8 de fevereiro de 1982. Quatro anos já se passaram desde então, um tempo mais do que suficiente para que me fosse possível uma análise fria e isenta de emoções acerca do que ficou conhecido como “Incidente do Vôo 169”.
Reconheço, sem sombra de qualquer espécie de dúvida, que o episódio, pelo menos no terreno da Ufologia, pertence ao grupo dos menores. Avistamentos de UFOs em nosso espaço aéreo são freqüentes, embora não divulgados. Assim, simplesmente relatar uma determinada observação é algo que já não mais é tão interessante. Entre ufólogos norte-americanos, acostumados a um padrão bem mais elevado em seus estudos, discute-se a verdade do que ocorre em algumas bases aéreas, como a de Wrigth-Patterson, em Dayton (O-hio), onde corpos de seres alienígenas estariam sendo conservados debaixo do maior segredo. Dentre tais ufólogos, podemos citar William Moore, Raymond Fowler e Leonard Stringfield, os quais, em atitude provocadora do maior embaraço ao meio militar, utilizam à Lei da Liberdade de Informação (9) para descobrir o paradeiro de inúmeros corpos de alienígenas, mortos em acidentes envolvendo suas misteriosas naves. Diante disso, as discussões em torno do Vôo 169, envolvendo minha pessoa, o CINDACTA — que é órgão controlador de vôo no espaço aéreo brasileiro — e algumas personalidades de renome no meio científico, como o astrônomo Ronaldo de Freitas Mourão, soam tão pueris e insignificantes que houve momentos nos quais a minha determinação no sentido de escrever este trabalho sofreu muito. Entretanto, maior que o fato considerado em si mesmo, o que vale é a atitude de um comandante de linha aérea assumindo algo que poucos teriam a coragem de abraçar. Parte de minha missão é esta: a de motivar meus companheiros de aviação a contarem o que já viram nos céus do Brasil e também no exterior. Tenho a certeza absoluta de que não mais serei um solitário piloto cm tal tarefa.
Nesses cinco anos de reflexões, de contatos com as mais diversas pessoas ligadas ou não à questão ufológica, consegui uma visão razoável de toda sua problemática.
Fui aplaudido, mas também muito contestado. Percebi que uma significativa parcela do mistério encontra-se onde não deveria estar, ou seja, do lado humano. Mas, apesar de tudo, há uma profunda conscientização quanto ao que representam os discos voadores em nosso momento histórico. Contar o que eu vi durante o Vôo 169 não mais é apenas o relato de uma experiência pessoal. Tornou-se, como já disse, uma missão, um dever para com todos aqueles que aguardam algo de mim.
Naquele dia, quando ainda estava em Fortaleza, ponto de partida do Vôo 169, tudo transcorreu normalmente. O embarque dos passageiros, alguns bastante ilustres e bem conhecidos no cenário nacional, como o bispo auxiliar de Fortaleza, Dom José Teixeira, e Dom Aloísio Lorscheider, cardeal arcebispo da mesma capital, foi como tantos outros. Bom tempo ao longo da rota, céu claro e um excelente Boeing 727-200, de prefixo PP-SNG, formavam o que eu necessitava para estar, no dia seguinte, com a minha família. Mas os grandes acontecimentos na vida de um homem iniciam-se em momentos assim, absolutamente tranqüilos e sem nada que indique o rumo futuro das coisas.
Talvez as palavras que melhor demonstrem o que realmente ocorreu ao longo do vôo sejam aquelas do relatório oficial endereçado por mim ao comandante Wladimir Vega, gerente do Departamento de Operações da VASP, que foi encaminhado em data de 10 de fevereiro, portanto apenas dois dias depois e quando consegui escapar ao assédio da imprensa:
São Paulo, 10 de Fevereiro de 1982.
Do: Comte. Gerson Maciel de BRITTO
Ao: Comte. WLADIMIR Vega, gerente do Departamento de Operações da VASP – OZ.
Ref.: Relatório do Vôo 169/0802-1982.
Observação: Este relatório visa dar conhecimento a essa Chefia, do fato verificado e registrado na data supra. Ao setor competente, analisá-lo tecnicamente a fim de encaminhá-lo ao Ministério da Aeronáutica e demais órgãos especializados que possam interessar-se pelo assunto, com o propósito de extrair dados ã estudos e/ou análises coerentes com a finalidade de que estão estruturados e a que este relato se propõe.
Decolamos às 01h50\’ com subida em rota e o vôo transcorreu-se sem novidades durante 01h22\’ e a 33\’ da cidade Petrolina, fixo da nossa navegação na Aerovia UR I, quando observei à esquerda da aeronave e ao centro da janela (2), um foco luminoso, semelhante inicialmente a Runway e/ou Landing Lights de outra aeronave. Como não havíamos recebido qualquer informação desde que voávamos na jurisdição da FIR RECIFE, quando das transmissões dos fixos PETROLINA, BOLAS e KONSA, da respectiva RÁDIO RECIFE, sobre qualquer tráfego que estivesse voando fora de aerovia para cruzamento com a UR I, como também qualquer missão especial da Força Aérea naquele setor, e não ter havido cópia nas transmissões em 126.9 para cruzamento com a UW 10 e UW 42, mesmo estando nós em contato bilateral com aquela rádio, surpreendeu-nos.
Comecei a sinalizar com os nossos faróis, reduzindo a iluminação da cabina para melhor observação. Mesmo com difícil possibilidade, talvez um tráfego não controlado. Esperamos a resposta à ampla sinalização que fazíamos, além das luzes normais para cruzeiro noturno do Boeing 727-200, que certamente daria a entender tratar-se de outra aeronave e por outra, voávamos em aerovia. Obviamente, qualquer aeronave teria observado e responderia como normalmente ocorre, como é evidente também, deveria estar sintonizada em 126.9, para voar naquele nível e próxima a uma aerovia. Não houve correspondência aos nossos sinais e nada transmitido às cegas em 126.9. A minha tripulação técnica fazia observações conjuntas, constatando o fato e sem entender o que poderia ser.
Desde o primeiro contato visual do foco, pela forma da incidência luminosa, parecia estar voltada em nossa direção e com aparente nível ligeiramente acima do nosso, pois que visto primeiramente mais ou menos no centro da janela (2). Como era noite clara, luar pleno, e as condições de tempo com visibilidade ilimitada em rota, poder-se-ia também ver com melhor focagem da vista, a camada obscurecida e raref
eita da atmosfera, cujos limites com relação ao espaço límpido acima eram bem delineado. O foco mantinha uma posição relativa ao nosso deslocamento na velocidade de Mach 80. A intensidade de luz era compacta, muito viva e contrastava sobremaneira com a luminescência de Vênus e demais estrelas, bem mais tênues, possivelmente cm decorrência do luar que fazia. Desejo frisar que Vênus é o já velho conhecido planeta de luminescência mais branda, fixa e com posições definidas pela rotação da Terra e tom sempre azulado. O foco que observávamos, efetuava deslocamentos no sentido vertical acima do ponto de origem e abaixo, com relação a seu eixo. Se fôssemos medir no painel da janela onde era observado, daria aproximadamente uns 15 cm do centro. Eu, o Co-piloto Alberto e F/E Cesarino, sempre atentos e muito intrigados, com expressões que vinculavam aquele estado de surpresa. Algo de muito interessante era a perspectiva do foco com o setor estelar e as mutações de cores, como pigmentando em vermelho e laranja na sua periferia (toda) com o núcleo e demais porções do mesmo predominando o branco e azulado.
Era incrível o potencial de luminescência e a velocidade relativa que desenvolvia nos deslocamentos verticais e longitudinais de seus eixos no plano de simetria com o horizonte e com a nossa aeronave. O piloto automático ligado e o avião estabilizado não davam margens de dúvidas, quanto às informações ilusórias de movimentos. Após o fixo KAKUD, e em contato com o CENTRO BRASÍLIA, voando na FIR/UTA BRASÍLIA, foi solicitado informes sobre tráfego naquele setor, ainda não conformados com o que víamos e o que não conseguíamos definir, e relatamos então a BRASÍLIA, com todos os detalhes. Como BRASÍLIA nada tinha a informar, pedimos que algum tráfego voando naquele setor e em contato com aquele órgão tentasse observar também aquele fenômeno, pois já assim poderia ser qualificado. BRASÍLIA informou-nos então o tráfego do AEROLÍNEAS ARGENTINAS 169, que voava atrás do nosso tráfego a uma distância significativa, para Buenos Aires. Este tráfego foi questionado a respeito, e confirmou a nossa observação, (vide gravação).
O foco aparentava afastar-se no plano horizontal e reassumir o ponto anterior, reaproximando-se a velocidade muito grande. A intensidade e dimensão diminuíam e aumentavam em ciclos alternados, e também com as mutações de cores. Mais tarde, era a aeronave TRANSBRASIL 177, que entrava na freqüência com BRASÍLIA e, após questionada, confirmava a observação com todos os detalhes por nós informados. Voava ele de Brasília para o Rio de Janeiro. Alternadamente, fiquei a sinalizar com faróis, procurando um contato qualquer e possível como resposta, fosse o que fosse, mas já àquela altura, conscientizando-me de que deveria tratar-se de um objeto não identificado, com tecnologia muito avançada e que não poderíamos prever forma, tipo ou tamanho. Só com possibilidades incríveis de velocidade e deslocamentos e cores variadas, predominando o branco azulado e pigmentado perifericamente em vermelho e laranja.
Após as confirmações de duas (2) aeronaves em cursos distintos, além da nossa, com ângulos de observação diferentes, iguais tomadas de detalhes, evidentemente, deparávamos com um fenômeno real e irrefutável. Para o nível de conhecimentos do que dispúnhamos e cadastrados para a ciência e tecnologia atual, aquilo que víamos era uma verdade insofismável ao sentido da visão, cuja performance não poderíamos aquilatar. Propus-me inclusive a mentalizar uma forma telepática, para um enlace qualquer via sinais no equipamento rádio que dispúnhamos (VHF); por sinal síncrono, alternado ou alternantes com a sinalização que fazíamos, ou mesmo mensagem em nosso idioma ou outro que entendêssemos, ou mesmo outra forma qualquer, mas que pudesse ser identificado como resposta. Nesta condição e após Belo Horizonte, 3 ou 4 minutos depois, ocorreu o que poderia classificar como o clímax do fenômeno do OVNI.
…o CINDACTA chamou-nos, informando também estar detectando um ponto (o UFO) há 8 milhas de nossa aeronave…
Uma realidade em tamanha evidência, que não poder-se-ia mais negar aquela verdade inconteste. Estava ali, a luz da razão e da própria honestidade de quem o visse. Equilibrado psicologicamente por já ler experiências anteriores e conhecedor do projeto UFO, acompanho-o durante muitos anos, mas sempre na condição de observar o confronto direto, foi que, naquela clarividência, conclamei ao restante da tripulação e passageiros, porém de forma a não criar tumulto ou atropelo, a presenciarem também aquela aproximação máxima do OVNI, em todo o seu esplendor, e então, coincidentemente ou não, o CINDACTA chamou-nos (gravação), informando detectar um ponto em nossa posição nove (9) horas e há oito (8) milhas da nossa aeronave.
Confirmava-se mais uma vez a aproximação do OVNI, cuja imagem que impressionava há bastante tempo aos nossos olhos, o fazia também na tela do RADAR. Acompanhou-nos lateralmente, com resplandecência na cabina (pára-brisas), durante um bom espaço de tempo e durante a nossa descida, e quando atravessamos a camada de nuvens sobre a serra, podíamos notar, sempre lateralmente, o Objeto, com iluminação viva difundindo-se quando esta camada era rarefeita e eclipsando-se, quando mais compacta. Isto até duas (2) milhas do marcador externo da pista 14 do Galeão, quando mudou de posição lateral para frontal do avião, estimadamente sobre o fundo da baía e a um nível de mais ou menos 6.000 FT (perspectiva estimada). Informamos ao Controle Rio e pedimos que tentasse detectá-lo, o que não foi possível. Só tiramos a observação do mesmo para a manobra do pouso. Mais ou menos 3 minutos antes (0434\’). Na etapa subseqüente, já amanhecendo, não tivemos mais nenhum contato até o pouso em São Paulo. Em complemento, não houve interferências nos sistemas da aeronave.
Sem mais a declarar, qualquer detalhe que julgarem necessário e porventura não tenha s
ido esclarecido,
Comte. Gerson Maciel de BRITTO
Cinco dias após o fornecimento de meu relatório do vôo 169 ao comandante Wladimir Vega, gerente do Departamento de Operações da VASP àquela época, o assessor da Presidência da empresa, Carlos de Matos Gaspar, em despacho sob nº 018/82, faz uma minuciosa análise das repercussões do vôo 169.
Este documento, um expediente interno da VASP que tem por objetivo exclusivamente analisar – nas próprias palavras de Carlos Gaspar — “se o \’affaire\’ resultou em benefício ou prejuízo (publicitário) à empresa”, foi liberado só algum tempo mais tarde, visto sua natureza somente funcional para a VASP. Mesmo assim, acho extremamente interessante que este seja aqui publicado, e justamente após o relatório que eu mesmo assinei, para que os leitores possam saber todos os detalhes — por mais internos que possam ser — da ocorrência que me envolveu e uma das mais reputadas empresas aéreas do país, sob o ponto-de-vista dela, de sua Presidência e Conselho.
Assim, segue a íntegra do relatório n- 018/82, que Carlos Gaspar encaminha ao Prof. Laércio Neves Zuccolotto:
DZ/05 – Carlos Gaspar 018/82
DR – Prof. Laércio Neves Zuccolotto 15/02/82
Ref.: Análise da Repercussão do caso “discos voadores”
Agora que se escoa a repercussão do caso do OVNI visto de uma de nossas aeronaves (amanhã ainda haverá um “Globo Repórter” especial sobre o assunto), julgo oportuno fazer uma ligeira análise do nosso comportamento no “affaire” e do que resultou em benefício ou prejuízo à empresa.
Diga-se de início que não partiu de nós a divulgação do assunto. A informação “vazou” através de uma passageira do vôo 169, a qual, ainda nas primeiras horas da manhã do dia 08/02, falou ao nosso amigo, repórter Amorim Filho, da Rádio Bandeirantes, no aeroporto de CGH.
Pela rádio-escuta, as demais emissoras, os jornais e a revista “Manchete” ficaram sabendo da notícia e imediatamente nos procuraram (como deve recordar-se, V.S.ª estava em Ribeirão Preto). Entramos então em contato com o OO, pedindo-lhe para reter o comandante Gerson de Britto em SAO e, em seguida, com o DA, de quem obtivemos a autorização para que o referido piloto desse as entrevistas, todas acompanhadas por funcionários de nosso Deptº de Imprensa.
O que se seguiu é do conhecimento geral. Vivemos toda a semana passada em clima do “disco voador”. As principais redes de TV do País (Globo e Bandeirantes) fizeram do assunto o “carro-chefe” de seus noticiários. Durante dias seguidos os jornais deram-lhe o destaque de manchete de primeira página. E as rádios praticamente não falaram de outra coisa.
A ação deste Departamento, diretamente com os repórteres encarregados da cobertura ou nos entendimentos telefônicos com seus Chefes de Reportagem, foi no sentido de franquear-lhes todas as facilidades para o trabalho e de evitar um envolvimento oficial da companhia. Nesse sentido, aliás, tivemos oportunidade de orientar os tripulantes do vôo 169, a partir do próprio Comte. Britto, sobre as declarações que iriam fazer.
Esses eventos de grande repercussão costumam ser uma faca de dois gumes, necessitando por isso serem coordenados com extremo cuidado. No presente caso, porém, o saldo foi muito favorável à VASP, o que, em minha opinião, deveu-se aos seguintes fatores:
1) A atitude do Cel. Alex Barroso, que não vacilou em conceder a autorização para as entrevistas;
2) A dignidade do Comte. Gerson Maciel de Britto, o qual, além de dar depoimentos sérios e objetivos, soube habilmente fugir a provocações que poderiam levá-lo a uma polêmica com o Ministério da Aeronáutica, por causa da nota deste em relação ao CINDACTA;
3) Nossa política, já acima citada, de não criar embaraços ao trabalho da imprensa, que nos deu confiabilidade para controlá-lo.
Tudo resultou, finalmente, em boa imagem para a Cia. E apraz-me comunicar-lhe que esses dias de contato permanente melhoraram bastante o nosso relacionamento com a imprensa.
Do fato fica uma lição, velha, mas que muitos ignoram. Diante de fatos incontestáveis, mesmo quando negativos (um acidente, por exemplo) a pior atitude de uma empresa é sonegar informações.
Atenciosamente,
CARLOS DE MATOS GASPAR
Assessor da Presidência – DZ/05
Cadastro nº 8.271
Felizmente não fiquei sozinho perante a opinião pública. Em 1978, ao longo da aerovia Belo Horizonte-Rio de Janeiro, quando vi nos ares um verdadeiro UFO acrobata, tive um grande número de acompanhantes em minhas observações. Pilotos da VARIG, Transbrasil, Líder Táxi Aéreo, Cruzeiro do Sul e Pan American compunham a privilegiada, embora também assustada, platéia. Já no Vôo 169 não tive mais do que dois outros aviões nas proximidades, sendo um deles da Aerolineas Argentinas e o outro da Transbrasil, com suas respectivas tripulações confirmando a realidade do acompanhante não identificado. Porém, se faltava aviões nos ares, foi possível dividir os acontecimentos com meus passageiros, por mim acordados e convidados a verem, com seus próprios olhos, o objeto luminoso.
Alguns dos passageiros, pelo que me foi possível observar, sentiram-se verdadeiramente maravilhados com a visão do objeto. Algumas impressões foram registradas na imprensa e não posso deixar de citá-las aqui.
A passageira Silézia Paes Del Rosso, que ocupava uma poltrona situada logo atrás daquela em que estava o bispo auxiliar de Fortaleza, Dom José Teixeira, comentou que os religiosos Dom Edmilson Cruz, bispo de Crato, Dom Pompeu Bessa, de Limoeira do Norte, e Dom Aloísio Lorscheider, cardeal arcebispo de Fortaleza, todos a caminho da 20s Assembléia Geral d
a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), “Não queriam saber dessas coisas e nem procuraram olhar pelas janelas”. O próprio Dom Aloísio justificou-se: “Acordei com a comunicação do comandante anunciando o avistamento de objeto luminoso, mas preferi deixar o disco voador para lá, não olhei”. Silézia Paes Del Rosso foi uma testemunha entusiástica, pois seu depoimento foi mais longe: “Depois, os religiosos ficaram interessados em saber o que eu havia visto. E realmente vi. Ele brilhava como uma lâmpada de mercúrio de iluminação pública. Eram luzes em número de cinco, umas separadas das outras, lembrando um lustre achatado. Fiquei empolgada e todos os passageiros procuravam inteirar-se do avistamento, disputando as janelas à esquerda do avião. Mesmo assim estavam todos calmos, como se estivessem acostumados a ver todos os dias os objetos voadores não identificados. Para mim, isso foi pela primeira vez”, concluiu Silézia Paes Del Rosso.
Hoje, de um prisma mais privilegiado, posso entender e até mesmo desculpar a então estranha atitude do grupo de religiosos. Receosos de serem obrigados a alguma manifestação oficiai, o que envolveria obrigatoriamente a cúpula da Igreja Católica na questão, foi uma decisão de prudência, principalmente quando a Ufologia ingressa em controvertidos campos, que variam desde o técnico ao místico.
Um bom estudo sobre o Vôo 169 foi realizado pela Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV), que publicou em seu Boletim nº 146/154 (10): “Naquela noite de oito para nove de fevereiro de 1982, houve mais dois avistamentos de discos voadores, aliás documentados por fotos e filmes. Mas nada podemos afiançar sobre a relação destes dois objetos com o observado pelo avião da VASP”. No dia dez de fevereiro, quarta-feira, quando visto o programa da TV Bandeirantes por Inácio Walmonge Martins, do Instituto de Pesquisas Espaciais de São José dos Campos (SP), este pensou, inicialmente, tratar-se de filmagem de um meteoro, porém depois impressionou-se com a intensidade e movimento da luz do objeto, e observou: “Não é um avião, nem balão, nem corpo celeste” … “O comandante Britto tem razão em dizer (do objeto por ele visto) tratar-se de objeto não identificado”.
O relatório da SBEDV é bastante pormenorizado e oferece ainda mais dados que não podem ser desprezados: “A descrição do objeto luminoso pelo comandante Britto e seus croquis a respeito, foram endossados pelos passageiros do avião, como por exemplo Maria de Fátima Martinelli e Maria Xavier Pires. Aí eventuais diferenças no objeto visualizadas ou interpretadas por um ou outro passageiro, não se contradizem de modo algum, nem invalidam o testemunho do comandante, peto contrário: olhos e mentes diferentes, cada uma a seu modo, costumam realçar estas ou aquelas facetas de determinado episódio, as quais, pela experiência e pelas peculiaridades, são aptas a chamar mais a atenção de cada personalidade. Assim, Eliane Belashi, 28 anos, orientadora pedagógica, relata que foi aparentemente acordada por \’ uma imensa luz que enxerguei do lado de fora, como uma bola de futebol incandescente, exatamente onde eu estava sentada, ou seja, sobre a asa esquerda. O clarão era muito forte… O avião por dentro ficou inteiramente iluminado… Quando abri os olhos, pensei que as luzes do avião tivessem sido acesas… Pouco depois, pelo interfone, o comandante acordou os passageiros para comunicar o que estava acontecendo. Aí, o objeto, visto por mim, já há uns dez minutos, estava emitindo lampejos à cerca de oito milhas de distância do avião \’…”, conclui o Boletim.
Uma outra testemunha, também citada no boletim da SBEDV, Bento Lacerda Cesar, 65 anos, coronel reformado do Exército, médico na cidade de Rio Claro (SP), declara: “A forma do objeto era parecida com uma salsicha afunilada nas duas pontas”, Walter Macedo, 47 anos, funcionário aposentado do Jóquei Clube de São Paulo, ficou impressionado com as manobras do objeto, “que andava mais rápido que o avião” e que o seu aspecto era “de oito estrelas juntas, com clarão azulado”, informou.
Tais declarações firmaram, definitivamente, meu propósito de escrever este pequeno trabalho. Não eram Somente testemunhas, mas sim verdadeiros gestos de solidariedade. Assim o comandante Mário Pravato, primeiro oficial do vôo 177 da Transbrasil, que fazia o trajeto Manaus – Brasília – Rio de Janeiro – São Paulo, confirmou ter visto o mesmo objeto. Pravato admitiu à imprensa que já vira outros três objetos, no decorrer de seus dez anos de aviação, mas “nunca algo tão lindo quanto este último”, que ficou durante quase quarenta minutos ao seu alcance visual. Um interessante dado nas informações de Mário Pravato é o de que seu aparelho estaria a uma distância de cento e vinte quilômetros do objeto luminoso, o que, por si só, derruba as teses contrárias às versões das testemunhas. De um lado, o CINDACTA, com seus “pontos aleatórios” na tela do radar; de outro, a conclusão apressada do astrônomo Ronaldo de Freitas Mourão, de que “era simplesmente o planeta Vênus”. Pravato, que tinha como companheiro de vôo o piloto Milton Missaglia, declarou que o, objeto, de forma arredondada, “tinha mais ou menos o tamanho de uma TV de 16 polegadas”. De fato, um piloto como Mário Pravato, com mais de 7.000 horas de vôo, não cometeria um erro tão simples como o inicialmente aventado por Ronaldo de Freitas Mourão, como eu também não o cometi! E nem o radar do CINDACTA, que teima em manter em sigilo as gravações de vídeo da tela do radar!
Observemos as contradições cometidas pelo astrônomo Ronaldo de Freitas Mourão, todas divulgadas na imprensa nacional e causadoras de grande repercussão:
(A) Jornal da Globo (23h00), no dia 8 de fevereiro: “E simplesmente o planeta Vênus”.
(B) Jornal Nacional (20h00), já no dia 9 de fevereiro: “E periélio, ou seja: a projeção numa nuvem da sombra do sol que está nascendo em outra parte do hemisfério…”
(C) Jornal do Brasil, página 7, de 10 de fevereiro: “Pode ser um fenômeno atmosférico desconhecido ou uma nave extraterrena. Corpo celeste a geme sabe que não é, pela descrição
e circunstância em que apareceu”.
(D) Programa Fantástico (20h00), dia 14 de fevereiro: “Claro que não foi o planeta Vênus. Um comandante de avião acostumado a vê-lo, jamais o confundiria com outra coisa…”
O que deve ter contribuído para a confusão de argumentos dos cientistas, acredito, foi o AHS (Ângulo Horário Sideral) do astro (Vênus) e o setor de observação. O AJHS é determinado adicionando-se 270° (duzentos e setenta graus) às coordenadas do observador, com as respectivas tabelas para o hemisfério (norte/sul), latitude e longitude. A proximidade do horário de nascer de Vênus com o do surgimento do UFO acompanhante deve ter sido uma das razões para as apressadas e infelizes conclusões.
Felizmente houve uma retratação. Entretanto, mais importante do que o público reconhecimento do erro, ressalta nas declarações do astrônomo a expressão nave extraterrena, ou seja, o fato de que um renomado homem de ciência também assumiu um posicionamento favorável à questão ufológica. Poucos astrônomos no mundo inteiro aceitam sequer discutir sobre discos voadores. Talvez, em suas constantes observações do espaço profundo, não consigam enxergar eventos mais próximos, tal como qualquer pessoa que, ao caminhar, não percebe as incontáveis formigas sob as calçadas.
O Incidente do Vôo 169 foi precedido por outro semelhante, ocorrido no dia 4 de fevereiro, quando uma aeronave Boeing, voando de Bonn para Zurique, também foi seguida por um objeto luminoso. O comandante Hugo Dietschi, da empresa Swissair, preencheu um relatório de vôo no qual constava que ele e sua tripulação avistaram um objeto não identificado à direita da aeronave e a 20 graus acima do horizonte, tendo o mesmo os acompanhado durante alguns segundos. Tal como no Vôo 169, o fato mais marcante foi o grande brilho, variando seu tamanho entre o da lua, em sua fase cheia, e o de Vênus. O incidente da Swissair chamou a atenção do pesquisador dinamarquês Hans C. Petersen (11), correspondente do Centro para Pesquisas de Discos Voadores (CPDV). Somente graças à persistência desse pesquisador é que foi possível obter uma cópia do relatório do vôo SR-167, um feito considerável se observarmos que no alto da página há o estigma de CONFIDENCIAL, anotado, ao que parece, a lápis, A intenção do pesquisador dinamarquês foi a de mostrar, num gesto de solidariedade que é muito comum entre alguns ufólogos, que o incidente brasileiro não era um caso isolado.
Para alcançarmos um mínimo de entendimento quanto ao Vôo 169, temos de situá-lo dentro do quadro ufológico que já foi denominado como a grande onda de 1982, uma série de eventos registrados em todos os quadrantes dos céus brasileiros. Para qualquer ufólogo não 6 necessário explicar o que significa uma grande onda. Entretanto, como este trabalho destina-se também ao público leigo, tal conceito deve ser analisado. Em nosso país ninguém analisou as ondas ufológicas melhor do que o pesquisador Olavo T. Fontes, Já no exterior, Jacques Vallée, francês que reside nos Estados Unidos e trabalha para a NASA, é o responsável pelo chamado ciclo dos 26 meses, ou seja, uma estreita ligação entre a proximidade do planeta Marte e o aumento do índice de avistamentos de UFOs. Por outro lado, Olavo T. Fontes estabeleceu o ciclo dos cinco anos, aplicando-se suas teorias inteiramente ao Incidente do Vôo 169.
O Vôo 169 foi apenas uma pequena parte do fenômeno. Em todo o Brasil, confirmando-se os estudos teóricos de Olavo T. Fontes, foram avistados inúmeros UFOs, alguns verdadeiramente fantásticos, como o ocorrido na cidade de Campo Grande, Capital de Mato Grosso do Sul. No dia 6 de março, menos de trinta dias depois do acompanhamento da aeronave da VASP, nada menos do que vinte e três mil pessoas foram testemunhas de observação de um objeto luminoso na vertical do Estádio Municipal Pedro Pedrossian, quando ali começaria o jogo entre os times do Operário e Vasco, O objeto, quando à baixa altura, dividiu-se em quatro partes iguais, confundindo as milhares de pessoas que ali estavam.
Em dez Estados brasileiros houve, conforme levantamentos efetuados pelo CPDV, avistamentos de UFOs. Retrocedendo três dias, a partir do Vôo 169, iremos verificar uma outra estranha ocorrência, desta vez ocorrida na Praia do Guarita, em Torres (RS), quando o fotógrafo Guaracy de Andrade conseguiu captar, com uma máquina fotográfica profissional, a imagem de um UFO com a forma anelar. Esse caso foi de grande repercussão no meio ufológico e, como sempre, provocou reações contrárias fora dele. “Há muito misticismo envolvendo os registros de fenômenos aéreos, como o verificado na madrugada de segunda-feira pelos passageiros e tripulação do Vôo VASP 169, Fortaleza — São Paulo, e o disco voador fotografado por um gaúcho em Torres, também nesta semana”, rebateu o pesquisador Fernando G. Sampaio, em artigo publicado no jornal Folhada Tarde de 11 de fevereiro de 1982.
Sentindo-me solidário com o fotógrafo Guaracy Andrade, tanto em razão de uma experiência em comum como peio fato de termos sido execrados publicamente por renomados pesquisadores na área de ciências, decidi ter um encontro com o observador gaúcho. Juntos, no dia 18 de fevereiro, analisamos as duas observações e chegamos ao consenso de que o objeto avistado na Praia da Guarita poderia ser o mesmo que seguiu o avião da VASP. Enquanto que eu teria visto o UFO no plano horizontal, com um centro luminoso variando do branco intenso para azul e laterais com pigmentação vermelha e alaranjada, Guaracy de Andrade o teria visualizado com uma tonalidade azulada ao centro e bege nas extremidades. Segundo o pesquisador Fernando G. Sampaio, o objeto fotografado seria tão somente um fenômeno meteorológico raro: “uma nuvem de formato anelar e noctilucente.
nus”. O que foi então?
Constam nos arquivos do CPDV, em Campo Grande (MS), dados acerca de observação de um objeto anelar, em tudo semelhante ao de Torres e que foi — visto por diversas testemunhas ao longo de um trajeto de centenas de quilômetros naquele Estado. O fato ocorreu em data de 23 de dezembro de 1987, o que confirma a coerência das teses de Olavo T. Fontes, ao mesmo tempo em que reforça a fotografia de Guaracy Andrade. Nada pode substituir a experiência direta e, paradoxalmente, ser fonte de tantas frustrações. O testemunho de um leigo pode ser soterrado debaixo de explicações científicas acessíveis somente a um seleto grupo de estudiosos e até mesmo convencê-lo de que os seus sentidos físicos foram traiçoeiros.
O testemunho visual de uma ocorrência ufológica pode ser tão importante quanto o decorrente de sofisticados aparelhos eletrônicos, como os radares do CINDACTA. Muito embora seja difícil obter das autoridades aeronáuticas cópia das gravações feitas pelos controladores de vôo, os fatos tornaram-se tão evidentes que não mais é possível negá-los. Para contrapor os pontos aleatórios do CINDACTA e confirmar o fato de que a aeronave PP-SNG foi seguida pelo objeto luminoso até as proximidades da pista 14 do Aeroporto Internacional do Galeão, surgiu uma testemunha visual inesperada.
Virgínia Drumond, psicóloga da Eletrobrás, declarou à imprensa que viu, por volta das cinco horas da manhã do dia 8 de fevereiro, um objeto que emitia diversas luzes multicoloridas. “Passando pela sala em direção à cozinha, vi, da janela, algo tão luminoso, como se fosse uma estrela muito grande, que eu colocaria em termos de dimensão como se fosse a metade da lua cheia… Ficamos (com a filha Liana, de 12 anos) a observar o fenômeno. E isso durou mais ou menos uns vinte minutos”, declarou a psicóloga, que residia, na época, no Bairro Vital Brasil, em Niterói. “A forma do objeto era como uma estrela, que tinha na parte de baixo uma espécie de dois raios grandes, um maior que o outro e um para cada lado”, complementou a maravilhada testemunha.
Não há qualquer dúvida, pelo menos de minha parte, de que o objeto visto pela psicóloga Virgínia Drumond era o mesmo que havia seguido o Boeing da VASP. Sobram, portanto, argumentos favoráveis para rebater versões apressadas e visadoras somente do esfacelamento, a nível científico, dos testemunhos. Por essa razão simples, a impossibilidade de um diálogo mínimo com o CINDACTA não é algo que possa abater o ânimo de qualquer ufólogo. Há uma conscientização popular tão grande que os testemunhos surgem quase que espontaneamente.
“…o ponto localizado no radar do CINDACTA, após o alerta do comandante, não significa nada de concreto. Trata-se de uma anomalia no tubo de imagem do radar…” Observemos a diferença entre os depoimentos de alguns passageiros e da psicóloga Virgínia Drumond em relação a um comunicado oficial que prima pela evasiva, pela fuga ante uma realidade insofismável. Minha confiança no CINDACTA era tão grande que consignei no relatório de vôo o seguinte: “…conclamei o restante da tripulação e passageiros, porém de forma a não criar tumulto ou atropelo, a presenciarem também aquela aproximação máxima do UFO em todo o seu esplendor, e então, coincidentemente ou não, o CINDACTA chamou-nos (gravação), informando detectar um ponto em nossa posição nove (9) horas e a oito (8) milhas da nossa aeronave”.
Dessa divergência com o CINDACTA, que depois de ter avisado ao comandante da VASP resolveu desmentir os fatos, resta uma profunda dúvida. Estará realmente o CINDACTA desmentindo a informação deliberadamente e com a intenção de jogar a verdade no mais completo esquecimento? Ou estará dizendo a verdade, que o objeto luminoso foi realmente interpretado como um ponto aleatório? Nessa última hipótese, o Ministério da Aeronáutica terá investido pesadamente o dinheiro dos contribuintes em um sistema de segurança e defesa que, quando necessário, estar; sujeito a profundas falhas operacionais. Falo dessa forma porque a realidade do fenômeno é incontestável, não poderá ser negado de forma alguma. Mas, tenho certeza, o sistema funciona corretamente, já que o movimento de aeronaves em nosso espaço aéreo flui perfeitamente e graças à grande eficiência dos radares do CINDACTA.
Poucas pessoas sabem que, cerca de dois meses depois do Incidente do Vôo 169, quando fazia o mesmo trajeto (Fortaleza-Rio de Janeiro), tive um novo encontro nos céus. Dessa vez foi o CINDACTA que tomou a iniciativa de providências imediatas, fazendo com que eu iniciasse um urgente procedimento de descida. Quando já havíamos cruzado a cidade de Belo Horizonte em cerca de 2S milhas, um lacônico operador do CINDACTA enviou mensagem para nosso vôo: “O VASP observa alguma formação na sua posição 12 horas e a 12 milhas?” Como nada víamos de significativo, respondemos negativamente e indagamos: “Que tipo de formação, Brasília?” Não houve resposta, mesmo depois de várias mensagens. Simplesmente o operador não queria ou não podia responder, motivo pelo qual resolvi trocar de transceptor, passando para o de número 2. Da mesma forma, não houve resposta. Repentinamente, para surpresa da tripulação, recebemos uma estranha instrução do CINDACTA: “VASP 169, faça curva à esquerda para a proa 16(f- (cento e sessenta graus, sendo que o nosso rumo normal era cm I98-) e inicie imediatamente a descida”. A descida foi iniciada sem qualquer demora. Desde o primeiro comunicado solicitando informar se havia alguma formação a nossa frente (formação, no vocabulário aeronáutico, significa nuvem de chuva, trovoada ou zona frontal de massa de ar), colocamos o nosso radar de bordo no máximo. Voávamos em meio a uma fina camada de cirrus, o que equivale a dizer que atravessávamos uma região de calmaria. A posição 12 horas corresponde ao rumo da aeronave, ou seja, a nossa frente. Até a distância de vinte e cinco quilômetros, equivalente às doze milhas mencionadas pelo operador de radar, nada havia.
Fiquei sem entender realmente o que teria acontecido. Pela minha experiência de vôo, s
ei perfeitamente que o CINDACTA não interfere em planos de vôo sem uma causa justificável. Algo surgiu na tela do radar em Brasília, causando preocupação naquele órgão de controle de tráfego aéreo, tanto que houve demora até que viesse a lacônica determinação de descer imediatamente, sem quaisquer explicações. Pensei, ainda na cabine da aeronave, se seriam novos pontos aleatórios ou se um UFO só quis fazer eco nas telas do CINDACTA e, depois, aguardar o resultado. Ou teria sido um operador mais qualificado, acostumado a observar na tela do radar o que muitos teimam em negar, que não aceitam a hipótese de pontos aleatórios e, por causa disso, logo tomou uma providência?
Desse último caso levo apenas a lembrança. Foi uma das últimas oportunidades de, em uma aeronave comercia], rastrear com meus próprios olhos os céus. Embora não tenha compreendido perfeitamente o que o CINDACTA pretendia com uma súbita descida e mudança de rota, na ocasião ainda estávamos dentro da Grande Onda Ufológica de 1982 (12), um elemento mais do que suficiente para acreditar em mais um acompanhamento noturno. Coincidência? Não sei! E talvez nunca ache a resposta…