Um objeto de brilho intenso descreveu uma trajetória no céu e explodiu, na madrugada do dia 04 de abril deste ano, segundo relato de dois pilotos uruguaios e moradores de algumas localidades naquele país. Poderia ser um grande meteorito, mas os pilotos afirmam ter visto uma trajetória ascendente. Por causa disso, a Faculdade de Ciências e a Força Aérea Uruguaia estão estudando o fenômeno.
As possibilidades vão desde a mais simples, de que seria um fenômeno de tipo convencional, até um artefato – que poderia ser um míssil, por exemplo. “Não descartamos nenhuma linha de investigação”, anunciou o coronel José Luis Vignoli. A hipótese do meteorito se sustenta no relato de moradores da região de Colonia, que viram por volta das 04h00, de segunda-feira, um corpo luminoso riscando o céu em trajetória aparentemente descendente. A explosão no céu fez vibrarem as casas.
Gonzalo Tancredi, professor de Astronomia da Faculdade de Ciências, disse que as características do fenômeno descrito indicam se tratar de uma rocha espacial que se desintegrou no ar. “Os bólidos espaciais não necessariamente deixam uma cratera no solo”, lembrou. “É difícil ter uma conclusão mas, pela luminosidade, a mudança de coloração e o estrondo minutos depois, tudo faz pensar num fenômeno deste tipo”.
O relato do piloto de um MD11 da Lufthansa, entretanto, é diferente. Em diálogo com o tenente-coronel Walter Alvarado, que tripulava um bimotor da Aeromás – segundo a gravação da torre de controle de Ezeiza, de onde ambos haviam partido pouco antes –, ele diz claramente que não se trata de um meteorito e arrisca: “É um míssil”! O coronel Vignoli garantiu que as autoridades da vizinha Argentina negaram qualquer disparo de míssil. Alguns veículos de comunicação argentinos chegaram a noticiar especulações de que o objeto luminoso teria sido um míssil disparado acidentalmente durante manobras militares.