Embora os extraterrestres tenham sido geralmente considerados como anjos, santos ou deuses durante a história da Humanidade, nos séculos mais recentes geraram uma infinidade de mitos e lendas folclóricas que ainda hoje enriquecem a tradição popular. Praticamente a maioria das lendas e crendices mantidas ainda hoje pode ser atribuída à manifestação de alienígenas e de naves não identificadas que foram interpretadas misticamente por nossos antepassados. É impressionante o número dessas lendas ainda vivas. Por exemplo, o “saci-pererê”, a “mula-sem-cabeça”, o “mi-nhocão”, o “boitatá”, a “virgem-de-7-metros” e uma infinidade de crendices permanecem ainda hoje latentes para descreverem um fenômeno que surpreendia e assustava nossas antigas gerações.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, nossos nativos já criavam suas próprias denominações para os avistamentos de UFOs daquela época. Muitos contatos de todos os graus com ETs tiveram lugar no passado, com nossos indígenas, para que esses interpretassem as naves ou sondas observadas como animais, aves, fogos etc. Por outro lado, seus tripulantes, quando desciam das naves, eram vistos ora como demônios, ora como deuses, espíritos do mau ou do bem. A denominação mais antiga que se deu a um UFO no Brasil foi a expressão tupi-guarani “Mbai-tatá”, depois transformada no prosaico boitatá. Para se ter idéia da antigüidade dessa crendice, em 31 de maio de 1560, José de Anchieta citou o boitatá como sendo um “cousa de fogo”. “Quando aquela cousa de fogo vivo se deslocava, deixava um rastro luminoso, um facho cintilante”, anotou o jesuíta, completando que o fenômeno, quando se aproximava dos índios, “os acometia rapidamente e os matava como curupiras”.
Lendas e mitos – O folclore brasileiro é imensamente rico em lendas e mitos – parte criada pelos índios, parte constituída pelos homens civilizados que por aqui têm feito suas vidas há séculos. Na maioria dos casos onde tais histórias estão ligadas a descrições de pássaros luminosos, cobras voadoras, fogos noturnos, fantasmas e carruagens de luz, podemos facilmente detectar a presença do fenômeno ufológico como causador da crendice. É impressionante a similaridade das descrições de fatos míticos com os testemunhos atuais de observações de UFOs. As descrições populares são tão inocentes que, se não convencem o pesquisador para o fato em si – o de haver mesmo mulas sem cabeça, só para citar um caso –, o convencem de que o narrador real¬mente viu algo parecido ou tão assustador quanto animal acéfalo! E na maioria absoluta das vezes em que há uma pesquisa sobre a origem de determinada lenda, o investigador descobre uma cadeia de narrativas, uma longa seqüência hereditária de manifestação do folclore. É como se um pai, que conhece a história de seu avô, a passasse para seu filho, que a contará para o seu sucessor, e assim por diante. Assim, é difícil saber quando a lenda teve origem, mas como provam as pesquisas, elas permanecem inalteradas por várias gerações, com somente algumas diferenças. A confiabilidade da narrativa é outro ponto-alto. Geralmente, quem co¬nhece a lenda tem profundo respeito por ela – às vezes até temor – e normalmente grande orgulho não só por conhecê-la, mas por ter a chance de contá-la aos conhecidos, visitantes e sucessores.