O II Fórum de Ufologia e Espiritismo, realizado no auditório das Casas André Luiz, em São Paulo, em 2004, trouxe um panorama moderno e inovador sobre o espiritismo científico conectado aos fenômenos ufológicos. Este texto é referente a uma das conferências, realizadas naquela ocasião, em que a visão espírita da Ufologia é discutida de modo claro. A apresentação prendeu a atenção do público do começo ao fim, fazendo-o pensar em outras possibilidades de origem do Fenômeno UFO. Os principais lances da conferência serão apresentados a seguir.
De início, gostaria de dizer que meu propósito não é estimular o espírita a ser ufólogo, nem vice-versa, mas sim, mostrar uma visão espírita da Ufologia. Comecemos com a seguinte questão: “O que é prova?” Essa mesma pergunta foi feita pelo já falecido capitão Edward Ruppelt a todos os que lhe pediam uma prova da existência de objetos voadores não identificados. Ruppelt foi o criador do nome UFO, sendo o primeiro chefe do Projeto Livro Azul e permanecendo no cargo dessa comissão desde o seu início, em 1951, até setembro de 1953. Ele participou da II Guerra Mundial, atuando num avião B-29 como bombardeiro e operador de radar. Após a guerra, foi engenheiro aeronáutico na Base Aérea de Wrigth-Patterson, em Ohio, Estados Unidos, tendo em mãos os serviços de inteligência para investigar atividades estrangeiras em aeronaves e objetos teleguiados. Era, portanto, um militar com qualificações para chefiar o Livro Azul.
O objetivo desse projeto da Força Aérea Norte-Americana (USAF) era investigar oficialmente o Fenômeno UFO com três alvos principais. O primeiro deles era tentar encontrar uma explicação, cientificamente válida, para os fatos ufológicos. O segundo era avaliar se o fenômeno constituía uma ameaça à segurança dos Estados Unidos e o terceiro era saber se havia alguma tecnologia avançada, nesses estranhos objetos, que pudesse ser usada por seu país. No decorrer dos anos de investigação foram registrados no Livro Azul mais de 12 mil casos, selecionados com rigor pelas forças armadas de diversos países, inclusive do Brasil, para estudo científico e detalhado das ocorrências.
Quando as pessoas perguntavam ao capitão se tinha provas do Fenômeno UFO, ele dizia: “Se prova for uma nave alienígena descer próxima ao Pentágono e seus ocupantes procurarem um contato oficial com o Estado-Maior das Forças Armadas, então nós não temos essa prova. Se for uma peça do objeto voador ou alguma coisa dele, algo devidamente certificado, sem equívoco, como sendo de origem extraterrestre, então essa comprovação nós também não temos. Mas se prova for o testemunho de milhares de pessoas, e dentre elas, militares honestos, competentes e em estado de plena sanidade mental, então essas evidências, nós temos e a temos com fartura”.
Existência de provas — De fato, se prova fosse o aparecimento do disco nas telas de radar das torres de controle de vôo nos aeroportos e nas bases militares, onde o objeto aparecia de repente, numa velocidade de mais de três mil quilômetros por hora – na época, uma velocidade inatingível por qualquer aparelho de origem terrestre –, para em seguida reduzir essa velocidade a de um carro, chegando até ficar totalmente parado no alto e visível ao pessoal da torre, então essa havia tinha e era farta. Se comprovação fossem as determinações dadas pelo Comando Militar de Operações Aéreas, essa existia, porque inúmeras vezes os comandantes deram ordens aos pilotos para levantarem vôo e caçarem os objetos. E isso só acontece quando fica claro no radar que os artefatos estão lá em cima, sobrevoando o espaço aéreo. Se prova fosse o testemunho dos oficiais aviadores, que levantaram vôo em seus aviões a jato e avistaram os objetos, tentaram comunicação por rádio com os UFOs e não obtiveram resposta, então há e são fartas. Evidências comprovam que além de serem subjugados pela velocidade dos discos que se posicionavam ao lado ou atrás dos aviões com velocidade fantástica de manobra, os pilotos, por se sentirem ameaçados, foram obrigados a disparar suas armas e depois submetidos a extensos interrogatórios para justificar os disparos, confirmando assim os fatos.
Quando o Pentágono ou outro comando exigia informações concretas e cientificamente válidas, colocando em jogo o prestígio dos oficiais que tinham visto o fenômeno, o capitão Ruppelt saía em defesa deles: “Se for dito que esses militares estão caçando apenas um reflexo do Sol ou que estão disparando contra o planeta Vênus ou a Lua, então convém não esquecer, senhores, que é nas mãos deles que o alto comando colocou a segurança dos Estados Unidos”.
Em outras palavras, aqueles oficiais não estavam loucos, mas perfeitamente lúcidos. Eram pessoas com capacidade de exercer funções de alta responsabilidade. Foram eles que, primeiramente, testemunharam de maneira oficial a existência do Fenômeno UFO, mesmo sabendo que seriam contestados porque, para se ter prova material que tantos queriam, seria preciso ter a posse do próprio objeto voador – ou então de seus ocupantes. Sem essas informações tudo seria insuficiente. E isso, segundo Ruppelt, não se tinha, porque o fenômeno ultrapassava todo o nosso conceito científico de matéria, penetrando as profundezas etéreas do cosmos, ainda desconhecidas da nossa ciência.
Crença em alienígenas — A crença na existência de vida física e inteligente em outros planetas do nosso Sistema Solar vem desde muito tempo. No século 17, após Galileu dar início ao uso do telescópio, os palpites sobre a existência, ou não, de vida nos outros planetas aumentaram muito. Todas as cogitações naquela época eram bem aceitas pois, a prova conclusiva não existia e quase tudo era válido. Até 1950, a vida em Marte e em outros planetas era dada como certa por muitos estudiosos. E não foram poucos os que se encarregaram de fantasiar essa possibilidade, imaginando existir naqueles planetas seres quase humanos, de forma física semelhante à nossa e de índole que variava desde a bondade total até a maldade mais perversa. Isso atrapalhou a compreensão do fenômeno. Hoje, a situação é diferente. O palpite não serve mais, a descrença toma conta e derruba o divulgador. Qualquer prognóstico atual sobre a existência de vida nos orbes do nosso Sistema Solar estará condicionado à prova efetiva para ser aceito.
As teorias científicas não são mais feitas para satisfazer caprichos, porque hoje elas estão sujeitas ao fio cortante de uma espada chamada “espaçonave”, que as mãos do homem construiu para cruzar os espaços e mostrar a verdade, seja ela qual for. As informações que as sondas espaciais trouxeram fizeram o mun
do científico fechar a questão, divulgando que não há vida inteligente em qualquer outro planeta do nosso sistema. A vida neles poderá ser encontrada, mas somente na forma de simples organismos, como micróbios, por exemplo.
A versatilidade é uma característica do cientista. Com a mesma facilidade que ontem afirmou existir vida inteligente nos planetas do nosso Sistema Solar, hoje nega em favorecimento do saber humano. E o homem se beneficia dessa sua flexibilidade, porque a humanidade evolui com os novos conhecimentos científicos. Em razão dessa impossibilidade de vida inteligente no nosso sistema, a hipótese extraterrestre formulada pela escola nebecista de Ufologia, afastou os limites iniciais para mais longe. Passou a considerar que o Fenômeno UFO não mais seria oriundo de qualquer planeta, mas sim do espaço extra-solar, há muitos anos-luz de distância da Terra.
Hipótese extraterrestre — Segundo a teoria extraterrestre, o Fenômeno UFO seria produzido por criaturas de físico denso e de composição corporal concreta. Gente como nós, podendo ser diferente na forma e na constituição dos órgãos. Contudo, seriam mais evoluídos na ciência e conhecedores de uma tecnologia que nós, humanos, estaríamos muito distantes de ter acesso. Se a nossa visão for muito superficial a respeito dessa teoria, então a hipótese extraterrestre parece viável e pode ser aceita. Contudo, à medida que nós raciocinamos e vemos nossa ciência dizer que é impossível existir seres inteligentes nos demais planetas, então a teoria começa a ficar fraca e difícil de ser aceita, porque a distância que nos separa de outros planetas do espaço extra-solar é monumental. Viajando pelo espaço, as distâncias monumentais, além de Plutão, não poderiam ser superadas por seres humanos de carne e osso como nós.
Nem mesmo se fosse usada a mais potente das máquinas voadoras que nosso bom senso é capaz de idealizar, pois seria preciso viajar milhares de anos para alcançar um planeta de outro sistema. Para se ter uma idéia da distância que nos separa, basta fazer um pequeno raciocínio: Alfa Centauro, o sistema mais próximo do nosso, fica à cerca de 4,2 anos-luz da Terra. Se nós pudéssemos viajar, digamos, a uma velocidade de 300 mil quilômetros por hora – cerca de cinco vezes mais rápido do que hoje conseguimos fazer – chegaríamos à Lua em pouco mais de uma hora, mas para chegar à Alfa Centauro precisaríamos viajar 15 mil anos.
Teoria ultraterrestre — O professor J. Allen Hynek, que foi chefe do Departamento de Astrofísica da Universidade Northwestern e principal consultor do Projeto Livro Azul, tido por muitos como o ufólogo mais respeitado do mundo, considerava a hipótese extraterrestre insustentável. Mesmo que a extensão da vida humana fosse aumentada três vezes e a velocidade de viagem fosse dramaticamente alta, ainda assim, o nosso corpo seria de carne, a distância a vencer seria monumental e o tempo conspiraria contra nós, impedindo qualquer deslocamento tripulado ao espaço extra-solar. Em razão disso, a hipótese extraterrestre enfraqueceu e agonizou, embora, ainda resista até hoje, porque o ser inteligente poderia fazer contato indiretamente, utilizando-se de sondas espaciais, ondas de rádio e inteligências artificiais.
Então outra suposição surgiu, porque os discos voadores continuaram aparecendo e de algum lugar, seguramente, eles deviam estar vindo. Não restou melhor alternativa senão admitir a conjectura mais difícil de todas, aquela que os seres inteligentes seriam oriundos de um universo paralelo ou de outra dimensão do espaço-tempo. Essa hipótese ficou conhecida como ultraterrestre. É ultra porque define seres alienígenas que estão além da matéria física, superando a densa materialidade dos corpos físicos. Considera a vinda à Terra de uma civilização de seres inteligentes do espaço, proveniente de uma dimensão além da nossa. Seriam seres incomuns e formados de um tipo de matéria que está além da física, postada no mundo invisível das partículas. A hipótese ultraterrestre é estudada na Ufologia pela escola dimensionalista. O espiritismo chama isso de “mundo menos material”. Em razão dessa imaterialidade aparente, há muitas conexões entre Ufologia e espiritismo.
A maior de todas as conexões é que ambos os fenômenos, espírita e ufológico, procedem de um mundo invisível e têm como protagonistas seres inteligentes. Assim, casos como os de aparição, materialização, transporte, levitação, telepatia e outros, são comuns a ambos. Mas, o mais intrigante para os espíritas, é que em meio aos fenômenos comuns existem aqueles destoantes, ocorrências novas, não tratadas na época da codificação, tais como os discos voadores, as abduções físicas e as experiências alienígenas.
Testemunhas de UFOs — Vamos observar aqui alguns detalhes de relatos de testemunhas do Fenômeno UFO. Embora, essas pessoas digam num primeiro momento que o UFO é físico, concreto, num segundo instante falam que é uma coisa totalmente extrafísica, imaterial. Ou seja, o que era material, de repente some. O objeto que estava no céu e que era metálico há pouco, num piscar de olhos, passa a ser luminoso e faiscante. Aquilo, inicialmente sólido e consistente, desaparece misteriosamente de um lugar e reaparece de imediato em outro. O que podia ser filmado e fotografado, já não pode mais. O que era visível nos aparelhos de radar, perde-se instantaneamente, embora, o objeto continue visível no ar. A coisa objetiva passa a ser algo subjetivo, apenas num repente.
Algumas testemunhas dizem que os UFOs mergulham na água, outras que eles afundam no solo. Relatam que são engolidos em pleno vôo por outros objetos, ainda maiores, que aparecem de forma brusca, depois mudam a luminosidade e ficam nebulosos, sendo envolvidos por uma espécie de névoa. Essa neblina parece convertê-los numa outra substância que os faz desaparecer misteriosamente, entrando no mesmo nada de onde vieram. Os operadores dos
UFOs, que são descritos pelas testemunhas como sendo criaturas físicas e concretas, estranhamente parecem respirar a nossa atmosfera, a qual deveria ser diferente da deles, mas se adaptam à mesma com incrível facilidade, sem traje espacial algum. O mais estranho é que, numa atitude incomum, param de respirar, comunicam-se por telepatia, passam a flutuar e desaparecem no ar, misteriosamente.
Nessa descrição insólita, as leis da nossa física ficam subjugadas por completo e os UFOs parecem mergulhar e emergir de um lugar totalmente desconhecido do nosso, mas, ainda assim, um mundo efetivamente existente, novo e misterioso, algo como se fosse constituído de matéria invisível, de antimatéria ou de matéria pelas avessas. Para nós, seria uma não-localidade onde vivem seres de outra natureza, menos material que a nossa, como ensina a doutrina espírita. Trata-se, ao menos, de uma composição física subatômica, ainda estranha à nossa ciência, talvez composta por feixes de ondas e partículas formando objetos e seres vivos. Todos eles estariam noutra vibração da matéria, muito além da nossa, a qual precisaria, ao menos, ser colocada em teoria para tentarmos visualizar com raciocínio lógico essa vida inteligente da qual o Fenômeno UFO procederia.
Universo profundo — Assim surge a Teoria do Universo Profundo, dada pelo espírito Erasto em seu livro. Trata-se de uma visão espírita da Ufologia que vale a pena ser examinada. O espiritismo, desde 1857, tem informado ao homem que o universo é composto de matéria que escapa à percepção dos instrumentos científicos e que todos os orbes são habitados. Entretanto, o alcance dessa afirmação parece que ainda não foi devidamente entendido. Gostaria de recordar um programa de televisão, o Pinga Fogo, em 1971, quando Chico Xavier foi indagado do porquê ter anunciado, no livro Cartas de uma Morta [Editora Lake, 1935], que Marte era habitado, sendo que as sondas norte-americanas, 30 anos depois, haviam comprovado que o planeta era deserto igual à Lua. Então, o espírito Emmanuel, presente naquela ocasião, esclareceu: “Precisamos esperar o progresso da ciência na descoberta mais ampla e na definição mais precisa daquilo que chamamos de antimatéria. Então saberemos que o espaço não está vazio. Ainda que as afirmações da ciência e as sondas possam trazer respostas negativas do ponto de vista físico, devemos compreender que a vida se estende em outras dimensões”.
Ou seja, a vida se estende no universo profundo, invisível para nós, uma bioforma ultraterrestre. Os espíritos ensinaram e Kardec registrou a existência de mundos e de seres inteligentes no cosmos, ambos menos materiais que o planeta Terra e os seres humanos que o povoam. Uma dimensão dotada de orbes e de habitantes cuja química da vida para a criatura emergir, procriar e evoluir, é diferente da nossa, que está baseada no hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e carbono. No dizer da doutrina espírita, nesses mundos os espíritos encarnam em corpos também menos materiais para evoluir. Mas como entender melhor esse corpo menos material de que fala o espiritismo?
Uma visão espírita — Naturalmente, menos material não significa ter pouca matéria, mas sim, que ela seja de composição leve, sutil e etérea. Como exemplo, podemos dizer que a abelha tem menos matéria que o pássaro, mas ela não é menos material que ele, porque a composição de ambos é densa. Não nos é possível dizer que o homem seja menos material que o macaco, pois a carne dos dois é densa. Para entender a expressão “menos material”, usada pelos espíritos, é preciso saber que existe uma certa similaridade entre matéria e energia. Uma se transforma na outra. A água se converte em vapor e o vapor em água. Os prótons, nêutrons e elétrons, devidamente arranjados, formam o ferro, o carbono e todos os outros elementos os quais, por desagregação atômica, também retornam à energia. Portanto, o estado menos material ensinado pelo espiritismo é aquele no qual a matéria se apresenta em estado sutil, numa vibração intensa de partículas. Um corpo menos material, diferente da carne e numa outra vibração, revestiria a composição espiritual.
Conforme os registros de Allan Kardec, nos mundos superiores, o menos material é um corpo que mantém a forma humana e nada tem a ver com o peso da materialidade da carne. É um corpo luminoso, de peso específico, leve e de fácil deslocamento nas alturas, onde atua sem esforço algum, apenas impulsionado pela força do pensamento. Trata-se de alguém que nasce e se desenvolve facilmente, já que a morte não lhe causa horror algum, porque a alma não fica encerrada numa matéria compacta, mas sim, num corpo menos material.
Os espíritos – seres dimensionais –, quando são de classe inferior, precisam de corpos sólidos para evoluir, como os de carne e osso, por exemplo. Os espíritos um pouco mais evoluídos, por sua vez, animam bioformas mais sutis e podem conformá-las usando das emanações fluídicas de esferas físicas, por isso, ficam a elas vinculados como habitantes, como, por exemplo, os ultraterrestres de Júpiter, de que trata o espiritismo. A seu turno, diferente dos anteriores, os espíritos já depurados não animam mais essas bioformas todas, sejam elas físicas – de mundos tridimensionais – ou ultrafísicas, de outras regiões do espaço-tempo. Porque, a evolução conseguida por eles no transcurso de bilhões de anos à frente dos outros, lhes dera capacidade para atuar gerindo e criando em todas as dimensões, somente exercitando seu foco inteligente, sublimado que fora no curso da extensa escalada evolutiva.
Kardec não falou de objetos voadores que aparecem nos céus e se materializam, porque isso somente ganhou destaque após a codificação iniciada em 1857. Foi somente 90 anos depois, em 24 de junho de 1947, hoje considerado o dia mundial da Ufologia, que as declarações do norte-americano Kenneth Arnold ganharam destaque, dando conta de sua experiência, ao avistar e perseguir nada menos que nove objetos voadores. Contudo, Kardec registrou que seres inteligentes se manifestam na Terra, que todos os orbes do infinito são habitados e os espíritos estão ali encarnados numa forma corpórea. Registrou nesses mundos menos materiais, que o espírito encarna revestido de um corpo também menos material e a criatura evolui. Citou Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, os orbes radiantes e as profundezas etéreas do cosmos.
Disso tudo se conclui que, assim como o homem não foi colocado pronto na Terra, nela sofreu evoluções por duradouros períodos, desenvolvendo tecnologias avançadas como aviões, foguetes, estações espaciais. Assim, também pela mesma lógica de raciocínio nos orbes distantes, deve ter acontecido algo semelhante. Se nós observarmos o entendimento espírita da evolução, vamos concluir que o Fenômeno UFO
seria resultado do desenvolvimento técnico de seres inteligentes de outros mundos, ainda que sejam de outras dimensões.
Embora os UFOs não venham de um mundo espiritual na acepção da palavra – porque o deles não é o do espírito errante, mas sim o da criatura dotada de um corpo menos material – para nós, seres humanos de carne e osso, é como se ambos fossem iguais, pois os dois são invisíveis para nós. Por isso, de modo geral, tais dimensões fazem parte do mundo espírita. É por essa razão que afirmamos que o estudo do espiritismo dá ao ser humano a compreensão da vida em todo o cosmos, ajudando a entender os fenômenos ufológicos, enigmas que preocupam parte considerável da sociedade humana.
Seres intrusos e visitantes — Das criaturas que com seus UFOs aportam na Terra há de se fazer uma distinção entre os seres intrusos e os visitantes, independentemente da forma corporal que possam ter essas criaturas quando materializadas. Consideramos visitantes os seres de moral desenvolvida, aqueles que não contrariam a nossa vontade, devendo ser amistosos, assim como nós seríamos com eles. Sendo assim, poderia existir contato amigável, para troca de experiências. Admitimos como intrusos os seres de baixa moral, sujeitos a imperfeições notórias, aqueles que praticam atos contrários à nossa vontade, por isso não seriam bem-vindos e, com a ação deles, não poderíamos compactuar em nada. Eles seriam responsáveis pelos atos de abdução do corpo físico, não por arrebatamentos da alma, porque seu desprendimento é um evento espiritual abundante, enquanto que a abdução física é fato ufológico raro, conforme ensina o espírito Erasto no livro Universo Profundo – Seres Inteligentes e Luzes no Céu [Lúmen Editoral, 2003].
Além do arrebatamento e da abdução física, há também um terceiro caso, o distúrbio psíquico, que é um evento irreal criado no cérebro e que deve ser tratado por profissionais competentes. O mesmo se dá com a impostura. Os intrusos que mais nos aportam, no que se refere ao grau de avanço científico, podem ser caracterizados como seres de conhecimento superior ao nosso, porque suas realizações científicas demonstram isso, haja vista os engenhos que conseguem materializar. Eles são muito inteligentes. Em capacidade científica poderíamos classificá-los como seres de conhecimento, mas não como criaturas de moral elevada, porque essa qualidade não foi demonstrada por eles nos contatos relatados.
Esse tipo de intruso – pesquisador científico, intrometido e perturbador – dá evidências de que procura criar em seu mundo condições para melhorar seu próprio corpo através da genética, híbrida ou não. Mas sua ciência está muito aquém de conseguir isso, conforme nos ensina Erasto. Esse saber é reservado somente aos espíritos de sabedoria, gênios da genética que, na Terra, atuaram desde o princípio para estabelecer todas as formas físicas – evento que pode ser estudado em detalhes no livro do espírito Yehoshua ben Nun, Colônia Capella – A Outra Face de Adão [Lúmen Editoral, 2002]. Esses intrusos não estão sequer próximos daqueles geneticistas do Cristo.
Tais seres, quando materializados, são débeis. Portanto, seus corpos são incompatíveis ao meio-ambiente terrestre e estão impossibilitados de procriar na Terra. As experiências genéticas que realizaram para produção de novos seres em sua dimensão não lograram êxito, de acordo com Erasto. Mas suas aparições perturbaram a intimidade daqueles com quem estiveram vinculados. O embaraço produzido em suas incursões descontrolou a vida de muitos e favoreceu a ação nociva de espíritos inferiores no ambiente terrestre, que se encarregaram de solapar a mente coletiva com fantasias destituídas de razão. Mas, ainda assim, tudo na casa de Deus tem bom propósito. Naquele mundo materialista, de outra região do espaço-tempo, a bondade do Criador reabilita entidades geneticamente alteradas e de corpos deficitários, para que elas dirijam o rosto em busca da moral e para que possam encontrar as qualidades edificantes que escassearam em seus corações.
Ainda conforme nos ensina Erasto, se não compactuarmos em nada com a ação deles, se os despedirmos com vigor e determinação, nada poderão nos fazer. Só podem agir na Terra quando materializados. E nessa condição ficam extremamente débeis e perecíveis. Podem voltar ao estado original com grande facilidade, mas, se forem atingidos de alguma maneira, sofrerão as conseqüências desse ferimento em sua dimensão, podendo morrer, diferente dos agêneres espirituais quando atuam na Terra, cujo simulacro materializado, se atingido, desintegra-se sem dano algum ao espírito motor. Diferente dos ultraterrestres que provêm do mundo dos vivos e por isso podem morrer, os agêneres são espíritos do mundo dos mortos, que se apresentam na Terra como entidades de aparência humana, mas não são gerados por mulher, são materializações temporárias do corpo espiritual.
Particularidades dos ultraterrestres — Vários tipos de ultraterrestres podem se comunicar por telepatia, embora isso se faça de maneira não ostensiva, caso raríssimo nas casas espíritas. O que eles não podem é incorporar médiuns em sessões espíritas. Sua composição corporal os impede, porque seus corpos espirituais estão revestidos por uma forma corpórea de antimatéria. São espíritos que estão renascidos num corpo, encarnados, por assim dizer. Lembrando a comunicação de Bernard Palissy [Publicada por Kardec na Revista Espírita de abril de 1858], a resposta dada por ele à sétima pergunta da entrevista expressa: “Em vosso globo venho apenas como espírito e este nada mais tem das sensações materiais”. Portanto, Palissy veio em condição de espírito e muito rapidamente, nada tinha de seu corpo menos material, do qual estava desprendido.
Reforçando, esses alienígenas que vêm à Terra com seus UFOs não se comunicam por incorporação mediúnica, pois sua própria constituição corpórea os impede, mas o fazem por transmissão de pensamento. Todavia, ainda assim, é preciso atenção para distinguir uma criatura da outra. Enquanto não houver apariç&a
tilde;o da nave, para os espíritas, a manifestação é de espírito errante e não de um ser alienígena de outra esfera. É preciso lembrar que Ufologia é o estudo do Fenômeno UFO, dos objetos voadores não identificados. Por isso, o que caracteriza sem equívoco o alienígena é seu UFO. Enquanto a criatura não materializar sua nave e disser por si própria a que veio, qualquer outra comunicação canalizada será considerada como vinda de um espírito errante. Porque sem a nave não há fenômeno ufológico, e sem o tal artefato não há certeza de a criatura ser alienígena. As aparições demonstram que os ultraterrestres podem se manifestar materializados, em campo aberto, com seus objetos voadores.
Naturalmente, não poderiam fazê-lo de maneira brusca, materializando a aeronave no centro de uma cidade grande, porque, ali, ficariam vulneráveis, haveria descontrole humano e pânico, com risco ainda maior para eles próprios. As aparições ufológicas de entidades visitantes – não intrusas – parecem indicar uma preparação gradativa para contatos mais efetivos com o homem no futuro, sem tempo marcado, quando a humanidade estiver mais preparada para isso. Até que um dia, no futuro, esses encontros poderão ser regulares, assim como hoje são os dos médiuns com os espíritos, os quais no passado causavam tanto temor e desconforto.
O espiritismo aplicado à Ufologia
Existe vida em outros planetas? Como serão os extraterrestres? Nós, seres humanos, temos algum parentesco com eles? Parecem questões banais, mas não são. Quando se fala de ETs, pensamos logo em criaturas adiantadas, constituídas de bioformas semelhantes a do homem, ou seja, seres de carne e osso, e talvez aparência quase humana. Sem levar em conta nossas predisposições para entender a questão alienígena, a hipótese de que tais seres existam está fundamentada em duas bases de sustentação: a casuística ufológica e a universalidade astronômica. Partindo dessas indagações, que o estimulam desde a adolescência, o administrador, especialista em planejamento, contratos públicos e telecomunicações Pedro de Campos – que também é pesquisador de espiritismo científico e de Ufologia – acaba de lançar seu terceiro livro pela Lúmen Editorial. Trata-se da obra UFO – Fenômeno de Contato, que apresenta uma verdadeira visão espírita da Ufologia através de pesquisas, depoimentos e instruções do mentor espiritual Yehoshua ben Nun, coordenador do trabalho de Campos no mundo espiritual. Contudo, nem sempre o autor considerou o Fenômeno UFO com rigor científico. “Para mim, os UFOs eram uma espécie de ilusão de ótica, um pensamento descontrolado ou uma impostura de alguém. Em certas ocasiões cheguei mesmo a pensar que tudo não passava de um processo obsessivo em que espíritos inferiores atuavam para desconsertar a pessoa”, diz.
Mas o tempo foi passando e à medida que ouvia relatos de aparições e abduções, o autor foi ficando cada dia mais intrigado e resolveu investigar os fatos para tirar tudo a limpo. “Sem dúvida, o preço cobrado pelos fenômenos em geral é um só: a nossa rendição”. ?Debruçando-se sobre o assunto, Campos ainda não se sentia satisfeito com a hipótese de seres extraterrestres para os avistamentos relatados. Foi então que passou a trabalhar com a hipótese de seres ultraterrestres. “Encontrei nessa teoria vários fundamentos estabelecidos também no espiritismo. Isso exigiu de mim uma reconsideração completa do que vem a ser o termo menos material”, revelou.
Com novos conceitos, o autor ampliou sua compreensão para outras dimensões do espaço-tempo. “A pluralidade dos mundos habitados é um dos pilares de sustentação da Codificação Espírita. Contudo, já sabemos que nos planetas Marte, Júpiter e Saturno não há vida como a nossa, nem seres inteligentes de carne e osso. Restou então investigar o caso baseado nas novas informações trazidas pela espiritualidade e pelo mentor espiritual Yehoshua ben Nun: a vida em outra dimensão”, comentou.
Canalização e teoria evolutiva — Dentre os temas discutidos no livro estão a chave da evolução da Terra, teletransporte, quarta dimensão, coleta de material genético, canalização, teoria evolutiva, vida em outros mundos etc. Campos afirma em sua obra que a pluralidade dos mundos habitados, quer no universo físico material ou em outras dimensões do espaço-tempo, é um dos pilares de sustentação da codificação espírita. Nesse último caso, seriam seres encarnados em corpos menos materiais, ultraterrestres.
O autor passou a examinar a hipótese ultraterrestre e encontrou fundamentos estabelecidos também no espiritismo. Isso exigiu uma nova consideração sobre o termo “menos material”, usado em diversas obras espíritas, que define a composição de outros mundos e seres existentes no universo. De acordo com Campos, o conceito de corpo e mundo menos material dados pelos espíritos está em harmonia com a Teoria das Supercordas, dada pela física teórica.
UFO – Fenômeno de Contato é a terceira obra de Campos, que também é autor de Colônia Capella – A Outra Face de Adão [2002] e Universo Profundo – Seres Inteligentes e Luzes no Céu [2003], todas pela Lúmen Editorial. Sua linha de trabalho está pautada nas informações espirituais trazidas pela equipe de Yehoshua ben Nun, grupo que está empenhado em divulgar a temática da vida em outros planetas e a existência de seres que habitam outras localidades do universo. “É chegado o tempo de se difundir esse conhecimento”, afirma. Os interessados em adquirir obras do autor podem fazê-lo através da Lúmen Editorial – fone (011) 3207-1353 e site www.lumeneditorial.com.br – ou da seção Suprimentos de Ufologia desta edição.