Após a confirmação, nos primeiros anos da investigação ufológica, de que estávamos diante de manifestações genuínas e que mereciam a preocupação e atenção de toda a humanidade, vários aspectos muito mais profundos relacionados à presença desses objetos e seus tripulantes na Terra surgiram desafiadores à nossa frente. Contudo, uma expressiva parcela dos primeiros pesquisadores de tais manifestações parecia desconsiderar a verdadeira amplitude e as múltiplas possibilidades que o Fenômeno UFO já insinuava em seu surgimento. Para grande parte dos ufólogos, fossem eles civis ou militares, tudo parecia se resumir exclusivamente às observações de misteriosos artefatos voadores sem explicação. Falar da presença de uma inteligência no controle dessas naves era algo que muitos preferiam abdicar, mesmo que o assunto já estivesse, por força das circunstâncias, ganhando crescente visibilidade, inclusive nos meios de comunicação.
Paralelamente, começaram a surgir investigadores do chamado realismo fantástico, como nos referíamos a um segmento da Ufologia em seus primórdios, que estavam encontrando evidências muito fortes da presença alienígena no passado histórico e mesmo pré-histórico da humanidade. Assim, se no início desse processo havia dois grupos tratando das visitas extraterrestres ao nosso planeta, os ufólogos e os estudiosos do tal realismo fantástico, com o passar dos anos os limites de interesse de cada grupo foram sendo rompidos, visto que ambos perceberam que, na realidade, estavam diante de um único fenômeno que devia ser visto e estudado dentro de uma única perspectiva de interpretação.
Com isso ficou claro que não poderíamos descartar, entre outras interpretações, a possibilidade de uma origem extradimensional ou ultraterrestre para os UFOs e seus tripulantes. Hoje, um grande grupo de estudiosos já percebeu que esta concepção para a origem destas naves e seres constitui apenas uma ampliação das interpretações que defendem a origem extraterrestre para tais veículos. Assim, estaríamos diante de um fenômeno tão físico quanto qualquer um de nós, mas que manipula e se manifesta em vários níveis de realidade dentro de um universo muito mais rico em possibilidades do que se imaginava no passado.
O futuro de nossa civilização
Mas tratar da fenomenologia ufológica com este viés, ainda que passadas décadas de amadurecimento de tais ideias, constitui um desafio para qualquer ufólogo mesmo na atualidade. O livro Projeto Contato, que acaba de ser lançado pela Biblioteca UFO — a série de livros especializados em Ufologia da Revista UFO —, parte justamente dessa premissa. Este coeditor teve o privilégio de acompanhar seu nascimento e ler em primeira mão seus capítulos iniciais, ainda em fase de gestação, à medida que estavam sendo redigidos. Na obra, a médica e médium paulista Mônica de Medeiros e a psicanalista e música Margarete Áquila, depois de descreverem como cada uma se envolveu de maneira tão particular com a Ufologia, propiciam ao leitor uma jornada de descobertas. O livro revela tanto os sinais da presença alienígena no passado histórico e pré-histórico da Terra, como noções detalhadas sobre as várias linhagens de ETs que estariam interagindo e influenciando os destinos de nossa civilização.
As autoras, conhecidas no meio ufológico brasileiro como estudiosas e conferencistas com ideias ousadas, foram buscar nas áreas da física quântica, psicanálise, mediunidade, paranormalidade e da espiritualidade os elementos que faltavam em muitas produções sobre o tema. Seu objetivo foi ofertar ao leitor um entendimento mais amplo para o Fenômeno UFO e todas as suas implicações, assim como também expandir a percepção dos sentidos sobre nossa própria existência no planeta Terra. Esse tipo de abordagem mais ampla e aprofundada foi realizada por Mônica e Margarete tendo como base uma didática muito especial, que levou em consideração a apresentação prévia de tudo aquilo que existe de mais importante na investigação ufológica.
Quando as abduções se dão em corpo astral ou em perispírito, as experiências são mais suaves e as lembranças mais fugidias. Aparentemente, esses eventos têm fins educativos e muitas vezes com eles nos confrontamos com nossas outras existências
Assim, por exemplo, antes das considerações mais pessoais das autoras, o livro destaca as investigações de nomes consagrados da Ufologia Mundial, como os norte-americanos Budd Hopkins, John Mack e David Jacobs e a brasileira Gilda Moura. A questão das abduções alienígenas e do contatismo tem um aprofundamento singular em Projeto Contato. E como sugerido pelas autoras, nem todos os sequestros por ETs podem ser inteiramente físicos — é possível que possuam múltiplos aspectos. “Quando as abduções se dão em corpo astral ou em perispírito, as experiências são muito mais suaves e as lembranças mais fugidias. Aparentemente, esses eventos são utilizados com fins educativos para nós”, lê-se na obra que acaba de chegar à Comunidade Ufológica Brasileira. E as autoras ainda oferecem a informação de que os exames psíquicos feitos pelos ETs em seres humanos são ainda mais intensos nesta situação, quando muitas vezes nos confrontamos com nossas outras existências. “Sem o isolante energético que é o corpo físico, estamos mais desnudos frente a eles e a nós mesmos. Somos capazes de enxergar muitas coisas sobre nós que ignoramos. É como se pudéssemos nos olhar em espelhos dentro de espelhos, dentro de espelhos”, concluem.
Sem dúvida é também importante explorar todas as possibilidades sobre o processo das abduções alienígenas não só para entendermos a presença alienígena no passado da Terra, mas como forma de compreendê-la no presente. Tendo em mente essa necessidade, Mônica e Margarete dedicaram ao assunto um espaço considerável em Projeto Contato. Além da apresentação e aprofundamento dos temas e da descrição de casos clássicos da história da Ufologia Mundial, as autoras encararam o desafio de penetrar em outras áreas mais polêmicas — segmentos da Ufologia fundamentais para a montagem do grande quebra-cabeça que é a ação na Terra de outras inteligências cósmicas, como a produção de seres híbridos, meio terrestres, meio alienígenas.
UFOs no passado e no presente
Na análise das reais possibilidades de contato com os representantes de uma comunidade cósmica da qual teríamos nos afastado no passado, a obra revela a importância e as implicações da chamada Operação Prato, projeto sigiloso de investiga&ccedi
l;ão ufológica desenvolvido pela Força Aérea Brasileira (FAB) em Colares, Pará, em 1977, que envolveu várias experiências de contato direto de militares do I Comando Aéreo Regional (COMAR I) com naves alienígenas, algumas vezes gigantescas. O próprio comandante da missão, o coronel Uyrangê Hollanda, antes de seu falecimento, garantiu que “estamos muito próximos de estabelecer uma comunicação definitiva em escala planetária”. Mônica de Medeiros e Margarete Áquila abordam justamente este cenário.
Enfim, Projeto Contato é muito mais do que uma obra sobre Ufologia. Nela o leitor encontrará a base para o entendimento do Fenômeno UFO e da presença alienígena no passado e no presente, assim como noções objetivas sobre outras realidades que parecem fundir de maneira definitiva áreas da ciência e da espiritualidade. As autoras escrevem sobre experiências de contato que envolvem música, manifestações espirituais em centros espíritas, processos de cura etc, situações que nos fazem refletir sobre nossa real natureza e como cada um de nós pode ser responsável pela aproximação e efetivação de um contato com inteligências extraterrestres em nível planetário. O livro é uma das portas para o acesso a uma realidade transcendente que transformará nosso destino ainda interrogativo em algo que realmente faça sentido.