Alguns casos considerados ufoarqueológicos com o tempo acabaram por se tornar enganos, erros de interpretação, confusão ou mesmo fraudes, coisas que infelizmente são comuns dentro do estudo ufológico. Muitos pesquisadores afoitos em querer provar sua teoria podem correr o risco de, inadvertidamente, defender como verdadeiro um erro de interpretação ou um simples engano. Todos nós estamos sujeitos a isso, visto que a Ufologia ainda engatinha como ciência e temos, assim como a maioria dos estudos sérios, muito mais perguntas do que respostas. Nos dias de hoje é extremamente simples se fraudar fotografias, textos e desenhos, principalmente agora na era das câmeras digitais e do computador. Nesses novos tempos que impera a modernidade, está fácil para qualquer leigo, com o uso dos diversos programas de edição de imagens existentes no mercado, apresentar figuras, fotos, concepções artísticas diversas de UFOs, seres extraterrestres, naves, marcas de pouso, fotografias em geral e uma infinidade de outras evidências facilmente “fabricadas”. Tudo isso faz com que o pesquisador tenha sempre o maior cuidado de checar suas informações com imparcialidade para conduzir seriamente a pesquisa ufológica. No caso da Ufoarqueologia é ainda mais difícil esse trabalho criterioso de seleção, visto que existe uma grande resistência sobre os casos classificados como ufoarqueológicos, pois os indícios muitas vezes apresentados carecem de maior verificação e de comprovação científica.
Indícios arqueológicos — Por toda a complexidade que tem esse estudo e pelo enorme preconceito que se observa da grande maioria dos pesquisadores vindos das mais variadas áreas, inclusive do próprio meio ufológico, é necessário ainda um maior estudo e análise dos fatos, procurando sempre alternativas para explicar alguns mistérios. Tais critérios possibilitam imparcialidade na análise dos indícios supostamente arqueológicos ligados ao Fenômeno UFO que nos são apresentados e estão presentes em quase todos os lugares do mundo. Temos como um bom exemplo o caso da famosa pintura rupestre encontrada no Vale de Fergana, no Uzbequistão, que é datada de mais ou menos 10 mil anos. Na cidade existem centenas de inscrições dos mais variados formatos e tipos, retratando animais, seres humanos e figuras estranhas, com arcos em volta da cabeça. Porém, a de Fergana traz claramente o desenho de um humanóide que ostenta um adorno em formato circular e com diversas “antenas” sob sua cabeça. Esta é a verdadeira pintura rupestre da região, pois existe uma outra ilustração que diz ser a única real. Atualmente, a figura circula pela internet e por diversos livros e sites sobre o assunto, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Nesta nota-se claramente traços contemporâneos, inclusive com uma clara noção de profundidade, que não correspondem à época real da obra. Trata-se de um engano. No entanto, por muitos anos vários pesquisadores, incluindo o escritor suíço Eric von Däniken, defenderam esta gravura como um verdadeiro indício da presença alienígena. Ele inclusive citou esta pintura em seu livro Eram os Deuses Astronautas [1976] e posteriormente em outras obras de sua autoria.
Infelizmente a pintura é falsa, mas devido a um erro de interpretação ocorrido na década de 60, continua sendo confundida com a original e até hoje está estampada em diversos livros e páginas da internet. Tudo começou quando foi publicada na revista russa Sputnik, que em sua primeira edição trazia à tona o Fenômeno UFO e o contato com os ETs. Na foto havia uma legenda declarando que aquele desenho era da famosa pintura rupestre de Fergana. Tratava-se, no entanto, apenas de uma ilustração feita para acompanhar o artigo do cientista russo Zaitsev, coincidentemente um dos grandes defensores da teoria da Ufoarqueologia e dos deuses astronautas. Neste material ele falava sobre a lenda dos Dropas, seres que viveram nas cavernas de Baian Kara-Ula, na fronteira entre a China e o Tibete, sendo outro caso estudado pela Ufoarqueologia, porém sem nenhuma ligação com Fergana. O erro foi fatal para disseminar a confusão e transformar uma imagem contemporânea feita para somente ilustrar a revista, com traços artísticos atuais e bastante claros, na famosa pintura rupestre. Nas edições posteriores a publicação se retratou explicando o engano, visto que a legenda da verdadeira gravura tinha sido indevidamente creditada ao desenho. Mas, por conta do erro, até hoje a imagem falsa é mostrada por muitos como a verdadeira foto da pintura rupestre da região do Uzbequistão. Este engano histórico, que perdura por quase 40 anos, serve de base para que aqueles que refutam a teoria ufoarqueológica como um grande equívoco se sintam à vontade para criticar o trabalho e a verdadeira pesquisa ufoarqueológica. No entanto, outras fraudes também apareceram com a disseminação em massa da informação pelos novos meios de comunicação, principalmente a internet.
Falsa evidência — Um outro caso clássico é o rosto nas ruínas de Machu Picchu, no Peru. A famosa cidade Inca teve algumas de suas fotos adulteradas circulando pela rede mundial de computadores, em que se mostrava uma face com características humanóides. Ela era perfeita e acompanhava todo o relevo da montanha, dando a entender que os grandes arquitetos Incas haviam construído aquilo. Os mais cuidadosos logo desconfiaram que se tratava de um engano, sendo descoberto depois que os desenhos foram feitos por uma empresa de publicidade para divulgação de uma marca de café. Mas as fotos circularam pela internet por um bom tempo e foram creditadas como verdadeiras, sendo aceitas por muitos. Nem mesmo o grande Stonehenge, na Inglaterra, escapou. O monumento que ainda hoje é um mistério devido a sua beleza e complexidade teve recentemente alguns de seus monólitos alterados por programas de edição de imagens, sendo que alguns receberam, após um trabalho de adulteração, rostos humanóides. Esta montagem também veiculou na mídia, alimentando os detratores da Ufoarqueologia com mais uma falsa evidência. Desta forma, somos obrigados a aceitar que algumas das provas e indícios dentro do ainda novo estudo ufoarqueológico podem não ser exatamente uma evidência da presença extraterrestre em nosso passado. Mas se dentre as centenas ou milhares de indícios que afloram em todo o mundo podemos imaginar que apenas um entre tantos é incontestavelmente verdadeiro, teremos então provado nossa teoria e poderemos nos dar por satisfeitos.
O fato de nosso universo ser tão amplo e ainda não termos conseguido nem mesmo decifrar os enigmas e mistérios de nosso pequeno planeta, nos faz necessariamente aceitar que ainda estamos no início de nossa caminhada rumo ao conhecimento e ao entendimento do universo à nossa volta. Resignemos então e procuremos através de estudos, pesquisas e novos conhecimentos tentar obter as respostas. Para isso “eles” nos deixaram pequenas pistas no decorrer dos séculos. Temos que aceitar que o estudo ufoarqueológico ainda engatinha, assim como a maioria das ciências atuais, visto que sempre surge uma nova evidência que põe por terra um conceito pré-determinado e dado como certo. A própria arqueologia está sempre sendo alterada por uma nova descoberta, como no caso da origem do homem, que a cada novos fósseis encontrados, tem sua história e até mesmo a pré-história mais e mais recuada no tempo. Acreditava-se que o homem atual surgira há 75 mil anos e a todo o momento novas evidências vão elevando estas datas mais para o passado. Resta-nos verificar objetivamente os indícios deixados por nossos ancestrais ou preservados pela natureza, para que possamos, sem preconceitos ou dogmas, encarar que a humanidade ainda está no início de seu desenvolvimento físico e espiritual, e que nossa caminhada rumo ao entendimento do mundo em que vivemos está apenas no começo. Compreender que nos confins do universo há milhões de mundos habitados, em diversos graus de evolução, que nos observam e, assim como nós, aguardam o dia em que poderemos saber pelo menos o motivo de nossa existência e responder as três perguntas que há milênios aguardam resposta: quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?