Sendo o autor do relatório técnico (laudo) referente ao exame que realizei no agroglifo de Ipuaçu. Após ler as opiniões publicadas nas páginas da internet, blogs e redes sociais, achei oportuno colocar alguns pontos a mais, pois nem tudo o que constatei no local foi colocado no relatório, tendo em vista o objetivo do trabalho, ou seja, apenas um relatório de exame, sem a menor intensão de ser mais extenso do que o necessário, pois efetivamente não se constitui em tese de doutorado, ou similar.
O que observei na internet foi pessoas externando opiniões baseadas tão somente em suas crenças pessoais. A maioria dos que se disseram céticos, são na verdade negacionistas, pois descartam a veracidade do fenômeno ocorrido “a priori”, sem que tivessem realizado qualquer exame no local ou ainda, estudado o conjunto do fenômeno, em seu âmbito mundial. Outros ainda nos categorizaram como ingênuos ou crédulos. Pois isto é o que menos somos, em relação aos agroglifos. Temos consciência de que este é um fenômeno que acontece a séculos, que teve sua intensidade muito incrementada a parir dos anos 1970 e que ao lado do fenômeno autêntico surgiram pessoas também negacionistas, os quais tentaram desacreditar o fenômeno, forjando falsos círculos.
Sabemos também que na Inglaterra, cerca de 80% dos círculos, entretanto, restam 20% de círculos realmente autênticos. Examinar e diferenciar uns dos outros é o trabalho que pesquisadores sérios e conscientes se dedicam todos os anos, publicando seus relatórios em seguida. Ora, negar que existe um fenômeno real e autêntico, baseado na existência de falsificações é exatamente igual a acreditar que não existam notas de dinheiro verdadeiras, por que existem as notas falsificadas! Mas quais as diferenças entre um agroglifo autêntico de um falso?
Para começar, as linhas de contorno (bordas) dos desenhos são nitidamente diferentes, sendo muito regulares, quase como num desenho técnico de engenharia, nos autênticos, e irregulares, como num desenho à mão feito por uma criança, nos falsos. O modo como a gramínea fica deitada ao solo é muito harmônico nos autênticos, parecendo que o campo foi “penteado”, deixando as hastes praticamente paralelas. Já nos falsos as hastes são tombadas simplesmente do mesmo modo em que estavam quando a touceira estava em pé, ou seja, as hastes da gramínea ficam entrelaçadas, apesar de caídas quase que para o mesmo lado, sendo gritante a diferença em relação aos agroglifos autênticos.
Outra característica muito marcante nos agroglifos autênticos é que a base da haste, junto ao solo se encontra recurvada, não havendo fratura ou dobra ao longo de toda a haste, enquanto que nos falsos as hastes se encontram dobradas, muitas fraturadas e algumas com a raiz exposta. As trilhas causadas por veículos ou deambulação de pessoas ou mesmo animais apresentam a largura junto ao solo marcantemente menor do que a largura no topo da gramínea, ficando o perfil curvilíneo, em forma da letra U. Por exemplo, a trilha deixada por trator tem, junto ao solo, a largura de 30 cm (trinta centímetros) e a largura no topo das gramíneas é em torno de 60 cm (sessenta centímetros). Os agroglifos tem suas larguras junto ao solo e no topo das gramíneas praticamente idênticas, ficando o perfil anguloso, com um formato “quadrado”, constatando-se no topo das gramíneas uma variação não maior do que 05 cm (cinco centímetros), em relação ao constatado no solo.
Ainda se verifica nos agroglifos verdadeiros, um forte eletromagnetismo presente no interior do agroglifo, o qual não é percebido a pouquíssimos metros ao seu redor. Já nos falsos, não há nenhuma variação de eletromagnetismo verificável em seu interior que difira dos valores observados em seu entorno. Este eletromagnetismo é facilmente verificável, pois causa alterações dramáticas em bússolas e aparelhos celulares, sendo mensuráveis através de equipamentos específicos (magnetômetro) ou mesmo com aplicativos para celulares, com esta função.
Por último, coloco que nunca se constatou radioatividade excêntrica em agroglifos, pois agroglifo não é ninho de pouso de disco-voador. Nestes sim, há manifesta radioatividade, porém agroglifo e ninho de pouso de disco-voador são coisas e fenômenos totalmente distintos.
Como disse, muitos postaram suas opiniões baseados em suas crenças pessoais, sejam elas o negacionismo puro e simples ou a aceitação do fenômeno sem nenhum questionamento. Ambas as posições são baseadas somente em crenças pessoais. O verdadeiro pesquisador é aquele que estuda a matéria e realiza pesquisas sobre fatos e fenômenos. Assim, pergunto: Que valor, que credibilidade tem a opinião de pessoas que não realizaram exame algum, aliás, nem estiveram em Ipuaçu, podem ter quando comparadas com as opiniões emitidas por quem efetivamente realizou exames?
Ainda que o resultado de nossas análises e conclusões esteja incorreto, de que modo e baseado em quê a opinião cega e negacionista pode refutar as conclusões de quem esteve no local e se dedicou a realizar os devidos exames? Apenas no achismo? Apenas na especulação? Apenas em que a existência do fenômeno é por demais extraordinária e por isto então não deve ser verdade? Ou ainda, apenas porque quem pesquisou pertence ao grupo da Revista UFO ou porque tem amizade com o A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO?
Não é enfiando a cabeça em um buraco que se encontrará a verdade sobre fatos e fenômenos. É necessário, sim, por mãos à obra e estudar o fenômeno e sair de sua zona de conforto para ir aos locais de ocorrência para verificar se o que está lá presente é falso ou verdadeiro.
Para encerrar, faço uma crítica a imprensa em geral. Afinal de contas, se o fenômeno dos agroglifos se dá sobre áreas de plantação de gramíneas, no caso de Ipuaçu sobre trigo, porque foram questionar as crenças de um astrônomo sobre o assunto? Ressalto que o fenômeno dos agroglifos se dão DENTRO da atmosfera terrestre, não havendo nenhum cabimento fazer questionamentos sobre o fato à um profissional cuja formação e trabalho é tão somente sobre fatos e coisas que se dão FORA da atmosfera terrestre. Seguindo esta “lógica” da imprensa, quando surgir um meteoro ou houver alguma notícia sobre um asteroide a imprensa deverá colocar, com igual destaque e importância a opinião de um agrônomo sobre o assunto.