No município paraibano de Itauba, a 120 km de João Pessoa, está localizada a Pedra da Janela, tão famosa que foi comentada pelo escritor russo Peter Kolosimo em seu livro Antes dos Tempos Conhecidos [Melhoramentos, 1970]. A rocha é considerada encantada pelos moradores que tentam explorá-la e ver o que há em seu interior. Está na Serra Velha, uma montanha com 600 m de altura que recebeu esse nome devido a uma abertura que tem em formato de janela, na qual já foram observadas luzes que entram e saem constantemente do local. Marina Euzébio da Silva, que viveu mais de quatro décadas ao pé da serra, é uma das testemunhas do fenômeno. Ela diz que o aparecimento das luzes ocorre sempre tarde da noite. “Certa vez, uma bola luminosa de formato cilíndrico parou em frente à abertura e demorou algum tempo para desaparecer”, disse. No dia seguinte, um helicóptero da Aeronáutica sobrevoou o local e militares recolheram algumas rochas para análise.
Uma equipe do Centro Paraibano de Ufologia (CPB) também colheu amostras do local e constatou serem de minério de ferro. A Pedra da Janela também pode ser considerada um sítio arqueológico, ainda que não tenha sido tão explorado por arqueólogos como outros pontos. O curioso no local, no entanto, são os desenhos rupestres espalhados na rocha. O que também chama muito a atenção é que, a apenas 14 km dali, está a Pedra do Ingá, no município de mesmo nome da região da Serra da Borborema. Esse é o sítio arqueológico mais visitado do estado, onde estão gravadas dezenas de inscrições rupestres, formando fantásticos painéis com mensagens até hoje não decifradas.
Importantes documentos líticos
As pinturas rupestres da Pedra do Ingá estão há bastante tempo catalogadas por notáveis arqueólogos, que as consideram importantes documentos líticos, motivando incessantes pesquisas que buscam informações mais claras sobre a vida e os costumes de civilizações passadas. Mas o que nossos antepassados quiseram transmitir com desenhos esculpidos na rocha? A resposta vem sendo procurada por arqueólogos, antropólogos e ufólogos que chegam de várias partes do mundo, interessados em desvendar esses mistérios.
A Pedra do Ingá é formada por três painéis, tendo o bloco principal 24 m de comprimento por cerca de 4 m de altura. Existem ainda sulcos e pontos capsulares sequenciais e ordenados que lembram constelações, embarcações, serpentes, fetos e animais variados — todos aparentando o modo como seres provavelmente de outras paragens tinham para anunciar ideias ou registrar fatos e lendas. Em 1872, quando a rocha foi descoberta, achou-se também outra, só que menor, que trazia uma inscrição de oito linhas cujos caracteres não pertenciam a nenhuma cultura ocidental.
Dois anos depois, em 1874, os escritos mereceram atenção de eruditos alemães, o que tornou o Vale do Ingá conhecido em toda a Europa. Aparentemente, aquela pedra menor se perdeu, mas a inscrição foi registrada em documentos. Vários estudos têm sido feitos sobre as inscrições que continha, mas ninguém até hoje conseguiu decifrar seu significado. Existem muitos livros publicados sobre a Pedra do Ingá, como Viagem ao Desconhecido, de Gilvan de Brito, um dos mais completos trabalhos já realizados.
Sinais esculpidos por alienígenas?
Muitos pesquisadores atribuem as marcas deixadas na Pedra do Ingá aos índios que lá habitaram. Outros, no entanto, discordam de que as mensagens sejam obra de habitantes nativos. Segundo o estudioso Jacques Ramondot, especialista em geologia e petrografia, o sítio arqueológico é um dos maiores enigmas do mundo. De qualquer forma, seus petroglifos ainda não foram totalmente compreendidos e parecem ter sido esculpidos por alienígenas, os Anunnaki, devido a semelhança com escritos sumérios.
Zecharia Sitchin, um dos maiores estudiosos de línguas antigas e extintas, conseguiu o feito de traduzir os textos cuneiformes da antiga Suméria, descobrindo que seus habitantes acreditavam ser descendentes dos Anunnaki — “aqueles que vêm dos céus” —, uma civilização alienígena que há 450 mil anos esteve na Terra e realizou aqui experiências genéticas para melhorar a raça humana. De acordo com Sitchin, tais seres seriam de um planeta chamado Nibiru, que a cada 3.600 anos se aproxima da Terra, passando entre Marte e Júpiter. O tema é motivo de grandes polêmicas.
As inscrições na Serra Velha não deixam dúvidas de que uma civilização avançada e desconhecida esteve por ali — e a presença de UFOs na confecção dos petroglifos da Pedra do Ingá não é uma teoria absurda. A possibilidade de terem sido produzidas por índios cariri, que habitavam a região, foi descartada, pois eles desconheciam metais ou qualquer outro instrumento capaz de produzir sulcos perfeitos e polidos na rocha. Um dos pictogramas lembra uma nave espacial semelhante ao módulo lunar da Apollo 11. Existem ainda desenhos de constelações, outros indicando a contagem do ano solar e lunar, a velocidade da órbita da Terra e muito mais.