralizado no espaço
Mas, por outro lado, algumas dessas espécies não poderiam estar preocupadas com nossa expansão pelo espaço exterior?
Sim, talvez algumas delas não gostem de algumas das missões que desenvolvemos. Conforme sabemos por meio de um vídeo russo, um veículo espacial desconhecido apareceu para interceptar o foguete que levava a sonda Phobos 2 para uma missão àquele satélite de Marte, em março de 1989 — note-se que o projétil usava combustível nuclear e foi neutralizado por algo no espaço. Sobre isso, acredito que afastar a humanidade da energia nuclear seja umas das metas de um programa muito mais amplo que os extraterrestres positivos desenvolvem com relação a nós. Por isso creio que o desaparecimento da sonda russa se deveu principalmente ao uso da energia nuclear no programa de exploração de Marte.
Eles estariam temerosos de que os seres humanos usem o espaço exterior para finalidades pouco éticas?
Sim, e o compromisso dos certos tipos de aliens, inclusive em outros casos de interceptação de nossos foguetes no espaço, parece se dar também para neutralizar o que podem ser tecnologias de dupla utilização no espaço, ou seja, máquinas que de exploradoras do espaço podem se converter em sistemas bélicos. Como já foi registrado, a relocação de um satélite dos Estados Unidos para uma órbita diferente da originalmente planejada sugere que certos aliens não querem que cheguemos perto das suas bases de operação e que estas sejam descobertas — eles não só neutralizaram a sonda russa Phobos 2 como também inutilizaram, nas últimas décadas, muitos sistemas de armas nucleares em todo o mundo. E ao mesmo tempo em que tais armas eram neutralizadas, militares que operavam as instalações onde estavam alojadas registravam o sobrevoo de UFOs nesses locais [Um exemplo é o coronel Robert Salas, um dos convidados do I Fórum Mundial de Contatados, a ocorrer em Florianópolis, entre 14 e 16 de junho de 2013. Veja detalhes na publicidade nesta edição e em www.contatados.com.br].
Nos últimos anos, diversos países, inclusive o Brasil, liberaram arquivos antes secretos sobre UFOs. O senhor acha que esse é um desenvolvimento natural ou pode se tratar de algo planejado para preparar a humanidade para o aludido contato final? Por que isso vem ocorrendo?
Eu estava no Brasil em maio de 1986, quando um grande número de espaçonaves sobrevoou São José dos Campos e surgiu sobre instalações militares, naquela que ficou conhecida pelos ufólogos brasileiros como Noite Oficial dos UFOs no Brasil. Hoje os documentos secretos sobre aquele episódio estão abertos à população [Veja edição UFO 160, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Como neste caso, a manifestação de naves alienígenas sobre diversas instalações nucleares e bases de mísseis dos Estados Unidos, em 1975, sobre a Argentina, em 2010, e sobre Fukushima, no Japão, em 2011, mostra um processo de crescente preocupação de nossos visitantes extraterrestres com a perspectiva de colapso da biosfera do planeta se não corrigirmos o curso de nossa escalada de industrialização e destruição maciça dos recursos da Terra.
A abertura é parte de um plano maior de revelação da realidade ufológica?
Sim, a liberação gradual de documentos antes secretos pelos governos certamente faz parte de um lento e planejado processo de divulgação dessa realidade. Infelizmente, no entanto, tais documentos são apenas a ponta de um iceberg — a verdadeira informação sobre a presença alienígena na Terra ainda é mantida como altamente confidencial, especialmente no que diz respeito aos motivos de tais indesejadas civilizações estarem operando aqui camufladamente. No entanto, governos e instituições importantes estão acompanhando a reação das pessoas e vendo como recebem as notícias da presença alienígena na Terra. Tome-se, por exemplo, a declaração do padre José Gabriel Funes, um jesuíta e astrônomo argentino que foi diretor do Observatório do Vaticano, em Roma, e que declarou: “Assim como existem diversas criaturas na Terra, poderiam também existir outros seres inteligentes criados por Deus. Isso não contradiz a nossa fé, uma vez que não podemos pôr limites à liberdade criadora de Deus”.
Avistamento em massa
Então, pensando no sentido inverso, a criação e manutenção até hoje da política de acobertamento ufológico estaria relacionada às possíveis reações da população quanto à presença alienígena no nosso planeta?
Sim. Veja que em 2010 foi anunciado amplamente que as Nações Unidas iriam fazer uma declaração oficial sobre o assunto e ainda nomeariam um “embaixador para questões extraterrestres” em seu Escritório para Assuntos do Espaço Exterior. No entanto, devido à imediata reação de várias potências quanto à declaração, autoridades da ONU retiraram a ideia e minimizaram a declaração como um mero boato sem fundamento. Outro sintoma dos fatos está em uma recente pesquisa do canal National Geographic, de 2012, que resultou em que 36% das pessoas entrevistadas, ou seja, o equivalente a 80 milhões de norte-americanos, acreditam que naves extraterrestres existem. A pesquisa também revelou que quase a metade dos entrevistados não tinha certeza e apenas uns 17% disseram não à pergunta, dizendo que UFOs não existem. Para esses 17% seria necessário um avistamento em massa acompanhado por jornalistas de todo o mundo, ou que um governo importante divulgasse documentos altamente confidenciais sobre o assunto, como os Estados Unidos ou a China — só assim se convenceriam. Entretanto, Desiree e eu acreditamos que o próximo passo virá com a divulgação da realidade da vida extraterrestre em uma série de eventos na mídia, reconhecendo desde a existência de vida microbiana em algum corpo espacial, como Marte, até, porém gradualmente, se chegar à questão ufológica. Ao final do processo se chegaria à conclusão, com conhecimento público, de que fazemos parte de um sistema mais amplo de vida no Sistema Solar.
Voltando um pouco em nossa conversa, quais seriam as intenções das civilizações que nos visitam, inclusive daquelas possivelmente nocivas?
Como há vários grupos diferentes nos visitando, eles têm intenções muito diversas entre si. Algumas poderosas espécies cósmicas nos querem ver subservientes à sua tecnologia — mesmo a ponto de que as cultuemos ou à sua prodigiosa capacidade tecnológica —, sendo que até o renomado físico americano Steven Hawking já nos advertiu contra isso [Veja edição 174, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Outras seguem o princípio da não interferência em nossa vida e costumes, como mostra a série de filmes Star Trek, de acordo com o seu idealizador, o produtor Gene Roddenberry, que conheceu e trabalhou com alguns de meus colegas.
Um dos principais problemas que os governos encaram quanto à divulgação de informações sobre nossos visitantes é que há muitos tipos de inteligências operando na Terra. Não estamos lidando com uma única espécie, mas com diversas civilizações.
É curioso como muitos cientistas têm, de uma hora para outra, começado a se manifestar quanto ao tema…
Sim, e outras coisas igualmente estranhas têm ocorrido. Como o fato de recentemente ter sido trazido à tona o caso da incrível voz que interferiu na transmissão de um noticiário da rede britânica de televisão ITN, de Londres, às 17h05 de 26 de novembro de 1977. Em alto e bom tom, a voz disse: “O tempo é curto para vivermos juntos em paz”. A declaração foi atribuída a uma inteligência integrante de uma fraternidade espacial avançada. Veja, com base em minha pesquisa, concluí que parece que uma maior ajuda à humanidade vem de seres que têm aparência semelhante à nossa — que vêm nos ajudar indiretamente através do aperfeiçoamento da nossa lógica mais elevada. De acordo com xamãs e pesquisadores com quem conversei em investigações de campo, raças como as dos reptilianos e humanoides insectoides, alguns dos quais Desiree e eu ilustramos em nossas palestras, demonstram querer principalmente nos manter sob controle.
Doutor Hurtak, mas quais seriam os interesses de avançadas civilizações aqui na Terra, um planeta tão primitivo?
Pelo que sabemos, existem seres inteligentes que querem nos manter aqui, querem nos controlar e tirar proveito do nosso DNA — pois o deles parece estar se degenerando. É claro que não vejo todas as formas de inteligências extraterrestres como negativas, mas não podemos interpretar erroneamente as suas finalidades, menosprezando seu impacto, ou baixar a guarda no nosso discernimento desses eventos. Ao mesmo tempo, temos que cessar este pensamento inferior que insinua que a nossa civilização seja incapaz de chegar à luz e de alcançar outras que existam no universo como diferentes formas de energia de vida, que eu chamo de ultraterrestres. Somos basicamente seres espirituais vivendo no plano humano, material, em meio a uma infinidade de possibilidades de vida que existem no cosmos, que Cristo já dizia ser “a casa de muitas moradas”. Nosso trabalho deveria ser o de agir pela paz no planeta e além dele, chamando forças divinas para que intervenham em situações trágicas — um bom mantra que pode ser usado diariamente para isso é “que a paz prevaleça na Terra e nos céus”.
O senhor crê que existam espécies extraterrestres em conflito entre si?
Eu acredito que há, de fato, uma séria rivalidade entre várias civilizações extraterrestres que desejam fomentar e outras que queiram desencorajar a embrionária tecnologia humana com relação à exploração do espaço exterior — algo que finalmente levaria os seres humanos a construir cidades espaciais algum dia.
Que benefícios a humanidade poderia esperar a partir do contato com raças de extraterrestres benevolentes?
Verdadeiros seres de boa índole compartilhariam conosco uma compreensão maior da raça humana, vendo-nos como uma espécie de seus “primos cósmicos”. Eles nos ajudariam a progredir no sentido de encontrarmos a tão desejada energia livre, que revolucionará o uso de recursos além do que é atualmente conhecido. Como eles também fazem viagens no hiperespaço, poderiam nos proporcionar um incentivo para que também viajássemos neste meio e, futuramente, trabalhássemos com outras formas de vida compatíveis com a nossa nas imediações da nossa galáxia. Sem a ajuda de inteligências extraterrestres positivas, só conseguiríamos viajar no espaço linear abaixo da velocidade da luz — e com viagens no hiperespaço, podemos descobrir que existem mundos muito encantadores bem além da Terra.
O conceito de multiverso
Isso envolveria o desenvolvimento de uma noção diferente do que é universo?
Sim. Estamos trabalhando atualmente com cosmólogos neste sentido, e é emocionante discutir algumas das mais recentes teorias sobre a organização do nosso universo — que pode, na verdade, ser apenas um entre algo infinitamente maior e que comporia o que alguns chamam de multiverso ou verdadeiro universo. Multiverso seriam muitos universos com as suas muitas dimensões funcionando em conjunto.
Quais outros avanços evolutivos poderíamos conquistar a partir de um contato com extraterrestres positivos?
Creio que além da energia livre e acima do hardware tecnológico extraterrestre estão os ditos “poderes noéticos” e o conhecimento da nossa realidade como integrantes de outras dimensões. Aqui o avanço dos dons espirituais e parafísicos se fundirá permitindo uma capacitação para que consigamos usar certas ferramentas importantes, como a visão e a cura a distância. Os poderes da mente e o conhecimento da nossa dimensão espiritual também aumentarão e, assim, também haverá a possibilidade de ampliarmos os dons da mente e do espírito humanos, que temos cultivado em nossa experiência terrestre.
Até onde progrediríamos no caso deste contato com tais inteligências?
Embora o encontro com extraterrestres positivos seja emocionante, existe algo ainda maior do que ele. Os mais importantes benefícios viriam do contato com formas ultraterrestres de vida, aquelas que, em vez de precisar de uma espaçonave física ou de uma realidade metálica para viajar, usam seus poderes mentais para se conectarem a outras mentes para o bem e para a cura. Eles podem se conectar ao núcleo espiritual do nosso ser, mas também podem se manifestar à nossa frente. Os ultraterrestres são formas de vida que, por terem evoluído além do plano material de existência, podem interagir tanto com os mundos materiais quanto com os não materiais através do que chamo de “ciência superior da mente”. Para os que trabalham com os ultraterrestres através da meditação, haverá uma convocação superior. Grandes intuições nas áreas da música e das artes, das ciências sociais e planetárias, e até mesmo da teologia e da cosmologia, seriam levadas a patamares mais elevados. Conforme As Chaves de Enoch nos dizem, “a alma está fadada à perfeição”.
Como diferenciar extraterrestres de origem ultraterrestres?
Há uma boa chance de que extraterrestres negativos se façam conhecer primeiro como uma estrutura de comando para o público — é claro que eles não vão dizer que são negativos ou que estão aqui para nos prejudicar. Eles nos mostrarão sua tecnologia e como usar os poderes minimalistas da mente, mas, conforme está descrito no Livro de Enoch, eles incentivarão imposições violentas de vontade própria e de brutalidade e nos manterão subservientes à sua autoridade. Também incentivarão a produção de novos instrumentos de guerra para nos manter dentro de um estado de autoilusão da nossa própria importância, enquanto isso será feito essencialmente para controlarem o planeta.
É fato que em muitas canalizações supostos comandantes de naves extraterrestres se apresentam como nossos salvadores. A partir do contato definitivo com outras espécies cósmicas haveria o risco de surgir algum tipo de religião global cultuando-as?
Sim, e o culto aos extraterrestres como uma nova religião seria um grande retrocesso. Cultuar qualquer forma de inteligência alienígena seria fatal para o avanço da nossa consciência, que precisa brotar de uma ação interior mais ampla e não de rituais de culto ou canalizações de ETs. Há grandes perigos em trabalhar com canalizações de fontes inconscientes e com pessoas que não têm capacidade de pensamento crítico. Elas abrem espaço para os fenômenos dos entrantes ou para que sejamos vítima de possessão por formas de vida interdimensionais desagradáveis, que usam o poder dentro de uma capacidade de subjugação. E essa pode ser a “última tentação” desses “deuses” menores: trabalhar com caça a corpos humanos, implantes genéticos e sacrifício da alma.
Energia superluminal
Poderia explicar melhor?
Todo tipo de inteligência — desde híbridos sub-humanos até guias angelicais — existem no universo e precisamos nos concentrar na inteligência além da que vem de fora da Terra em busca de respostas realmente mais profundas, porque os extraterrestres ainda estão no mesmo barco que nós, isso é, em um universo físico. A minha experiência com a consciência superior acima dos extraterrestres foi com dimensões de luz que descrevi no meu livro As Chaves de Enoch. Não foi canalização, mas uma jornada de dois dias em que eu fisicamente já não estava no planeta, e sim em
vários campos de energia superluminal.
Como ocorrem essas canalizações perigosas?
Em um ambiente descontraído, como em uma brincadeira, por exemplo, a canalização pode parecer divertida até que o pleno poder de dominação das entidades de consciência inferior comece a prevalecer. Quando isso acontece, uma voz assume literalmente o corpo humano e, manipulando a mente, suspende a maior parte das capacidades de pensamento crítico. A psiquê humana e o espírito são reduzidos a personalidades secundárias. No glamour do contato, a pessoa sensível em busca da descoberta de algo novo e excitante, sem as ferramentas adequadas, sofre por querer se livrar daquela situação, mas continua vivendo submetida a uma personalidade mais forte, que foi convidada ou não para ali estar.
E o que podemos fazer quanto a isso?
O trabalho importante a se fazer não é o de canalizar outras entidades, e sim, através da educação espiritual e psicológica, estar em união com os níveis mais altos do nosso verdadeiro eu superior crístico, que não exige a adoração com fé cega, nem seguidores que se sacrifiquem. Isso está detalhado em um novo livro intitulado O Despertar do Eu Superior, que a doutora Desiree e eu escrevemos e que estará disponível em português ainda neste ano. O mais importante é que precisamos pôr em prática vários níveis de decisão enquanto vivemos na escola da vida terrestre. Em minha opinião, após muitos anos de investigação, os tais deuses da Roma Antiga, que exigiam sacrifícios, ainda estão por aí em encarnações sucessivas por trás do terrorismo e das tragédias de guerra que se repetem na história — e os governos que buscam jogos de poder não conseguem se libertar de suas energias. Precisamos de emanações espirituais a partir do coração humano, que é o ponto de partida para compreendermos os mistérios das muitas dimensões de unidade divino-humana e humano-divina.
Como assim, doutor Hurtak? Poderia explicar melhor seu pensamento?
Um programa de libertação e sobrevivência no contexto das experiências de contato indica que a maior parte da humanidade não está usando o modelo interno de despertar do eu superior, que é empregar poderes parafísicos e espirituais latentes da consciência que vêm de nascença. Precisamos nos afastar de diversões irrelevantes que desperdiçam o nosso tempo de concentração, e tentar entender as manipulações dos deuses do passado, ainda ativos nos bastidores. Precisamos nos concentrar no clamor e na consciência do povo indígena e da humanidade oprimida. Precisamos também tentar nos concentrar nos poderes criadores da nossa mente e espírito, que sabem que o futuro existe em um nível mais elevado de transformação do físico e finito para o próximo estágio da evolução.
Além do livro, acompanhamos seus pensamentos desde As Chaves de Enoch, que causou surpresa na Ufologia Mundial.
Sim, este trabalho nos ensina que somos seres cósmicos e que existem chaves de conhecimento dentro de nós que funcionam como uma Pedra da Rosetta consciencial no universo. Somos seres multidimensionais com poderes de pensamento não local. Somos também uma combinação físico-espiritual de uma força de vida que prossegue com um destino divino no espaço. Basta dizer, neste momento de grande mudança planetária, que precisamos nos preparar com as lições mais elevadas de vida e de sustentabilidade humana, que estão nos levando a sermos cidadãos cósmicos com todas as capacitações de uma vida mais significativa na Terra e no espaço. Em suma, vamos responder às nossas próprias perguntas ao entrarmos agora em uma mudança de consciência com a descoberta da centelha divina. (A entrevista continua na próxima edição).