Para o escritor, jornalista e palestrante Nick Redfern, forçar a liberação de documentos através de atos como a Lei de Liberdade de Informação (FOIA) pode não necessariamente garantir que toda a verdade seja divulgada. Até onde podemos confiar?
Em 28 de julho de 1995, o relatório do Escritório de Contabilidade do Governo (GAO) sobre o caso Roswell veio à tona em sua Divisão de Segurança Nacional e Assuntos Internacionais. O relatório do GAO não forneceu quaisquer evidências concretas – como fotos antigas em preto e branco de cadáveres e destroços no local do acidente no rancho Foster, Novo México. O relatório, entretanto, forneceu algo interessante e controverso.
Uma grande quantidade de papéis da base da Força Aérea de Roswell estava faltando. Como o GAO (naquela época, o Escritório de Contabilidade Geral) disse: “Além dos relatórios de histórico da unidade, também pesquisamos outros registros do governo sobre o acidente de Roswell. A este respeito, o Arquivista-Chefe do Centro Nacional de Registros de Funcionários nos forneceu documentação indicando (1) registros da Força Aérea Real Australiana (RAAF), como finanças e contabilidade, suprimentos, edifícios e terrenos e outros assuntos administrativos gerais de março de 1945 a dezembro de 1949; e (2) que as mensagens enviadas da RAAF de outubro de 1946 a dezembro de 1949 foram destruídas.”
Quando o GAO exigiu saber as razões por trás disso, eles obtiveram a seguinte resposta: “De acordo com este oficial (o Arquivista-Chefe do Centro Nacional de Registros de Funcionários), o formulário de disposição do documento não indicava adequadamente a autoridade sob qual a ação de descarte foi realizada. O Arquivista-Chefe afirmou que, por experiência pessoal, muitos dos registros organizacionais da Força Aérea cobrindo este período foram destruídos sem inserir uma citação para a autoridade de disposição governante. Nossa revisão dos formulários de controle de registros que mostram a destruição de outros arquivos – incluindo mensagens da RAAF de 1950 – apoia o ponto de vista do Arquivista-Chefe.”
Alguns ufólogos acreditam que isso seja uma evidência de que o governo destruiu os arquivos para evitar que as pessoas, hoje, aprendam mais sobre o caso Roswell e/ou por causa de alguma outra coisa; algo que remonta a 1945 e, portanto, não pode ser relevante, porque o caso Roswell ocorreu em 1947. Seja qual for a verdade da questão, ainda se resume a uma coisa: um número significativo de arquivos da base de Roswell da década de 40 não pode ser localizada.
Arquivos importantes de vários casos foram descaradamente destruídos, como alguns do incidente em Roswell.
Fonte: U.S. National Archives and Records Administration
Agora, em outro caso famoso de UFOs: entre 26 e 29 de dezembro de 1980, vários encontros ufológicos ocorreram na floresta de Rendlesham, em Suffolk, Inglaterra, envolvendo militares das estações próximas da Força Aérea Real (RAF) de Bentwaters e Woodbridge. De acordo com vários operacionais da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), um pequeno objeto de forma triangular foi visto manobrando na floresta – assim como, alguns disseram, entidades quase espectrais, de estilo alienígena.
E embora o incidente tenha sido o assunto de um número significativo de livros, intensa cobertura da mídia e até mesmo questionamentos parlamentares, ele continua a provocar um debate furioso dentro da comunidade ufológica. E esse debate foi reacendido apenas muito recentemente, quando se descobriu que certos arquivos sobre o caso – que se originaram dentro do mundo obscuro da inteligência de defesa – estavam “indisponíveis.” Em uma palestra de 31 de julho de 1994 em Leeds, Inglaterra, o coronel Charles Halt (USAF), um dos que tinham testemunhado o estranho objeto na floresta de Rendlesham, falou sobre o que tinha ocorrido 14 anos antes.
Durante o decorrer de sua palestra, Halt surpreendeu o público ao revelar algo que até então era desconhecido: uma aeronave transportadora C141 com chegada não agendada chegou a Woodbridge poucas horas após o encontro inicial, e um grupo de “indivíduos especiais” saiu da aeronave, indo direto para fora do portão leste de Woodbridge, desaparecendo na floresta. Deve-se destacar, também, que o C141 é uma aeronave de grande porte, totalmente equipada para o transporte de cargas, veículos e tropas. Com toda essa atividade em andamento, é de se pensar que pelo menos alguns arquivos seriam criados. Porém, nada apareceu ainda. Já na Austrália, no verão de 2011, o Departamento de Defesa australiano admitiu ter perdido um arquivo sobre UFOs que deveria estar embalado com relatórios.
Natalie Carpenter, do Escritório de Liberdade de Informação do país, respondeu às perguntas da mídia, afirmando que “(…) os arquivos não puderam ser localizados e o quartel-general do Comando Aéreo informou formalmente que este arquivo foi considerado perdido.” O ufólogo e autor Whitley Strieber fez uma observação muito boa em 06 de junho de 2011: “Na semana passada, o governo australiano anunciou que ‘perdeu’ alguns arquivos sobre UFOs. Assim, ele se junta aos Estados Unidos, que ‘perderam’ todos os arquivos relacionados à base aérea de Roswell, datando de 1947 a 1952, e ao Reino Unido, que recentemente anunciou que ‘perdeu’ todos os arquivos relacionados ao caso ufológico da Floresta Rendlesham.” Dessa forma, podemos acreditar que tudo o que é liberado através de ações tais como a FOIA e o relatório UFO do Pentágono é tudo o que eles sabem? Ou apenas… migalhas de informação?