O ano era 1945. Enquanto as tropas do eixo se rendiam aos aliados, que culminou com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo respirava um pouco mais aliviado, acreditando que os horrores da eliminação em massa haviam, enfim, terminado. Para a maioria das pessoas, a guerra nada mais foi do que uma encarniçada luta de forças, um combate entre o bem e o mal. Naquele momento, discutiam-se as condições para a rendição e a manutenção da paz. Pouco a pouco o mundo estava tomando conhecimento dos horrores cometidos, embora os reais motivos que levaram boa parte da humanidade a mergulhar na barbárie ainda sejam pouco conhecidos.
Em âmbito ufológico é de pleno conhecimento dos pesquisadores que antes, durante e depois das batalhas, principalmente aquelas realizadas no ar, tanto aviões aliados quanto inimigos eram constantemente perseguidos por objetos voadores não-identificados. Sendo assim, era comum acharem que se tratavam de engenhos desconhecidos, projetados e construídos por seus oponentes. Apesar de pouco estudados desde então, devido principalmente à escassez de informações sobre o assunto, é muito comum se atribuir a origem extraterrestre a tais artefatos. Mesmo sem nunca ter presenciado alguma vez qualquer um dos fenômenos relatados pelos pilotos e ex-combatentes, é bastante natural acreditar nessas suposições por falta de melhor explicação. Isso não quer dizer, porém, que tais objetos não tenham de fato origem alienígena, até porque pelo que se sabe – ou se sabia até então –, tanto as forças do eixo quanto os aliados não dispunham de tecnologia ou conhecimento técnico suficientes para construir aeronaves em forma de disco e mais velozes que os aviões de guerra.
Partindo desse pressuposto, o caminho mais lógico para se chegar a verdade seria através da pesquisa e interpretação de antigos documentos secretos da época, não só pelas provas fotográficas, que aliás eram de péssima qualidade na maioria das vezes, mas sim pelos relatórios e cartas enviadas pelas mais diversas agências secretas de informação, constituídas por pessoas ligadas diretamente aos regimes fascistas, na Itália, e mais tarde os nazistas, na Alemanha. Foi assim que na segunda metade dos anos 90 e início do século XXI esses mesmos raros documentos, cuja existência era ignorada, começaram a chegar às mãos dos pesquisadores italianos, por intermédio de um misterioso correspondente denominado de Senhor X. Com base nas documentações recebidas e informações contidas nos diversos relatórios remetidos pelo mesmo, uma nova história ufológica começou a tomar forma nos últimos tempos.
Hoje, alegações de avistamentos de UFOs registrados nos Estados Unidos, como os nove objetos não-identificados observados pelo piloto norte-americano Kenneth Arnold e a queda de um estranho artefato aéreo na localidade de Roswell, não parecem mais ser aceitas sem que se faça alguns questionamentos. São documentos oficiais, emitidos por governos e órgãos de controle de informações da época, que nos fazem praticamente ter certeza de que o primeiro caso concreto de uma queda ou pouso de uma aeronave alienígena na Terra teria ocorrido não nos EUA, como sempre se diz, mas sim na Europa, mais precisamente na Itália. Não é de hoje que estranhos casos de avistamentos naquele país estão classificados como os mais impressionantes ocorridos em todo o mundo.
Já na época do grande Império Romano, tanto soldados quanto os próprios imperadores relatavam avistamentos de numerosos scudi volanti ou escudos voadores nos céus, principalmente em Roma, centro das atividades políticas do país, e nas fronteiras do império, palco de inúmeras e sangrentas batalhas contra povos estrangeiros. Esses objetos, tais como os avistados pelos pilotos durante a Segunda Guerra, apelidados de Foo-fighters [Os chamados “guerreiros fantasmas” do folclore da guerra], eram freqüentemente observados antes, durante e depois das batalhas. Apresentavam, aparentemente, os mesmos formatos e causavam espanto em quem tivesse o privilégio de acompanhar suas evoluções pelo céu na época. Mesmo sendo assustadoras e totalmente desconhecidas, a convivência entre os homens da Terra e esses objetos, e quem quer que os controlassem, sempre pareceu pacífica. Jamais houve um caso documentado em que uma agressão deliberada partisse desses visitantes. Além disso, não podemos afirmar com 100% de certeza que as aeronaves avistadas durante a Segunda Guerra eram, de fato, extraterrestres.
Sonhos de dominação — O principal fato era que os nazistas tinham um enorme poder para colocar em prática seus projetos técnicos. Para eles a questão ética era somente um detalhe e não propriamente uma barreira capaz de impedir a realização dos sonhos de dominação do Führer. Sendo assim, nada impedia que as aeronaves não convencionais da época fossem fruto apenas e tão somente da criatividade humana. Em contrapartida, é aceitável o fato de que para a realização desses projetos pode ter sido utilizada tecnologia terrestre inspirada numa técnica baseada em algo desconhecido, possivelmente alienígena. Com relação aos avistamentos relatados na época dos grandes Césares, poucos podem ser levados em consideração, uma vez que não se dispõe de uma prova documental fotográfica mas somente relatos, ainda que igualmente impressionantes.
Na UFO Especial deste mês apresentamos justamente uma visão diferenciada, a de que “nem tudo o que reluz é UFO”, como diz o ufólogo paulistano Fábio Bettinassi, um dos colaboradores desta edição. Há mais de 15 anos ele se dedica ao estudo de temas insólitos. Juntamente com seus pais, administra em Araxá (MG) uma biblioteca temática sobre UFOs com mais de 5 mil volumes e milhares de associados cadastrados. Sua contribuição nesta edição é voltada ao estudo das atuais aeronaves não convencionais, a maior parte pertencente à Força Aérea Norte-Americana (USAF) e algumas ainda em fase de testes – por isso mantidas em segredo por seus fabricantes. Devido às suas características incomuns, freqüentemente são confundidas com UFOs.
Agradeço a participação de dois ufólogos italianos conceituados e renomados internacionalmente: Alfredo Lissoni, autor do livro Os Enigmas do Vaticano [Editora Madras, 2005] e Roberto Pinotti, editor das publicações UFO Notiziario e Archeomisteri e correspondente da Revista UFO na Itália, além de ser autor de dezenas de livros sobre Ufologia ainda não publicados no Brasil. Obrigado a todos aqueles que participaram direta ou indiretamente da produção desta revista, bem como a autorização de publicação das imagens do arquivo pessoal de Lissoni. Boa leitura!