A partir de 1968, houve uma grande manifestação do Fenômeno UFO no Brasil, especialmente na Bahia. Contudo, até hoje não foi feita nenhuma análise mais profunda a respeito. Hoje, 25 anos depois, uma abordagem crítica e histórica é pertinente, pois é agora que o Fenômeno UFO ganha cada vez mais importância no contexto de nossas vidas, da Humanidade e do nosso conturbado planeta azul.
Uma onda ufológica pode ser definida como um grande número de aparições, observações e manifestações do fenômeno em um curto espaço de tempo. A onda iniciada no ano de 1968 teve aspectos peculiares e surpreendentes. Na época, os Estados Unidos mergulhavam fundo na Guerra do Vietnã, o Projeto Condon caminhava oficialmente para perpetuar a maior mistificação oficial na Ufologia. A corrida espacial se intensificava com o Projeto Apollo, empenhado na conquista da Lua – era o desafio da década, um fato que se concretizou em junho de 1969. Havia também os vôos não tripulados das naves americanas e russas que vasculhavam o sistema solar e seus planetas. De fato, era um momento de saltos para o espaço. E o Brasil, embora passando momentos políticos e constitucionais difíceis, era visitado por discos voadores e ETs que aproveitavam para estar presentes em massa no país.
Pode-se dizer que grande parte do território foi atingido, principalmente os estados do Ceará, Piauí, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. Oficialmente foi esta onda ufológica que obrigou a Força Aérea Brasileira (FAB) a criar uma comissão oficial de estudos de UFOs no Brasil, sediada na 4ª Zona Aérea em São Paulo. Essa comissão tinha o nome de Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI). Poderíamos dizer até que, por necessidade estratégica, era indispensável a criação de um sistema de natureza oficial e sigilosa para a defesa do espaço aéreo nacional. Do trabalho desta instituição, criada pelo governo militar, vazaram algumas informações, que foram publicadas inclusive pela Revista UFO [Editor: veja a revista UFO Documento 02 e a apostila Coleção Biblioteca UFO 02].
Uma onda ufológica pode ser definida como um grande número de aparições, observações e manifestações do fenômeno em um curto espaço de tempo. A onda ufológica iniciada no ano de 1968, no Brasil, teve aspectos peculiares e surpreendentes, hoje estudados pela Ufologia. Nessa época, aconteceu de tudo no mundo e em termos de ocorrências de UFOs e fenômenos extraterrestres
O que também fica notório é o permanente interesse dos militares pelo assunto, além da estreita colaboração entre nossas autoridades militares com a Força Aérea Norte-Ame-ricana, organizações de inteligência e instituições científicas estrangeiras. O sistema de segurança aérea do governo brasileiro possuía núcleos em muitas cidades, utilizando-se das bases aéreas já existentes para pesquisar UFOs. O núcleo de Salvador, por exemplo, funcionou até 1970. Se lermos com muita atenção os boletins publicados pela instituição [Editor: transcritos na íntegra na Coleção Biblioteca UFO 02], veremos que não há um caso sequer ocorrido dentro de suas instalações. Segundo os relatórios do SIOANI, nenhum fenômeno ufológico atingiu seus campos de pouso, bases, academias, núcleos de proteção ao vôo ou mesmo aeronaves militares.
Confirmação oficial — Esse é um fato no mínimo curioso: todas as observações e relatos são de civis. É como se a FAB criasse uma cortina protetora para si… Os casos ocorridos na Bahia, em especial em Itapuã, Lauro de Freitas, Camaçari, aeroporto e limites da Base Aérea de Salvador, não são sequer mencionados nos boletins. Até hoje os ufólogos tentam conseguir uma confirmação, oficial ou em off, para os fenômenos que ocorreram entre 1968 e 1969. Infelizmente, ninguém conseguiu nada: são 25 anos de silêncio permanente. No Nordeste, a onda de 1968 iniciou-se em março, no estado do Ceará, na Serra dos Macacos, município de Sobral. Bolas de fogo azul-esverdeadas cruzavam os céus à noite, enquanto abalos sísmicos eram registrados durante várias semanas. Rapidamente, o fenômeno alastrou-se por outras partes do país, atingindo, entre outros estados, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
O epicentro nacional desta onda foi a cidade de Lins (SP), com ocorrências diárias durante meses. Houve também uma grande atividade alienígena, como a invasão de hidrelétricas como as de Urubupungá e de Leme. Em meio ao crescimento da onda, a Ufologia perdeu um grande pesquisador, o Dr. Olavo Pontes, pioneiro em estudos como o da vertente genética e contatos sexuais entre humanos e ex-traterrestres. A partir daí, houve um numeroso aumento nos casos de seqüestros – abduções que muitas vezes eram mal sucedidas.
Em seu livro, Abduções no Brasil, a ufóloga Irene Granchi afirma que o ano de 1968 trouxe uma onda de UFOs no Brasil sem precedentes. Nota-se, durante esta fase, que os casos da Bahia não constam em nenhuma publicação ou trabalho da época. Esta onda foi prevista – ao mesmo tempo profética e cientificamente – pelo professor e ufólogo Flávio Pereira, em seu Livro Vermelho dos Discos Voadores, afirmando que “…haveria uma crise que deveria ser interpretada como a interseção de 2 semânticas diferentes – a humana e a extraterrestre”. A previsão de Flávio Pereira foi um cálculo estatístico feito em 1966. E dois anos depois, lá estavam os fatos comprovando a teoria. Eis a crise ufológica! As aparições de ETs em massa, os raptos, sobrevôos, a ronda permanente de seres nos observando, interferindo em nossas vidas, nossa realidade… Neste período aconteceram fatos que até hoje são de singular relevância para a Ufologia.
Na onda que durou de 1968 a 1969, aconteceram mais de 40 casos na Bahia, classificados em vários graus. Carros foram perseguidos por UFOs e pessoas montadas em animais contataram naves alienígenas. Ocorreram interferências magnéticas e efeitos psicofísicos em pessoas, tais como perda da voz e outros fenômenos. No povoado de Arembepe, por exemplo, uma família inteira foi seguida por UFOs e provavelmente abduzida. Em Lauro de Freitas, houve duas tentativas de rapto e a captura de agricultores, entre outros contatos. Naquela época, Arembepe estava sendo descoberta pelos turistas devido às suas características paradisíacas. O local era considerado o ponto extremo para quem se dirigia ao litoral norte: era um lugar simples, com casas de palha compondo a paisagem.
Alvo de extraterrestres — De uma hora para outra, aquele lugarejo calmo começou a ser alvo de ações extraterrestres. Vários veículos de turis
tas foram seguidos por UFOs, sendo que, na maioria das vezes, seus passageiros foram vítimas de abdução. Os carros tinham os motores paralisados e seus sistemas elétricos afetados por causa da presença dos UFOs – as baterias ficavam totalmente descarregadas. Há casos famosos, como o de um círculo de fumaça ocorrido em Itapuã. A aparição foi testemunhada por mulheres que dizem não ter visto somente o objeto, mas também luzes num círculo. Havia uma fumaça com características incomuns, provavelmente de matéria plásmica.
Há também casos de aterrissagem. Um exemplo que pode ser citado aconteceu na praia de Rio Vermelho, em Salvador, quando um morador observava o mar. A testemunha notou algo que se parecia com um acidente marítimo. Contudo, o objeto acidentado não tinha mastro, velas, leme ou qualquer outra característica que o fizesse parecer com um barco. A testemunha chamou a polícia temendo ser um naufrágio com vítimas. Logo após apareceu um avião pequeno sobrevoando o local, provavelmente da Força Aérea. As autoridades não encontraram nada e nenhum naufrágio foi registrado naqueles dias. Ficou apenas o mistério sobre a natureza daquele objeto [Editor: leia também o artigo de Alberto Romero, nesta edição, para comparação desse caso com outro, ocorrido ainda este ano].
Outro caso intrigante aconteceu numa madrugada de 1968, no zoológico do bairro de Ondina, também em Salvador. De repente, no meio da noite, sem nenhuma explicação, os animais começaram a ficar inquietos, gritando agitados. Pareciam estar reagindo a algum estímulo vindo do próprio zoológico. A vigilância notou uma luz parada no céu que parecia influenciar os animais. A notícia foi veiculada de maneira irônica e inverdadeira na coluna de um jornal local. Porém, mesmo sem o devido crédito da imprensa, o fato de que os UFOs e seus ocupantes se interessam por animais é uma realidade. Os ETs usam várias espécies de animais para fazer experiências científicas, chegando muitas vezes a mutilar bovinos, eqüinos e aves em grande escala.
Quanto à observação dos tripulantes dos UFOs, os ufólogos só tiveram acesso a um caso registrado na Bahia – sem muitas informações concretas. A ocorrência diz respeito a um homem que caminhava nas proximidades da lagoa de Abaeté, ao norte da capital, e viu uma nave pousada nas dunas. Perto do UFO, viu 3 anões vermelhos que lhe fizeram um sinal de chamado com as mãos. Com medo, saiu correndo sem olhar para trás. Mas um dos casos mais famosos desta onda aconteceu quando uma importante família da sociedade baiana voltava de um fim de semana em Arembepe. Era domingo e a noite começava a cair quando as crianças avistaram uma luz seguindo o carro, atravessando a estrada de um lado a outro. Diante do inusitado fato, uma das crianças falou: “Olha, é um disco voador, estou vendo as patinhas…”.
Neste momento, todos foram tomados pelo pânico e não se lembram de mais nada do que aconteceu. Só se sabe que permaneceram cerca de 3 horas ausentes e não se recordam de onde estiveram ou o que viram. O caso foi abafado pela imprensa devido ao status da família, ligada a um importante jornal local. Para a Ufologia, este é um caso clássico de abdução. Infelizmente, a família não colaborou com as pesquisas, o que dificultou a elucidação do mistério. Estatisticamente, dos 40 casos catalogados sobre a onda ufológica de 1968, percebeu-se que mais de 60% dos casos ocorreram durante a madrugada. Esse fato demonstra uma estratégia de cautela por parte dos ocupantes dos UFOs em relação à Terra. As observações diurnas registradas são poucas, sendo que os UFOs são vistos sempre a uma elevada altitude. As tentativas de rapto foram todas feitas entre 18:00 h e 05:00 h, sempre em locais ermos.
Se for traçado um perfil das testemunhas da onda, encontraremos agricultores, pescadores, delegados, funcionários públicos, médicos, engenheiros, jornalistas, artistas e comerciantes. Isso revela uma diversidade no tipo dos contatados no que se refere aos aspectos econômicos, sociais e intelectuais.
Novas pesquisas em Mucugê
Igatu é um distrito do município de Mucugê, localizado a 30 km de distância da cidade. Fica em meio a um conjunto de serras, no Maciço do Sincorá. Apresenta arquitetura colonial, onde os garimpeiros se refugiavam para proteger seus diamantes em casas, grutas e penhascos que circundam o lugar. Chegar até Igatu não é fácil, é preciso atravessar estradas de difícil acesso, serras, lama, frio, neblina e chuva. A Sociedade de Estudos Ufológicos Lauro de Freitas (SEULF), esteve lá várias vezes em virtude dos inúmeros avistamentos ufológicos registrados no local. Nestas viagens, muitas testemunhas do Fenômeno UFO foram entrevistadas pelo grupo. Em uma dessas visitas a Igatu, encontramos o Sr. Agnaldo Leite dos Santos, um comerciante que diz ter testemunhado por 3 vezes a manifestação de UFOs. Um desses avistamentos é relativo à queda de um grande objeto classificado como meteorito.
Outro contato do Sr. Agnaldo aconteceu quando saía de carro pela serra e se deparou com um objeto luminoso branco e cintilante. O UFO estava a uns 20 m do solo, seu tamanho aparente era de 1 m de diâmetro. O UFO era silencioso e a observação durou de 5 a 8 minutos. A terceira observação ufológica do comerciante aconteceu em janeiro de 1995, quando se dirigia de Igatu para Mucugê. Por volta das 20:00 h, avistou um UFO voando sobre os picos da Serra da Laranjeira, a uns 500 m de altitude. O objeto era luminoso e de formato circular.
Outra testemunha do Fenômeno UFO em Igatu é o Sr. Marcelo Landim, engenheiro que viaja constantemente para o local. Ele nos conta que, numa noite de dezembro de 1994, viajava de Igatu para Mucugê, em sua camionete, prestando socorro a uma garota que havia quebrado o braço. Ao passar por um lugar chamado Café, subindo a serra, antes do Capabode, viu um grande UFO no topo da serra. Ele parou o automóvel para observar o fenômeno – houve uma grande agitação no trânsito da estrada. O objeto luminoso amarelado parou repentinamente e aumentou a intensidade da luz. Em questão de segundos, afastou-se a uma grande velocidade e sumiu no céu. Em duas outras oportunidades, o mesmo engenheiro avistou UFOs sobrevoando as serras que circundam Mucugê, sempre à noite e com as mesmas características do primeiro objeto visto.
O SEULF registrou aparições ufológicas perto do cemitério de Mucugê. Esse fato revela uma característica exótica dos objetos voadores, utilizando-se das proximidades de um cemitério para se manifestar. Uma testemunha deste fenômeno foi dona Durvalina Luz, que avistou um UFO esférico de cor amarelada. O fenômeno aconteceu quando ela saía de um culto religioso à noite. Durante alguns minutos, silenciosamente, o UFO cruzou os céus noturnos de Mucugê. Durvalina, por raz&otil
de;es religiosas, não acredita em discos voadores. Mas ela não foi a única testemunha deles em Mucugê: grande parte da população diz já ter avistado objetos estranhos no céu. Com efeito, Mucugê tem aproveitado toda a onda ufológica para atrair a atenção das pessoas – principalmente nos aspectos turísticos.
Um exemplo disso foi a festa junina da cidade, divulgada com cartazes ilustrados com discos voadores e a chamada para o “Forró do ET”. A própria prefeitura também se utilizou da onda para criar seu slogan: “Mucugê, um contato imediato com você” (o logotipo era o desenho de um UFO ovóide). O prefeito da cidade, Fernando Medrado, tem utilizado várias formas de veicular o nome da cidade com a temática ufológica. O objetivo de tudo isso é conseguir verbas do governo federal para investir no município. Quem for a Mucugê, vai poder comprar camisetas, bonés, adesivos e outros produtos promocionais ufológicos.
— EP