No Mato Grosso, qualquer conversa entre os moradores que tenha como ingrediente temas misteriosos geralmente leva a narrativas de intrigantes observações de artefatos voadores que ocorrem em certas áreas do estado, rico em casuística ufológica. Na verdade, em qualquer parte do país nos deparamos com uma abundância de testemunhos de quem passou por experiências com UFOs — tanto que, há anos, a Comunidade Ufológica Brasileira monitora os altos índices não só de avistamentos, mas também de contatos diretos com seres extraterrestres em todo o Território Nacional.
Contudo, mesmo que o Fenômeno UFO se apresente de maneira tão diversa e bem espalhada pelo Brasil, a atenção dos pesquisadores, e até mesmo a dos curiosos, acaba sendo inevitavelmente atraída para as regiões em que há grande incidência de casos, muitos deles documentados com fotografias, filmagens e testemunhados por dezenas ou centenas de indivíduos. Em algumas dessas áreas não é exagero afirmar que os episódios ligados a entidades desconhecidas fazem parte da cultura local. Esse é o caso de Mato Grosso, por excelência.
No estado, nenhum lugar é mais enigmático e repleto de histórias do que a Chapada dos Guimarães e o Complexo da Serra do Roncador. Os estranhos acontecimentos da região têm alcançado grande repercussão e fascinado turistas brasileiros e estrangeiros, que para lá vão na esperança de viverem alguma situação incomum. Um aspecto dessa situação que chama a atenção dos estudiosos é a notória relação entre fenômenos ufológicos e territórios montanhosos ricos em minérios e cristais — o que nos faz refletir sobre as coincidentes e recorrentes ligações entre locais de belezas naturais e a presença de alienígenas em nosso planeta.
Primeiro discoporto do mundo
Esse interesse, tanto na natureza de tais locais quanto nas manifestações inexplicáveis que lá ocorrem, cresceu tanto nos últimos anos que fez surgir uma demanda pela exploração turística e ecológica de tais áreas, aliada às questões extraterrestres. Isso tem representado ótima oportunidade de renda para empresários interessados em promover locais e excursões com roteiros que incluam registros de fatos estranhos como pano de fundo. Esse tipo de atividade, que passou a ser conhecido como “turismo ufológico” ou “Ufoturismo”, costuma reunir os interessados em pontos onde há alta quantidade de relatos de avistamentos ufológicos.
Um dos pioneiros em fazer da Ufologia atração turística no Brasil foi Valdon Varjão, ex-prefeito de Barra do Garças, município do Mato Grosso com pouco mais que 55 mil habitantes e área de 9 mil km², situado a 500 km da capital, Cuiabá. Em 1996, então vereador da cidade, Varjão ganhou projeção nacional após a elaboração de um polêmico projeto que previa a construção de um inédito discoporto — um aeroporto para discos voadores — em uma área de aproximadamente cinco hectares.
A ideia acabou sendo aceita pela prefeitura, que levou em conta, para sua aprovação, a grande quantidade de relatos de avistamento de UFOs na área do município e também em pontos próximos, como a Chapada dos Guimarães. Barra do Garças, para quem não sabe, está junto às cadeias de montanhas da Serra Azul e da Serra do Roncador. O principal interesse de Varjão ao levar adiante sua iniciativa foi de caráter econômico, pois, ainda que fosse admirador da Ufologia — dizem que era grande colecionador de relatos e fotos de casos —, seu objetivo era atrair curiosos para a região. E conseguiu!
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