O presente artigo e as reflexões que ele contém com certeza vão incomodar muitas pessoas — talvez fosse mais sensato não escrevê-lo. Porém, é necessária uma reflexão mais vigorosa do que temos visto até aqui sobre alguns segredos que envolvem a organização religiosa mais poderosa do planeta, a Igreja Católica. Na verdade, qualquer instituição religiosa de peso deveria ser analisada quanto ao que oculta de seus rebanhos, mas vamos agora nos atentar à Católica, pois ela teve muitos membros interessados em Ufologia em todo o mundo. Como foi na Argentina o jesuíta Segundo Benito Reyna, que era grande apaixonado pelo tema, e na Espanha o Padre Puig, que disseminou o assunto entre os fiéis, entre tantos outros. Mas o que eles concluíram? Parece-nos surpreendente que sejam exatamente os jesuítas — os chamados aristocratas do conhecimento — os que mais tenham interesse na questão ufológica.
Ainda que haja muitos membros da Santa Sé interessados pelos UFOs, podemos ver o desgosto que a simples menção da sigla provoca em muitas das frentes católicas, como por exemplo os carismáticos. Uma igreja que apoia a realização de pesquisas entre seus alunos, ao mesmo tempo em que avalia o impacto das múltiplas crenças da nova era sobre seu rebanho, insere a Ufologia entre elas, esperando agrupar tudo como faz a mídia, que não aprendeu a separar o joio do trigo. Uma religião que se mostra escandalizada com as suposições de que Jesus fora um extraterrestre, que Ezequiel tivesse visto em uma nave espacial etc. Uma instituição que se refira com despeito sobre a necessidade de retornar à Mãe Igreja diante do crescimento do pensamento mágico, como se seus rituais dominicais e seus livros de catecismo tivessem base científica e fossem repletos de ideias lógicas, empíricas e objetivamente comprováveis. Uma igreja que está ocultando alguma coisa. Mas o que seria?
Aos pés da Virgem
Suspeita-se que exista um Cristianismo esotérico e que ele seja o reservatório devidamente codificado de evidências de uma ciência deixada por seres extraterrestres, alguns deles não físicos — e aqui deixamos para o leitor decidir se seriam de natureza energética ou espiritual —, que entraram em contato com os seres humanos em diferentes épocas, provocando saltos na evolução de nossa espécie. Saltos estes relacionados a seus próprios interesses e benefícios, ciclicamente estimulados ou impedidos por sociedades humanas com interesses parecidos, como em um grande jogo de xadrez cósmico. Essa ciência antiga se expressa com uma metalinguagem simbólica, ou seja, não esperamos encontrar, por mais bonito que fosse, um baú sob um rádio transmissor estelar onde, em discos de material ultraterreno, nossos irmãos dos cosmos tenham deixado a enciclopédia virtual de seus conhecimentos. Afinal, o baú e o rádio poderiam ser destruídos por algum cataclismo natural ou artificial e teríamos que dar adeus à tal herança interplanetária. Nada melhor do que deixar a informação à vista nos monumentos, nas culturas, nos costumes, nas crenças. Quem tem olhos que veja.
Um dos símbolos que mais chamam a atenção é a representação, várias delas de fato, da Virgem Maria na iconografia católica — independentemente da roupagem e da oração, assim como da descrição que lhe é atribuída, é comum que a encontremos com um semicírculo de doze estrelas acima da cabeça e em pé sobre uma lua. Ou uma meia-lua, o que é o mesmo. Por quê? Foi somente a fértil imaginação de um artista medieval ou alguém que quis nos transmitir alguma instrução nesse desenho? A Virgem pisa em uma lua assim como em outras imagens pisa em uma serpente, em um claro exemplo de dominação. Bem, a serpente é o mal e entende-se que a Virgem o domine, mas e a lua? A lua é o símbolo dos matriarcados da remota Antiguidade, dos cultos à fertilidade das virgens vestais e das sibilas, as profetisas de Apolo. Também é o símbolo da dominação do homem pela mulher, algo sustentado pelas modernas pesquisas arqueológicas.
Na cidade mais antiga até agora descoberta, Catal Hüyuk, na Anatólia, a sociedade estava nas mãos das mulheres — elas governavam, falavam com os deuses, mandavam no lar. Observe o leitor que o Catolicismo é, ao contrário, uma religião fortemente machista, onde a mulher não deve evoluir. Até a Idade Média, questionava-se dentro da Igreja se a mulher tinha alma, que é o mesmo que perguntar se ela é um ser humano. Sua submissão bíblica ao homem e a falta do brilho feminino na sociedade faz do Cristianismo uma religião solar. Atrás do símbolo da Virgem pode se esconder outra coisa. Como um ser extraterrestre, uma fonte de inteligência superior à do nosso planeta, que usa esse disfarce para adaptar-se ao marco cultural dentro do qual espera manifestar-se e se fazer compreender. O fato de uma camponesa ter certeza de que a “virgem lhe falou”, como afirma a campesina de Fátima, nada demonstra. A percepção sempre deforma a realidade e nada nos impede de supor que essa inteligência superior se apresente como deseje. Acreditar que ela seja o que diz ser é no mínimo ingenuidade.
Maria e a Constelação de Virgem
Mas por que a Virgem só aparece para quem já acredita nela, pessoas que às vezes nem são tão espirituais assim para receberem um prêmio especial pela sua conduta? Porque se a inteligência se manifestasse perante uma mulher sem instrução na forma de Krishna ou Buda, sua mensagem seria incompreendida e até poderia ser interpretada como uma manifestação demoníaca. Afinal, é natural o ser humano temer o que desconhece e certamente essa pobre mulher jamais ouvira falar do Bhagavad Gità, mas com certeza ouviu falar da Bíblia. Nem vamos pensar no que aconteceria se a inteligência aparecesse com traje prateado e anteninhas saindo de um disco voador. Esse é o aspecto que ela adota para si quando cruza o caminho de uma pessoa mais ou menos instruída, como em uma estrada noturna, por exemplo. Quase todos nós, os ufólogos, temos certeza de que o Fenômeno UFO “escolhe” suas testemunhas, pelo menos em muitas ocasiões. Por que não iria, então, escolher previamente a aparência que usaria?
O símbolo da Virgem também encerra outro segredo: a sugestão de uma porta para as estrelas. Pelo menos para aqueles que se interessam po
r estes temas, não nos assusta a suposição de uma conexão, por exemplo, entre os antigos egípcios e outros habitantes do cosmos, e não citaremos agora as milhares de evidências acumuladas da ação na Terra de outras inteligências cósmicas, desde a magnificência de suas construções até os segredos de sua religião. Mas particularmente interessante para este estudo é a descoberta, confirmada astronômica e matematicamente, de que a posição das três grandes pirâmides de Gizé corresponde com exatidão à posição das três estrelas que formam o Cinturão de Órion [Ao lado] — tal precisão tem sido muito discutida no contexto da Ufoarqueologia e essa é uma verdade aceita há anos.
Na França, segundo uma pesquisa realizada em 1969 pelo investigador e escritor francês Louis Charpentier, recentemente ampliada pelo jornalista, escritor e pesquisador espanhol Javier Sierra, cinco das mais importantes catedrais góticas reproduzem perfeitamente a figura da Constelação de Virgem. Assim, a estrela Gamma Virginis está representada pela Catedral de Chartres (construída em 1194), Alfa Virginis pela Catedral de Reims (1211), Épsilon Virginis pela Catedral de Bayeux (1206), Virginis 484 pela Catedral de Évreux (1248) e Zeta Virginis pela Catedral de Amiens (1220). A distribuição sobre o mapa é exata, e isto é mais uma incógnita que se acumula com a mistura de arte gótica, enigmas arquitetônicos, astrológicos e alquímicos.
Espírito dos templários
O que quiseram nos dizer seus construtores? Muitos pesquisadores acreditam que por trás destas catedrais está o espírito dos templários, cuja mensagem não responde somente aos ensinamentos vaticanos, mas finca suas raízes no Oriente — e tais catedrais perpetuam o ensinamento de que nesse lugar do céu há algo importante. Os egípcios supunham que em Órion estava a entrada para o Amenti, o reino dos mortos. Ou seja, a entrada que esses antigos cristãos supunham existir se escondia na Constelação de Virgem. Suspeita-se que a localização de um mundo para os mortos em um lugar específico do cosmos seja, talvez, o mau uso do conhecimento, prejudicado ao longo dos milênios, de que existem seres sobrenaturais vivendo em outros pontos do universo. Assim, o culto à Virgem não seria, afinal, nada além de um processo simbólico, fortemente emocional e impresso no inconsciente coletivo da humanidade para nos empurrar, como uma ordem proveniente de séculos passados, a procurar nossos irmãos nesse lugar do espaço.
O culto à Virgem Maria seria apenas um processo simbólico, fortemente emocional e impresso no inconsciente coletivo da humanidade para nos empurrar, como uma ordem proveniente de séculos passados, a procurar nossos irmãos no espaço
Da mesma forma, as aparições marianas podem ser simplesmente explosões simbólicas do inconsciente coletivo ou metamensagens enviadas por uma fonte inteligente exterior, que nos realimentam periodicamente com uma carga similar. Tais conceitos são extremamente perigosos para o Catolicismo, que perderia sua exclusividade se estiverem certos, pois a Mãe do Senhor não seria nada do que eles dizem que seja. Também seria preciso questionar, já quase no limite da Ufologia Esotérica, se na verdade os deslocamentos através do espaço não aconteceriam sem porcas e parafusos, ou seja, com a simples força da mente e do espírito, em vez de máquinas habitáveis e sofisticadas tecnologias. Sendo assim, seria possível que as bases de lançamento para o espírito sejam lugares onde a confluência de fatores astrológicos e de edificações potencializadoras de facetas de nossa personalidade, que ainda não dominamos, servissem para o espírito se teletransportar para outros mundos — daí a obsessão dos antigos em se comunicarem com os deuses sempre em determinadas datas do ano.
E se os seres humanos pudessem estar em dois lugares ou fosse possível que nos transportássemos telepaticamente a outros mundos habitados, utilizando-nos de lugares e datas especiais? E se algumas catedrais provocassem esse efeito e fosse essa a razão de sua construção, e não aquilo que está na história? Que golpe seria isso para a Igreja Católica, passando de seu autoproclamado papel de intermediária de Deus a uma mera NASA metafísica. Sierra escreveu que, “segundo um tratado datado do século I e chamado Koré Kosmou, pertencente aos chamados escritos herméticos, Isis contou a seu filho Horus como o deus da sabedoria Toth revelou ‘os grandes mistérios do céu’ em uma série de livros que um dia seriam descobertos pelos homens”. Aparentemente, para Sierra, o descobrimento desses livros nunca aconteceu, mas sabe-se que durante o domínio árabe no Egito e durante o período do Renascimento correu o rumor de que os textos de Toth — a quem os gregos chamaram Hermes — começaram a circular em mãos de “iniciados”.
Sob vigilância das estrelas
Indo além em seu texto, Javier Sierra diz que “é até provável que aquilo que os templários descobriram no antigo Templo de Salomão fosse parte desses livros, talvez as famosas Tábuas da Lei de Moisés, que ele mesmo pôde ter roubado do Egito antes do Êxodo”. Hipóteses à parte, um desses livros inspirados nos escritos de Toth ou Hermes foi redigido na Espanha — estamos nos referindo a um tratado de magia conhecido como Picatrix, datado por volta do século XII, no qual seu autor destaca um método para fabricar talismãs seguindo um complexo sistema de vigilância das estrelas.
E remetendo àquilo que discutimos aqui sobre a verdadeira função de algumas catedrais e locais vistos pelos antigos como portais para os deuses, ainda diz Sierra que “os talismãs citados no Picatrix são muito mais que medalhinhas. São supertalismãs em forma de edifícios e até cidades, que imitam certas estrelas do firmamento para obter delas todo seu poder”. Seu autor, Abul Kasim Maslama, propôs inclusive construir uma cidade que levasse em conta essas correlações com as estrelas para elaborar uma fabulosa fonte de poder. Estas são informações que estão entranhadas no mais íntimo dos segredos católicos. Cabe aqui invocar ainda outra possibilidade levantada por Sierra: se Moisés fugiu do Egito levando as Tábuas da Lei, seria simples fabricar um suposto encontro com Deus no Monte Ararat para fazer o documento parecer algo original. É possível, então, que Moisés, o egípcio, soubesse da origem extraterrestre de tais conhecimentos e tenha escolhido um povo cansado e sem esperança para perpetuar uma religião — e, por meio de uma etnia, uma “filiação cósmica”.
Mas o Jeová bíblico pouco parece ter a ver com Deus. É possível que o “segundo Moisés”, o genro do pastor, conhecesse um deus menor, sangrento, chamado Jeov
á e o tenha coroado, fazendo-o ser absorvido como símbolo e fetiche pelo povo errante. A história é sempre escrita pelos vencedores e assim é possível que o deus que se impôs não fosse o Deus do amor cósmico que imaginamos. E aqui podemos perguntar quem ou o que estamos adorando? É possível que o povo de Israel ou pelo menos alguns chefes hierárquicos ao longo do tempo tivessem consciência da paternidade interplanetária, que por “razões cósmicas” sobreviva em uma pureza racial que nos remete à ideia de cadeias de experimentos genéticos com fins que desconhecemos.
Simbologia hermética
A hierarquia católica e a hebraica devem conhecer essa ligação, caso nosso raciocínio esteja correto e não seja apenas delírio pessoal do autor. Haveria, então, um mútuo pacto de silêncio ou talvez uma extorsão recíproca que as obrigue a ocultar as evidências de ambos os povos. Acredito que a Igreja ou pelo menos muitos de seus cérebros conheçam essas e outras implicações. Sabem, sem dúvidas, que muitas de suas práticas têm raízes egípcias — como a elevação da hóstia durante a missa, um ritual dos sacerdotes de Akhenaton, ou o movimento em forma de cruz simbolizando os quatro pontos cardeais. Outra semelhança com o Cristianismo é a utilização do peixe como símbolo, e isso desde os dias de Jesus Cristo. Vejamos a seguinte passagem de tempos faraônicos: “Estamos agora no signo do Carneiro e seu oposto é o signo de Libra, um horizonte que representa a balança. Mas quando o Sol se levantar no signo do Peixe, ele será o signo do novo evangelho e o signo que estará na frente dele será o da mulher virgem”.
No centro da câmara subterrânea localizada sob a grande pirâmide — chamada de Câmara do Caos — encontra-se um fosso conectado ao Rio Nilo. Com que objetivo? Supondo que a pirâmide e todo seu sistema de galerias estivessem a serviço de iniciações esotéricas, podemos continuar a especular que o ritual começasse com um banho purificador no Nilo e depois de superar diversas provas os “iniciados” chegassem a uma câmara de iniciação. Não é difícil fazer-se a conexão com o posterior batismo por imersão dos hebreus e o batismo por água espirrada do Cristianismo.
O UFO de Belém
E o que dizer da Estrela de Belém? Podemos imaginá-la como uma nave alienígena com escadas, janelas, controles de comando, luzes de posicionamento etc, ou podemos vê-la como um veículo de energia ou de natureza espiritual, para seres que transcenderam as limitações do corpo físico. E nesse contexto, então, a Estrela de Belém era um UFO. Lemos no livro bíblico de Mateus, capítulo 2, o seguinte trecho:
“E tendo nascido Jesus em Belém de Judeia em dias do rei Herodes, acontece que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém dizendo: ‘Onde está o Rei dos Judeus, que nasceu? Porque vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar-lhe’. E ouvindo aquilo, o rei Herodes turbou-se e toda Jerusalém com ele. Convocados todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde haveria de nascer o Cristo. E eles disseram: ‘Em Belém de Judeia, porque assim está escrito pelo profeta’. Então Herodes, chamando em segredo os magos, entendeu deles diligentemente o tempo do aparecimento da estrela. E enviando-os a Belém, disse: ‘Andai lá e perguntai pela criança, e depois que o acheis, fazei-me saber para que
eu também vá e o adore’”.
Vemos claramente que ninguém mais no povo tinha visto a tal estrela e evidentemente Herodes estranhou aquilo, porque nada sabia do estranho fenômeno. Isso invalida a hipótese de que a estrela fosse apenas um meteorito, aventada por alguns, uma vez que o percurso dos magos excedeu em muito a duração de queda de um bólido. Como também desqualifica qualquer outra hipótese astronômica, que não teria passado despercebida em uma época em que os fenômenos cósmicos eram vistos como prenúncios de tempos difíceis. E tomamos como base aqui o simples relato de uma estrela que se adianta aos Reis Magos e segue justamente sobre uma determinada manjedoura. Uma estrela real, uma supernova ou fosse o que fosse, estaria sobre qualquer ponto da superfície terrestre. Porém, se o escriba assegura que o fenômeno parou sobre aquela manjedoura em particular e não sobre outro ponto, é porque sua altura de voo era suficientemente baixa. E isso só pode ser feito por um objeto voador de pequenas dimensões, a muito baixa altitude e controlado inteligentemente. Um UFO, portanto.
Os seres de Sírius
Como vimos até aqui, o Cristianismo deve muito à cultura do Egito que se estabeleceu em torno do Rio Nilo, que, segundo especialistas, tem grande importância e atravessa regiões tão desérticas que é geologicamente impossível que tenha aberto caminho por si só, visto que em mais de 1.000 km de deserto não recebe novos afluentes. Seguramente, outro legado afrontosamente esquecido de uma cultura que o concebeu como canal antes de tê-lo como rio. Uma cultura que, segundo cálculos detalhistas, teve em sua época de apogeu mais ouro do que foi extraído em todo o mundo nos séculos posteriores, o que pode ser explicado somente se também os geniais construtores tivessem sido poderosos e reais alquimistas. Um povo que recebeu influência extraterrestre com a chegada do primeiro faraó propriamente humano, Menés I, também chamado “O Tinita”, que teria sido precedido por uma casta de deuses e semideuses governantes, fato que aconteceu por volta do ano 3000 a.C. Coincidentemente, a mesma data foi marcada pelos maias como o começo de sua era, representada por 4 Ahau, 8 Cumku do Bactum 13, conforme seu calendário.
O Cristianismo deve muito à cultura do Egito que se estabeleceu em torno do Rio Nilo, que tem grande importância e atravessa regiões tão desérticas que é geologicamente impossível que tenha aberto caminho por si só, sem afluente algum
Possivelmente eles eram seres de Sírius, com um líder chamado ou interpretado como Enoque, e a história, sagrada ou profana, não o esqueceu. Enquanto a Bíblia fala de seu profeta Enoque, que teria existido entre 3875 e 3504 a.C., ainda lemos que Caim em terras desérticas construiu uma cidade com esse nome. A mesma Bíblia diz especificamente que Enoque viveu 365 anos e isso pode ser um símbolo para expressar o mito sola
r do Eterno Retorno — a relação entre Enoque e o Sol supõe que houve uma remotíssima Heliópolis. Logo vêm as lendas que o tem como construtor da Grande Pirâmide. Não fisicamente, mas como iniciador de seus posteriores construtores, e é por isso que os egípcios a chamavam de “Pilar do Enoque”. Sírius, conhecida como Sothis [Cachorro] entre os egípcios, é um ponto cósmico de tanta importância que foi perpetuado até no Tarô, no Arcano número 18, que mostra um ou dois cachorros latindo para o céu. E casualmente encontramos um Tenoch, que segundo a mitologia maia seria um dos quatro primeiros homens do mundo, criado pelos deuses depois da morte do Sol.
O que Balducci não disse
Durante os anos de 2000 e 2001, a imprensa dedicou muita atenção ao monsenhor Corrado Balducci. Famoso exorcista e especialista em demonologia do Vaticano, Balducci escreveu com a anuência do papa dois livros sobre satanás e efetuou declarações públicas onde afirmava que “devemos enfatizar que os encontros com extraterrestres não são demoníacos, não são devidos a problemas psicológicos e nem são casos de possessão de entidades. Esses encontros merecem ser estudados cuidadosamente”. Indo além, afirmou o monsenhor que “é razoável acreditar e poder afirmar que os extraterrestres existem. Aliás, sua existência não pode continuar sendo negada, já que há muita evidência sobre eles e sobre os discos voadores”. Em uma entrevista publicada no livro de Whitley Strieber Confirmation [St. Martins Press, 1998], Balducci disse: “Lembremo-nos de um parágrafo do Novo Testamento em que São Paulo refere-se a Jesus Cristo como Rei do Universo e não apenas como Rei do Mundo. Isso quer dizer que todos os seres do universo, incluindo os extraterrestres e os UFOs, são reconciliáveis com Deus”. Nomeado pelo Vaticano padre honorável em 1964, Balducci foi um membro oficial da família do Papa até falecer, em 2008.
Mas o que há de tão interessante nestes comentários de Balducci, além do que se deduz obviamente de suas palavras? Como sabemos bem, o alto escalão da Igreja Católica não faz afirmações públicas, especialmente sobre questões polêmicas, sem o consentimento de sua hierarquia, mas as declarações do monsenhor não foram desmentidas posteriormente. Mesmo que qualquer membro do Colégio de Cardeais dissesse que a Igreja respeita as opiniões pessoais de seus filhos, sabemos que por questões bem menos conflitantes mais de um teólogo foi ordenado a se silenciar por muitos anos. Também sabemos que estes altos dignitários costumam ser verdadeiros mestres da semântica, perfeitos artistas das palavras. Afinal, faz parte de seu treinamento. Portanto, é mais interessante analisar os atos falhos de Balducci para deduzirmos em que ele estava realmente pensando ao falar com a imprensa, e resgato novamente a frase “incluindo os extraterrestres e os UFOs”.
Parece claro que para Corrado Balducci os extraterrestres são uma coisa e os UFOs, outra. Segundo suas próprias afirmações, descartada a demonização dos mesmos e supondo também sua angelização, é evidente que Balducci via os UFOs também como uma espécie de seres, o que para nós demonstra que suas reflexões estavam solidamente assentadas sobre bases investigativas. Lembremos igualmente que, seguindo suas palavras, tudo isto é seguido de perto pelo Vaticano tendo em conta o revisionismo que tais fatos acarretariam.
Seguindo as pistas
Hoje o papel de divulgador destes assuntos pela Santa Sé não é mais um velho senhor exorcista, mas um jovem jesuíta cientista, José Gabriel Funes. Daí a se concluir que no Vaticano há um atualizado escritório de pesquisa ufológica, ou como quer que se chame, é apenas um passo. Mas nada disso figura no site oficial da Cúria na internet, nem é conhecido por seus representantes na base da hierarquia — portanto, é algo secreto, e se é secreto é porque escondem fatos que podem ser considerados perigosos para os fiéis ou para a própria Igreja. De qualquer forma, este autor prefere centrar seu interesse em outras reflexões que nos levam a perguntar quanto sabe e quanto esconde a Igreja Católica. Como o caminho de iniciação a Santiago de Compostela, o caminho entre as estrelas de Comps Stella, uma rota que para ser percorrida se necessita de uma concha, um objeto natural muito parecido com um disco voador. Nos pilares que decoram a Mansão Lallemant, em Bourges, na França, pode-se admirar uma imagem da dita concha sendo arrematada por um desconcertante par de asas, que é outro dos motivos decorativos do palácio. Pode-se ver, também, uma grande concha da qual surgem outras menores — uma nave mãe e várias naves menores, um fenômeno familiar para os que se interessam por Ufologia.
Deixaremos para outra ocasião o aprofundamento da discussão sobre as aparições marianas serem apenas a interpretação subjetiva, parcial e às vezes malfeita dos propósitos de entidades de outra origem, sejam extraterrestres ou ultradimensionais. Vamos tentar focalizar nossa atenção e nossos estudos em uma observação detalhada dos sinais que existem espalhados pelo mundo. Quando corretamente interpretadas, essas pistas nos fazem presumir que a hierarquia católica sabe mais do que diz saber, apesar das afirmações de Balducci, que, ao final das contas, são somente palavras de efeito.