Uma das áreas mais fascinantes derivadas da parapsicologia, e com boa dose de influência espírita, é a transcomunicação instrumental (TCI), uma disciplina que ganha a cada dia mais adeptos. Seu objetivo é estabelecer e estudar o contato com “outros planos” da existência através de instrumentos, tais como computadores, gravadores e telefones. Através da TCI pode-se efetivamente contatar o “outro lado” da vida e manter diálogos com pessoas que já faleceram e que estão atualmente no que chamamos de “além”, na falta de um termo melhor. Tipicamente, portanto, a TCI busca a comunicação com os espíritos de pessoas que partiram – mas não apenas isso, como se verá nesta entrevista. E engana-se quem imagina que a técnica seja algo místico ou esotérico, pois os procedimentos empregados são rigorosamente científicos – e seus resultados, espantosos.
Mas, se a comunicação com falecidos já é algo extraordinário, a TCI surpreende ainda mais ao apresentar, de alguns anos para cá, casos de contatos estabelecidos também com seres que se presume extraterrestres. Tais contatos têm sido igualmente evidenciados através de outro fenômeno particular da disciplina, a recepção do que se convencionou chamar de transimagens, fotos ou vídeos vindos de outros planos da existência. E, curiosamente, a maior parte delas é recebida através dos mais variados equipamentos empregados e mostra justamente seres que, ao que tudo indica, têm procedência de outros planetas. Neste ponto, a TCI demonstra resultados práticos em áreas que antes pertenciam, do lado acadêmico, à exobiologia, e do lado paracientífico, à Ufologia. O esforço agora é para desenvolver métodos ainda mais apurados para manter novos contatos e estabelecer formas de comprovar a real natureza dos contactantes.
Revelações — No Brasil, uma das grandes pioneiras na prática da TCI é a pesquisadora mundialmente conhecida Sonia Rinaldi, que há 18 anos mantém um laboratório de comunicação com falecidos em sua casa e que recentemente surpreendeu a todos com a revelação de que seres extraterrestres passaram a se comunicar através dos aparelhos – o que já vem ocorrendo desde 2002. Ao longo dos anos dedicados à transcomunicação, as pesquisas e técnicas de gravação de Sonia foram evoluindo gradativamente, desde o uso de simples gravadores para contato com outros planos até um computador acoplado a um telefone. Aliás, há que se dizer que o uso da combinação de computador com telefone é, entre outras, mais uma inovação criada por Sonia, que hoje é seguida por estudiosos da área em diversos países. “Depois que descobrimos e anunciamos o método, anos atrás, colegas de todo o mundo passaram a utilizá-lo também”, diz. E não é para menos, pois até então ninguém havia pensado em usar esses instrumentos para gravar vozes paranormais, como também são chamadas.
Depois que descobrimos e anunciamos o método de comunicação, anos atrás, colegas de todo o mundo passaram a utilizá-lo também
Introduzir a novidade garantiu um significativo salto de qualidade na obtenção dos áudios, inicialmente, e depois também dos vídeos, num processo que leva, agora, ao estabelecimento de contatos com seres de outros planetas. E mais que isso, até imagens em 3D começaram a ser captadas no laboratório da pesquisadora, apontando para uma possível e inesperada origem:outras dimensões. Gravar transcontatos pelo telefone, muito antes, foi outra novidade criada por Sonia, que tem sangue de pesquisadora nata. Ela inova, cria, recria e não desiste nunca. A conseqüência natural de tanto esforço é que a transcomunicadora – como se denomina quem usa a TCI – é reconhecida mundialmente pelo significativo resultado de seu trabalho, que a levou a receber por duas vezes o prêmio Hedri de parapsicologia, outorgado pela Universidade de Berne, na Suíça, por suas atividades pioneiras na área.
Intercâmbio — Graduada em letras anglo-germânicas pela Universidade Mackenzie, Sonia possui um vasto acervo de áudios e imagens paranormais, obtidas tanto em seu laboratório como por membros da Associação Nacional de Transcomunicadores (ANT), entidade que fundou em 1990 e que possui hoje cerca de 2.000 membros. Ela mantém ainda intercâmbio com pesquisadores de vários países e é uma das diretoras da Sci-Eye, organização do gênero com sede nos Estados Unidos. Desde setembro de 2005, Sonia passou também a integrar a diretoria da International Scientific Association for Research into Transcendental Objective Phenomena [Associação Científica Internacional para Pesquisa de Fenômenos Transcendentais Objetivos, Isartop], com sede na Itália. É autora de diversos livros sobre o tema, entre eles Contatos Interdimensionais [Editora Pensamento, 2000], Espírito: O Desafio da Comprovação [Editora Elevação, 2002] e o mais recente Gravando Vozes do Além [Edição particular, 2005], em que dedica um capítulo para descrever passo a passo a metodologia empregada para gravar vozes paranormais.
Embora a TCI seja questionada por muita gente, sob a alegação de que ainda não há comprovação científica das comunicações e de sua origem extraordinária, seus resultados estão aí para quem quiser ver. Em geral, no Brasil, as críticas provêm do meio acadêmico e são feitas por quem está desatualizado sobre os notáveis avanços na área – em especial os que Sonia tem feito. E apesar de já haver rejeição ao tema quando ele se restringe “apenas” aos contatos com falecidos, corajosamente a pesquisadora aceitou conceder entrevista à Revista UFO, sabendo que poderia vir a ser ainda mais criticada agora, por apresentar suas conclusões de que as comunicações vão muito além, partindo também de seres extraterrestres. “Também me surpreendi com estes novos contatos, mas com a paciente documentação em áudio e vídeo das manifestações, fui me convencendo de que abrimos a porta para seres que estavam aí aguardando. E eles a utilizam regularmente”, afirma. Para quem ainda duvida da técnica empregada pela transcomunicação, é importante dizer que Sonia Rinaldi tem pelo menos dois casos de identificação de falecidos – através da comparação de voz da pessoa quando viva e, depois, morta – autenticados pela prestigiada Universidade de São Paulo (USP). Mais recentemente, seus colegas italianos Paolo Presi e Daniele Gullá reconheceram um dos casos através de laudo técnico de análise, com 52 páginas, com uso de metodologia aceita internacionalmente.
Manifestações — Além disso, a equipe de Sonia chegou a estudar vozes paranormais em conjunto com cientistas franceses e italianos, e o Brasil já detém o maior acervo do gênero, com mais de 600 gravações. O objetivo final de tanto trabalho é a comprovação do fenômeno com bases científicas e o estudo estatístico destas manifestações através dos instrumentos. Apesar de ainda ser cedo para conclusões definitivas, o empenho já está a meio caminho andado. Acompanhando as espantosas ocorrências verificadas no laboratório de Sonia, em São Paulo, vemos que, além de mostrar a sobrevivência da consciência após a morte do corpo físico, a TCI nos oferece a oportunidade do contato com extraterrestres, uma realidade inquestionável e uma demonstração de que eles estão mais presentes em nosso planeta do que imaginamos. Vamos à entrevista:
Sonia, por que você se interessou pela TCI e como foi o início de suas pesquisas? Sempre tive uma característica pessoal bem definida com relação ao que posso acreditar ou não. Tanto que, com 18 anos, comecei a freqüentar um centro espírita. Mas não tinha como ter certeza de que tudo aquilo que lá acontecia era real. Por isso, procurei o doutor Hernani Guimarães Andrade, do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP), e aí comecei a perceber que era possível, sim, investigar os fenômenos espíritas através de testes, comparações etc. Decidi então seguir firme por essa linha racional de pesquisa, que tinha tudo a ver comigo, como até hoje tem. E foi no próprio IBPP que iniciamos nossas primeiras gravações, mais errando do que acertando. De qualquer maneira, fomos em frente e hoje estamos cada dia mais perto das imagens paranormais materializadas, de comprovações matemáticas cada vez mais inegáveis etc. Foram 18 anos de evolução constante. Valeu não desanimar no começo.
Você é reconhecidamente uma veterana no Brasil e no mundo em TCI. Mas houve algum momento em que pensou estar enganada ou perdendo seu tempo, ou que o que estava fazendo não tinha valor científico? Desses 18 anos de pesquisa, os três primeiros correspondem à fase de reinventar a roda, ou seja, não existia nenhuma literatura no Brasil que orientasse como gravar as vozes paranormais, de forma que tivemos que criar nosso próprio caminho, nosso procedimento dentro do IBPP. Nessa fase, os resultados, ainda com experiências com gravadores, eram difíceis e de má qualidade, além de limitados. Na época, ainda não me ocorria a possibilidade de enveredar pela área científica, fato que só veio a acontecer quando, em 1995, procurei acadêmicos na Universidade de São Paulo (USP). A partir daí, sim, a direção de minhas investigações mudou. Passei a ter mais rigor no controle e na forma de gravar as vozes e passei a direcionar todo o trabalho para os céticos. Isso foi ótimo, pois tenho a marca disso até hoje. Como todo o tempo eu ouvia respostas positivas, sabia que o trabalho era importante e não pensava em desistir.
Você é espírita? Não gosto de assumir nenhum partido religioso. Sobretudo porque quem faz pesquisa precisa ser isento. No entanto, nossas investigações apontam para a comprovação das propostas espíritas, só que as tratamos sem qualquer ranço religioso.
Imagino que você tenha sofrido – e ainda sofra – muitas limitações para desenvolver seu trabalho. Sim. Sempre houve um complicador, e ele é justamente o aspecto financeiro da pesquisa, pois não envolvo dinheiro com transcomunicação nem cobro nada para atender às pessoas, sempre dando preferência a pais que perderam filhos. E olhe que fiz mais de 350 “telefonemas” [Comunicações com o “outro lado” através de telefones] colocando em contato centenas de mães desesperadas e seus filhos falecidos! Mas, vez ou outra, no final do mês, chegava a me criticar por fazer isso, pois achava que, enquanto cada um cuida da sua vida, eu ficava cuidando da dos outros, ajudando os outros. E assim ficava difícil sobrar algum recurso no mês até para investir em novos aparelhos para o meu trabalho. De vez em quando isso até me chateava, a ponto de pensar que eu deveria parar de ajudar as pessoas e pensar na minha vida.
E o que a fez continuar fazendo hoje exatamente aquilo que você criticava em si mesma, antes? Bem, todas as vezes que pensava nisso, a responsabilidade que sentia ter pelas pessoas falava mais alto e, no dia seguinte, lá estava eu atendendo mais gente, gravando de novo e confiando no futuro. Mas se for avaliar a situação, verei que nesses 18 anos nada me faltou. Tenho uma vida confortável, moro numa bela casa própria etc. Ou seja, a espiritualidade parece me dar condições para que meu dia-a-dia seja preservado. Só não sobra para investir maciçamente na pesquisa, mas quem sabe uma hora dessas uma porta se abre. Fora esse aspecto prosaico do cotidiano, nunca pensei em parar de fazer TCI. Só parei efetivamente, por cerca de um ano,quando meu marido Fernando adoeceu. Desde que soubemos que ele estava com câncer, e até sua partida, gravei vozes apenas para nós, pedindo apoio e força a quem me escutasse.Passada essa tempestade, que foi a pior fase de minha vida, estou voltando com a corda toda, e eles – que chamo de “os emissores do outro lado” – mais ainda, haja vista os avanços recentes tanto na obtenção de áudios como de imagens.
Se a gente dá aos emissores um foco de luz, eles o transformam em imagens e podemos vê-las simultaneamente na tela do computador conectado ao sistema. Tudo em tempo real, na hora, sem qualquer edição. Então, seja lá quem estiver fazendo tal proeza, não pode ser humano e só pode, por definição, ser extraterrestre
Você demonstra ter certeza de que a TCI é um meio válido de comunicação entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Você crê que a TCI irá se popularizar algum dia de forma a se transformar num instrumento ao alcance de todos? O doutor Hernani costumava se fascinar tanto com a transcomunicação instrumental, que dizia que um dia os contatos feitos através dela seriam tão corriqueiros quanto pegar o telefone e falar com um parente que viajou para o exterior, por exemplo. Passados muitos, confesso que vejo tal possibilidade com muita cautela. O problema não é absolutamente técnico, nem depende da vontade dos que estão “do lado de lá” em falar com os daqui, e menos ainda da popularização do assunto. O que percebo é que há um imenso despreparo por parte das pessoas para entender a real importância destas manifestações. Há pouco tempo estive num programa de TV e, nos dias que se seguiram, recebi cerca de 700 e-mails perguntando ou informando coisas sobre meu trabalho, sendo que 99% deles eram de pessoas que queriam saber de um tio falecido, um vizinho morto, um bisavô, etc. Um dos remetentes chegou a pedir notícias do Dinho, do Mamonas Assassinas [Grupo musical jovem que se envolveu num acidente aéreo trágico para todos os seus integrantes, em 1996]. Ora, basta isso para se notar que a grandiosidade da comprovação da vida depois da morte passa despercebida para a maioria das pessoas.
A que você atribui este desinteresse das pessoas por algo tão importante? Veja, o ser humano ainda é eminentemente egoísta, como uma criança que nem começou a trilhar o ensino fundamental. Acho que, para alcançar a maturidade e a responsabilidade de fazer parte de uma “ponte” para o outro lado, há que se estar já perto daquilo que eu chamo de “universidade da vida”. E você sabe por quê? Porque assim você abre canais que te ligam a planos onde, como aqui, tem de tudo. Tem de tudo bom e de tudo ruim. Mas este elo se fará a partir da sintonia, e assim sendo, no atual estágio moral da humanidade, logo se imagina que o processo vai ser demorado. Além disso, uma possível disseminação do fenômeno constatado pela TCI, em grande escala, representaria uma implosão nas crenças religiosas vigentes e a derrocada de muito psiquismo. Disso, conclui-se que a lentidão parece ser necessária.
A Ufologia é uma disciplina muito semelhante à transcomunicação, pois também é embrionária, está em desenvolvimento e busca por mais esclarecimentos sobre a existência de outras formas de vida. Como você enxerga essa comparação? Hoje vejo que essa separação só existe por criação humana. Aliás, no caso da Ufologia, me parece muito engraçado nós, humanos, pensarmos e tentarmos definir como “eles”, os extraterrestres, se comunicariam com a gente, a ponto de estabelecermos até, como maior probabilidade, que seria por ondas de rádio. Assim pensam os cientistas que buscam tal comunicação com eles através de radiotelescópios. Ora, isso é coisa da nossa ciência, mas será que é da ciência deles também? Veja, se considerarmos a hipótese de que tais seres sejam super evoluídos e capazes de chegarem até nós, será que usariam ondas de rádio para se comunicar? Será que criaturas inteligentes, que constroem naves e usam combustíveis impensáveis para nós, precisariam realmente de ondas de rádio? Por que não outro tipo de comunicação? Quando alguém propôs que seria assim, tais conceitos acabaram sendo aceitos e tornaram-se definitivos. Por isso, milhares de pessoas há anos cooperam nessa empreitada criada pela mente humana, só que,?até agora, nada aconteceu. Nenhum resultado. É bem verdade que é difícil supor coisas sobre o que nos é desconhecido – o que dirá então sobre a forma como o que nos é desconhecido se comunicaria.
Para você, Ufologia e transcomunicação têm uma relação. O que pode nos dizer sobre os seres que têm se comunicado com você? O que sabemos sobre os emissores que nos contatam hoje é que são feitos de luz, literalmente. Esta foi a explicação dada a mim numa das comunicações efetuadas com eles, pelo próprio responsável por aquilo que denomino de “estação transmissora”, que fica do outro lado. Este tal responsável ainda acrescentou claramente: “Seres de luz não quer dizer seres iluminados. Quero dizer que são feitos de luz mesmo. Com a luz eles cortam, com a luz eles regeneram e com a luz eles se comunicam…” Assim, imaginando que entidades compostas de forma tão inesperada, que não tenham feito sua evolução na Terra e só possam ser, por definição,extraterrestres,de que outra forma se comunicariam, senão através da luz.
Alguns estudiosos de outras áreas concordam que a luz seria o veículo, digamos assim, mais apropriado para uma eventual comunicação entre eles e nós. Você já tem isso definido através da TCI? Sim, a comunicação através da luz é exatamente o que eles vêm fazendo. Pode ser que outros seres, algum dia, transmitam suas mensagens através de ondas de rádio, por que não? No entanto, ofenômeno que registro no dia-a-dia em meu laboratório está aí para comprovar outra realidade, ou seja, a manipulação da luz em tempo real. Se a gente dá a eles um foco de luz, eles o transformam em imagens e podemos vê-las simultaneamente na tela do computador conectado ao sistema. Tudo em tempo real, na hora, sem qualquer edição. Então, seja lá quem estiver fazendo tal proeza, não pode ser humano – como o fenômeno também não pode ser sugestão ou ilusão, ou mesmo uma interferência de alguma coisa, pois há o registro e a documentação do fato.Os vídeosque fazemos nessas experiências estão gravados com alta qualidade e boa definição. Nós não falamos de nada nebuloso ou impreciso. E afirmo, com certeza, que nenhum ser humano produziria imagens com animação em tempo real a partir de um feixe de luz. Por outro lado, isto certamente não é o que os praticantes da Ufologia esperavam, como um contato físico com ETs presentes.
Bem, talvez a Ufologia não esteja preparada para admitir que as respostas para suas indagações decanas viessem não dela própria, mas de uma outra disciplina, como a transcomunicação. Pode ser. E há duas alternativas para se lidar com a questão. A primeira é admitir que os ufólogos estão pensando com cabeça de seres humanos sobre como seres totalmente diversos de nós se comunicariam. E a segunda é ignorar tudo isto que documentamos e continuar aguardando um contato alienígena através de ondas de rádio ou fisicamente.
Você algum dia cogitou estudar o Fenômeno UFO? Tenho que confessar que nunca me interessei por Ufologia, justamente pela dificuldade de se obter comprovação material dos fatos. No entanto, há cerca de quatro anos, coisas inusitadas começaram a ocorrer à minha revelia, dentro do meu estudo da TCI. Tudo começou com a orientação, feita através de uma mensagem apenas de áudio, de que os “comunicantes” desejavam gravar imagens também, com a proposta de enviarem áudio e imagens dos falecidos simultaneamente. Providenciei o equipamento necessário e iniciei os primeiros testes.
Você seguiu as orientações que lhe foram dadas? Sim, e dentre as várias imagens que começaram a surgir através daquela aparelhagem nova, era constante a de uma figura com feições humanas, porém com cabeça desproporcionalmente grande em relação aos padrões humanos. Sem cogitar nada, passei a me referir à esta imagem com um apelido, Cabeção. Achava até interessante quando o Cabeção aparecia e sequer imaginava o que ele representava. Mas, numa oportunidade, em que estava gravando em áudio, perguntei aleatoriamente a ele: “O Cabeção sabe falar?” Instantes depois levei o maior susto de minha vida ao receber de volta, numa voz suave e pausada, uma resposta que jamais esperaria. Como que me corrigindo por chamá-lo de Cabeção, a voz disse: “O… meu… nome… é… Narisha…” Assim, palavra por palavra, e quem está familiarizado com o processo de gravação feito através da transcomunicação sabe como é. Ora, pela primeira vez me dei conta de que aquele se tratava de um ser não-humano. Confesso que me apavorei, talvez por influência idiota de Hollywood, que nos faz pensar que seres diferentes queiram invadir e dominar o planeta. Mas o efeito do susto passou logo e, de lá para cá, começamos a trabalhar em conjunto. Os três grupos passaram a se entender melhor: o dos falecidos, o dos extraterrestres e nós, aqui na Terra.
E como você pôde ter certeza de que esses emissores não eram apenas falecidos, ou seja, humanos, em vez de seres extraterrestres? Pelas incomuns habilidades e capacidades que eles demonstram nas comunicações. Estes seres produzem diversos fenômenos, cerca de uns 10 tipos diferentes. Quase todos parecem resultar de modulação fotônica. Em outras palavras, eles dominam a criação a partir de raios luminosos e são capazes de alterar as freqüências em diferentes comprimentos de ondas, criando imagens coloridas e em movimento a partir de literalmente nada. Nossa ciência ainda está muito distante de imaginar tal possibilidade e o manuseio da luz ainda é impensável para nosso atual estágio evolutivo. E os emissores ainda fazem mais que isso, como, por exemplo, testes com materialização de imagens e aparição de falecidos etc. Com um detalhe, como já enfatizei antes: tudo ocorre em tempo real, a gente vai assistindo ao vivo eles criarem as imagens do nada. Em meu laboratório, enquanto gravo as imagens, posso vê-las simultaneamente na tela do computador.
Que exemplos você daria para mostrar o trabalho desses emissores através da transcomunicação instrumental? Posso mostrar um caso muito recente, ocorrido em abril passado, quando recebi a visita de um casal de amigos em casa, Oscar e Rosangela Petersen. Eles perderam o filho Otávio aos 19 anos, em um acidente de caiaque. O jovem vinha descendo uma cachoeira em Rio dos Cedros quando aconteceu a tragédia, sendo encontrado já sem vida rio abaixo, embora sem qualquer arranhão. Oscar e Rosangela já fizeram alguns telefonemas bem-sucedidos ao filho através de minha estação, e Otávio já havia aparecido em um vídeo há cerca de três anos. Desta vez, com o casal presente no laboratório, e em meio a muita descontração, tivemos diversos fenômenos interessantes. Dentre eles, houve a aparição do rapaz em novas imagens, além da criação de figuras sobre diferentes recursos técnicos. Segundo nos informam os amigos comunicantes, a emissão de imagens está sob controle do grupo que não é o dos falecidos – estes são responsáveis pela coordenação da estação transmissora de áudios, não de vídeos. É o grupo dos extraterrestres que se encarrega da transmissão dos vídeos, mas é com a união de ambos que as gravações alcançaram o nível de clareza e qualidade que temos hoje.
Tudo isto surpreende a gente. Surpreende os leigos em Ufologia, porque a realidade de outras existências é um assombro por si. Surpreende também os que já estão no meio, porque esperavam que seria um ufólogo com uma câmera na mão, algum dia, que iria filmar a descida de uma nave e seus tripulantes, igualzinho no filme Contatos Imediatos do Terceiro Grau
Esta sua forma de tratar o contato com o outro lado como um “telefonema”, como também é em algumas obras espíritas, é bem interessante. Você poderia explicar um pouco mais como se dá? Veja, o uso do aparelho telefônico atende a alguns objetivos específicos, dentre eles a possibilidade de auxiliar pais que perderam filhos e residem longe de São Paulo – além de o cabo longo poder servir de antena. Mas gravo normalmente as mensagens que vêm do outro lado, tanto com telefone quanto com microfone. O resultado, em ambos os casos, é muito positivo, mas é importante dizer que o telefone é usado como aparelho e não como linha. Ou seja, não é através da linha telefônica que a comunicação surge, mas do aparelho em si. No dia em que Oscar e Rosangela estiveram em minha casa, gravamos conversas não apenas com Otávio, cuja voz foi reconhecida pelos pais e outros familiares, mas também com o senhor Narisha. Para que o leitor da UFO tenha uma idéia do que ocorreu, transcrevi alguns áudios daquele dia. Por esta pequena amostra, percebe-se que é evidente a aproximação de diferentes planos e seres.
De que outras formas os extraterrestres interagem com você nas pesquisas? Posso mostrar inúmeros exemplos de suas atividades através das imagens obtidas, pois essa é a especialidade deles. Uma delas, bem interessante, é a própria figura do senhor Narisha, o Cabeção, que aparece identicamente em dezenas de vídeos diferentes. Isso garante que não seja mera casualidade. Também apresento mais um caso de aparição de falecido, o da jovem Natália, de 19 anos, que partiu no desabamento de uma danceteria em Guarulhos, no ano passado. Tínhamos diante da câmera a mãe dela, Márcia, de cerca de 40 anos. Sua imagem se transformou na da filha. Também temos registrado com regularidade a modulação de imagens feitas pelos emissários sobre tecidos. Funciona de maneira simples: uma pessoa segura um pano, de preferência brilhante, e figuras vão sendo formadas e alternadas nele, sobretudo com feições de extraterrestres. Por fim, verificamos que os emissores também atuam com o chuvisco de aparelhos de TV fora de sintonia, formando figuras muito interessantes.
O falecimento de seu marido, em fevereiro de 2005, causou-lhe um grande trauma. A transcomunicação instrumental a ajudou a aliviar sua dor? Sim, tive notícias do Fernando através da TCI com apenas sete dias de sua partida. Senti um grande alívio, o que me incentivou a retomar os trabalhos tão logo me recuperei. Quando seu falecimento completou um ano, recebi uma imagem muito significativa dele. Diante da câmera, desta vez estava meu cunhado Alvino, que não tem barba. Repentinamente, surgiu barba nele e foram se formando em sua face os traços do Fernando, quando vivo.
Sonia, você tem uma grande preocupação, que a tem conduzido no auxílio a muitas pessoas que sofrem pela perda de alguém… Sim, acho que a transcomunicação permite duas abordagens. Uma delas é o lado caritativo, do apoio a quem perdeu alguém. A outra é a utilização de seus resultados para pesquisa científica. Já tive a oportunidade de auxiliar centenas de pais que perderam filhos, pois penso que essa seja a pior dor que alguém pode sofrer na vida. Centenas de telefonemas foram feitos de meu laboratório para o outro lado, com um índice de reconhecimento de voz positivo em 83% dos casos. Ou seja, um índice altíssimo. Por outro lado, temos uma equipe científica [Coordenada pelo físico Cláudio Brasil, autor da entrevista], que vem há anos pesquisando as vozes paranormais. Penso que a equipe detém o conhecimento mais amplo do mundo acerca das características dessas vozes paranormais que gravamos.
Você acredita que um dia poderemos comprovar cientificamente a realidade da vida depois da morte? Com o trabalho de pessoas dedicadas à TCI e com o apoio de seres do nível do senhor Narisha, acho que, se não nós, alguém vai chegar lá. Além de nossa equipe brasileira, faço parte de um grupo de pesquisadores internacionais, e um caso que estudamos – o da voz de uma jovem falecida chamada Edna – foi comprovado e autenticado na Itália como sendo de origem paranormal. A voz era a mesma de quando a jovem era viva. Ou seja, nossos colegas italianos compararam a voz de Edna gravada num contato paranormal que estabelecemos em laboratório com outra gravação que sua mãe nos cedeu, da filha quando viva, deixada numa secretaria eletrônica. O índice de semelhança entre ambas foi de 99%. Para efeito deste tipo de comparação, ficou comprovado que se tratava da mesma voz.
Qual será seu próximo passo neste processo de comunicação com extraterrestres? É difícil dizer. Acho que os emissores estão muito cautelosos e não acredito em nenhuma súbita expansão. O que tenho certeza é de que nossa pesquisa prosseguirá e sua evolução ocorre, pasme, a cada nova gravação. Quero ceder à Revista UFO um vídeo, gravado ainda nestes dias, que mostra coisas muito interessantes. O que tem de importante nele, para quem é capaz de enxergar, é que em uma seqüência de imagens se repetem figuras que apresentam as mesmas feições de ETs já transmitidas em diversas ocasiões, com diferentes recursos técnicos e diversas pessoas presentes no laboratório . Portanto, fica evidente que se trata de um processo intencional, inteligente e muito claro. A forma típica da cabeça do ser, como descrita por aqueles que tiveram contatos com ETs, está ali, exatamente como mostramos do início de nossas gravações.
Como se deu esta nova gravação? Fizemos a captação da imagem usando equipamentos altamente sofisticados, se comparados aos que usamos em épocas passadas – mas com o mesmo resultado. Eu tinha uma amiga diante da câmera, segurando um papel laminado. Os emissores, valendo-se dos raios luminosos emitidos pelos aparelhos que formam o conjunto de gravação, utilizaram o fundo atrás da moça e o papel em sua mão para compor uma figura única, expressiva, com animação e em tempo real. Ora, temos que admitir que isso é simplesmente à prova de fraudes. Como alguém, empregando qualquer metodologia científica atual e olhando para um papel laminado, poderia criar ao vivo imagens sem sequer tocá-lo? Penso que coisas simples como esta têm que nos levar a considerar a amplitude da ciência que nossos emissores alcançaram. Não sei o que vai ocorrer no futuro quanto a estes contatos, mas em meu laboratório, pode ter certeza, estaremos prosseguindo os experimentos.
Por que tais seres estariam utilizando a transcomunicação para manter contato através de seus equipamentos? Os emissores demonstram conhecer nossa cultura e civilização em detalhes, coisa difícil de explicar numa entrevista.Portanto, creio, devem saber o quanto o ser humano está despreparado para somar às suas crenças pessoais o tópico da existência de vida em outras dimensões. Por outro lado, ultimamente, é tão freqüente sua aparição em vídeos que fica transparente que não se escondem mais de nós – ao contrário, querem ser vistos! Com que finalidade, não sei. Mas estou certa de que fazem isso propositalmente. Talvez tenham concluído que o ser humano está apto a tomar esse susto, ainda que leve séculos para assimilá-lo, e fazer com que a certeza de vida em outras dimensões seja incluída no dia-a-dia na Terra. Quando Allan Kardec compilou o que viria a ser a Doutrina Espírita, muitos segmentos da humanidade também levaram um susto. Ninguém estava preparado para cogitar que morto falava. Mas depois, ao longo de um século em meio desta constatação, o assunto já foi amenizado. Quem sabe não ocorra algo semelhante daqui para frente?
Faz sentido, mas isto que você relata é um tanto assustador, não acha? Claro que tudo isto surpreende a gente. Surpreende os leigos em Ufologia, porque a realidade de outras existências é um assombro por si. Surpreende também os que já estão no meio, porque esperavam que seria um ufólogo com uma câmera na mão, algum dia, que iria filmar a descida de uma nave e seus tripulantes, igualzinho no filme Contatos Imediatos do Terceiro Grau [1977]. O que ninguém cogita é que a linguagem dos emissores pode ser específica e que seriam eles a escolher o meio que preferem para fazer contato, como usando a luz como veículo. Verificamos, através de experimentos com bases científicas, que são os próprios emissores que autenticam a veracidade das transmissões, pois ainda não alcançamos conhecimento científico para tal. Outros tipos de contatos com ETs, como filmagem de naves, por exemplo, têm um forte componente de fraude. Mas no caso da TCI, não. As técnicas empregadas e os resultados obtidos não permitem a falsificação.
Você acredita que os emissores alienígenas têm corpo físico também, ou são exclusivamente imateriais? Isto eu não sei. Mas sei que possuem formas – pelo menos, transmitem imagens com formas para mostrar como são. Temos dois casos de contatos recentes que abordam tal situação. Num deles, o editor da Revista UFO, estando em meu laboratório, gravou algumas perguntas ao senhor Narisha, e uma delas era: “O senhor pode aparecer em forma física para nós?” A resposta que ele recebeu, naquela vozinha delicada e pausada do emissor, foi: “Eu… não… posso” Veja, não sei se estou deduzindo corretamente, porém entendi que ele não tem corpo material. Outra questão recente ocorreu quando o casal Oscar e Rosangela Petersen esteve em minha casa. Num experimento, ele comentou com o senhor Narisha algo como “nós pudemos ver o senhor”, fazendo referência ao fato de que pouco antes seus traços haviam sido modulados em fios, com sua esposa diante da câmera. E a voz típica de Narisha respondeu: “Viram figuras”. Ou seja, é consciente por parte dos emissores que o que nos têm enviado são desenhos e formas delineadas para mostrar como são. Talvez porque não tenham como se materializar em nosso espaço.
Você tem alguma idéia sobre quais seriam seus mundos de origem ou alguma indicação para uma eventual comparação com casos documentados pela Ufologia? Logo que comecei a gravar áudios e imagens com esses contactantes, meu amigo Milton Bonfante, que estava aqui no laboratório, perguntou para um deles: “Quem é o senhor?” A resposta foi: “Sou dos tempos de Enoch e vim para ajudar, até [Surgir] um novo dia para a Terra”. Confesso que, até então, nunca tinha ouvido falar em Enoch. Depois desse contato, fomos pesquisar e identificamos o período a que a voz se referiu. Daí concluímos que não nos parece que sejam seres que habitam outros planetas, e que nos contatam com a preocupação de trazer novos conhecimentos para nossa humanidade – mas, sobretudo, para nos alertar quanto à sobrevivência da consciência após a morte. Por isso trabalham em parceria com falecidos. E por tabela, informam que não apenas há vida após a morte, mas também que a escalada da evolução humana prossegue em outros níveis e mundos. Para que essas informações cheguem até nossa espécie, os seres estabeleceram, por hora, a luz como meio de comunicação. Mas, se podem fazer isso, se têm ciência para isso, o que mais podem fazer? Imagino que, para eles, realizar uma cura ou uma mudança no DNA de uma pessoa seja coisa infantil.E os contatos que estamos fazendo deixam claro que ainda há muita coisa por vir.
Ou seja, a intenção dos emissores é positiva para nós? Creio que sim, pois através deles temos levado ajuda a muita gente. A qualidade dos áudios hoje é tal que o reconhecimento e identificação das vozes dos falecidos é notável, e sua manifestação tem levado consolo a muitas pessoas. Seres que têm a preocupação de ajudar só podem ser positivos. Com a TCI, pude constatar a confluência de três segmentos interessados nesse intercâmbio. O primeiro somos nós, humanos, porque ele proporciona provas concretas da sobrevivência após a morte, o que é um conforto para os que sofrem. O segundo são os falecidos, que, por sua vez, querem se fazer presentes e apoiar os que aqui ficaram – e apoiar o plano de estabelecer tais verdades como definitivas, para elevar a Terra a um novo estágio moral. Por fim, em terceiro lugar, estão os próprios emissores, que, aparentemente, cumprem a missão de ajudar o planeta a sair de sua débil infância e ingressar na adolescência evolutiva. Tudo se encaixa.
Sonia, uma pergunta crucial: você está preparada para o impacto que suas revelações aqui venham causar na Ufologia e fora dela? Veja, eu não pertenço ao meio ufológico e estou apenas relatando o que tenho registrado. Nem mais, nem menos. Não vejo como isso possa ser tão impactante, exceto pelo fato de que não era isso que, creio, os ufólogos esperavam como início de um intercâmbio inteligente e consciente com seres de outros planos dimensionais. Porém, o que posso fazer? Os fenômenos ocorrem e estou comunicando sua existência. Se isso desagradar a alguém, o que pode mudar? Minha pesquisa prosseguirá de todas as maneiras, pois atendo aos emissores do lado de lá, não os do lado de cá, da Terra. E enquanto eles quiserem continuar com as transmissões, será uma honra auxiliá-los. Sem a participação efetiva desses seres, as transmissões da TCI ficariam estacionadas nos áudios, e de má qualidade. Muitos podem achar que a transcomunicação não tem nada a ver com Ufologia, mas que os emissores não são daqui e estão além do conhecimento humano, isso estão. Assim, se isso não os caracterizar como extraterrestres, não sei o que mais seriam…
Que mensagem você daria aos leitores que despertarem agora seu interesse pela TCI e tentarem fazer contatos com o outro lado? Meu sétimo livro, Gravando Vozes do Além, surgiu exatamente para isso. Ele vem com um CD que contém 62 casos de gravação para o leitor examinar, incluindo várias do meu marido Fernando. Eu o escrevi diante do fato de tanta gente querer contactar o outro lado, e nele dediquei um capítulo exclusivamente para ensinar os leitores como registrar as vozes. Eu explico todos os recursos necessários para tanto, o que funciona e o que não funciona. Tenho visto muita gente se surpreender ao tentar gravar sem grandes pretensões e logo obter bons resultados, seguindo as instruções dadas. Quero dizer ainda aos leitores de UFO que estou à disposição dos iniciantes que queiram compartilhar essa incrível jornada rumo a outros planos dimensionais, literalmente.