Desde o surgimento dos discos voadores em todo o mundo, principalmente a partir de 1947, são praticamente constantes os casos em que essas naves perseguem aviões militares e comerciais – alguns até com centenas de passageiros a bordo. Casos do gênero já ocorreram em praticamente todos os países do mundo, inclusive no Brasil – e várias vezes até. Neste artigo, o ufólogo inglês Mark Birdsall expõe um dos mais impressionantes casos desse tipo, naturalmente omitido do público. Outros episódios fantásticos estão muito bem descritos em várias de nossas edições, que os leitores podem consultar: UFO nº 2, 5,8, 11, 14, UFO Especial nº 3 e UFO Documento nº 1.
Casos de aviões civis e militares seguidos por UFOs não são poucos, mas menos de 10% dos registros deste tipo são conhecidos do público. Só bem recentemente, por exemplo, o mundo tomou conhecimento do caso de um jato comercial inglês da companhia British Island que foi perseguido por um UFO; mas as autoridades aeronáuticas britânicas até hoje negam-se a dar detalhes do ocorrido, assim como a empresa, que evita até comentários a respeito. O jato, um Tristar (McDonnell Douglas 83), estava sobrevoando a Sardenha, na costa da Itália, a uma altitude de 10.000 metros, quando um enorme objeto luminoso ofuscou a vista do piloto e co-piloto. Felizmente, um pesquisador britânico, o autor e conferencista Timothy Good, conseguiu manter contatos com os passageiros e tripulação do vôo, descobrindo fatos novos e fornecendo detalhes para uma investigação mais completa – cujos resultados estão neste artigo.
Era aproximadamente 19h00 de um dia de março de 1989 quando o fato ocorreu. No controle do Tristar estava o comandante Bob Taylor, que chegou a anunciar aos quase 140 passageiros da aeronave que um “avião não identificado” estava seguindo-os e podia até ser visto aproximando-se de uma das asas. Como é de se esperar, numa circunstância dessas os passageiros são tomados de emoção, excitação e até um pouco de pânico – felizmente bem pouco e controlado! Um dos passageiros a sentir-se assim foi Susan Walton, funcionária da rede de telecomunicações inglesa LBC (London Broadcasting Company) que também viu o brilho luminoso do objeto, com diversas luzes coloridas dentro. “Depois que as luzes se foram, tudo que restou no céu foi um fio de fumaça”, declarou Susan aos pesquisadores. Já o passageiro Brian Challis afirmou que o céu ficou muito brilhante, “como se alguma coisa se acendera à grande distância”, disse, concluindo que pôde ainda ver algo parecido a um redemoinho com uma nuvem e luzes dentro. “Foi espetacular”.
Um UFO de tamanho e cores espetaculares, a princípio confundido com um míssil descontrolado
De acordo com o comandante Taylor, a tripulação da Tristar acompanhou as luzes do UFO por uns vinte minutos, mas alguns passageiros acham que foi mais tempo. Taylor também afirmou que as luzes do objeto não chegaram a atrapalhar o vôo em seu início, e que, quase ao fim da observação, uma delas se aproximou muito rapidamente do avião, para depois subir a uma altura extrema. “A princípio, pensei que fosse um avião, mas a forma como desapareceu de vista me fez mudar de idéia; eu nunca vi nada parecido com isso antes”, declarou. Quando decidiu transmitir a mensagem aos passageiros, pensou que os mesmos estivessem chocados com o UFO, mas estavam é excitados com a maravilhosa visão. Mas o comandante não agiu levianamente: antes de informar aos passageiros, confirmou com as bases em terra se havia algum avião militar ou ainda um míssil na área. As respostas foram negativas, mas, mesmo assim, segundo as palavras de Taylor, “aquilo não poderia ser um avião ou um míssil pois, se fosse, nós ter íamos sido alertados”. No entanto, confessa que chegou a crer que se tratasse de míssil sem controle, segundo informação prestada por alguns passageiros que teriam ouvido por acaso o contato entre Taylor e o controle de tráfego aéreo Europeu.
Logo no início da observação, por vários minutos, o Tristar inexplicavelmente \’mergulhou\’ algumas centenas de metros, fazendo com que muitos dos passageiros batessem suas cabeças no teto e derramassem bebidas e pertences – sem danos sérios, no entanto. Nessa altura, ainda incerto sobre se deveria comunicar aos passageiros ou não o que estava ocorrendo, o comandante Taylor disse ao alto-falante que o jato tinha sofrido turbulência, mas alguns passageiros mais espertos já estavam convencidos de que a intensa luz que seguia a aeronave já há alguns minutos era responsável pelos incidentes. Susan Waiton era uma delas e chegou a tentar, em pleno vôo, falar com o comandante Taylor, carregando o seu gravador. Mais tarde, já em solo, ela própria daria uma entrevista à sua rede, confirmando que “foi o comandante quem primeiro pensou que gostaríamos de dar uma olhada no UFO. Mas, visto pela janela, aquilo parecia um grande avião vindo bem ao nosso encontro. Nisso, algumas poucas pessoas se espantaram com o que estava acontecendo e chegaram quase a entrar em pânico. Alguns minutos depois, o piloto voltou a afirmar que aquilo não era um avião, e sim um UFO”.
De repente, o UFO parou seu espetáculo de luzes e partiu para cima do Tristar, como se fosse colidir
Não houve qualquer som associado ao UFO e sua movimentação, segundo as pessoas que entrevistamos. Dentro e fora do avião estava tudo absolutamente quieto, exceto pelo barulho das turbinas. A luz do lado de fora transformava-se belissimamente: ora era de uma cor, ora de outra; mas, ao fim da observação, o objeto já era uma luz completamente branca e bem diretamente, quase em cima do avião. “Vi a luz já no inicio do vôo, quando o avião subia em direção à altitude de cruzeiro, na atmosfera superior. Sob o reflexo do sol nas partículas de gelo das nuvens, aquela luz parecia ser prateada, além de muito bonita. Mas, de repente, aquilo partiu para cima do avião a grande velocidade; pensei até que fôssemos colidir”, disse Susan, completando que o objeto parou a alguma distância do Tristar e acompanhou-o lado-a-lado, durante longos e inesquecíveis 20 minutos, quando simplesmente desapareceu. Quando perguntado que atitude tomaria caso o UFO viesse de fato a ameaçar a segurança do avião, o comandante Taylor respondeu com evasivas; “Não há nada em nossas normas e procedimentos operacionais de vôo que nos diga o que fazer se um UFO nos acompanhar ou até se vier em nossa direção, em rota de colisão. O máximo que podemos fazer é o que a lógica manda, ou seja: tirar o aparelho da linha de vôo do intruso, descendo, subindo ou virando para algum lado…”
Talvez o comandante estivesse sendo cauteloso porque um dos passageiro a bordo do Tristar era seu patrão, o presidente da companhia British Island, Peter Villa, que também não escapou do assédio dos jornalistas. Villa, questionado sobre o vôo, declarou que o fato de o avião quase ter caído com o mergulho de mais de 3.000 metros nada tinha a ver com o fenômeno luminoso visto pelos passageiros e tripulação. “O
s dois incidentes estão totalmente desconectados e nunca ouvi algo tão estúpido”, disparou Villa, relutando em admitir que um avião de sua empresa, uma pequena companhia, pudesse ter passado por momentos de tanta dificuldade – o que, em seu raciocínio, afastaria os clientes. Quando questionado porque o radar do jato não detectou o fenômeno, Villa disse que nada sabia a respeito e que também não havia nenhuma indicação real de que se tratasse de um UFO. “Eu estava sentado no avião e o que vi foram apenas luzes não identificadas a mais de 1.000 metros de distância.”
Mas, seja o que for, o fenômeno observado por tantas pessoas a bordo do Tristar não era algo conhecido, e o radar de fato não o captou – o que nos leva a ponderar sobre a natureza exata deste objeto. As suspeitas de que pudesse ter sido um míssil ainda pairavam quando foi trazido à tona um caso ocorrido há 9 anos atrás, envolvendo a destruição de um DC-9 italiano, explodido em pleno céu da Sicília. Nenhuma nação européia, na época deste acidente, admitiu ter disparado um míssil; mas, em março de 1989, um relatório das autoridades italianas confirmou que a aeronave (com 81 pessoas mortas) fora atingida por um míssil ar-ar lançado por um avião militar – embora o relatório não dê a identidade do atacante. Na ocasião, chegou-se a levantar a hipótese de que o avião comercial tinha sido bombardeado acidentalmente por um caça de combate americano que tentava interceptar aviões de guerra Iíbios, mas ambos os países negaram tal alegação.
O UFO esteve à uma distância perigosíssima do avião, ameaçando sua segurança e a dos passageiros
Contudo, o fato foi considerado grave pelas autoridades britânicas e aeronáuticas, justamente devido a severa turbulência e ao mergulho sofridos pelo Tristar. Ao ser descrito como tendo o aspecto de uma nuvem e com uma diversidade de luzes coloridas dentro, e comparando-se a trajetória do objeto com condensação de vapor, a teoria do míssil ficou em alta. Taylor admite que o objeto esteve à uma distância perigosíssima do avião, quando os passageiros ouviram a conversa sobre um míssil perdido. E é importante notar que, após 24 horas do evento, bombeiros de Nice, na França, informaram que a observação feita pelos passageiros e tripulação da Tristar era de fato um foguete descontrolado que havia sido lançado para testar a atmosfera, o que carece de confirmação até hoje… Os bombeiros disseram, ainda, que o míssil foi subseqüentemente detonado a 20.000 metros. Por causa dessa informação é que Taylor acredita que o que seguiu seu jato não era o tal foguete. “Aquilo estava subindo velozmente para altitudes muito mais altas que a nossa, e o que nos seguiu estava em vôo estabilizado por vários minutos”.
Autoridades inglesas e francesas chegaram a especular que a queda violenta de altitude do Tristar foi devida à explosão do foguete. Porém, como a aeronave e o UFO estavam a várias dezenas de quilômetros de distância entre si, isso é pura especulação. No entanto, há vários tipos de anomalias atmosféricas e outras que podem influenciar o vôo de um avião – algumas delas foram pesquisadas a fundo pelo ufólogo Francis Nellam. Nellam, no entanto, ao saber das alegações oficiais, reagiu com vigor e rechaçou-as de imediato; mas, não satisfeito, passou a pesquisar o caso para ver exatamente do que se tratava. Assim, conseguiu o telefone de uma das principais testemunhas do episódio, que pediu para ficar anônima. Esta testemunha – vamos chamá-la de Paul – deu excelentes informações adicionais ao caso, que mudam todo o seu perfil e passam a indicar tentativas de “acobertamento” de informações por parte do Governo britânico.
Paul disse que quando o comandante Taylor pediu para que todos olhassem para fora do avião, para que vissem o que se passava, de sua posição bem ao lado da janela pôde ver um objeto alongado e de cor cinza-prateada, vindo bem de encontro ao Tristar. “Vi também o que pareceu ser uma trilha de vapor atrás do objeto, como as emitidas por aviões a jato, mas era muito fina e comprida”, disse Paul a Nellan. “O piloto até teve que fazer uma manobra muito brusca para evitar uma colisão com aquilo, e alguns de nós foram atirados de seus lugares”, completou. Paul ainda disse que tentou perguntar ao comandante o que se passava, quando Taylor confirmou que acabara de fazer uma manobra para evitar a colisão com o objeto -“…que vocês comumente conhecem pelo nome de UFO”, o comandante chegou a dizer a Paul, para sua completa surpresa!
Vendo o posicionamento aberto do piloto, Paul disse-lhe que pensava que os pilotos fossem da opinião de que os UFOs não existissem, recebendo uma interessante resposta: “Oficialmente sim, mas eu sei bem o que acabo de ver e de evitar”. No entanto, apesar de Paul ter demonstrado grande liberdade para tratar do assunto com Nellam, inclusive com uma dose generosa de boa vontade, no contato subseqüente que teriam a situação se inverteu. A testemunha de Nellan mal quis recebê-lo e sequer foi educado com ele ao telefone. Paul havia até recebido um formulário próprio de pesquisas ufológicas de Nellam, para preencher e remeter de volta, mas, dias depois, pareceu arrepender-se de seu envolvimento e, ao ser procurado pelo ufólogo novamente, rejeitou nova cooperação sem dar qualquer explicação… “Disseram-me para que não me envolvesse com esse caso”, disse Paul a Nellan por telefone. “Olha, na verdade eu nem acredito em UFOs e peço que me desculpe por não poder ajudar mais”, disse, encerrando a conversa abruptamente. “Lamento ouvir isso, pois pensei que você estivesse interessado no Fenômeno UFO”, insistiu Nellan. “Bem, eu não sinto muito e não desejo dizer nada mais sobre o que vi”, concluiu Paul, desligando o telefone.
Oficialmente os pilotos não crêem em UFOs, mas quando encontram um em seus vôos, mudam de idéia
Até hoje não sabemos o que fez a testemunha de Francis Nellan reagir dessa maneira, mas isso é de menos, pois sequer sabemos exatamente de todos os fatos ligados ao vôo do Tristar da British Island sobre a Sardenha. Com certeza, no momento, só sabemos que não se tratava de um míssil, que era extremamente brilhante e grande, e que não foi detectado pelo radar do avião e nem pelos radares de terra – o que é muito incomum. Muitas características desse caso indicam claramente que há um UFO envolvido, mas alguma coisa parece indicar, também, que há um encobrimento deliberado de informações, como acontece muitas vezes. Paul – e possivelmente outros passageiros e até a tripulação – foi calado por alguém, “avisado para permanecer em silêncio”, como deduziu Nellan. Mas, por quem? E por quê? Ainda estamos investigando o caso detidamente, e traremos novas informações, se as descobrirmos.