“Dois estranhos objetos avançavam sobre seus exércitos, causando pânico nos soldados, elefantes e cavalos que se recusavam a cruzar o Rio Jaxartes”. Este trecho foi escrito em 329 a. C., durante uma das campanhas militares de Alexandre “O Grande”, segundo o estudioso Raymond Drake, autor de Deuses e Astronautas na Grécia e Roma Antigas (Editora Record). “Os objetos descritos eram grandes e prateados, como escudos brilhantes que cuspiam fogo de suas extremidades”.
Durante quase todos os conflitos militares do planeta, desde os tempos mais remotos até os mais recentes, estranhos objetos têm sido observados no cenário dos entraves. Agora, a notícia de que um UFO teria sido visto sobre o Iraque durante a ofensiva anglo-americana despertou mais uma vez a atenção da comunidade ufológica mundial. Afinal, por que os alienígenas observam nossos conflitos e guerras? Os UFOs monitoram nossas guerras?
Eles estão presentes onde quer que haja ação militar. É assim desde a Antiguidade, em períodos anteriores a Cristo, durante a Idade Média, nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais, na Guerra das Malvinas, durante os conflitos Vietnã e na Coreia, e, mais recentemente, nas duas Guerras do Golfo. Lá estavam eles observando o que se passava e, em determinadas ocasiões, até interagindo com as forças combatentes.
Nos episódios mais recentes, a partir da Guerra do Golfo, em 1991, armamentos de alta tecnologia empregados nos campos de batalha têm confundido muitos dos comandos engajados nos conflitos. Mas o mesmo arsenal tecnológico tem sido usado para detectar com mais precisão intrusos não identificados. Sempre que há um entrave militar de grandes proporções, ou que atraia a atenção do resto do mundo, surgem relatos em abundância de avistamentos de enigmáticos objetos nos céus. Claro, muitas vezes são aeronaves militares ou mísseis. Mas em outras ocasiões, não. Nem o lado mais preparado desses conflitos – como as forças anglo-americanas na Guerra do Iraque – tem tido condições de determinar a origem desses fenômenos.
Os indícios do surgimento de objetos voadores não identificados estão presentes até mesmo em guerras bastante antigas. Há milhares de anos, no antigo Egito, aparições de UFOs já eram registradas com regularidade. O escritor inglês Brinsley Le Pour Trench, o conde de Clancarty, cita em suas obras o fragmento de um hieróglifo do tempo do faraó Thutmose III, que governou entre os anos de 1468 e 1436 a. C. Durante uma guerra de conquistas às margens do Rio Eufrates, os escribas relataram o avistamento de um círculo de fogo vindo do norte. Eles o descreveram ao faraó da seguinte maneira: “Hoje, esses círculos de fogo são cada vez mais numerosos no céu. Eles brilham mais do que o Sol. As tropas estão com medo. Tempos depois, os círculos ascenderam ao céu e desapareceram”. Esse trecho tem quase 4,5 mil anos de idade.
Outro exemplo ocorreu no ano 70 d. C., durante a chamada Guerra Judaica. “No dia 21 de maio, um fantasma demoníaco de incrível tamanho surgiu no céu sobre todas as carroças e tropas que se preparavam para a batalha”. Constantino “O Grande” e sua armada, em 312 d. C., também observaram uma cruz luminosa no céu, que ficou em frente ao Sol. Para Constantino, esse foi o derradeiro aviso de sua vitória sobre Maxentius, meses depois. Da mesma forma, durante o reinado de Carlos Magno também foram registrados muitos relatos de encontros com “tiranos do ar e suas naves aéreas”, conforme eram descritos. Estes relatos preocupavam tanto o rei que as pessoas que relatavam tais fenômenos eram sujeitos à tortura e à morte. Ainda assim, as narrativas continuavam surgindo e importunando Carlos Magno.
O monarca também esteve às voltas com UFOs durante outra importante ocasião, quando foram registradas manifestações desses objetos em plena campanha militar que empreendeu contra os saxões pagãos, entre 800 e 814 d. C. O monge Lorenzo, em suas cartas Annales Laurissenses, escreveu que as tropas de Carlos Magno avançavam em direção ao Castelo de Salzburg.
Segundo os escritos medievais, “…a oposição dos saxões foi dura e, quando tudo parecia perdido, Deus enviou dois grandes escudos vermelhos e brilhantes para cima dos saxões”. Não seria a primeira vez que um governante teria a impressão de que fora ajudado por forças divinas, quando, na verdade, o que se via nos campos de batalhas eram UFOs claros e de formatos semelhantes aos que conhecemos hoje. O contrário também era comum, atribuir uma derrota aos mesmos enigmáticos objetos, só que, nesses casos, vinham do inferno.
Se Carlos Magno foi ajudado pelos deuses em seu confronto com os saxões, séculos mais tarde, na sangrenta conquista do México, alguma inteligência alienígena a tudo acompanhava, sobrevoando os combatentes em terras norte-americanas. Segundo Bernal Del Castillo, cronista do conquistador espanhol Hérnan Cortez, que massacrou os astecas, em uma das batalhas os nativos disseram que uma bola de cor verde e vermelha fora vista no céu. “E logo atrás dela outra luz, que acompanhava a primeira, surgiu disparando relâmpagos em direção ao solo e sobre as cidades de Panuco e Tezeuco”. Não se sabe se foi por causa das cores desses objetos – vermelho e verde – que a bandeira mexicana recebeu as mesmas tonalidades.
No Japão, durante a Guerra dos Shoguns, no ano de 1235, o quarto Kamakura Shogun, Fujiwara Yoritsune, e sua tropa estavam acampados quando misteriosas luzes apareceram no céu. Os objetos foram vistos por horas fazendo círculos e loopings que impressionavam os militares. O shogun (Título de senhor de um clã no Japão medieval) pediu uma investigação a fundo sobre o evento, cujos resultados não são conhecidos. Talvez essa tenha sido a primeira investigação oficial sobre os UFOs de que se tem notícia. De fato, era relativamente comum que os governantes envolvidos em conflitos em que objetos não identificados eram vistos, pedir a seus comandantes que averiguassem sua natureza.
A Guerra dos Cem Anos, que na verdade durou 116, foi travada entre a Inglaterra e a França pelo poder do trono francês, entre 1337 e 1453. Em diversas ocasiões durante se transcurso, discos voadores resplandecentes foram observados. As batalhas eram travadas nas planícies da Europa e os objetos mais comumente registrados eram esferas de fogo. O ufólogo inglês Timothy Dodd pesquisou a fundo essa guerra à procura de relatos de UFOs e conseguiu algumas evidências que sugerem fortemente a presença de visitantes. “Tenho certeza absoluta de que estamos sendo visitados há milhares de anos por extraterrestres e eles não deixariam de nos observar em nossa atitude mais selvagem, durante as guerras”, disse Dodd.
Um dos relatos coletados pelo ufólogo inglês remonta ao ano de 1410 e foi feito numa carta de um soldado inglês aos seus pais, moradores de Weybridge County. “Eram quase 05h30 de 15 de abril, quando fomos acordados pelo general McFulky. Quando nos levantamos, vimos, para o nosso assombro, duas dezenas de bolas prateadas cruzarem a planície onde estávamos acampados. Elas ficaram sobre uma lagoa e depois sumiram”. Segundo Dodd, o próprio general McFulky teria escrito uma carta ao rei Henrique V relatando os estranhos fatos: “Nossas tropas não podem enfrentar os demônios franceses. Eles estão utilizando bruxaria contra vossas tropas”. Em maio de 1986, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, tivemos uma das maiores ondas ufológicas do país, em que mais de 20 UFOs foram registrados e detectados por radar na área. Seria mais bruxaria francesa?
Ainda na Inglaterra, em Bristol, no ano de 1343, uma guarnição inteira viu um “…navio baixar uma escada reluzente e seus tripulantes descerem por ela”, segundo escritos da época. Mas os estranhos foram atacados pelos soldados ingleses e retornaram para bordo do curioso navio, para depois desaparecer. “Desde aquela época, os reis tinham medo dos círculos voadores, das bolas de fogo e seres alados. Os foo-fighters da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais são os descendentes de tais fenômenos”, acrescentou Timothy Dodd. Ele sabe o que diz. Dodd, um policial aposentado, é considerado um dos mais meticulosos ufólogos da Inglaterra, tendo sido uns dos fundadores da revista UFO Magazine (www.ufomag.co.uk).
O primeiro grande conflito do século XX foi a Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918. A tecnologia das nações envolvidas no conflito, naquela época, nem em sonho se igualava ao que vários pilotos e tropas viram durante suas missões. Em 1914, no primeiro ano da guerra, vários avistamentos assombraram os generais de ambos os lados do conflito, que ficaram sem saber o que poderiam ser aquelas “máquinas voadoras” que surgiam sobre os campos de batalha.
Em Midlandet, Noruega, no dia 21 de novembro daquele ano, uma fantástica aeronave foi vista perto do Farol de Skjaervaer. Na cidade de Morgenbladet, no mesmo país, outra aeronave não identificada foi observada na manhã do dia 20 de dezembro e vários soldados aliados testemunharam o ocorrido. O objeto de Midlandet foi notado inicialmente a cerca de 700 m de altitude, mas desceu até 400 m e ficou parado por uma hora sobre a área, para espanto dos militares. Dezenas de soldados da guarda real norueguesa viram o fenômeno e, na época, o general Irwin Solskajer levantou a possibilidade de ser uma aeronave alemã, hipótese logo descartada.
Outro fato inexplicado marcou o ano de 1915. Em Gallipoli, na Turquia, o 1º Regimento de Norfolk simplesmente desapareceu quando tentava tomar uma montanha na Baía de Suvla. Diante dos olhos de 22 testemunhas, mais de 800 homens marcharam em direção a uma estranha formação de nuvens lenticulares, que estava sobre a montanha, e nunca mais foram vistos. Os soldados que ficaram na área disseram ter enxergado um intenso brilho e uma enorme bola de luz voando em direção ao céu. O governo inglês considerou os homens que desapareceram como capturados pelos turcos, mas quando a guerra acabou e a Inglaterra pediu formalmente à Turquia sua libertação, o governo de Ankara surpreendeu-se com o fato e negou ter conhecimento de tal regimento. Aqueles militares nunca mais foram encontrados.
O repertório de casos durante a Primeira Guerra Mundial é imenso. Em 1916, por exemplo, o soldado inglês Maurice Phillip Tuteur relatou com clareza um UFO. “Um objeto em forma de zepelim surgiu por detrás das nuvens, mas não como uma aeronave normal. Ele disparou verticalmente e depois ficou em posição horizontal, acelerando a mais de 320 km/h. Então, virou-se, deu marcha ré e desapareceu nas nuvens”. Dois sargentos também teriam visto o objeto. Casos assim foram se tornando rotina durante o conflito. Ao seu final, os registros de ambos os lados envolvidos no entrave continham centenas de ocorrências ricamente descritas. E não somente soldados rasos ou sargentos eram testemunhas dos fenômenos. Muitos oficiais graduados também os observaram.
Um dos maiores ases da aviação, o barão Manfred von Richthofen, mais conhecido como Barão Vermelho, é um deles. “Ele não derrubou somente 80 aviões inimigos para a Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial. Ele foi também o primeiro a atirar contra uma espaçonave alienígena”. Quem afirma isso é o ex-piloto alemão Peter Waitzrik, que afirma ter ficado abismado ao ver o Barão Vermelho disparar contra um UFO com luzes alaranjadas quando se encontravam numa missão matinal sobre a Bélgica, em 1917.
Segundo Waitzrik, quando atingido, o UFO abriu-se como se fosse uma ostra e caiu numa floresta. “Os Estados Unidos tinham acabado de entrar na guerra e, então, pensamos que poderia ser alguma arma secreta deles”, disse o ex-piloto, hoje com 105 anos de idade. “Já se passaram mais de 80 anos. Ordenaram-me que não contasse nada, mas já estou no fim da vida e quero que meus filhos, netos e bisnetos saibam a verdade”, declarou. Ainda segundo seu relato, o objeto tinha cerca de 40 m de diâmetro, formato de dois pratos sobrepostos e era prateado.
Em 1918, dois soldados britânicos que voltavam de uma campanha militar viram vários objetos voadores alaranjados sobrevoarem a planície de Salisbury. Em pleno furor que varria a Europa durante a guerra, as observações eram tidas como prenúncios de fatos a acontecer. Já próximo do final do conflito, o marechal do ar da Real Força Aérea Britânica (RAF), lorde Dowding, fez uma afirmação surpreendente. “Estou convencido de que estes objetos existem e de que não são fabricados por qualquer nação da Terra. Não vejo, portanto, qualquer alternativa senão a de se aceitar que provenham de fontes extraterrestres. A existência dessas máquinas é evidente, e eu já as aceitei totalmente”. Sua palavra conta muito. Foi lorde Dowding um dos responsáveis pelo sucesso da Inglaterra no entrave. Ele garantiu à imprensa, na época, que mais de 10 mil avistamentos de naves não identificadas haviam sido comunicados às forças aliadas.
Tais fatos se repetiram também durante a Segunda Guerra Mundial e novamente o acúmulo de avistamentos de misteriosos objetos celestes chamou a atenção das autoridades militares. Nos diversos lados do conflito, oficiais da inteligência começaram a estudar os casos mais graves e comitês secretos de investigação do assunto, compostos por militares e cientistas, que foram criados em vários países. Eles tinham dois propósitos: primeiramente, determinar a natureza dos objetos e, depois, examinar se constituíam alguma ameaça à segurança nacional dos países envolvidos. Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha tinham os estudos mais avançados na área. No caso alemão, Hitler era informado pessoalmente dos fatos mais graves registrados por seus comandos em toda a Europa.
Mas tanto os aliados quanto os alemães tiveram em inúmeras ocasiões a presença desses enigmáticos objetos sobre suas bases secretas. Com o início dos avistamentos, a primeira reação que cada lado da guerra teve foi imaginar que os UFOs seriam armas de espionagem de forças inimigas. Mas como os objetos não atacavam qualquer dos países envolvidos, a hipótese de que fossem inimigos passou aos poucos a dar lugar à outra: de que seriam armas secretas dos aliados, mas ainda não informadas ou conhecidas publicamente. A confusão durou os primeiros anos da guerra, até que sucessivas reuniões entre os comandantes militares resultassem na descoberta de que a ninguém pertenciam tais artefatos. De quem seriam, então?
Em 1943, os ingleses criaram um grupo especial para investigar UFOs, chefiado pelo tenente-general Warren Massey. Ele foi informado por espiões que os objetos não identificados não eram de origem alemã, e que os alemães achavam que fossem armas secretas dos aliados. Massey evidentemente sabia que tais artefatos não eram ingleses nem norte-americanos, e deduziu a gravidade do assunto.
Pouco depois, em 1944, a 8ª Esquadrilha Norte-Americana, baseada na Inglaterra, também criaria um grupo de estudos do assunto. Nesta ocasião, instruções amplamente disseminadas entre as tropas aliadas davam aos soldados instruções sobre como registrar e relatar avistamentos de UFOs. Não se assumia ainda, de maneira aberta, que seriam de procedência extraterrestre. Mas o crescente interesse que os governos desenvolveram quanto às observações e o aumento no grau de sigilo com que o assunto foi sendo tratado, deixou claro que algo de muito sério se passava.
Lembremos que ainda era a década de 40, que não tinham ainda sido registrados os casos de Kenneth Arnold ou mesmo de Roswell, que fizeram com o que o assunto passasse a uma alçada ainda mais complexa e confidencial. Durante a Segunda Grande Guerra os UFOs receberam o nome provisório de foo-fighters ou kraut balls, respectivamente lutadores tolos ou esferas germanas. O nome inglês foi adotado a partir de um personagem dos quadrinhos chamado Smokey Stoover, que dizia sempre que “where there is foo, there is fire” (Onde há tolos, há fogo). Quando os marinheiros e aviadores aliados começaram a ver estranhas bolas de fogo ou esferas prateadas, que podiam circular seus aviões e seguir seus navios no mar, passaram a chamá-los de foo-fighters, e o nome pegou.
Definitivamente, a Segunda Guerra Mundial foi aquela em que mais se registrou relatos desses UFOs. Mas embora tenham sido vistos durante todo o conflito, os registros se acumularam pesadamente a partir de 1944, ao mesmo tempo em que os aliados invadiram a França e os alemães começaram a disparar os mísseis V-1 contra Londres. Eram tratados como “inexplicáveis bolas metálicas, transparentes e brilhantes” pelos jornais.
E os relatos se intensificaram ainda mais em novembro daquele ano, não muito depois que a Alemanha passou a disparar também os modernos foguetes V-2 contra Londres e Paris. De alguma forma, pareceu haver uma escalada nas observações conforme se agravava o conflito. O mesmo fato se repetiu noutras guerras. Quanto maior a hostilidade e os recursos bélicos lançados em batalhas, maior é o número de registros de UFOs acompanhando o processo.
Os casos da Segunda Grande Guerra são inúmeros e não se restringiram à Europa, palco central de operações. Em setembro de 1941, no Oceano Índico, dois marinheiros a bordo do navio inglês S. S. Pulaski alertaram o resto da tripulação para o fato de que um estranho globo verde brilhante seguia a embarcação por uma longa hora. No dia 12 de agosto de 1942, em Tulagi, Ilhas Salomão, o sargento Stephen Brickner, da 1ª Brigada Paraquedista Norte-Americana relatou que as sirenes de sua base tocaram e ele pôde observar cerca de 150 objetos voando em linhas de 10 e 12, um atrás do outro. “Eles pareciam ser de metal polido e extremamente brilhante”, registrou no livro de ocorrência da base.
No final de 1943, o sargento Luis Kiss era o artilheiro da cauda do avião B-17 Phyllis Marie, em missão de bombardeio. Eles estavam sobre o centro da Alemanha quando se observou a aproximação de uma estranha esfera dourada do tamanho de uma bola de basquete. O objeto aproximou-se do B-17 e ficou sobre a asa direita do avião. Logo depois, ficou acima da cabine dos pilotos, para então baixar até a asa esquerda. Kiss chegou a pensar em atirar naquela coisa, quando ela ficou próxima aos motores do bombardeio, mas desistiu da ideia.
Muitos aviadores relataram que os objetos reagiam a seus pensamentos. Quando a ideia que lhes passava pela mente era de atirar em sua direção, quase que instantaneamente os foo-fighters se afastavam. O saudoso general brasileiro Alfredo Moacyr Uchoa, um de nossos maiores pioneiros e notáveis ufólogos, definiu estes objetos como sondas com capacidade de obter informações do estado psicológico dos pilotos durante suas missões.
Em 22 de dezembro de 1944, sobre Hagenau, Alemanha, o piloto e o operador de radar de um avião norte-americano encontraram duas enormes “…bolas laranjas que rapidamente desceram e ficaram ao lado de sua aeronave”, segundo descrição de um deles. Quando o piloto fez uma manobra evasiva, os objetos o seguiram. No final de 1945, o tenente-coronel Donald Meiers estava voando sobre o Vale do Reno, também na Alemanha, quando globos flamejantes apareceram repentinamente em direção ao seu avião. “Eu virei para a esquerda e as bolas de fogo vieram comigo. Fui para a direita e eles também. Estávamos a 420 km/h e as bolas o tempo todo ao nosso lado. Pensei que fossem armas alemãs”, disse o piloto. Manobras evasivas não surtiam muito efeito, visto que as sondas continuavam coladas aos aviões.
Em meio aos milhares de relatos e informes sobre foo-fighters, o jornal New York Herald Tribune, de 02 de janeiro de 1945, publicou em suas páginas uma matéria sobre o assunto que chamou a atenção dos norte-americanos que estavam distantes e alheios à guerra. “Agora parece que os nazistas estão usando algo novo nos céus alemães. São estranhas esferas chamadas foo-fighters, que perseguem nossos aviões. Pilotos têm observado essas armas há mais de um ano, mas aparentemente ninguém sabe o que são. As bolas de fogo aparecem de repente e acompanham os aviões por quilômetros”.
Era evidente e crescente a preocupação dos governos envolvidos no conflito, principalmente o norte-americano. Os avistamentos continuaram até 1945, quando UFOs começaram a ser vistos também noutras partes do mundo. Em 1952, o tenente-coronel W. W. Ottinger, da Divisão de Inteligência da Força Aérea Norte-Americana (USAF), declarou que uma avaliação dos relatos sobre os foo-fighters foi feita no final da Segunda Guerra Mundial. Tal estudo concluiu que não se tratava de algo que pudesse ameaçar a segurança nacional. Esta posição ambígua, sem assumir a preocupação que os EUA tinham quanto ao assunto nem definir qual era a origem dos objetos, incomodou a opinião pública. Para inquietá-la ainda mais, os jornais da Califórnia trouxeram à tona um fato acontecido em 1942, que até então era pouco associado com os objetos registrados na guerra.
Naquele ano, no dia 25 de fevereiro, às 02h25, num dos períodos mais críticos da guerra e apenas três meses após o ataque japonês a Pearl Harbor, as sirenes de alerta contra-ataques aéreos soaram em alto e bom som em Los Angeles. Os radares norte-americanos tinham detectado a aproximação de uma aeronave a 200 km de distância da costa do Pacífico. Era uma esquadrilha de objetos não identificados, esféricos e brilhantes.
Segundo um relatório enviado ao então presidente Franklin Roosevelt no dia seguinte, foram feitos mais de 1.340 disparos de artilharia antiaérea contra os objetos. Holofotes nas ruas iluminaram a misteriosa formação enquanto era atingida pelas armas terrestres. Mas ela permanecia imóvel, alheia aos disparos. Do relatório a Roosevelt constava que “…nenhuma aeronave foi derrubada. Os objetos simplesmente desapareceram no ar”. Se isso não é perigo à segurança nacional norte-americana, o que seria então?
“A preocupação dos governos dos países aliados, e principalmente dos EUA, era evidente. Afinal, seus pilotos estavam sendo perseguidos por esferas prateadas que pareciam ser controladas por inteligências superiores. Seu país tinha sido invadido por uma esquadrilha que ficou sobre Los Angeles e não foi derrubada”, avaliou a situação o ufólogo e físico canadense Stanton Friedman, em e-mail para este autor. Até hoje o incidente de Los Angeles é solenemente ignorado pelas autoridades. É importante lembrar que, logo após a guerra, em 1947, teríamos o Caso Roswell e, com ele, a implantação de uma severa política de sigilo ao assunto UFO.
Mas os casos envolvendo objetos voadores não identificados durante conflitos armados não pararam com o término da Segunda Guerra Mundial. Logo após ela, os EUA se viram envolvidos em mais um conflito, a Guerra da Coréia. E novamente os UFOs surgiam para preocupar os comandos militares engajados nas sangrentas disputas. No palco dos bombardeiros dessa guerra tivemos muitos casos de intrusos misteriosos, todos cuidadosamente registrados. Documentos liberados por força da Lei de Liberdade de Informações norte-americana (Freedom of Information Act ou FOIA), e estudados pelo ufólogo e escritor inglês Nick Redfern, contêm pelo menos 10 casos extraordinários de avistamentos de naves por pilotos e marinheiros dos EUA.
Em seu livro The FBI UFO Files (Arquivos ufológicos do FBI), Redfern descreve que, na madrugada de 05 de março de 1951, pilotos norte-americanos faziam ataques surpresa à cidade de Fuxin quando surgiram nada mais do que 20 esferas luminosas no céu. O combate tornou-se o que alguns dos pilotos descreveram como uma “brincadeira de pega-pega” entre caças dos EUA, norte-Coreanos e os próprios UFOs. Os aviadores conseguiam ver os objetos, mas os radares de seus aviões não os detectavam. Eles tentavam disparar suas armas, mas não conseguiam. Até hoje, mesmo com os documentos liberados, o governo nega que tais fatos tenham ocorrido. Em maio de 1951 dezenas de soldados norte-americanos teriam ficado doentes após o avistamento de um UFO.
Em uma entrevista concedida em 1987, o soldado Francis P. Wall, revelou que ele e seu regimento estavam próximos de Chorwon, cerca de 100 quilômetros ao norte de Seul, capital da Coréia do Sul. Enquanto eles se preparavam para bombardear com artilharia uma aldeia próxima, os soldados viram uma aeronave de cor alaranjada que parecia uma “lanterna” flutuando vindo da direção de uma montanha e entrando na cidade coreana que estava prestes a ser atacada.
De repente, o objeto começou a pulsar uma brilhante luz azul-esverdeada. Os soldados dos EUA começaram a disparar contra o objeto com balas perfurantes de fuzil MI. Quando as balas atingiram a nave, ela começou a desviar de um lado para o outro enquanto piscava. O objeto, em seguida, metralhou os soldados dos EUA com “alguma forma de raio que foi emitido em pulsos, em ondas que você só podia ver visualmente quando apontava diretamente para você”, lembrou Wall.
Wall lembrou-se de uma sensação ardente de formigamento que varria seu corpo. Os soldados correram para dentro de bunkers subterrâneos e espiaram pelas janelas, observando enquanto a nave pairava sobre eles e, em seguida, disparou em um ângulo de 45 graus. “Estava lá e foi embora”, disse Wall. Três dias após o incidente, toda a companhia de homens foi transferida para um hospital. Quando receberam tratamento médico, descobriu-se que eles apresentavam disenteria e uma contagem extremamente alta de glóbulos brancos, possíveis sintomas de radiação.
Antes do fim da Guerra da Coreia, em julho de 1953, dezenas de soldados relataram ter visto OVNIs nos campos de batalha. Até 42 destes relatórios foram corroborados por relatórios adicionais de testemunhas. Inicialmente, os EUA suspeitavam que essas misteriosas naves pertenciam à União Soviética. Mas depois da guerra, soube-se que os próprios soviéticos tinham relatado ter visto estranhas naves não identificadas sobre os campos de batalha coreanos.
No dia 22 de abril de 1953, o piloto Michael S. Brown foi perseguido por esferas metálicas quando estava sobre a cidade de Pungsan. A exemplo de como aconteceu durante a guerra anterior, sobre a Europa. Tais fatos começam a parecer repetitivos, mas os objetos não mais receberam o nome foo-fighters.
Outro caso, com um final terrível, ocorreu em 1968 e envolveu a tripulação de um barco de patrulha americano que relatou dois objetos voadores esféricos e brilhantes que os seguiu na zona desmilitarizada que separava o Vietnã do Norte e do Sul do Vietnã. A tripulação a bordo de um segundo barco de patrulha, que estava atrás do primeiro, relatou ter visto também os UFOs e um flash de luz seguido por uma explosão que destruiu completamente o barco que estava na dianteira. Não houve nenhum sobrevivente apesar das buscas.
Não foram somente as tropas norte-americanas que os viram durante o conflito. Segundo o jornal Coreano Dagin Daily, de 18 de dezembro de 1952, o 5º Regimento de Infantaria Norte-Coreana observou um objeto discoide com três metros de diâmetro sobre um vale. Todos os soldados teriam permanecido no local até a chegada de dois oficias que relataram o caso ao general Xin-Li Po, comandante daquele regimento. Noutras ocasiões, há indícios de que os norte-coreanos atiraram contra UFOs, mas o governo do país jamais liberou informações concretas a respeito.
Um dos casos mais interessantes deste sangrento conflito foi relatado pelo tenente Haines Bishop, da 5ª Esquadrilha Fox de Artilharia, em julho de 1967. Ele pilotava seu caça sobre a cidade de Hoi Na quando foi avisado por rádio, pelos seus companheiros, que uma gigantesca bola luminosa estava em sua cauda. Segundo os outros pilotos, o objeto tinha mais de 10 m de diâmetro. Haines tentou escapar pensando que fosse alguma arma inimiga, mas não conseguia despistá-la. A perseguição durou cinco minutos, até que outros aviões se aproximaram e a esfera acelerou desaparecendo. Outro caso ocorreu com militares norte-americanos que faziam vigília num acampamento na mata, no Vietnã ocupado. “Ouvíamos explosões distantes e nossos aviões passando sobre nossas cabeças. De repente, três objetos luminosos em forma de pires apareceram do nada e ficaram sobre uma colina próxima ao acampamento”, disse um dos soldados.
Clark enviou a este autor um interessante relato que informa que, na manhã do dia 25 de março de 1971, três aviões dos EUA foram abordados por dois objetos discoides enquanto bombardeavam uma floresta vietnamita. Seus pilotos tentaram disparar contra os UFOs, mas seus instrumentos não respondiam ao comando. Esse é um fato relativamente comum durante guerras. Quando os pilotos, no ar, ou artilharias terrestres tentam disparar ou lançar mísseis contra objetos voadores não identificados, notam que seus equipamentos travam misteriosamente. Em alguns casos, projéteis lançados contra UFOs desviam-se inexplicavelmente do alvo ou simplesmente explodem antes de atingi-los.
Um ano após o fim da Guerra do Vietnã, o brigadeiro Joseph Lawrence Prest, deu uma entrevista à rede de tevê norte-americana ABC e respondeu ao repórter que havia lhe perguntado se os pilotos tinham observado UFOs durante o conflito. “Não só vimos, como fomos perseguidos por eles e também os perseguimos. UFOs podem ser muitas coisas, menos objetos de fabricação terrestre”. A declaração teve o efeito de uma bomba de artilharia pesada sobre os militares do Pentágono, que se esforçavam para conter a curiosidade da imprensa quanto ao assunto. Noutra entrevista, desta vez ao jornal The New York Times, o piloto da reserva da USAF Theodore Winfred, que lutou na Normandia, declarou que todos os relatos de avistamentos eram passados aos seus superiores. Disse ainda que a cúpula militar dos EUA estava mesmo interessada nesses avistamentos, “não importa que neguem”.
Desta forma, os conflitos globais continuavam. E com eles os UFOs iam e vinham. Na década de 80, tivemos duas guerras que, apesar de não serem mundiais, também atraíram a atenção de todo o planeta, e, mais uma vez, de nossos curiosos visitantes. “A guerra entre Irã e Iraque foi de 1980 a 1988 e vitimou milhares de pessoas. Esses dois países sempre tiveram governos muitos fechados e viviam sob forte ditadura. Portanto, informações sobre UFOs em seus territórios era algo quase impossível”, disse Paul Stonehill sobre a guerra entre aquelas nações. Stonehill é um dos maiores nomes da Ufologia soviética, apesar de viver na Califórnia. Ele se dedicou a pesquisar o assunto porque a extinta URSS teve participação decisiva no conflito.
Segundo apurou, um dos casos mais conhecidos que se tem notícia no Irã está em documentos oficiais do FBI, e descrevem a perseguição de um UFO em 1976 por dois caças Phanton II, da Real Força Aérea Iraniana, sobre a capital, Teerã. Stonehill forneceu dois relatos muito interessantes de objetos voadores não identificados durante a guerra entre Irã e Iraque. Num deles, ocorrido em maio de 1983, acreditando-se tratar de uma aeronave inimiga, patrulhas iranianas dispararam contra um objeto esférico com mais de 20 m de diâmetro, que cruzou a fronteira de seu país. No mesmo mês, vários aviões iranianos teriam sido perseguidos por UFOs, o que levou o comando militar local a abrir investigações. Forças iraquianas também registraram encontros com UFOs. Durante uma operação no deserto, baterias antiaéreas abriram fogo contra um anel luminoso. Mas fatos como esse, dado ao tipo de regime dos países onde ocorreram, são muito pouco conhecidos.
Também durante a década de 80 tivemos discos voadores agitando o cenário de uma guerra relâmpago, entre Argentina e Inglaterra, pelo controle das Ilhas Malvinas (para os argentinos) ou Falklands (para os ingleses). Apesar de curtíssima, ela também entrou no rol das que tiveram avistamentos de UFOs em plena luz do dia e durante sessões de bombardeio. Alguns casos são relatados por Redfern, em seu livro The FBI UFO Files. Um deles dá conta de que, em meio às incursões inglesas na ilha, Paul Brigtsson, piloto de um caça Tornado da RAF, foi perseguido por esferas de cor alaranjada.
No dia 28 de maio de 1982, em pleno conflito, dois aviões ingleses foram surpreendidos por um grande objeto discoide. Ao tentar alcançá-lo, os ingleses somente conseguiam se aproximar um pouco para, segundos depois, ver a nave acelerar de forma descomunal e sumir no horizonte. Documentos da CIA relatavam que o governo inglês abriu várias investigações para tentar esclarecer esses fatos e que em todos os casos os pilotos que relatassem algo incomum eram interrogados e submetidos a exames médicos.
Do lado argentino, os incidentes ganharam as páginas dos jornais. Na época, o coronel Charles Greffet, ministro da Defesa, citou alguns casos ao público. Em 26 de abril, como cinco soldados que estavam nas Malvinas dispararam contra um objeto que estava pousado num penhasco da ilha, pensando ser algo dos ingleses. No dia seguinte, outro avistamento se deu sobre o oceano. Nessa ocasião, a tripulação de um avião Mirage não conseguiu disparar suas armas contra 10 esferas que acompanhavam a sua rota. Em Buenos Aires, o jornal La Razón, do dia 08 de junho de 1982, descreveu como dois experientes pilotos viram uma grande nave enquanto faziam o patrulhamento na ilha.
Os jornais tiveram grande participação no conhecimento desses fatos pela população. O Diário do Povo da cidade de Tandil, do dia 13 de maio de 1982, por exemplo, descreveu o pouso de um UFO na base militar da cidade. Parecia que os militares argentinos estavam tão concentrados na estúpida guerra que desencadearam, numa tentativa desesperada e suicida de ganharem prestígio da população, que se esqueceram de censurar os meios de comunicação. Ufólogos argentinos relatam inúmeros acontecimentos que eram descritos pela tevê e emissoras de rádio do país. Os governantes ingleses foram mais prudentes e, atendendo à sua histórica tradição de combatentes, mantiveram a imprensa em silêncio.
A década de 90 teve início com mais uma guerra. Em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait e eclodiu, então, a Guerra do Golfo. Pela primeira vez num combate eram utilizados equipamentos de alta tecnologia, mísseis teleguiados com precisão cirúrgica e instrumentos impensáveis em conflitos anteriores. A cobertura que a tevê faz da guerra também foi inédita. Redes de todo o mundo, principalmente a CNN, mostravam os acontecimentos praticamente ao vivo – e quando se têm imagens ao vivo, não se pode censurá-las. Foi o que aconteceu no dia 30 de janeiro de 1991, quando o jornalista Willian Blystone, da CNN, disse com todas as letras que um objeto voador não identificado estava sobre Tel Aviv, capital de Israel. “Essa coisa vai cair na minha cabeça”, gritou. O Jornal Nacional chegou a noticiar que “…um objeto sem identificação surgiu nos céus de Israel”.
Durante as guerras, cada lado dos conflitos tenta derrubar tudo que não seja do seu time – algumas vezes, até mesmo isso acontece, o que é chamado de “fogo amigo”. Mas o que mais chamou a atenção dos ufólogos foram dois episódios nos quais UFOs teriam sido derrubados por tropas em combate. No dia 24 de janeiro de 1991, um objeto foi detectado pelos radares dos norte-americanos sobre o Golfo Pérsico. A ordem para abatê-lo foi dada pelo comando na região e vários navios a atenderam, incluindo o USS Wisconsin, o USS England e o USS O’Brien, além das fragatas inglesas Battieaxe e Jupiter. Todas as embarcações dispararam contra a misteriosa aeronave, que foi descrita pelos oficias como tendo o formato de um prato cromado e parecido com alumínio. O objeto emitia um som muito agudo e diferente dos aviões convencionais. Aquilo caiu no oceano.
Não há muitos detalhes sobre a ocorrência, infelizmente, que foi bem ocultada com o auxílio de diretrizes que regem momentos de guerra. Nestas ocasiões, alem da tradicional política de sigilo há ainda uma complementar e fortíssima determinação de que a revelação de fatos como esse por militares pode levar o infrator à corte marcial. Mas o segundo caso transpirou na lista de discussão interna da Mutual UFO Network (MUFON) na internet, a Mufonet, e causou excitação em toda a comunidade ufológica mundial. Segundo um e-mail que circulou na lista, uma fonte do alto escalão das forças armadas norte-americanas teria revelado que um caça F-16 derrubara um UFO sobre a Arábia Saudita, durante a Operação Tempestade no Deserto. O documento informava ainda que cinco nações tentavam encobrir o fato. Ainda segundo esta fonte, o objeto era circular e feito de um material muito resistente.
A nave teria entrado no espaço aéreo saudita e o piloto do F-16 teria começado uma perseguição imediata. Quando o avião estava a cerca de 5 km de distância do objeto, este disparou alguma coisa contra o F-16, que se desviou e disparou dois de seus mísseis. O UFO foi atingido em sua lateral, espatifando-se no deserto e sendo rapidamente alcançado por outros veículos. Todos os destroços foram recolhidos pelos EUA e enviados para análises. O fato foi insistentemente examinado e as autoridades questionadas sobre sua veracidade. Evidentemente, negaram. Mas não convenceram.
As notícias de aparecimentos de UFOs durante a Guerra do Golfo foram reveladas apenas parcialmente por meio de relatórios do Pentágono, liberados com muitas restrições por Washington. Mas os rumores de incidentes envolvendo discos voadores foram investigados por muitos ufólogos e jornalistas, entre eles o repórter inglês Anthony Edens. “A tecnologia de guerra dos EUA não foi superior somente a Saddam Hussein, mas também a alguns UFOs”, disse Edens. E ele vai ainda mais longe ao afirmar que, quando George Bush ordenou que os avistamentos fossem investigados, a CIA informou que desde a Segunda Guerra Mundial radares e, posteriormente, satélites operavam ao redor do mundo para detectar e rastrear UFOs. Aparentemente, o ex-presidente dos EUA não tinha conhecimento disso nem da gravidade do assunto.
Agora, em 2003, durante a Guerra do Iraque, a mais completa cobertura jornalística já montada durante uma guerra esteve presente no front de batalha, junto às tropas anglo-americanas e cobrindo seus avanços passo-a-passo, ao vivo para a tevê mundial. Como era de se esperar, também nesse moderníssimo conflito, UFOs foram registrados. As informações ainda estão chegando e sendo analisadas, já que a guerra acabara há poucos dias, mas já há fatos sólidos a serem narrados. Um deles aconteceu durante os bombardeios sobre a cidade de As-Zab As-Saghir (Que significa pequeno rio Zab, em árabe), quando vários objetos voadores não identificados foram vistos e permanecem não esclarecidos.
Essa notícia reacendeu a hipótese, muito propalada através da internet no ano passado, de que Saddam Hussein tivesse uma espécie de base secreta em um dos desertos iraquianos. Mesmo cientistas dissidentes do regime de Bagdá, ainda que sob risco de morte, já afirmaram que Saddam tem amplo conhecimento sobre a presença alienígena na Terra e chegou a construir um local tão secreto quanto a Área 51, no Iraque. Dinheiro para isso nunca faltou ao ditador, e condições tecnológicas idem, a julgar pela maneira como seus bunkers foram construídos para dar-lhe proteção em caso de uma guerra como essa que o depôs.
Segundo os primeiros relatórios que chegam do Iraque, após a guerra, alguns casos parecem ser impressionantes. Como se sabe, os céus do país foram ocupados por aviões norte-americanos e ingleses, e toda a alta tecnologia disponível no momento foi utilizada neste conflito, incluindo avançadíssimos sistemas de detecção de movimentos aéreos. O uso de instrumentos inéditos para rastrear o céu era necessário para se proteger, e nisso muitas coisas estranhas foram registradas. Mas como a coalizão anglo-americana usou dispositivos ainda totalmente secretos sobre o Iraque, é possível que os ufólogos tenham ainda muito trabalho para identificar os casos de UFOs legítimos daqueles de armas voadoras secretas – até porque, talvez a tecnologia de ambos não seja muito distinta.
Mas a pergunta que fica no ar é: como os governos envolvidos nas guerras que citamos encararam esses casos de possíveis e verdadeiros UFOs? Da única forma que sempre procederam: investigando tudo para seu próprio conhecimento e acobertando os fatos do público. Desde o imperador Carlos Magno, que punia até com a morte aqueles que relatavam tais eventos, até os fatos ocorridos durante a Primeira Guerra Mundial, todos os lados das batalhas tinham uma visão dos acontecimentos. Podiam não saber, a princípio, do que se tratavam aqueles objetos. Mas isso mudaria radicalmente na Segunda Guerra Mundial, quando os governos engajados chegaram a criar grupos de investigação do assunto. Já estava ficando claro que nossos problemas terrenos interessavam a nossos vizinhos cósmicos.
Rumores chegaram a circular após a Segunda Grande Guerra, de que Hitler teria abatido UFOs para usá-los em projetos bélicos e que estaria desenvolvendo seus próprios protótipos de discos voadores. Sua intenção, garantem alguns historiadores, era dispor de uma tecnologia imbatível contra seus inimigos. E essa é uma ideia que já passou também pela cabeça de russos e norte-americanos. Quem não gostaria de ter uma arma com as capacidades de um UFO? Afinal, sua tecnologia ainda transcende o imaginável por nossa espécie. Para o tenente-coronel Meiers, dos EUA, “…existem três tipos de foo-fighters. O primeiro seriam bolas de fogo vermelhas que aparecem sobre asas de aviões. O segundo voa à frente de nossas aeronaves e, o terceiro tipo, são grupos de 15 luzes que aparecem a distância, como uma árvore de Natal”. De qualquer forma, detêm uma tecnologia formidável.
Desde a última guerra mundial já passamos por outros 280 conflitos armados. Será que fomos observados por civilizações alienígenas em todas elas? Provavelmente, sim. Mas por que nos acompanham e que impressão esses nossos vizinhos têm a nosso respeito? Somos uma espécie evidentemente belicosa e ajudaria bastante a melhorar nossa condição se os governos abrissem mão de sua política de acobertamento e revelassem o que escondem sobre nossos visitantes. Mas isso não parece estar prestes a acontecer.
Em 1963, o ex-presidente John Kennedy, quando perguntado pelo repórter Bill Holden, a bordo da Força Aérea 1, sobre o que pensava a respeito dos UFOs, respondeu: “Eu gostaria de contar ao público o que existe sobre a situação alienígena, mas minhas mãos estão atadas”. As nossas também.
UFOs Durante a Guerra Civil Espanhola
A Guerra Civil espanhola, que durou de 1936 a 1939, foi o acontecimento militar mais traumático que ocorreu antes da Segunda Guerra Mundial. Nela estiveram presentes todos os elementos militares e ideológicos que marcaram o século XX. E os avistamentos de UFOs na Espanha não foram exceção. Vários são os casos relatados pelo pesquisador espanhol Javier Garcia Blanco.
No dia 05 de fevereiro de 1938, os soldados do batalhão que defendia a posição de Peñon de La Mata, em Granada, guardavam sua posição bravamente. Localizados numa altitude de 200 m, observaram um objeto parecido com um sombreiro mexicano prateado. Os raios de Sol eram refletidos em sua superfície metálica. O UFO deslocou-se lentamente, dando aos soldados a oportunidade de relatarem detalhadamente o objeto. “Visto por baixo, sua forma era exatamente como a de uma roda de carroça. Seu centro, de onde saíam estranhas vozes, parecia com a lente de uma câmera fotográfica e dava a sensação de profundidade”, disse um deles. Quando o objeto aproximou-se ainda mais, puderam observar também janelas em sua lateral.
Cinco meses depois, outro destacamento militar também foi testemunha de um encontro insólito, desta vez com humanoides. O fato deu-se em Guadajalara. Eram 23h30 de 25 de julho de 1938, quando um tenente e seu ajudante desciam uma montanha em direção à cidade de La Alcarria. De repente, uma poderosa luz branca chamou sua atenção. Logo depois que desapareceu, um objeto discoide de 11 m de comprimento e 5 m de largura apareceu diante de seus olhos. O UFO estava a 60 m de distância e parecia estar suspenso a poucos metros do chão. O tenente descreveu-o assim: “Eram como dois pratos juntos, separados por uma linha escura. Da parte de baixo do objeto parecia descer uma coluna onde havia dois seres parecidos com humanos”.
Após isso, o objeto começou a projetar um círculo de luz azul no solo. Quando o raio de luz atingiu os militares, sentiram uma sensação de frio. Rapidamente, a luz apagou-se e a coluna subiu em silêncio. O pesquisador e autor J. J. Benítez também relata em seu livro A Ponta do Iceberg um caso envolvendo alguns moradores da cidade de Horcajada, que em maio de 1939 foram surpreendidos pelo aparecimento de um humanoide com pernas de metal. Uma das testemunhas, Adelaida Rubio, afirmou que a entidade aparecia sempre depois de um poderoso flash de luz azul e tinha o aspecto de um “estranho soldado”.
Dois meses depois, no dia 01 de julho, vários soldados sitiados em Cádiz testemunharam um objeto voador não identificado de 18 m de diâmetro. Quando o UFO passou lentamente sobre suas cabeças, sentiram uma sensação de extremo calor. O objeto posou a 30 m de onde estavam e de dentro dele saíram dois seres, um alto e outro baixo. Este segurava uma espécie de lanterna capaz de iluminar o ambiente, apesar de ser apenas meio-dia! Depois de se afastarem do UFO, os seres se viraram e entraram novamente na nave. O incomum encontro durou 15 minutos.
UFOs Durante a Guerra do Iraque
Apesar do pesado bombardeio que a coalizão anglo-americana executou na localidade iraquiana de As-Zab As-Saghir (Pequeno Rio Zab, em árabe), em 02 de abril de 1938, UFOs apareceram durante a noite e demonstraram não se importar com os acontecimentos. Apenas se interessavam em observá-los. Logo nas primeiras horas do dia, aviões bombardeiros B-52 abateram alvos fora de Kirkuk durante o mais pesado e maciço ataque ao estratégico centro petrolífero desde que a guerra começou. Bombas de fragmentação pesando quase 900 kg cada foram lançadas sobre Zarzi e outros locais do pequeno Vale de Zab, que fica no norte do Iraque. O local é conhecido pela comunidade ufológica por abrigar uma instalação militar secretíssima, conhecida como “a Área 51 de Saddam”, devido à fama da presença de aliens por ali.
“Os bombardeiros voaram tão alto que não puderam ser vistos pela população”, disse Ayesha al-Khatabi, uma das correspondentes do boletim eletrônico canadense UFO Roundup no Oriente Médio. Sua fonte iraquiana afirmou que muitas pessoas no vale ouviram o som das bombas caindo, depois uma série de explosões. Foram bombardeadas Zarzi e Qala Dizeh, mas não a fortaleza de Qalaat-e-Julundi, que fica a 7 km ao sul do Rio Zab. A tumba de um famoso imam (líder religioso) nas proximidades de Ishkut-i-Kurh também escapou ilesa, assim como a pirâmide do popular feiticeiro iraquiano Gimil-ishbi, em Altun Kopru.
De acordo com os comentários que circulam há anos pela comunidade ufológica do Oriente Médio, um disco voador teria sido abatido no Iraque durante a primeira Guerra do Golfo, em 1991, ou durante a operação Raposa do Deserto, em 1998. Saddam Hussein teria, inclusive, afirmado que concedeu um refúgio aos aliens capturados, permitindo a eles permanecer no país se ajudassem a neutralizar as vantagens militares tecnológicas desfrutadas por seus inimigos, os Estados Unidos, Inglaterra e Israel. Os aliens teriam sido instalados na base subterrânea de Zarzi ou na antiga fortaleza de Qalaat-e-Julundi. Mas estas informações nunca foram confirmadas oficialmente e nenhum dos ufólogos do Oriente Médio tem qualquer evidência de que sejam legítimas.
Zarzi fica a aproximadamente 70 km a oeste de Kirkuk, que é era o objetivo principal da milícia curda, a chamada Peshmirga. Foi lá que 2.200 paraquedistas da 173ª Brigada do Exército norte-americano atacaram e tentaram controlar a região, o que aconteceu com êxito. Depois da tomada de Chamchamal, a Peshmirga forçou as tropas iraquianas de duas divisões armadas para fora de Taqtaq, em 31 de março, e então, em 02 de abril, as empurrou para Kalak. Foi num ambiente de intenso bombardeio e fortes tensões entre a coalizão anglo-americana, iraquianos e curdos que os estranhos objetos voadores foram observados e acompanhados em suas atividades pelos militares aliados.
Em 05 de abril, as forças da coalizão tomaram uma ponte acima do Rio Khazer e permaneceram em Bahra, 40 km a leste de Mosul. Um pesado duelo de artilharia aconteceu na cidade de Mankubah, na mesma área. Segundo Ayesha, “o Peshmirga e os boinas-verdes norte-americanos formaram uma ferradura ao redor do vale, mas não o tomaram. Os iraquianos estavam a oeste de Bahra e recebendo as forças da coalizão com forte artilharia”. Apesar da pressão aliada, UFOs fizeram o que pareceu ser sua primeira incursão durante a guerra uma semana antes das forças da coalizão tomarem a ponte do Rio Khazer, em 27 de março.
Um objeto luminoso pairou acima da cidade santa de Najaf, com população de 560 mil pessoas, localizada aproximadamente a 100 km ao sul de Bagdá. Uma fotografia que mostra o objeto desconhecido, com soldados da 3ª Brigada e da 101ª Divisão norte-americanas apontando para ele, foi publicada no jornal Euronews, de acordo com ufólogo francês Thierry Garnier.
“O jornalista do Euronews não menciona nada sobre o objeto e atribui a destruição de um tanque aliado a uma implosão acidental”, informou Thierry. Outro ufólogo francês, Franck Marie, disse que a imagem foi veiculada primeiramente no site do Euronews à 01h30 de 28 de março, “mas foi imediatamente retirada do ar após apenas meia hora”. O também correspondente do UFO Roundup na região, Mohammed Hajj al-Amdar, declarou que o aparecimento do UFO causou grande excitação entre os xiitas que o viram. “Eles disseram que o objeto teria sido enviado por Allah, diretamente dos Jardins da Felicidade para proteger a Tumba de Ali”. Ali é o genro do profeta Mohammed, que tem seu sepulcro numa mesquita de cúpula dourada em Najaf, a cidade santa dos muçulmanos xiitas. A mesquita e o sepulcro escaparam milagrosamente ilesas dos bombardeios aéreos da coalizão.
Às 11h57 de 03 de abril, horário de Bagdá, minúsculos UFOs tubulares com uma espiral giratória ao redor sobrevoaram a capital iraquiana. As pequenas sondas teriam surgido sobre o subúrbio entre a Via Abu Ghrab e a Rua Qadisiya, ao redor de Parque Zawra. O ufólogo norte-americano Grady Croy afirmou que foi possível avistar os objetos durante uma transmissão ao vivo da rede de tevê Fox News, direto de Bagdá. “Enquanto assistia ao noticiário, vi muito claramente alguns destes UFOs. Entrei em contato com a Fox para saber mais a respeito, mas não falaram comigo”, disse Croy. Ele também calculou que os objetos pairaram durante cinco minutos sobre a capital, antes de desaparecerem.
UFOs Durante a Guerra Rússia e Ucrânia
Um vídeo feito por drone de tropas da Ucrania que mostra um Objeto Voador Não Identificado (OVNI) em forma de disco e silencioso na zona de guerra com a Rússia, postado nesta semana nas redes sociais, viralizou e virou notícia. “O que é isso? Por que não está se movendo?”, dizem homens do 406º Batalhão da Ucrânia ao verem o objeto filmado por um dos mais de 300 drones com câmeras térmicas usados ??pelas Forças Armadas Ucranianas (UAF). Um membro do batalhão diz que o objeto é “um Ovni, com certeza”. “Está ficando no lugar, na tela. Aumente mais o zoom”, as tropas continuam debatendo. “Está parado, você vê?”, questiona outro militar. A conversa foi traduzida e confirmada pelo jornal britânico Daily Mail, que traçou uma semelhança do caso com o ‘Fantasma de Bagdá’, objeto fino e cilíndrico avistado no Iraque em maio de 2022 pela câmera infravermelha de um drone Reaper da Força Aérea dos EUA. Desde que o governo dos Estados Unidos admitiu serem verídicos vídeos de OVNIs flagrados por seus pilotos militares, mais pessoas estão tendo coragem de divulgar imagens desses avistamentos sem medo de serem desmentidos ou desacreditados.
E você, o que acha? Os seres extraterrestres realmente têm interesse em nossas guerras? Se sim, por que?
Thiago Luiz Ticchetti
Coeditor da Revista UFO
Diretor Internacionais da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU)
Diretor Nacional da MUFON no Brasil
MUFON Field Investigator
MUFON STAR Team
MUFON ERT
Representante do Brasil na International Coalition for Extraterrestrial Research (ICER) – Brasil
Coeditor e Coordenador do CIFE
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