Nas últimas décadas, estranhos desenhos geométricos começaram a aparecer nas plantações de trigo em todo o mundo, mas 90% dos surgimentos concentraram-se na Inglaterra, principalmente nas regiões vizinhas ao monumento de Stonehenge. Inicialmente, por suas formas simples e circulares, o fenômeno foi chamado de círculos ingleses. Porém, com o aparecimento de simetrias mais complexas e com um aumento gradual de ocorrências ao redor do mundo, uma nova terminologia foi adotada: agroglifos, ou seja, um desenho feito em plantação. Após diversas pesquisas e estudos do fenômeno, ainda não se descobriu uma causa ou explicação natural para o mesmo, que desafia a ciência e, notadamente, sua respectiva vertente agrária, como a botânica, física, química e genética. Em alguns casos de agroglifos, testemunhas relataram o avistamento de objetos estranhos sobre os campos ou em suas imediações, antes ou depois do surgimento destas formas. Assim, naturalmente, pesquisadores do Fenômeno UFO passaram a afirmar que os agroglifos são criados por formas de vida inteligentes, extraterrestres.
No Brasil, um país riquíssimo em casuística ufológica, nunca havia sido relatado o aparecimento de um agroglifo, até que, entre 09 e 18 de novembro de 2008, na cidade de Ipuaçu, oeste de Santa Catarina, agroglifos similares aos círculos ingleses surgiram no meio de plantações de trigo e triticale. Em 30 de outubro de 2009, quase um ano depois, um novo sinal surgiu na mesma cidade, mas desta vez com uma forma mais complexa, composta por triângulos e semicírculos. Assim, para o esclarecimento geral da comunidade local foi proposta, na época deste segundo aparecimento, a realização de um evento sobre o assunto, que seria realizado em Ipuaçu e contaria com a presença de ufólogos de todo o Brasil. Assim, foi planejado e realizado o Iº Encontro Nacional de Ufologia em Ipuaçu.
Coragem de encarar o fenômeno de frente – O Iº Encontro Nacional de Ufologia em Ipuaçu foi promovido pela Prefeitura Municipal da cidade e pela Revista UFO, com o apoio do Instituto Galileu Galilei, do Sistema Princesa de Comunicações, do Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU) e da Mythos Editora. O evento aconteceu em 27 de março no Clube Lageadense, tendo início às 09h00 e concluído às 19h00. Aproximadamente 300 pessoas lotaram o ginásio de esportes, entre moradores, agricultores, jovens, crianças, convidados e imprensa local e estadual para prestigiar o evento e para informar-se sobre os agroglifos. O encontro foi aberto pelo prefeito Denilso Casal, cuja iniciativa e coragem devem ser destacadas, pois a abordagem pública da presença alienígena na Terra geralmente causa constrangimento à população, assim como ao meio político, mas não intimidou Casal, que pediu à UFO a realização do evento e foi atendido. Ouvindo o apelo de sua população, o prefeito reconheceu a seriedade dos fatos e os relatos dos moradores, indo à busca de respostas para o esclarecimento do fenômeno.
Após a composição da mesa por autoridades locais, regionais e estaduais, assim como pelos palestrantes, teve início a primeira palestra, proferida pelo ufólogo carioca Marco Antonio Petit, co-editor da Revista UFO. O estudioso abordou os casos ufológicos clássicos, demonstrando principalmente às pessoas leigas no assunto que o Fenômeno UFO acontece há muito tempo e que sua fase moderna se iniciou em 1947, com o avistamento do piloto Kenneth Arnold e com a queda de dois UFOs na região de Roswell, Novo México, Estados Unidos. Às 10h40, o ufólogo Rafael Amorim, consultor da Revista UFO e coordenador do Núcleo de Estudos Ufológicos de Santa Cruz do Sul (NEUS), ministrou sobre os avistamentos no interior do Rio Grande do Sul, falando das lendas dos índios e apresentando casos como o do senhor Olmiro Rosa, de 1954, que encontrou um ser com cabelos compridos recolhendo amostras de feijão e milho. Outro caso apresentado por Amorim ocorreu em General Câmara (RS), onde a população viu um objeto em forma de nuvem com um furo no meio deslocando-se pela região. O caso do piloto Aroldo Westendorff, acontecido em 1996 na Lagoa dos Patos, também foi destaque. Ele voou ao lado de um objeto de forma piramidal com o tamanho de um campo de futebol. O repertório ufológico do conferencista impressionou. Ele tratou em detalhes do Caso Morro da Cruz, de 1998, quando um objeto cilíndrico de sete metros foi filmado por duas senhoras, além de abordar relatos de acontecimentos no Morro do Botucaraí, em Candelária (RS).
Implantes, fotos e documentos ufológicos – Às 11h40, o ufólogo Rafael Cury, co-editor da Revista UFO e presidente do Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), abordou sobre evidências ufológicas, mostrando que fotografias, filmagens e sinais físicos dos discos voadores, como os agroglifos, detecção por radares aeronáuticos, interferências eletromagnéticas, avistamentos e abduções, além da descoberta de implantes sob a pele de contatados – tudo demonstrando que o Fenômeno UFO é real e material. Após o intervalo, o perito criminal Toni Inajar Kurowski, também consultor da Revista UFO, apresentou sua palestra mostrando como se analisam fotos e filmes de UFOs para autenticar a veracidade de um avistamento ou para desmascarar uma fraude. O especialista apresentou fotos consideradas autênticas e outras que foram desmascaradas, assim como os procedimentos técnicos que levaram a estas conclusões.
Às 14h40, o ufólogo Fernando Ramalho, conselheiro especial da Revista UFO e vice-presidente da Entidade Brasileira de Estudos Extraterrestres (EBE-ET), falou sobre o fim do segredo aos UFOs no Brasil e no mundo. Ramalho, como membro e atual coordenador da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), é um dos responsáveis pela abertura de documentos oficiais das Forças Armadas Brasileiras, e em sua palestra apresentou como funciona este processo também em outros países, como nos Estados Unidos, França e Inglaterra. O estudioso discorreu longamente sobre os procedimentos da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, e descreveu a visita dos ufólogos brasileiros ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em 2005, onde foram apresentadas aos ufólogos pastas com documentos oficiais da Aeronáutica sobre avistamentos de UFOs. Ele concluiu sua conferência falando sobre as leis que tratam da liberação de documentos ultra-secretos, secretos e confidenciais, e sobre os resultados do Dossiê UFO Brasil, de 2007, que busca liquidar o segredo aos UFOs no país.
Às 15h30, a pesquisadora e terapeuta carioca Anna Sharp, escalada para evento na última hora, falou sobre suas experiências e observações a respeito dos círculos ingleses, assim como a pesquisa particular que fez dos agroglifos em Ipuaçu, com o apoio do seu filho, o documentarista Norman Sharp. Anna revelou que, dentro do agroglifo circular de Ipuaçu, de 2008, conseguiu encontrar sinal de operação de telefones celulares, ao passo que em toda a região do municí
pio a recepção de telefonia celular é quase inexistente.
O desafio dos círculos ingleses – Às 16h00, o jornalista Ivo Dohl, profissional da Rede Princesa de Comunicação que acompanhou pessoalmente a descoberta dos agroglifos de Ipuaçu, falou como tudo aconteceu em 2008 e 2009, e apresentou à platéia o proprietário de uma das plantações em que o fenômeno ocorreu, Nilson Biazzotto. Dohl também apresentou um vereador de Xanxerê, Paulo Boita, que falou sobre os estranhos efeitos que aconteciam dentro do círculo, como o caso do funcionamento dos telefones celulares descrito por Anna. O jornalista, que é consultor da Revista UFO, recebeu total apoio do Sistema Princesa para a cobertura dos fatos, que percebeu a importância e a seriedade dos agroglifos que aconteceram na região.
Às 16h40, o ufólogo A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO, apresentou sua pesquisa a respeito dos círculos ingleses e sobre os agroglifos de Ipuaçu, destacando que uma explicação plausível para o fenômeno é a de que os desenhos são mensagens de inteligências superiores que querem se comunicar conosco. Ele repudiou a atitude dos grupos céticos que afirmam que os agroglifos são fraudes. “Se eles são fraudes, onde estão os fraudadores? Qual é sua motivação, já que nunca se manifestaram?”, questionou. Gevaerd informou que até um prêmio em dinheiro foi oferecido no passado para que pessoas fossem às plantações para tentar repetir o fenômeno com exatidão, mas ninguém até agora aceitou o desafio, pois o agroglifo é complexo e sua reprodução, com nossas técnicas, é impossível.
Formação de uma defesa planetária – Finalmente, às 18h15, o brigadeiro José Carlos Pereira, da Reserva da Força Aérea Brasileira (FAB) e ex-presidente da Infraero, abordou o ponto de vista militar do Fenômeno UFO. Ele também revelou, de forma preocupante, que um asteróide passou perto da Terra em março de 2009, e que sua existência foi descoberta apenas dois dias antes da passagem. Com isso, demonstrou a necessidade urgente de todos os países monitorarem o espaço em busca de ameaças iminentes. “Para tanto, seria importante a redução das intrigas internacionais e a união das Nações para formarem uma defesa planetária”, disse. Quanto aos agroglifos, Pereira disse que são uma verdadeira obra de arte, e conclui sua palestra dizendo que, quando investigamos algo, temos que formular e responder a cinco perguntas: O quê? Quem? Quando? Onde? Como? “Somente após solucionarmos cada uma destas interrogações é que devemos nos perguntar: por quê?”.
Assim, após um debate com perguntas da platéia e respostas firmes dos conferencistas, que mostraram mais uma vez a gravidade da manifestação ufológica no planeta, o Iº Encontro Nacional de Ufologia em Ipuaçu foi encerrado com a esperança que, em 2010, os agroglifos possam surgir novamente na cidade – mas, desta vez, com o acompanhamento imediato das autoridades e pesquisadores. Até lá, o mistério continua!