A investigação da manifestação de discos voadores em certas regiões do país nos permite armar, peça após peça, um quebra-cabeças que acaba nos levando a conhecer alguns detalhes de seu funcionamento. A investigadora Maria Irene de Melo Neves, do Centro de Investigação Civil dos Objetos Aéreos Não Identificados (Cicoani), pesquisou uma série de avistamentos na região da Serra do Cipó, ao norte de Belo Horizonte, que parecem sugerir o mecanismo dessas naves. O que torna esses acontecimentos interessantes é que corroboram, com certa precisão, um tipo particular de UFO em forma de barril ou de misturador de cimento, ou seja, uma betoneira não muito grande, com dois faróis nas extremidades.
O aparelho voa apagado, como se emitindo luminescência em toda a sua superfície, ejeta fachos de luz paralelos ou divergentes e, finalmente, é dotado de uma abertura central, de onde é emitido um sistema de ganchos — provavelmente para captura de objetos, animais e até gente. O uso desse processo de captura já apareceu algumas vezes em relatos de testemunhas da região, como na experiência vivida por Hermelindo Coelho Silva, morador de Palmital, e na que apresentamos a seguir. Nesse caso, a linguagem original da observadora foi conservada no relato abaixo.
O fato se deu em 03 de novembro de 1978, por volta das 18h20, com José Luzia, um ruralista de 64 anos conhecido como “José do Geve”. Para apreciá-lo, é importante entender que ter acesso aos depoimentos de gente simples do meio rural, pessoas que não sofrem os mesmos sobressaltos que afetam habitantes das grandes metrópoles, acaba levando o ufólogo ao conhecimento de impressionantes casos de contatos com algo bem mais potente, sofisticado e perigoso do que imaginamos. Veja a seguir o relato de José do Geve.
Por favor, descreva o que o senhor viu? Aquilo eu vi várias vezes. Na primeira vez eu ia para casa, quando encontrei a luz. Desde que era garoto nunca tinha visto nada assim. Mas olhei para lá e para cá e o “trem” vinha baixando. Todo mundo aqui também já viu. Pensei: que “luzerna” está vindo aí? Meu filho estava na minha cunhada e, quando me viu chegar cansado, perguntou o que era. Minha nora disse que eu estava tonto, mas falei que não e só mostrei a eles assim [Apontou o dedo].
O que aconteceu? Eles disseram: “Minha nossa senhora! É o disco, é o disco!” E ele só fez assim [Demonstra chiando], tombou para o lado e foi embora. Depois, mais tarde, eu e meu filho subimos o muro e ele falou: “Pai, olhe lá o disco mais uma vez”. Nós corremos e nos escondemos em uma gruta.
Na primeira vez que o senhor viu, que cor aquela luz tinha? Era mais forte do que de um carro, mas da mesma cor. Eu corri e caiu meu cigarro, fósforo, tudo no chão. Ali tinha uns pés de manga, e me escondi lá. Aquilo foi lá perto, e como não me viu mais, foi embora.
O senhor chegou a escutar algum barulho junto daquela luz? Não. Ela veio direto até onde eu estava. Só fez barulho na hora que o pessoal lá da minha nora apareceu. Ela era um “butijão” escuro, um
“trem” escuro. E a luz é “de banda”.
Quando o senhor viu aquilo pela primeira vez? Todas as três vezes eu vi nesse ano de 1978, no mesmo mês. O primeiro foi às 18h00. Os outros aconteceram mais ou menos às 19h00. O tempo estava turvo. No primeiro dia, durante quanto tempo o senhor ficou observando aquele aparelho suspenso no céu? Uns 15 minutos. Da primeira vez as minhas duas filhas também viram o “butijão”. Já na segunda vez eu estava no mato com o meu filho, Gerson dos Santos.
Como era a luz que saia do disco e a que distância ficou do senhor? Era forte e iluminava tudo. Acredito que tinha uns trinta metros de altura.
Sempre que o senhor viu os objetos, eles possuíam essa mesma cor e forma de butijão, como nesse caso? Sim. E era sempre a mesma coisa, como entrar debaixo de um forno. As luzes, que eram duas, “é a mesma” coisa de um carro.
O senhor confirmou antes que ele se aproximou bem baixo. Dá pra dizer qual era o seu tamanho? Quando ele chegou perto de mim, devia ter muitos metros de largura e comprimento. Minha patroa também viu, assim como minha nora.
O que o senhor sentiu quando viu aquilo? Eu fiquei tremendo de medo. Da última vez ele já estava bem alto. Mas não me lembro dos dias. Aquele objeto era igual a uma betoneira, parecido com um butijão de gás, desses que a gente vê por aí.