Desta vez Rafael Cury surpreendeu. Com o apoio da rede de hotéis Plaza e em parceria com o jornalista César Vanucci, o veterano organizador de eventos deslocou para Porto Alegre (RS) e depois levaram para Belo Horizonte (MG), respectivamente, duas edições de seu Congresso Brasileiro de Ufologia – uma série que vinha sendo realizada sempre em Curitiba (PR), há mais de 10 anos. Os eventos ocorreram de 12 a 16 de fevereiro e de 30 de abril a 02 de maio, naquelas capitais. O de Porto Alegre, no Carnaval, foi conduzido paralelamente ao 7° Encontro Internacional de Ufologia e atraiu um público superior a 200 participantes. O de Belo Horizonte reuniu cerca de 300 ufólogos e ufófilos.
A série Congresso Brasileiro de Ufologia foi inaugurada em 1985 e em suas dezenove edições já congregou mais de 1O mil pessoas e cerca de 200 conferencistas, 30 dos quais internacionais. Com tal rol de realizações, o evento lançado e mantido por Cury pode ser considerado um recordista mundial. Simplesmente, em nenhum lugar do mundo vem sendo realizado um evento tão duradouro e regular, juntando tantos interessados e pesquisadores.
No entanto, para Rafael isso é pouco e ele tem buscado novas fórmulas para diversificar o evento e a maneira como a Ufologia é apresentada em conclaves do gênero. “Nosso objetivo agora é tornar o evento itinerante, percorrendo as principais capitais e cidades do país”, disse à Revista UFO. O próximo evento volta à Curitiba, em junho, mas depois Cury pretende realizá-lo em Goiânia, Brasília, São Paulo, Recife, Fortaleza, Salvador e Manaus. “Já que há dificuldade para as pessoas se deslocarem até a capital paranaense para discutirem UFOs, vamos levar os debates para mais perto delas, em suas próprias cidades “, afirmou.
Nos eventos de Porto Alegre e Belo Horizonte algumas modificações já foram observadas na consagrada linha em que vinha se realizando o Congresso. Primeiramente, embora de caráter internacional, o evento priorizará trazer ao país ufólogos que estejam mais identificados com a riqueza e diversidade de nossa casuística – especialmente os dos países da América do Sul, particularmente do MERCOSUL. Assim, para o evento da capital gaúcha foram chamadas as ufólogas argentinas Andréa e Sílvia Simondini, que desenvolvem um excelente trabalho de pesquisa das chamadas Luzes de Victoria, que se manifestam com espantosa freqüência na cidade homônima da Província de Entre Rios.
Temos que nos preparar para um contato efetivo com outras civilizações. Isso pode vir a ser fácil e proveitoso, ou difícil e traumático. Só dependerá de nós
– Giorgio Bongiovanni
Outra característica incorporada aos eventos, e já efetivada em suas edições anteriores, é a diversificação de temas, visando tratar a Ufologia sob as mais variadas óticas. “A pesquisa dos UFOs passa por uma completa reformulação de nossa forma de pensar sobre temas tanto banais quanto complexos”, argumentou Romio Cury, irmão de Rafael e parceiro na organização dos congressos. Ele entende que é necessário apresentar nos eventos pesquisadores de posturas e linhas de atuação que contribuam para o esclarecimento da questão. Nesse sentido, foi levado a Porto Alegre o estigmatizado italiano Giorgio Bongiovanni e, a Belo Horizonte, o piloto James Courant.
Metodologia – Entre os brasileiros presentes, uma constelação de bons nomes da Ufologia Brasileira debateu variados temas junto aos públicos gaúchos e mineiros. Com destaque, Victor Soares, um dos grandes pioneiros de nossa Ufologia, saiu de sua autoimposta reclusão de mais de uma década e mostrou suas novas pesquisas. O estudioso, um dos grandes responsáveis pela formação da metodologia de investigação ufológica em nosso país, mostrou que a casuística gaúcha é vigorosa. O mesmo foi ratificado por Hernán Mostajo, de Santa Maria (RS), e pelo piloto Haroldo Westendorff, de Pelotas (RS), que teve um extraordinário encontro com uma nave cônica sobre sua cidade, em 05 de outubro de 1996 [Veja UFO 48].
Na linha casuística ainda apresentaram-se no Congresso Claudeir Covo, co-editor de UFO, e Ricardo Varela, pesquisador do INPE. Ambos mostraram novos procedimentos de pesquisa e descreveram como se manifestam discos voadores em diversas regiões do país. Covo, tido hoje como o ufólogo mais conhecido e bem informado do Brasil, tem desenvolvido intensos estudos visando determinar focos de maior intensidade de ocorrências ufológicas. Suas contínuas apresentações na Imprensa brasileira ajudam a mostrar ao grande público que as atividades de pesquisa são ininterruptas e de bom nível [Leia seção Diálogo Aberto]. Varela atua na mesma linha e ambos têm, assim, dado continuidade a um imprescindível trabalho de conscientização do Fenômeno UFO.
No aspecto teórico da Ufologia, os gaúchos e mineiros puderam apreciar os escritores Ernesto Bono e Eustáquio Patounas mostrarem faces variadas da fenomenologia que envolve os extraterrestres em missão no planeta. Patounas é partidário da concepção humanitária de nossos visitantes, que estariam aqui buscando ajudar nossa raça a desenvolver-se plenamente, e defendeu a aprimoração espiritual como caminho para um eventual contato com ETs. Já o escritor Bono, de posição mais radical, crê que tais seres não têm necessariamente um propósito tão pacífico quanto gostaríamos. “Alguns de nossos visitantes estão mesmo dispostos a qualquer coisa para obterem o que desejam dos humanos e da Terra”, preconizou enfático.
O presidente do maior clube de “excers” do Brasil – seguidores do seriado Arquivo X -, Aldo Novak, mostrou à platéia como a ficção científica influencia a mídia e a população, ajudando a consolidar uma subliminar campanha de conscientização sobre a presença alienígena na Terra. Outro co-editor de UFO, Marco Antonio Petit, apresentou sua premiada teoria sobre a intervenção que extraplanetários fizeram na vida de nossos ancestrais, gerando a raça humana atual. Autor de Terra-Laboratório Biológico Extraterrestre [Da Coleção Biblioteca UFO], o pesquisador carioca defende que os ETs nos visitam hoje para checar os resultados de seus experimentos.
Já o tema dos internacionais despertou enorme curiosidade. As argentinas Sílvia e Andréa, mãe e filha que dirigem a entidade Visión Ovni, mostraram uma espantosa seqüência de imagens coloridas de misteriosas formas luminosas observadas por moradores de Entre Rios. “As luzes podem ser vistas quase diariamente e já não causam mais espanto entre os moradores”, declarou Andréa à UFO. Sua regularidade de observação por toda a extensão dos campos e principalmente nas margens dos mananciais da província de Entre Rios, a cerca de 200 km a noroeste de Buenos Aires, já atraiu estudiosos de vários países e foi tema de um congresso em Victoria [Ver UFO 60].
Estigmatizado – Giorgio B
ongiovanni, o polêmico e já bem conhecido estigmatizado e ufólogo italiano, trouxe ao Brasil notícias frescas de importantes fatos da Ufologia Mundial. Sua condição transformou-o num dos homens mais bem informados sobre UFOs em todo o planeta. Giorgio faz mais de 20 viagens anuais para inúmeros países, não somente para proferir palestras, mas também para encontrar-se com autoridades, dignatários e ufólogos, de quem recebe informações em abundância. Ele o responsável por uma fantástica abertura na Ufologia Russa, após visitar o país várias vezes e convencer alguns de seus generais e cosmonautas a relatarem suas experiências ao mundo.
Recentemente, a entidade que Giorgio dirige na Itália, Nonsiamosoli, licenciou três vídeos ufológicos no Brasil, oferecidos pela Videoteca UFO, mantidos por esta revista. O enigma dos círculos ingleses, Um alien vivo na Área 51 e Filmagens de UFOs no Espaço são os títulos dos vídeos. Este último traz inéditas declarações de astronautas norte-americanos sobre suas experiências com UFOs em órbita da Terra e sobre a superfície da Lua. Alguns deles, como Edgar Mitchel, simpatizam-se de tal forma com a obra de Giorgio que resolveram descortinar segredos antes apenas suspeitados. Por outro lado, uma das publicações que Giorgio dirige na Itália, Terzo Milênio, está em processo de ser implantada no Brasil pelo próprio Rafael Cury.
O editor de UFO A. J. Gevaerd apresentou nos eventos um panorama das abduções, mostrando quais são as últimas descobertas no setor e o que se está fazendo, hoje, para pesquisar o assunto. Referindo-se aos pioneiros Budd Hopkins e David Jacobs, Gevaerd mostrou que o número de abduzidos em todo o planeta supera a esfera dos 50 milhões. “As abduções podem atingir qualquer cidadão, em qualquer lugar do mundo, independentemente de sua etnia, condição educacional e social”, disse. Com fatos assim apresentados fica claro entender porque os governos gastam milhões de dólares para manter o Fenômeno UFO sob o mais rigoroso sigilo.
O evento produzido por Rafael Cury agora volta à Curitiba, realizando-se de 03 a 06 de junho sob o título de 20°Congresso Brasileiro de Ufologia Científica. Com local ainda por ser definido, Cury já tem confirmadas as presenças dos principais ufólogos brasileiros e vários do exterior – entre eles o suíço Methusalem Meier (filho de Billy Meier), o contatado venezuelano Enrique Castillo Rincón, o ufólogo alemão Michael Hesemann, Giorgio Bongiovanni e alguns outros pesquisadores de renome [Obtenha maiores informações e faça reservas pelo fone (041) 354-7367].