O interior de São Paulo sempre foi cenário de avistamentos ufológicos e observação de tripulantes. Casos recentes envolveram testemunhas de várias cidades do estado, a exemplo da pequena Dois Córregos, que tem cerca de 22 mil habitantes e está localizada em pleno planalto central paulista — o município tem esse nome porque as pousadas lá eram construídas às margens do Ribeirão do Peixe, que tem como afluentes os córregos Fundo e Lajeado. O turismo ecológico é um dos atrativos da cidade, cuja região é repleta de belezas naturais, como matas nativas e belas cachoeiras. Dois Córregos e a vizinha Bocaína, com cerca de 9 mil habitantes, têm sido palco de inúmeras manifestações de UFOs, algumas delas registradas em fotos, e diversas ocorrências misteriosas envolvendo seres estranhos e fenômenos pouco conhecidos.
Extremamente ativa, a casuística da região chamou atenção desse autor após o recebimento de uma fotografia digital de um suposto UFO enviada por um morador da cidade, Márcio Mendes. A foto, obtida por um amigo seu, Ulysses, mostra um objeto brilhante próximo ao horizonte. Em 14 de julho de 2004, Ulysses trafegava por uma estrada e estacionou seu carro logo após o trevo que dá acesso a Bocaína com a intenção de fotografar o pôr do Sol com sua câmera digital, ?recém adquirida — uma Fine Pix A210 da Fujifilm. Ele relatou que estava admirando os tons avermelhados do céu quando notou um objeto claro, fusiforme e com dimensões aparentes de uns 20% do disco solar, deslocando-se rapidamente logo à frente do Sol e fazendo movimentos elípticos. Infelizmente, devido a um erro de operação de Ulysses, algumas imagens foram apagadas da câmera.
Apesar de o equipamento ter uma ótima resolução para a época, cerca de 3,2 megapixels — hoje as câmeras medianas chegam a ter 12 megapixels —, as imagens em questão foram obtidas com baixa resolução, de 640 x 480 pixels, o que fornece uma menor quantidade de detalhes registrados pelo equipamento na fotografia. Em face disso, não foi possível fazer uma análise detalhada da foto do artefato para uma determinação precisa de sua forma e outras características. Uma segunda imagem, também resgatada da câmera, foi obtida alguns segundos antes e mostra o mesmo local, porém sem o estranho aparelho. Devido ao pequeno intervalo de tempo entre as cenas, é pouco provável que se trate de algum tipo de avião, inclusive devido ao fato de a área normalmente não ser rota deles — existe um campo de pouso particular na região, mas se encontra distante e na direção oposta à do avistamento.
UFO ou reflexo nas lentes
A foto em questão foi enviada também a dois investigadores da presença alienígena na Terra, Rogério Chola e Claudeir Covo, este que foi coeditor da Revista UFO, recentemente falecido [Veja homenagem a ele na edição UFO 190]. A análise de Chola não encontrou evidências de que o risco branco no céu se tratasse do rastro de condensação de alguma aeronave, uma vez que as imagens foram obtidas com uma diferença de apenas 16 segundos — porém, também não descartou a possibilidade de ser algum tipo de reflexo. Já o pesquisador Covo colocou em discussão a hipótese de ser algum tipo de reflexo, mas estranhou a falta de simetria que normalmente surge nas imagens quando eles são registrados.
O fotógrafo que obteve as imagens, Ulysses, resumiu seu avistamento em rápidas palavras: “Ao observar o crepúsculo, notei que havia um objeto luminoso que fazia evoluções a grande velocidade envolvendo uma extensa área do espaço aéreo, próxima ao poente”. Entretanto, naquele momento, ele não observou se havia qualquer espécie de ruído, tampouco sinais visíveis de rastro de condensação — deixados por aeronaves ao cruzarem o firmamento. Segundo Ulysses, fotografar ocasos do Sol, luares etc, é um de seus passatempos. “Em se tratando da situação, mais do que depressa apanhei a?câmera e, mirando para o poente, comecei a fazer fotos. Enquanto a máquina processava as imagens, e dada à ansiedade em registrar o fato, tinha a preocupação em verificar se haveria memória disponível para tirar mais fotos do artefato que continuava sua evolução”. Na ocasião, o aparelho parecia, a princípio, se descolar em trajetória circular sobre algum ponto de referência no solo.
Da posição em que Ulysses estava observando o céu, a trajetória do objeto pareceu ser elíptica, ora aproximando-se do horizonte, ora elevando-se acima dele. A foto que enviou não corresponde à melhor posição em que esteve no céu, pois, finalmente, quando deixou a trajetória circular para deslocar-se do poente para o nordeste, aquilo se mostrou mais nítido e próximo. “Situação em que, tomado pela forte emoção, simplesmente deixei de fazer uma nova imagem”, declarou. O tempo total do avistamento foi de 4 a 5 minutos, compreendendo o momento em que Ulysses pegou a câmera, fez as fotos e apagou algumas, preocupado com a memória disponível — levando-se em consideração a inexperiência com a nova máquina e a possibilidade de não ter registrado o objeto nas primeiras tomadas.
Acompanhados por bola de fogo
“Após inúmeras evoluções já descritas, creio que o momento registrado e a trajetória final tiveram a duração de aproximadamente 20 segundos, quando o objeto se perdeu na direção nordeste, por trás de nuvens, em trajetória retilínea. As nuvens não foram enquadradas na foto disponível”, completou. Outro interessante avistamento ocorreu a cerca de três quilômetros desse mesmo local, há alguns anos, com Mauro Mendes, já falecido, pai de Márcio Mendes. Na ocasião, ele e sua esposa voltavam de uma viagem a Jaboticabal, também no interior de São Paulo, quando foram surpreendidos por uma bola de fogo que acompanhou o carro a poucos metros do solo — ela logo desapareceu por detrás de um conjunto de eucaliptos.
O objeto voador não identificado era esférico e prateado, sem luzes ou brilho. Assim que os tripulantes entraram, o objeto decolou a baixa velocidade, pairando no ar — sua altura era tal que passou a ser iluminado pelo Sol
O local em questão é também cenário de vários outros avistamentos ufológicos, como o ocorrido em 1997 com um casal que viajava pela Rodovia Carvalho Pinto, próximo a um t
únel inacabado. Logo a dupla notou um objeto de brilho vermelho surgir no horizonte vindo do lado esquerdo do veículo, perpendicularmente à estrada — o artefato se movimentou em todas as direções em grande velocidade e sobrevoou o automóvel. Depois de aproximadamente cinco minutos, afastou-se velozmente na mesma direção em que o carro se movia. O caso é apenas um dos muitos que estão nos arquivos dos ufólogos, atestando a alta incidência ufológica daquela singular região de São Paulo.
Já em Dois Córregos, um estranho acontecimento foi relatado por Vicente Galvin, já falecido. Pessoa simples, era lavrador e apreciador de caça e pesca, além de ser um grande conhecedor da região. Galvin passou por um curioso incidente e teve seu relato registrado na década de 80. Na época ele relatou que, quando era adolescente, residia na zona rural com um irmão que estimava muito. Em certo dia — não se recordava a data — ambos saíram bem cedo, antes do nascer do Sol, em direção a uma lavoura de melancias na qual trabalhavam. Foram a pé até o local e, mesmo estando a certa distância, viram o que parecia ser um grupo de crianças brincando na plantação — ambos estranharam o fato e pensaram que podiam estar roubando as frutas. Eles então correram na direção das supostas crianças que, segundo Galvin, não perceberam sua aproximação.
As crianças não eram crianças…
Quando estavam mais perto, detiveram a marcha, ocasião em que foram percebidos pelos intrusos — as aludidas crianças se assustaram e ficaram paradas olhando para eles. A partir desse momento, Galvin e seu irmão tomaram consciência que não se tratava de roubo de melancias, pois não estavam mexendo nelas — e uma das crianças ainda segurava em sua mão um feixe de mato. Conforme a testemunha mencionou em seu relato, elas usavam uma vestimenta semelhante à farda da corporação do Tiro de Guerra, de cor verde-oliva, com botas pretas. Após a aproximação de Galvin e seu irmão, as crianças se assustaram e correram para um objeto que, até então, as testemunhas não haviam notado.
O UFO era esférico e prateado, sem luzes ou brilho. Assim que os tripulantes entraram, o objeto decolou a baixa velocidade, pairando no ar — sua altura era tal que passou a ser iluminado pelo Sol. Depois de permanecer algum tempo nessa condição, o aparelho partiu definitivamente em trajetória ascendente. Galvin sempre contava a seu irmão histórias de avistamentos da chamada lenda da mãe do ouro. O ufólogo Antônio Faleiro, em seu trabalho UFOs no Brasil, Misteriosos e Milenares [Código LIV-010 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br], afirma que diversas manifestações de UFOs foram incorporadas ao folclore do país devido ao desconhecimento do fenômeno pela população — a mãe do ouro seria um desses casos, normalmente descrita como uma bola de fogo que ronda a região rural.
Ele notou que o estranho usava roupa simétrica, de cores azul e vermelha, com desenhos triangulares e golas pontiagudas. O ser tinha aparência humana e rosto afinado no queixo, e ficou imóvel fitando a testemunha
Diz a lenda que o lugar que a mãe do ouro sobrevoa é onde há o minério escondido. Por essa razão, moradores vão a esses locais nos dias seguintes ao avistamento e cavam a terra em busca do precioso metal. É bastante comum observar esse fenômeno entrando ou saindo de rios, ou simplesmente sobrevoando mananciais, talvez utilizados como forma de se esconderem — a água também pode ser usada como fonte de energia, e talvez por essa razão sejam tão comuns ocorrências ufológicas em locais onde existe o elemento em abundância.
Roupa estranha
Avistamentos de naves e até contatos com tripulantes, como o de Vicente Galvin e seu irmão, ocorrem com certa frequência na casuística ufológica. Nos arquivos do autor há o registro de uma testemunha que se deslocava de carro para a cidade de Cordeirópolis, igualmente no interior de São Paulo, quando avistou um ser estranho de pé e parado no acostamento. Ao se aproximar, notou que o estranho usava uma roupa simétrica, de cores azul e vermelha, com desenhos triangulares e golas pontiagudas. O ser tinha aparência humana e rosto afinado no queixo — ele ficou imóvel com os braços paralelos ao corpo e fitando a testemunha até o momento que esta se retirou do local.
O citado Márcio Mendes, que enviou a foto tirada por Ulysses, é físico e há anos atua como astrônomo amador na região. Uma de suas paixões é fazer fotografias de objetos celestes — ele é autor do primeiro registro fotográfico, em 1999, da Nova Velorum, uma estrela que aumenta de brilho repentinamente, tendo capturado-a antes mesmo de ser descoberta visualmente, conforme reconhecimento oficial da União Astronômica Internacional. Porém, algo inusitado ocorreu em 1996, quando fazia fotos do cometa Hyakutake. Era 24 de março daquele ano, o dia da aproximação máxima do cometa, e ao anoitecer o tempo estava aberto e a noite linda. Mendes fez uma sequência de fotos a partir das 22h30, com a câmera apoiada em um telescópio que serviu como tripé.
A última foto da série foi feita às 03h50 e durante esse período nada foi notado de diferente. Porém, na penúltima fotografia, obtida às 03h20, surgiu algo inesperado — no campo da imagem, à esquerda do cometa, apareceu uma estranha estrutura de cor alaranjada, ocupando quase toda a altura da fotografia. Com a forma de um cogumelo e transparente em algumas partes, aquilo aparentava ser algum tipo de luz ou energia, mas não havia nada no local que pudesse causar o fenômeno. É pouco provável que se tratasse de algo na objetiva da câmera, já que não aparece na foto seguinte, tendo surgido em um único fotograma. Também não havia luzes acesas, mesmo em locais próximos, que pudessem causar qualquer tipo de reflexo.
Algo invisível aos olhos humanos
O cenário onde foi feito o registro é bucólico e havia diversos vaga-lumes no local. Em algumas fotos esses insetos foram registrados, mas seu aspecto é completamente diferente — os vaga-lumes foram vistos durante várias exposições, fato que não ocorreu quando se
obteve a foto em questão. Vale ressaltar também que sua estrutura aparece com perfeição no negativo e não existe nenhum indício de falha ou defeito do filme. Mas, afinal, o que a câmera registrou? Teria captado algo invisível aos nossos olhos e que não pertence ao nosso plano físico? Será coincidência que a foto tenha sido obtida na mesma região onde diversos avistamentos de UFOs já ocorreram?
Naturalmente, há uma inclinação natural para se acreditar que tais objetos venham de outros planetas — tanto que chamamos seus ocupantes de extraterrestres. Sabemos que vivemos em um universo de múltiplas dimensões e, de acordo com a Teoria das Cordas, hipótese física que trata da estrutura do espaço-tempo, viveríamos em pelo menos 10 dimensões. Da mesma forma que supomos que a Terra não seja o único planeta habitado do universo, devemos ter consciência de que não existem motivos para acreditar que a dimensão física em que vivemos seja a única a abrigar vida — podem existir formas de vida em outras dimensões e tais seres poderiam nos visitar e interagir conosco. O que garante que os UFOs e seus tripulantes não possam vir de uma dimensão próxima, não a mesma que a nossa?
A Ufologia tem registrado que estranhas estruturas aparecem inexplicavelmente em fotos, a maioria obtida com câmeras digitais. São como bolhas e conhecidas como orbs, que em algumas situações aparentam mostrar um leve deslocamento. Estudos preliminares realizados por esse autor indicam que alguns desses fenômenos não são meros reflexos e muito menos causados por gotículas de água suspensas no ar, como já foi sugerido para explicar todos os casos. Curiosamente, uma foto digital obtida pelo mesmo autor da imagem do cometa mostra uma dessas estruturas — isso leva a questionar se é por coincidência que tais fatos estejam ocorrendo nessa região repleta de avistamentos de UFOs.