As águas dos oceanos nos reservam surpresas das mais inesperadas desde os tempos mais remotos. Em 14 de junho de 2001, por exemplo, na costa da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, uma mulher observou uma esfera metálica que flutuava, ou melhor, evoluía sobre a superfície do mar. Alguns instantes depois, o estranho objeto se ergueu e pousou próximo de sua casa. Depois que o insólito artefato se afastou, a testemunha avisou a polícia. Os agentes do xerife local, que estavam presentes, redigiram seu relato, mencionando o avistamento de um UFO. Na verdade, seria mais correto definir o objeto como USO, unidentified submarine object, ou objeto submarino não identificado, OSNI.
Já no mês de setembro de 1994, sofisticados instrumentos da Marinha norte-americana revelaram uma série de inusitadas sonoridades provenientes das profundezas de certa região do Oceano Pacífico. Mergulhadores e oceanógrafos da Marinha foram logo envolvidos nas buscas para estabelecer a natureza do misterioso fenômeno, mas sem resultados significativos. Estabeleceu-se, porém, que os ruídos pareciam ser, sem dúvida, de tipo mecânico e artificial. Mas quem ou o que os fariam soar? Cerca de 30 anos antes, outro fenômeno misterioso havia acontecido na costa dos Estados Unidos. Em outubro de 1965, Alfred Stanford, capitão licenciado da Marinha, encontrava-se no timão do seu Vision 4 em companhia de um passageiro, o amigo Paul Sheldon — de repente, os instrumentos do barco não respondiam mais. “Parecia que estávamos mergulhados em enorme e fortíssimo campo eletromagnético”, declarou Stanford. “Era incrível, a agulha da bússola, enlouquecida, girava como um pião”.
Por causa da situação e sem instrumentos, decidiu inverter a rota e voltar para o porto e, ao entrar, tudo se normalizou. Stanford e Sheldon, ainda mais espantados, procuraram se aprofundar no estudo sobre o fenômeno, mas uma longa e atenta inspeção dos instrumentos de bordo, realizada após o retorno, levou-os a excluir a hipótese de qualquer avaria. O fenômeno, denunciado pelos dois às autoridades marítimas, permaneceu sem explicações. Dois anos depois, em 01 de setembro de 1967, o diário La Vanguardia, de Barcelona, noticiava um evento incrível, mas bastante documentado pelas precisas declarações de várias testemunhas. Os observadores eram marinheiros da tripulação do navio mercante argentino Naviero. Em viagem a Buenos Aires, o comandante do navio, capitão Julian Ardanza, confirmou o que já havia comunicado em mensagem telegráfica transmitida enquanto sua unidade estava em alto-mar, na altura do Golfo de Santa Catarina.
“Como um charuto gigantesco”
Mais tarde, disse Ardanza: “Próximo à costa brasileira, a atenção da tripulação foi atraída por um objeto luminoso e totalmente insólito que parecia navegar paralelamente ao Naviero. Nós o observamos durante 18 minutos”. Mas não se tratava de outro navio. Segundo as declarações de Ardanza, e também de seu primeiro oficial, Julio Montoya, e de vários marinheiros, o objeto emitia forte luminosidade azul-clara e parecia vir do mar na superfície da água. Apresentava uma forma perfeitamente cilíndrica e não se notavam mastros ou outras estruturas sobre o casco. “Era como um charuto gigantesco”, salientou o comandante do Naviero. Depois, de repente, aconteceu o incrível: a desconcertante aparição começou a imergir nas águas do Atlântico, dirigindo-se ao mesmo tempo para o navio argentino. Após alguns segundos, o objeto passou sob a quilha do Naviero. Emergiu em seguida, afastando-se e deixando atrás de si uma esteira luminosa.
O artefato seguia em velocidade de pelo menos 25 nós. “Não era um submarino nem mesmo uma baleia”, disse Ardanza. O mesmo parecer foi expresso pelo capitão Bruce Cathie, na ocasião de um avistamento semelhante, ocorrido em 12 de março de 1965. Enquanto sobrevoava a costa da Nova Zelândia durante voo do aeroporto de Auckland para Kataia, passando sobre a costa nas proximidades de Kaipara Harbour, Cathie notou abaixo de si, a menos de 10 m de profundidade, gigantesca massa de forma perfeitamente cilíndrica, sem qualquer estrutura sobre o casco metálico — tinha pelo menos 30 m de comprimento e seguia lentamente na direção sul. Vale a pena lembrar as manifestações dos submarinos fantasmas, muitas vezes relatados pela Marinha argentina a partir de 1960. Famoso, em especial, é o caso no Golfo Nuevo, que, na verdade, pode ser o objeto que, na ocasião, escapou incrivelmente da caçada das várias unidades de guerra argentinas lançadas na busca.
Ainda permanece um mistério. Mas é muito significativo o fato de que, em entrevista publicada em vários jornais em agosto de 1962, o caminhoneiro Vicente A. Bordoli, de Mar del Plata, tenha declarado ter visto, junto com o filho Hugo, vários objetos voadores luminosos mergulharem nas águas do mar e, em seguida, emergirem e se afastarem em voo a toda velocidade. Fantasias? De nossa parte, só podemos dizer que, após investigações conduzidas pessoalmente, verificamos que o mesmo fenômeno foi relatado ao longo da costa italiana: do Mar Adriático ao Mar Tirreno. Seja como for, a mecânica dos fatos e a grande facilidade com que esses objetos parecem se mover nas águas do mar fazem pensar na existência de bases de apoio subaquáticas. O que dizer a respeito?
Cilindro cinzento
Vamos à outra importante ocorrência ufológica, agora às 02h00 de 16 de janeiro de 1990, com o contratorpedeiro de nove mil toneladas Vladimir Vorobyev, da Marinha soviética. A embarcação cruzava o Mar do Japão ao largo de Vladivostok, quando, de repente, um cilindro cinzento luminoso de aparência metálica, com mais de 10 m de comprimento e sem janelas, emergiu lentamente das vagas para depois se afastar e evoluir sobre o mar, a 20 m da unidade naval, iluminando-a com luz espectral. Logo o objeto levantou voo vertical e, depois de mudar de direção repentinamente, rumou para o mar aberto em altíssima velocidade, em silêncio. O avistamento, confirmado pelo testemunho ocular do comandante do contratorpedeiro, capitão Nikolai Petrov, era só o último de uma série. Depois de outros seis desse tipo, verificados na mesma região de mais de 30 km², o comandante Petrov submeteu aos seus superiores um relatório detalhado com 160 páginas sobre incidentes desse tipo por ele registrados.
No dossiê, entre outros tópicos, o oficial expressou sua opinião de que, nesse setor tão denso de avistamentos, estava presente uma verdadeira nave-mãe cilíndrica com mais de 200 m de comprimento — também avistada por Vladimir Vorobyev — de onde partiam e retornavam os UFOs ou OSNIs. A tripulação da unidade
militar soviética havia observado por duas vezes a grande nave-mãe submarina, enquanto “submarinos voadores” eram lançados por uma das extremidades do grande casco cilíndrico como se fosse um colossal “tubo de pasta de dentes”. Os objetos que retornavam, porém, davam a impressão de serem sugados pela extremidade oposta. Em outra ocasião, emergindo na superfície, um desses objetos arrastou-se pelo lado de uma unidade de reconhecimento da frota militar soviética em missão científica nas proximidades da Península de Kamchatka. O casco foi abalado pela rápida emersão do objeto e, embora o navio e seus sofisticados aparelhos eletrônicos não tenham sido danificados, toda a tripulação ficou perturbada pela desconcertante aparição — o relatório sobre o acidente foi assinado pelo capitão do navio e por todos os 200 técnicos da missão.
O OSNI começou a imergir nas águas do Atlântico, dirigindo-se ao mesmo tempo para o navio argentino. Após alguns segundos, passou sob a quilha do Naviero, emergiu em seguida e afastou-se deixando atrás de si uma esteira luminosa
Conforme as 260 páginas do Dossiê Petrov, era mais do que legítimo concluir que a atividade aérea e submarina desses objetos fosse explicada por meio de pontos de apoio subaquáticos, situados de forma protegida dos olhares indiscretos de possíveis observadores ocasionais. Em todo caso, como já antecipamos, flotillas parecidas foram observadas também em nossos mares. Em relação a isso, é oportuno lembrar um caso sensacional ocorrido na noite de 08 de janeiro de 1964, por volta de 22h30. Vários clientes de um restaurante nas proximidades de Santa Eufemia Lamezia observaram na superfície da água, a distância razoável da costa, uma miríade de discos azulados intensamente fosforescentes. Perturbados, três garçons, Ettore Jera, Pasquale e Palmerino Criolese Esposito, seguidos por quatro clientes, Ruggero Pellicano, Tommaso Paduli de Catania, Mario Concolino de Catanzaro e Mario Lamborghini de Messina, desceram até a praia, distante em torno de 500 m do restaurante turístico, e, subindo em um barco pesqueiro, foram corajosamente na direção dos discos voadores, apesar do escuro.
Mistério de crescente interesse
Quando a embarcação estava perto de alcançá-los, os misteriosos objetos se afastaram — pouco depois, imergiram nas vagas, com exceção de um, que permaneceu na superfície marinha na mais completa imobilidade. Cheios de coragem e juntos, os sete homens seguiram até se posicionarem sob o misterioso objeto. Nesse ponto, Ettore Jera levantou um remo e o golpeou com força. Logo em seguida, uma espécie de descarga elétrica investiu contra o barco e o objeto imergiu. Segundo descrição das sete testemunhas, tinha aspecto de enorme golfinho e três antenas com cerca de um metro de altura, que se estendiam da cabeça. Portanto, qual relação existe entre os UFOs e as águas marinhas? É o que se pergunta um número cada vez maior de estudiosos diante da intensificação dessa casuística. Como as aparições de UFOs, os OSNIs frequentemente vistos nas águas do globo constituem, sem dúvida, um mistério de crescente interesse também para o grande público — hoje cada vez mais apaixonado pelo enigma dos trágicos acidentes, como os ocorridos em regiões de mar, tal o famoso Triângulo das Bermudas.
“Não há explicação terrestre”, sentenciou já nos anos 70, em seu segundo livro Limbo of the Lost [Limbo dos Perdidos, Bantam Books, 1973], do escritor John Wallace Spencer. Ele se limitou a apresentar desaparecimentos mais documentados, que há tempos a Terra seria objeto de experimento biológico extraterrestre, especificamente concentrado em nossa espécie. E o Triângulo das Bermudas, zona de intenso tráfego aeronaval e palco de tantos misteriosos desaparecimentos, seria uma das sedes escolhidas para a realização de frequentes sequestros de homens e meios, com o objetivo de atualizar as informações de quem está conduzindo tal experimento. Ninguém, obviamente, tem condições de demonstrar a base de interpretações desse tipo — a única coisa certa é que, desde o alvorecer da civilização, o mar exerceu sobre a humanidade um fascínio reverencial misturado a medo ancestral e, em torno disso, nasceram os mitos mais fantasiosos e as mais tenebrosas lendas no decorrer dos séculos.
A Terra é um planeta predominantemente aquático, pois sua superfície, de 509.950.715 km², é apenas ocupada na mínima parte — 148.822.000 km² — por terra seca. Foi no mar e pelo mar que se desenvolveu a vida. Para esse ambiente, o Homo sapiens, ponto ápice de toda a evolução terrestre, olha atualmente com crescente atenção a fim de enfrentar e resolver seus problemas energéticos e alimentares. Por outro lado, apesar do progresso vertiginoso de nossa tecnologia, podemos afirmar que só conhecemos uma mínima parte do ambiente marinho e do oceânico, em especial. De fato, a humanidade está dando apenas os primeiros passos nesse mundo estranho e terrível para muitos. E os meios mais sofisticados e complexos por nós estudados, imaginados e traduzidos, na verdade, não valem para modificar a relação natural que ocorre entre o homem e esse elemento, sempre acompanhado de conotação do desconhecido.
Na imensa extensão do Pacífico
Convém nos recordarmos do saudoso Thor Heyerdahl, o grande explorador norueguês idealizador da mítica expedição da jangada oceânica Kon-Tiki, seguida das do Ra I e II, além da do Tigris. Atravessando a imensa extensão do Pacífico, demonstrou, no plano prático, a concreta possibilidade de colonização das ilhas da Polinésia por parte dos antigos habitantes da América do Sul. Mas vamos dar a palavra a ele:
“Em torno das 02h00 de certa noite nublada, em que o timoneiro mal distinguia a escuridão da água da do céu, notou, nas águas, fraca luminosidade que lentamente assumiu forma de grande animal”. Era impossível estabelecer se era plâncton a reluzir sobre seu corpo ou se o próprio animal dispunha de fosforescência. Mas a luz, na escuridão das ondas, dava à criatura contornos indefinidos, ondulantes. Às vezes era redondo, em outras parecia oval ou triangular e, de repente, dividiu-se em duas partes que seguiram, aqui e ali, sob a jangada, uma independente da outra. Por fim, existiam três desses grandes
‘fantasmas reluzentes’ que giravam ao nosso redor em lentos círculos”.
Aquilo rapidamente virou para o sul, varrendo o horizonte de um extremo a outro. Aproximou-se rápido na mesma velocidade, até que iluminou nossas velas com um brilho esverdeado, suficiente para que se conseguisse ler perfeitamente sob tal luz
“Todos nos juntamos rapidamente na ponte para observar a dança espectral. Continuaram por horas, seguindo o curso da jangada. Misteriosos e silenciosos, nossos companheiros luminosos mantinham-se em certa profundidade, principalmente a estibordo onde se encontrava a lanterna. Mas com frequência ou estavam sob a jangada ou apareciam no lado esquerdo. O esplendor da luz sobre seus dorsos revelava que se tratava de criaturas maiores do que um elefante, mas não eram baleias. Eram arraias gigantescas que mudavam de forma conforme se mostravam de lado? Não davam nenhuma importância para o fato de que mantivéssemos a luz na superfície da água. E como todo duende ou fantasma, quando começou a amanhecer, desapareceram nos abismos”.
Vencedor do Oceano Pacífico, Heyerdahl, na ocasião, só podia tender a dar uma explicação natural à sua insólita experiência. Gigantescos peixes abissais, pertencentes a espécies ainda não catalogadas, e agora objetos de estudo da moderna criptozoologia, tendem hoje a substituir as sereias e a serpente do mar das lendas. Pense-se no caso recente e emblemático da lula gigante, definitivamente saída com os últimos achados da dimensão mítica, onde ficou relegada durante séculos. Apesar disto, mesmo diante das tentativas mais convincentemente racionais, alguns aspectos do fenômeno parecem destinados a permanecer um enigma.
“Varrendo o horizonte”
Isso nos confirma o próprio Heyerdahl quando escreve que, “em outra ocasião, vimos o mar agitar-se enquanto algo parecido com uma grande roda emergia sobre si mesmo no ar, e alguns golfinhos que nos acompanhavam procuravam fugir, jogando-se desesperadamente para o alto”. Pouco antes de sua morte, em abril de 2002, no esplêndido ambiente da ilha de Tenerife, em que viveu além dos 80 anos com a jovem terceira esposa, e onde nós o encontramos, falamo-nos justamente sobre esse último episódio, em relação à casuística ufológica em geral e àquela dos objetos submarinos não identificados em especial. “Primeiramente, não quero excluir nada. Certo, antes de pensar em alienígenas em visita também a nossos oceanos, prefiro a hipótese de formas animais desconhecidas”, comentou o explorador.
De outra parte, o navegador Adrian Hayter, que velejou em seu pequeno iate Sheila da Inglaterra para a Austrália, narrou um caso semelhante: “Observamos uma luz muito distante, na direção sudeste. Encontrávamo-nos entre Assab e Gibuti. Enquanto a olhávamos, ela se fez mais vívida ao avançar para nós. Parecia raio de potentíssimo refletor. Rapidamente virou para o sul, varrendo o horizonte de um extremo a outro, mas sob a superfície da água. Aproximou-se rápido na mesma velocidade, até que iluminou nossas velas com um brilho esverdeado, suficiente para que se conseguisse ler perfeitamente sob tal luz”.
Hayter continua sua fascinante descrição: “Observei o raio de luz tão definido quando passou sob o Sheila, projetando momentaneamente a sombra escura de seu casco no velame, para depois prosseguir em grande velocidade na escuridão até o horizonte ocidental. Isso se repetiu cinco vezes, sempre do mesmo modo e em intervalos regulares, no mais completo silêncio e sem a menor mudança do vento ou do estado do mar”. A qual incrível forma de vida marinha remonta um episódio como esse? No Mar Vermelho, ambiente onde ocorreu o fato relatado por Hayter, era impossível pensar-se em algum organismo abissal dos supostos por Thor Heyerdahl.
Não se tratava de submarino
Nenhum meio subaquático conhecido teria condições, ou teria tido razões, de efetuar manobras desse tipo. E agora? Para tentar responder a pergunta que finaliza o parágrafo anterior, é preciso retornar uns 30 anos, nos últimos meses de 1972, período em que, nas águas do norte da Europa — Noruega, Canal da Mancha e Groenlândia —, foram assinalados alguns supostos “submarinos fantasmas”. No dia 24 de novembro, a imprensa noticiou que unidades de guerra norueguesas haviam distinguido e aprisionado no fiorde de Sogne uma embarcação subaquática não identificada. Não era um submarino estrangeiro, como se pensava e temia em um primeiro momento, relatou na primeira página Il Corriere della Sera de 24 de novembro. O objeto em questão, cuja identidade permanece um mistério, já foi alvo do lançamento de uma bomba de profundidade. Que não era um submarino foi confirmado nessa circunstância pela rádio norueguesa.
O artefato fora localizado dias antes pelas unidades da frota da Noruega no limite das águas internacionais. “Porém, depois de 13 dias de vaivém ao longo da costa norueguesa, ele de repente entra no fiorde de Sogne sob manobra, diríamos, absurda, uma vez que estava bloqueado”, ressaltou Il Corriere della Sera. Por quê? No dia 23 de novembro, o estado-maior da Defesa daquele país — depois que confluíram para aquele lugar mais de 30 unidades da frota, vários aviões de caça, diversos aviões de reconhecimento e um grupo de esquadrilhas de helicópteros britânicos — comunicou que a fragata Trondheim havia apurado que não se tratava de um submarino.
Subindo ao barco, começamos a remar em sua direção no silêncio noturno. Nosso erro foi ligar o motor a 60 m do objeto. O disco ergueu-se da água e, velocíssimo, com trajetória oblíqua, afastou-se passando a poucos metros de nossa cabeça
Aquilo era resposta, embora indireta, a Paul Thyness, deputado conservador que, na assembleia da OTAN em Bonn, havia sustentado que o objeto misterioso era quase certamente submarino de um país do Pacto de Varsóvia. Um jornalista norueguês, de sua parte, declarou que havia visto um farol de luz amarelo-esverdeada que iluminava as altas escarpas dos lados do fiorde de Aurland, ligado ao de Sogne por passagem natural. Com base em outras testemunhas, um novo objeto escuro emergiu no fiorde de Luste, também ligado ao de Sogne, permanecendo na superfície por sete minutos — uma canhoneira norueguesa havia tentado interceptá-lo, em vão. Além disso, “todas as três frequências de emergência permaneceram bloqueadas”, confirmou um dos adidos para a Rádio Rogaland. O que provocou o distúrbio no rádio?
“Todos nós sabemos o quanto a URSS progrediu na guerra eletrônica”, havia afirmado, em Bonn, o deputado Thyness.
A resposta da TASS, a agência oficial da União Soviética, foi seca: os russos declararam que a Marinha norueguesa estava procurando um mítico submarino, salientando que essa busca era puro fingimento, organizada para influenciar a OTAN e levá-la a reforçar seu lado setentrional, defendido justamente por esse país escandinavo. O Kremlin, portanto, negou e ironizou o episódio. “O mistério, com o transcorrer das horas, cresce cada vez mais e se colore de circunstâncias no limite da ficção científica”, comentou o Il Corriere della Sera de 26 de novembro. À noite, foram vistos seis supostos foguetes vermelhos que, segundo testemunhas oculares, pareciam surgir das águas do fiorde. Mas eram realmente foguetes? E por que teriam sido lançados pelo intruso?
“São notícias absurdas”
Por sua parte, em transmissão na língua inglesa, a Rádio Tirana informou que o objeto submarino não identificado era um submarino soviético, a bordo do qual teria ocorrido um motim. O comentário do ministro da Defesa norueguês foi sincero e claro: “São notícias absurdas!” Depois veio o inesperado: embora totalmente bloqueado e aprisionado, no decorrer da manhã de 26 de novembro, o objeto simplesmente desapareceu do fiorde de Sogne. “É como se tivesse sumido”, comentou incrédulo um jornalista do país. Foi uma verdadeira gozação para as unidades militares norueguesas, que até a noite anterior haviam confirmado a presença com os levantamentos sonares efetuados pela fragata Narvik — para a imprensa, só restou imaginar algum acordo secreto com uma potência estrangeira, que houvesse consentido resolver de modo indolor um incidente internacional, na véspera da conferência para a segurança europeia de Helsinki.
Obviamente, poderia ter tido conse-quências políticas muito graves no equilíbrio Leste–Oeste. Mas foi uma simples hipótese jornalística. Na verdade, o mistério permanece intacto. Porém, engrossou diante de outros episódios que, no decorrer dos anos seguintes, tiveram como protagonistas as tripulações de diversos navios. Um entre tantos? Vamos a outro episódio. Em 01 de agosto de 1962, entre 23h00 e 23h30, um barco com dois pescadores e outro com um se encontram ao largo do porto de Le Brusc, entre Nice e Marselha, na França. O mar estava calmo e a noite límpida e estrelada. De repente, uma forma alongada com uma espécie de torreta emergiu das águas — os pescadores notaram também algumas formas humanas saírem pela superfície do mar e subirem no estranho objeto flutuante.
Não eram menos de 12. A última respondeu com o braço aos cumprimentos dos três pescadores antes de desaparecer no interior da torreta. Depois veio o incrível: aquilo que os pescadores de Le Brusc pensam ser um submarino se eleva no ar até permanecer suspenso acima das ondas, sem emitir o menor ruído. Ao mesmo tempo, sobre si se acendem duas luzes, uma verde e uma vermelha, enquanto um forte raio de luz branca vai direto para os dois barcos. Enquanto o feixe de luz branca se atenua e some, todo o objeto se acende com forte luminescência difusa de cor laranja e passa a rodar lenta e silenciosamente sobre si mesmo, da esquerda para a direita.
Sempre no silêncio total
Ao mesmo tempo, eleva-se a cerca de 20 m da superfície do mar até sobrevoar os três incrédulos pescadores. “Parecia algo redondo ou oval, com as dimensões de um pequeno submarino, mas não se tratava nem de submarino nem de helicóptero nem de hidroavião”, comentaram depois as testemunhas. Imóvel sobre os dois barcos, o objeto começou, então, a rodar cada vez mais velozmente, emitindo ao mesmo tempo uma luz ainda mais vívida. Depois, sempre no total silêncio, elevou-se rapidamente para o céu, efetuando rápida passagem sobre as duas embarcações antes de desaparecer definitivamente na abóbada celeste. Estes testemunhos foram divulgados na França em 1971.
Como se pode ver a partir de todas estas evidências, os objetos submarinos não identificados são um fenômeno global, mas sua origem, aparentemente, se deu nos Estados Unidos. Vejamos um caso que pode ser o início destes fatos. Era verão de 1945 quando a Segunda Guerra Mundial já havia acabado. O cargueiro Delarof, do Exército norte-americano, utilizado para envio de suprimentos e munições ao Alasca pelo Oceano Pacífico, encontrava-se em mar aberto logo depois de Abak, se dirigindo para Seattle. Era quase hora do pôr-do-Sol quando um dos militares em serviço no rádio de bordo, Robert S. Krawford, ouviu da sala de transmissão o tumulto da tripulação no lado de fora — bastou uma olhadela para compreender que a agitação era mais do que justificada: um enorme objeto redondo, percebido claramente pela tripulação sob as ondas do oceano, a pouco mais de um quilômetro de distância da unidade militar, estava emergindo do mar, elevando-se em vertical no ar.
Erguido perpendicularmente à superfície, o objeto, que se destacou com seus contornos claros e precisos contra a luz do último Sol, apresentava-se como massa escura e compacta com diâmetro estimado em não menos de 50 m. Depois, inclinado por alguns instantes, o incrível aparelho começou a executar lentas evoluções sobre o Delarof. Girou ao seu redor duas ou três vezes, extremamente silencioso, sem a menor influência do forte vento que, naquele momento, castigava a superfície do mar. Depois de alguns minutos, o misterioso objeto apontou decididamente para a direção sul ou sudoeste, afastando-se de vista.
Manobra precisa e ensaiada
Pouco depois, a tripulação da unidade militar norte-americana observou três raios de luz na direção do oceano para onde ele havia se dirigido. O avistamento foi divulgado alguns anos depois pelo testemunho de Krawford. Nesse meio tempo, o militar formou-se pela Universidade da Dakota do Norte e trabalhou como geólogo e consultor do laboratório de análises do solo do Estado da Indiana, em Griffith. Tal testemunho se dera a convite do National Investigations Committee On Aerial Phenomena [Comitê Nacional de Investigações de Fenômenos Aéreos, NICAP], conhecido centro privado norte-americano para estudo de UFOs, fundado pelo major Donald E. Keyhoe.
Ocorrências deste tipo são complementares àquelas, também numerosas, relativas a descidas de UFOs no mar. A este respeito, é o caso de recordar um avistamento ocorrido em 19 de abril de 1957, pela tripulação de um pesqueiro
japonês, o Kitsukawa Maru. Os marinheiros viram, às 11h52, dois objetos voadores prateados com aparência metálica a curta distância da embarcação. Sem asas ou outros elementos do tipo, seu casco — com mais de 10 m de comprimento — era compacto e liso. Seguindo em dupla, os aparelhos mergulharam nas ondas sob olhares dos marinheiros japoneses, executando aparentemente uma precisa e já ensaiada manobra.
O capitão do Kitsukawa Maru relatou em seguida a posição do ponto do mergulho dos dois objetos: 31º 15’ norte e 143º 30’ leste. Nota-se que naquele ponto o Oceano Pacífico é extremamente profundo, com mais de 10.000 m. Vindo agora para a Europa, e em especial para as águas de nosso país, no dia 28 de junho de 1966, às 05h20, a tripulação do pesqueiro Ochetta, naquele momento em navegação no pequeno trecho tirrênico entre o promontório do Monte Argentário e a Ilha del Giglio, avistou algo parecido. Mais ou menos a 45 km em direção sul, a tripulação viu três corpos luminosos. Dele, os marinheiros viram se destacar fragmentos incandescentes que mergulhavam no mar aberto.
A América do Sul nos oferece casuística muito ampla desde os anos 50. No Uruguai, em 07 de dezembro de 1954, quatro homens encontravam-se na Isla del Francés quando notaram, às 21h30, um objeto elipsoide luminoso atravessar o céu, assumindo trajetória descendente. Como o objeto desapareceu atrás das árvores, os quatro, pensando que um avião em chamas tivesse caído, decidiram correr em auxílio. Perceberam que o objeto — um corpo de cor azul-acinzentada, com 10 m de diâmetro e uma torreta superior cônica — havia descido na superfície da água, a não mais de 30 m da costa. E parecia afastar-se.
Cinco objetos elipsoides
A respeito, a testemunha Sarandi D’Alvora relatou: “Subindo ao barco, começamos a remar em sua direção, no silêncio noturno. Nosso erro foi ligar o motor a 60 m do objeto. O disco ergueu-se da água e, velocíssimo, com trajetória oblíqua, afastou-se, passando a poucos metros de nossa cabeça”. Quatro anos antes, em um dia de junho de 1950, no extremo sul da Argentina, Romero Ernesto Suarez caminhava ao longo da costa entre o Rio Grande e San Sebastian, na Tierra del Fuego, quando, em torno das 23h00, ouviu como se o mar fervesse. Pela turbulência criada nas águas, viu, primeiro emergir e depois se elevar no ar, um grande objeto luminoso de forma oval. Saído das ondas a cerca de 500 m da costa, subiu verticalmente e logo, efetuando uma conversão de 90º, afastou-se velozmente na direção noroeste para Rio Gallegos. Vindo para os anos 60, ainda na Argentina, um grupo de 100 testemunhas pôde acompanhar, em 14 de agosto de 1968, a 700 km da costa, a trajetória de cinco objetos elipsoides extremamente brilhantes.
Emergiram de repente, das águas do Golfo di San Matias e, em seguida, mergulharam no Golfo di San Jorge, um trecho de mar que parece especialmente interessante para essas manifestações. Em 02 de dezembro de 1971, em torno das 15h00, na península de Valdéz, no Golfo de San Matias, província de Chubut, Ricardo Jorge Espindola encontrava-se com alguns amigos, caçando focas nas profundezas das claras e frias águas ao norte do cabo de Punta Norte. Várias presas haviam sido abatidas. Espindola procurava tirar uma foto de recordação dos seus dois companheiros ao lado das carcaças dos animais — sua câmera fotográfica estava carregada com filme colorido de slides. Mas, enquanto enquadrava os amigos, as águas começaram a se agitar violenta e repentinamente a cerca de 400 m da costa.
Da turbulência das ondas, emergiu um grande veículo circular que se dirigiu para eles. Depois, desviou-se para o mar aberto, voando e desaparecendo da vista das testemunhas. Espindola conseguiu tirar um instantâneo e quando, assustado pelo que havia visto, compreendeu que seria o caso de tirar outro, o UFO já estava muito longe. O corpo era circular e opaco, circundado por espécie de névoa compacta: um efeito de halo que dava ao objeto uma cor de tom avermelhado escuro. Seguia silenciosamente e não deixava rastro.
Entrando e saindo das águas
Se autêntico, como o testemunho de seus companheiros confirmaria, o instantâneo de Espindola mostraria, portanto, o primeiro OSNI flagrado por câmera fotográfica. Ainda na Argentina, perto das 16h00 de 18 de março de 1966, um objeto tubular de aparência metálica, com 20 m de comprimento, desceu no mar a 15 km ao norte de Puerto Deseado, província de Santa Cruz. Uma testemunha, Carlos Corosàn, afirmou que o UFO não apresentava janelas ou marcas no casco e deixava atrás de si uma espuma cinzenta de fumaça. Aquilo desceu em seguida a 10 m da superfície das águas marinhas. Dele proveio um efeito sonoro parecido com explosão. Logo depois, a esteira de fumaça se tornou escura e houve uma segunda explosão. Então, o misterioso objeto penetrou rumorosamente nas ondas que se fecharam sobre si sem nenhum outro efeito. Acidente ou amerissagem [Aterrissagem no mar]? Os casos continuam. Na noite de 20 de setembro de 1964, ainda no Golfo di San Jorge, foi observado um espetáculo igualmente insólito na altura de Caleta Olivia. Vários UFOs foram, realmente, vistos entrando e saindo das águas, subindo luminosos ao céu noturno. Às 21h24 de 28 de julho de 1964, a subprefeitura de Puerto Madryn, Chubut, recebeu do cargueiro argentino Cazador uma mensagem telegráfica — comunicavam o avistamento de grande “bengala” que se pensava ter sido lançada por náufragos.
Informada a exata posição (45º 56’ 06” sul e 64º oeste), o Cazador, ajudado por outro cargueiro, o San Antonio, havia iniciado uma série de buscas na região, registrando várias aparentes vozes misteriosas na noite. Pensou-se em náufragos em dificuldades. Mas não tinha havido nenhum naufrágio, nem ninguém para ser salvo. Às 21h00, porém, a subprefeitura recebia uma mensagem do navio norueguês Sumber. Detalhava o avistamento de um misterioso corpo luminoso não identificado, que seguia na direção nordeste, paralelamente à superfície do mar.
Agora, voltando aos anos 70, ao norte de Buenos Aires, diante do distrito de Pinamar, na noite de 31 de
maio de 1971, a psicóloga Zulema Bruno, ao volante de seu carro pela estrada litorânea, observou um objeto em forma de lente emergir e depois voar pelas águas marinhas, girando em seu próprio eixo vertical. O corpo voador, que emitia uma forte luminosidade laranja, pareceu atraído pelo veículo da testemunha. Seguiu pela estrada por pelo menos 300 m antes de subir e afastar-se em altíssima velocidade. Também o Brasil tem histórias. Remontam a 1980, de fato, alguns avistamentos não menos significativos. Lembraremos, em especial, o de 26 de julho daquele ano, quando uma embarcação ao largo da costa evitou, por pouco, colisão frontal com um incrível objeto submarino emerso que emitia luzes de todas as cores — com certeza, não era um submarino.
Depois, no mês de novembro, no Rio Araguari, várias testemunhas avistaram um misterioso objeto discoide que seguia voando sobre a superfície da água. Parava no leito do rio e seguia, evidentemente, a corrente em direção do estuário para o mar aberto. Episódios parecidos apresentam, sem dúvida, aspectos que os diferenciam de algumas sempre misteriosas, mas muito menos relevantes, aparições de objetos subaquáticos desconhecidos, muitas vezes verificados nas águas da América do Sul a partir de 1958.
Corpos subaquáticos desconhecidos
Os casos abundam. Em 17 de fevereiro de 1960, apesar da utilização maciça de bombas de profundidade de alta potência, duas semanas de buscas acabaram inexplicavelmente em nada. O objetivo era um “misterioso submarino” previamente encurralado por navios de guerra do governo de Buenos Aires, apoiados por unidades da Marinha norte-americana. A ocorrência se deu no Golfo Nuevo, pequena região de mar caracterizada por aparição de luzes misteriosas. Em verdade, destacam-se na região não um, mas dois objetos submarinos não identificados. Se realmente no primeiro caso houve quem atirou no submarino nuclear norte-americano Triton em missão secreta, a repetição desse episódio, ocorrida em 20 de outubro de 1960, fez surgir, porém, perplexidade maior e mais do que legítima no meio da opinião pública — ainda mais que os avistamentos de corpos subaquáticos desconhecidos se estendiam por outras regiões do mundo. Seriam russos com seus submarinos nucleares?
Esta era, naturalmente uma, hipótese totalmente lógica — mas também extremamente simplista. Em 29 de outubro de 1961, a imprensa informava que a agência soviética TASS havia publicado que a URSS protestava de maneira ferrenha contra a violação de suas águas territoriais, provavelmente por submarinos estrangeiros em manobras de reconhecimento. Apenas uma cortina de fumaça para encobrir atividades ilegais de seus submarinos nucleares, acusando nas entrelinhas os Estados Unidos? Talvez. Mas talvez não.
No Rio Araguari, várias testemunhas avistaram um misterioso objeto discoide que seguia voando sobre a superfície da água. Parava no leito do rio e evidentemente seguia a corrente em direção do estuário para o mar aberto
Os casos dão a volta ao mundo, e então retornamos à Itália, em 10 de outubro de 1962, quando a imprensa nacional relatava, por exemplo, que “as manobras navais ao longo da costa sul-oriental siciliana, às quais deveria assistir hoje o presidente da República Segni, foram suspensas e adiadas para data a ser combinada. Não houve explicação oficial, mas a disposição é ligada à presença do submarino misterioso visto ontem nas águas do Canale di Sicilia. A descoberta foi feita por um avião norte-americano em voo de treinamento, cujos instrumentos captaram o objeto a 20 m de profundidade. Era um submarino soviético em missão secreta na base da OTAN de Sigonella”.
Naquele instante, estava o avião norte-americano realmente diante de um submarino russo? É provável. Seja como for, declarou, em 1974, um piloto da Aeronáutica militar italiana locado no aeroporto da OTAN do Quinto Stormo Caccia Intercettori que, “de maior interesse e relevância, são, naturalmente, as sinalizações relativas à saída desses objetos desconhecidos da água. Um relatório, que pude ver anos atrás, refere-se justamente à emersão e ao voo de um grupo de UFOs quase diante da base aérea de Sigonella, na Sicília”. Assim, o militar não falava nada de novo.
Sintomas do efeito estufa
Mesmo na costa italiana houve, de fato, mais testemunhas de episódios desse tipo — e entre os vários casos concernentes àquele país, eis um extremamente significativo que se refere a um saudoso amigo. Na distância de tantos anos, lembro o ocorrido e sou traído ainda por certa agitação. O doutor Giovanni Brocchi, na época estimado radiologista de certa clínica privada da costa adriática, era um homem positivo e simpático que levava nos ombros uma vida intensa e cheia de experiências. E entre elas, uma em especial. “Eram cerca de 08h30 de um dia de verão, há 10 anos. Eu me encontrava no meu barco de borracha ao largo do trecho da praia entre Cattolica e Gabbice”, relatou-me em 1975, quando nos conhecemos — na época, sem os sintomas negativos do efeito estufa e com o mar pouco ou nada poluído, o pesce azzurro [Pescado italiano] ainda existia ao largo.
A pesca ao estilo “faça você mesmo” na costa era comum entre aqueles que dispunham de pequena embarcação de recreação. E Brocchi era um deles. “De repente, vi o impossível. Um, dois, três, quatro, cinco corpos discoides e luminosos emergiram das ondas, sumindo em seguida, segundo rota inclinada cerca de 45º no horizonte. Todos, um atrás do outro, sem fazer o menor ruído. E isso a dois quilômetros de mim. Eu garanto, não houve engano”. Episódio semelhante foi verificado ao largo da costa da Ligúria, em 03 de junho de 1961, às 06h35. Relata o savonês Giacomo Barra: “Havia decidido fazer um passeio em alto-mar na lancha, na companhia do empreiteiro Giuseppe Pordoi, do empregado Filippo Marin e de Silvano Guardinfante. À baixa velocidade, estávamos razoavelmente avançados ao largo e, com o motor desligado, aproveitávamos a brisa matutina conversando. De repente, o movimento das ondas que nos embalava se acentuou”.
A narrativa de Barra continua fascinando os estudiosos. “Levantamo-nos, convictos de que um dos diversos petroleiros que atracam no nosso porto tivesse passado muito próximo. Nada disso. A um quilômetro de nós, o mar se enchia como uma enorme bola, enquanto grandes ondas cresciam em círculos. Espantados, não conseguíamos estabelecer a causa do fenômeno. Alguns segundos depois, da grande bola d’água surgiu um objeto estranho, talvez um dos famosos discos voadores, pois a parte inferior parecia um prato invertido e a superior terminava em cone. Enquanto saía do mar, a água era repelida ao redor, como se de um travesseiro de ar. Depois de ter saído completamente do mar, parou por alguns segundos a 10 m. Após isso, fez leve ondulação, formando-se um halo em to
rno da base, e partiu muito veloz obliquamente à superfície do mar, desaparecendo na direção nordeste”.
Durante a pesca em alto-mar
O que dizer sobre um relato tão rico? Impossível não perceber como a descrição do objeto apresenta analogia evidente, nas formas e no comportamento, com o OSNI uruguaio da Isla del Francés, de 07 de dezembro de 1954, acima lembrado. Mas vamos para anos mais próximos a nós. Em um dia indeterminado de julho de 1992, algo inusitado aconteceu ao técnico florentino M. B., que se encontrava no Mar Tirreno com dois amigos, a bordo de uma lancha preparada para pesca em alto-mar, ao largo da Isola di Gorgona, arquipélago toscano. “Estávamos em férias. Lembrar a data exata é quase impossível após tantos anos”, disse depois o protagonista desse acontecimento — o Sol brilhava e o céu estava sem nuvens. O mar parecia perfeitamente calmo.
Aquele trecho era bem conhecido dos três amigos e, naquele dia, um deles percebeu que, a certa distância, a cor das ondas estava diferente do habitual. Sabia-se que naquela extensão marinha não havia nenhum obstáculo que pudesse dar à água qualquer cor diferente. Pensando se encontrar diante de grande cardume de peixes, os três decidiram aproximar-se. Mas, com grande assombro, se deram conta de que, à profundidade estimada em 30 m, havia uma colossal estrutura circular com cerca de 200 m de diâmetro, a qual, para usar suas palavras, “parecia cortada por um compasso”. A estrutura, completamente imóvel, emanava fraca luminosidade prateada. “Lembro-me bem de que nossa embarcação havia se dirigido alguns metros em perpendicular àquela estrutura e nossa inicial curiosidade e espanto acrescentaram-se a um sentido de medo que nos levou a fazer rápida manobra de fuga”, relatou M. B.
Ele já tinha rodado o mar a vida inteira e sabia o que era possível se esperar. “Nossa paixão por pesca de alto-mar nos levou a enfrentar enormes dificuldades, seja com a atividade em si, como quando tiramos um tubarão de 200 kg, seja quando tivemos que enfrentar repentinamente variações meteorológicas. Mas o terror que sentimos naquele dia é indescritível e asseguro-lhes que sempre nos lembraremos disso. A coisa mais engraçada de toda essa história é que, quando avisamos a capitania pelo rádio, nos deram esta resposta: ‘Não se preocupem, pois, com certeza, avistaram um submarino em imersão’”. Um submarino de forma circular? Seja como for, as águas de Gorgona não são novas para eventos desse tipo. Às 15h45 de 22 de junho de 1979, o iate Rainbow II, com 31 m de comprimento, 51 toneladas de capacidade e 17 pessoas a bordo, encontrou-se de repente diante de enorme cilindro escuro de massa compacta e aparência metálica, emergente das ondas por 20 ou 30 m, inclinado em relação à superfície do mar.
“Forma cilíndrica flutuante”
Absolutamente nada a ver com submarinos em emersão, portanto. Ao aproximar-se da embarcação, o objeto imergiu rapidamente — com grande estrondo, produziu uma onda e uma espuma que fizeram o iate balançar por seis ou sete segundos. Logo depois, emergiu novamente a curta distância, assobiou e criou uma onda de calor que todos na ponte perceberam perfeitamente. Após tal manobra, a imersão foi definitiva. Por sua parte, por causa do alarme de rádio prontamente lançado pelo Rainbow II, a capitania do Porto de Livorno divulgou boletins extraordinários às 20h00 de 22 e 06h00 de 23 de junho, que diziam textualmente: “Alto Tirreno, em posição 4,5 km sudoeste da ilha de Gorgona, a 22-20-00 leste, foi avistada flutuante forma cilíndrica de cor escura à deriva. Navios em trânsito, prestem a máxima atenção”. Assim foi. Como em seguida confirmou aos pesquisadores do Centro Ufologico Nazionale (CUN) o comandante da estação de rádio do Rainbow II, Giuseppe Guzzi.
O artefato era um cilindro perfeito, sem torretas, janelas, alhetas ou empenagens: a mesma descrição dos muito conhecidos “charutos voadores”, inicialmente vistos na França, em 1952, e na Itália, em 1954, e posteriormente, nos céus de todo o mundo. Os mesmos objetos que em inúmeras ocasiões foram vistos nas ondas, seguindo sob a água sem qualquer problema dinâmico e emergindo a toda velocidade. Relatou-nos certa cliente de um hotel turístico da Sardenha, em 1995: “Há alguns anos, estava em férias na Isola di Vulcano, nas Eólias e, em uma noite, vi um enorme corpo luminoso emergir do mar, tendo decolado da superfície da água e voar no mais completo silêncio”. No mês anterior, durante análogo período de férias em Favignana, nas ilhas Egadi, recebemos uma confidência semelhante do camareiro do hotel turístico que, na época, trabalhava no navio de cruzeiro Eugenio C, da empresa Costa Armatori. Ele havia assistido a um espetáculo pouco normal — o grande navio de passageiros foi, de fato, seguido por “algo fortemente luminoso, com grandes dimensões”, que, em imersão, colocou-se na popa da grande unidade de cruzeiro, em sua esteira.
Ao se aproximar da embarcação, o objeto imergiu rapidamente com grande estrondo, produziu uma onda e uma espuma que fizeram o iate balançar por seis ou sete segundos. Logo depois, emergiu novamente a curta distância
Mas os casos de OSNIs também nos lagos e rios. Vejamos alguns exemplos. Em 08 de abril de 1968, a imprensa internacional relatou que, pela segunda vez, algo misterioso e incrivelmente potente havia atingido a Suécia, rompendo o gelo de um lago na região central do país. Em 04 de abril, foi encontrado na superfície congelada de um lago próximo de Malung, no distrito de Dalarna, um enorme buraco na camada de gelo de quase um metro de espessura, sobre superfície de 600 m², como se um objeto tivesse caído do céu. Nas bordas do orifício não foram encontradas pistas, excetuando-se grandes blocos de gelo que pareciam ter sido arremessados no ar — indicando que o misterioso algo devia ter incrível força.
Algo insólito no lago
Na ocasião, os jornais escandinavos comentaram: “Nas últimas 48 horas, foi descoberto um segundo buraco semelhante ao que furou o gelo que cobre o lago de Serna, ainda no distrito de Dalarna, mas a certa distância de Malung. Contudo, desta vez, o buraco tem pelo menos o dobro do primeiro e furou a camada de gelo com cerca de um metro de espessura. Todas as buscas até agora realizadas não trouxeram nenhum resultado. Um porta-voz do Ministério da Defesa declarou que toda a questão é um mistério completo”. Alguns mergulhadores desceram ao fund
o do lago de Malung, mas não encontraram nada. Porém, nas profundezas do lago, os homens-rãs notaram algo insólito.
O fundo, de fato, parecia estranhamente plano e liso, como se tivesse sido pavimentado. Às 21h30 de 16 de maio de 1969, ainda na Suécia, uma esfera luminosa foi vista ao descer no lago próximo a Nordanskog, nas proximidades de Lycksele, na Lapônia sueca, por Volmar Anderson. O objeto sobrevoou as árvores, desceu lentamente no gelo do lago a 150 m da costa e permaneceu por toda a noite emitindo raios luminosos — por causa do gelo sutil, ninguém se aventurou a ir até o lugar em que o UFO havia descido. Na manhã seguinte, ele ainda era visível e apresentava luminosidade amarelo-azulada. Em seguida, mergulhou no lago. Igualmente, rios também são palco de episódios interessantes. Um dos mais sensacionais é, sem dúvida, o caso norte-americano de Pascagoula de 11 de outubro de 1973.
Nesta ocorrência, dois pescadores do local foram os infelizes protagonistas, Charles Hickson e Calvin Parker. Passando dos Estados Unidos para o Canadá, às 17h15 de 30 de outubro de 1965, um objeto voador de cor alumínio desceu no leito do Rio Saint Maurice, na província francesa de Quebec. Emitia uma faixa luminosa e foi descrito como extremamente parecido com uma “embarcação invertida”, com cerca de 8 m de diâmetro, o UFO permaneceu de início na superfície da água na presença de várias testemunhas, e depois mergulhou, dando ao centro da massa fluvial uma coloração profundamente escura — segundo observadores, na superfície a corrente teria sido detida e depois, por algum tempo, inexplicavelmente invertida.