A segunda-feira, 04 de março de 1946, foi marcada por um grave incidente ufológico na pequena então cidade de Araçariguama, distante cerca de 70 km da capital paulista. Foi lá que ocorreu um dos casos mais fantásticos, intrigantes e polêmicos da Ufologia em todos os tempos. Tratou-se do ataque que sofreu o lavrador João Prestes Filho, então com 44 anos, de uma luz misteriosa e mortal. Sem saber de onde provinha a misteriosa luminosidade, Prestes recebeu uma descarga fatal e acabou falecendo em menos de nove horas, dentro de um quadro de horror dantesco, como se verá.
Quando o fato se deu, a cidade não dispunha de luz elétrica, telefone ou rede sanitária, e no campo não se usava arado, só enxada. No incipiente comércio local havia apenas poucas mercadorias à venda, já que os produtos do lugar eram bem poucos, em geral gêneros como feijão, arroz e batata. Todos se conheciam nas ruas da tranquila Araçariguama, o que fez com que o caso de Prestes ficasse marcado para sempre — tanto que, bem mais de meio século depois, ainda se encontram testemunhas vivas que se recordam perfeitamente do acontecimento. Entre elas, naturalmente, estão os poucos familiares da vítima, que ainda se ressentem da fama que atingiu o episódio do “homem queimado pela estranha luz”, conforme Prestes ficou conhecido na cidade.
Entre as testemunhas do caso está o senhor Vergílio Francisco Alves, primo de Prestes, que atendeu a esse autor para narrar a fatídica experiência. Ele contou que, na semana de Carnaval de 1946, Prestes decidiu pescar e avisou sua mulher, Silvina Nunes Prestes, consentindo que ela fosse brincar a folia com os filhos. Pegou a charrete e deslocou-se até as margens do Rio Tietê, a uns 2 km de distância, que na época ainda tinha muitos peixes. Quando voltou, encontrou a casa vazia, pois todos ainda estavam fora. Prestes então pôs a charrete e o cavalo no curral e entrou, tomou um banho e trocou de roupa. “De repente, um raio amarelado alumiou’ toda a casa, e ele sentiu na hora o corpo queimando. Quis tirar a tramela da porta, mas não conseguiu, tendo de abri-la com a boca. Saiu descalço e correu vários quilômetros a pé”, contou Alves.
“Não era nada desse mundo”
Chegando a Araçariguama, Prestes teria procurado sua irmã Maria e, desesperado, pediu sua ajuda e jogou-se na cama. O delegado José Malaquias acorreu de imediato, perguntando a Prestes o que havia ocorrido. “Não era nada desse mundo, e sim uma coisa invisível”, disse a vítima. Aí começou a trovejar e a chover na região, quando Malaquias o levou para o hospital da vizinha cidade de Santana de Parnaíba e chamou o irmão da vítima, Roque, que tinha um armazém em Araçariguama. Mas Prestes acabou morrendo antes de ele chegar. Alves ainda lembrou-se de que seu primo estava falando com o delegado quando suas forças o abandonaram de vez e ele se calou.
Naquele tempo, a estrada era muito ruim e o carro encalhava na terra. A polícia técnica de São Paulo apurou que se fosse um raio o causador daquilo, teria de estar tudo queimado na casa, mas nada havia atingido. “João era branco e sua pele ficou avermelhada, torrada. As mãos e o rosto se queimaram mais, e o rosto assou. Já o cabelo não queimou, assim como a roupa. Só podia ser mesmo uma coisa invisível que o deixou daquele jeito, por dentro”, desabafou Alves, ainda completando que a vítima repetia que não era para culpar ninguém pelo fato porque aquilo não era coisa desse mundo…
O relator acrescentou detalhes desconhecidos da vida pregressa de João Prestes Filho relacionados a fenômenos luminosos que há décadas assolavam a região — dos quais ele parece ter sido vítima. De acordo com Alves, seu primo foi atacado por uma sonda ufológica em sua juventude, quando era tropeiro e morava junto com o pai. Em certa tarde, foi tocar o gado em um morro alto e viu uma esfera luminosa descendo. Perto do portão de uma capela, onde havia uma cruz, sentiu-a passando ao seu lado, quase que o atingindo. Lá costumavam aparecer esses fenômenos, geralmente avermelhados, que eram comumente chamados de “boitatá”. Às vezes, várias esferas caíam e explodiam, soltando fogo para cima. “Eu nunca vi isso de tão perto assim. Quem contava essas histórias era meu primo. Por isso o povo chegou a comentar que foi o fogo do ‘boitatá’ que o matou”, acrescentou.
Mitos mais do que reais
Em várias regiões rurais do Brasil há uma expressão que designa uma luz que se alonga, tomando a forma de um lagarto ou dragão, o “lagartão”, que também foi observado pelo relator. “O bicho saía do Morro do Saboão sempre na boca da noite. Às vezes saía da mina de ouro de Araçariguama e ia para o morro. Já a ‘mãe d’ouro’ é diferente do ‘boitatá’, parecendo mesmo um lagarto. Anda devagar e em linha reta, sem fazer barulho algum”. A tal mina, situada a menos de 100 m da Rodovia Castelo Branco, na localidade de Morro Velho, é apontada como um dos principais focos das aparições de objetos não identificados em São Paulo — em 1936, chegou a produzir 32 kg de ouro, desempenho que lhe valeu o título de principal veio aurífero do estado de São Paulo. No final dos anos 30, entretanto, foi fechada.
Em Araçariguama esse autor conversou com Hermes da Fonseca, nascido em 1927, um velho conhecedor da história e do folclore locais que narrou casos ufológicos pessoais e descreveu o que sabia do ataque a João Prestes Filho. “Ele tinha voltado de uma pescaria na tarde em que tudo aconteceu e foi queimado ao chegar à sua casa”, lembra-se. Segundo descreveu, levaram a vítima de charrete até Araçariguama, onde faleceu. “Lembro até que passaram em frente à Padaria Ema. Eu não cheguei a ver, mas soube que ele recebeu umas queimaduras muito fortes e que ninguém conseguiu identificar a causa”, completou.
Fonseca também revelou inúmeros casos envolvendo a aparição de estranhas luzes na região. “Por volta de 1947, o Emiliano Prestes, irmão de João, viu o ‘boitatá’ em Ibaté, atrás do cemitério. Eram dois fogos que iam, vinham e batiam um no outro”, disse. Tais “fogos” se aproximaram dele e começaram a rodeá-lo, e seu pavor fez com que se ajoelhasse e rezasse. “Aí aquela coisa foi aos poucos se afastando. Até hoje muita gente ainda vê essas luzes em Ibaté”, finalizou. Os casos abundam. Em 1960, por exemplo, um motorista de ônibus chamado Celso Gomide [Irmão d
e Araci Gomide, outra testemunha do Caso Prestes, como se verá adiante] ia de São Roque para Araçariguama quando viu uma luz vermelha que fez com que parasse o veículo. “Ele ficou tão apavorado que se pôs a rezar”, conta Fonseca.
Enrolado em um cobertor
Apesar de serem casos intrigantes, o que interessava mesmo a essa pesquisa era o episódio que causara a morte de João Prestes Filho. E assim obtive uma entrevista com Luiz Prestes, sobrinho do falecido. Eis sua versão para os fatos ocorridos com seu tio: “Como era época de Carnaval, a família foi se divertir nos festejos em Araçariguama. O João, que não gostava da folia, foi pescar. Dali a pouco, chegou em casa com a charrete. Minha tia havia deixado a janta pronta para ele, que abriu a janela e começou a comer. Foi aí que a bola de fogo entrou e o queimou. Desesperado, juntou suas forças e correu até Araçariguama, todo enrolado em um cobertor. Quando o viram naquele estado, foram logo perguntando o que aconteceu”. Prestes só dizia que uma bola de fogo entrara pela janela e o queimara, sem explicação — ele contou também que caiu no chão.
Em seguida, o puseram em um caminhão e o levaram para Santana de Parnaíba. O pai de Luiz Prestes e irmão da vítima, Roque Prestes, por ser o subdelegado da cidade, tinha como auxiliar e imediatamente encaminhou o atacado para a Santa Casa local. Logo depois a polícia técnica chegou para investigar o caso, constatando que nada na casa havia se queimado, além do próprio Prestes — nem mesmo a cadeira em que ele estava sentado. “Encontraram na casa do meu tio uma lamparina apagada, ainda com um pouco de querosene dentro, o que atestava que não poderia ter sido ela a causadora da queimadura”, declarou o sobrinho. A própria vítima dizia claramente que o fogo havia entrado pela janela. Peritos da polícia de Osasco, Barueri e Santana de Parnaíba não obtiveram qualquer vestígio ou prova que indicasse um crime ou acidente. O delegado de Santana de Parnaíba declarou na época que Prestes era uma pessoa boa e não tinha inimigos.
A certidão de óbito de João Prestes Filho aponta sua causa mortis como sendo queimadura. A pedido desse autor, o cartório local expediu novamente o documento em 13 de janeiro de 1998, confirmando o dado e registrando ainda que o falecimento foi atestado pelo médico Luiz Caligiuri, que deu como causa da morte colapso cardíaco e queimaduras generalizadas de primeiro e segundo graus. Como Luiz Prestes tinha apenas nove anos de idade na ocasião, seu pai não deixou que visse o cadáver de perto. Ainda se referindo às misteriosas bolas de fogo da região, o relator fez questão de acrescentar outros casos, confirmando o acontecido com Emiliano Prestes, também da família, que em 1947 — um ano depois da morte de Prestes — foi cercado por uma tocha de fogo cujo calor chegou a queimá-lo superficialmente.
Caiu ao chão sem sentidos
Logo no início da década de 70, o médico e ufólogo Max Berezovsky, presidente da extinta Associação de Pesquisas Exológicas (APEX), de São Paulo, deslocou-se com os também pesquisadores Guilherme Wirz e João Evangelista Ferraz à Araçariguama. Lá falaram somente com um dos irmãos de Prestes, que disse ter a vítima se queimado acidentalmente com um lampião a petróleo quando tentava saltar pela janela — acrescentou ainda que possivelmente estivesse alcoolizado, pois retornava de uma pescaria. Não satisfeitos com isso, em setembro de 1974, Fernando Grossmann e Luiz Braga, da mesma entidade, voltaram à cidade e localizaram outras testemunhas, publicando os resultados das diligências em 1975.
Os ufólogos Grossmann e Braga conversaram na ocasião com Araci Gomide, residente às margens do Rio Tietê, que, sendo amigo da vítima, e também por ter praticado enfermagem nas Forças Armadas, foi chamado para socorrer Prestes. Ao ver o estado físico do amigo, trancou-se com ele no quarto e perguntou o que tinha ocorrido e quem o havia queimado com água fervendo — essa era sua suposição. Prestes, perfeitamente lúcido, respondeu que ninguém o tinha queimado e que não sabia exatamente o que havia acontecido. E relatou a Gomide a mesma história que todos os demais envolvidos no incidente contaram. Disse que, de volta da pescaria, viu uma “claridade que entrou na forma de luz pela janela e o envolveu sem a menor explicação”.
Araci Gomide não forneceu detalhes sobre as circunstâncias em que a vítima recobrara os sentidos, mas esclareceu que em seguida Prestes andou dois quilômetros a pé até a casa de parentes em Araçariguama, e que lá chegara exatamente com as mesmas roupas que vestia quando foi atingido pela tal claridade — calça com as barras arregaçadas até as canelas e uma camiseta de meia manga com botões desabotoados no peito. A visita de Gomide à vítima ocorrera cerca de duas horas após o incidente. “Prestes encontrava-se literalmente cozinhando, como se tivesse sido escaldado em água fervendo, com suas carnes desprendendo dos ossos”, disse. O enfermeiro fez questão de frisar a esse autor que tratava os ferimentos como queimaduras por não ter um termo melhor para designar tal fenômeno — mas nada estava chamuscado por fogo, nem os cabelos, pêlos ou as roupas.
Gomide cheirou a vítima, mas não percebeu o menor sinal de queimadura ou combustível, como querosene ou álcool. Prestes também não se encontrava alcoolizado, mas lúcido e declarando não sentir dor alguma. A claridade que o atingira, segundo suas próprias declarações, antes de falecer, viera de fora da casa e envolvera seu corpo, e não de dentro da habitação. Ele morreu às 03h00, cerca de nove horas depois do acontecimento, embora a certidão de óbito registre que o falecimento teria ocorrido às 22h00.
Bolas de fogo misteriosas
Durante a conversa que Araci Gomide teve com a vítima, ela se encontrava deitada de costas na cama. O enfermeiro achava que Prestes fora queimado por uma das misteriosas bolas de fogo, cuja ocorrência já vinha sendo observada em Araçariguama há tempos e que continuava se manifestando — a casa de Prestes ficava exatamente na rota do tal fenômeno, que se iniciava no local chamado Alto do Cotiano. Grossmann e Braga concluíram que a vítima não fora queimada por chama oriunda de combustíveis convencionais, nem por líquido muito quente, c
omo água fervente. Eles chegaram a teorizar, em seu relatório, que a origem dos ferimentos do homem poderia estar associada a alguma “fonte de energia térmica intensa, sem chama, incidindo diretamente sobre a vítima e provavelmente de curta duração, pois seu efeito foi detido”.
No artigo que publicou, a dupla chegou a associar os efeitos de tal fonte de energia com a liberada por uma bomba atômica, tamanha é a semelhança. “Fora do epicentro da bomba, onde tudo é destruído, os danos pessoais consistem em queimaduras causadas por uma terrível onda de calor”. Outro estudioso que se dedicou ao caso foi o astrofísico e ufólogo francês Jacques Vallée, durante sua viagem ao Brasil, em abril de 1980 — ele decidiu dar prioridade aos casos em que o contato com UFOs resultou em ferimentos e até mortes de seres humanos. Vallée se alarmou ao constatar que a lista de “vítimas ufológicas” no Brasil era maior do que se poderia pensar, examinando a extensa literatura ufológica existente — e além dessa lista aumentar a cada dia, o primeiro nome da relação era justamente o de João Prestes Filho.
Na versão de Vallée, Prestes e um amigo, Salvador dos Santos, voltavam de uma pescaria quando se deu o fato. Ao chegarem ao povoado onde moravam, despediram-se e cada qual seguiu seu caminho. Uma hora depois, às 20h00, Prestes apareceu na casa da irmã contando que um facho de luz o atingira quando se aproximava da porta da frente de residência. Ficou tonto e não conseguia enxergar, caindo no chão sem perder a consciência. Na mesma noite, o estado de Prestes piorara e suas carnes literalmente se desprendiam do corpo, como se tivessem sido cozidas em água fervendo.
Repercussão internacional
“A vítima não sentia dores, mas ficou compreensivelmente aterrorizada. Em pouco tempo não conseguia mais falar, quando então os vizinhos o colocaram em uma carroça e o levaram ao hospital, mas ele morreu no caminho”, apurou Vallée. Ele ainda apresenta Prestes em seus livros como tendo mantido a consciência até o último momento. Em Confrontos [Editora Best Seller, 1994], o renomado ufólogo questiona se Prestes poderia ter sido atingido por um raio. De acordo com o pesquisador brasileiro Felipe Machado Carrion, depois de entrevistar Salvador dos Santos, que ainda vivia, o tempo estava claro e não apresentava condições para tempestades com raios. “Não conseguimos localizar o povoado nem as testemunhas, e como o caso aconteceu há tanto tempo, dificilmente alguém poderia confirmá-lo”,
finalizou o ufólogo Vallée.
As investigações de Berezovsky, Wirz, Ferraz, Grossmann, Braga, Vallée e Carrion — primeiro ufólogo a escrever sobre o caso, em dezembro de 1971 —, tal como as nossas, infelizmente foram realizadas muitas décadas após o ocorrido, quando detalhes já estavam irremediavelmente perdidos. Independente disso, fatores subjetivos e pessoais concorreram para distorcer os relatos, daí a disparidade entre eles, colhidos com espaçamento superior a 20 anos. Cada qual reflete uma face da verdade sobre o caso, mas nenhum a espelha por completo. Contudo, cumpre asseverar que nos relatos colhidos por esse autor, assim como nos que foram anteriormente, há mais pontos coincidentes do que variações — e nenhum deixa de manifestar estranheza diante das circunstâncias que envolveram a morte de João Prestes Filho.
O que destoa é a versão, um tanto exagerada, de que suas carnes se desprendiam do corpo. Ela parece ter se originado de notícias sensacionalistas dando conta de que Prestes “derreteu”, o que tampouco se confirma. O citado Vergílio Francisco Alves, primo da vítima, disse com convicção que “as carnes dele não estavam se soltando, mas a pele estava pipocada como a de um porco sapecado com fogo”. Embora as expressões disco voador ou UFO nunca tenham sido mencionadas pelas testemunhas, os ufólogos, desde que tomaram conhecimento do caso, ficaram convictos de que o raio de luz que atingiu Prestes era proveniente de um. Surgiram então duas correntes de pensamento: a que defendia a hipótese de o raio ter sido atirado propositadamente e a que apontava um acidente no manuseio das frequências de radiação produzida pelo equipamento dessas naves.
Mortes semelhantes na literatura
De qualquer forma, a hipótese de uma morte convencional, decorrente de queimadura por lampião ou querosene, nunca foi aceita. Berezovsky, por exemplo, explica que morte por queimadura se dá em consequência da gravidade de terceiro grau quando essa cobre pelo menos 50% do corpo, ou choque hipovolêmico [Baixo volume de sangue]. A vítima morre imediatamente ou sobrevive por alguns dias, até que seus rins sejam afetados e falece. Convém lembrar que a certidão de óbito de Prestes registra que as queimaduras eram de primeiro e segundo graus. Assim como cabe lembrar que há uma série de casos semelhantes na casuística ufológica, com destaque para o de Forte Itaipu, ocorrido em novembro de 1957, na Praia Grande, município de São Vicente (SP), em que duas sentinelas que cumpriam guarda no alto dos muros da fortaleza sofreram graves queimaduras quando um objeto circular se aproximou e projetou uma luz alaranjada sobre ambos.
Esse fato foi confirmado e apresentado em detalhes no livro A Verdade sobre os Discos Voadores, do ufólogo Donald E. Keyhoe [Global, 1962]. O intrigante é que as fardas dos soldados permaneceram intactas, tal como as roupas de João Prestes Filho. Dentre outros casos notórios da Ufologia Mundial também está o do chefe de escoteiros Sonny Desverges, que se deu na Flórida, em agosto de 1952. Outro incidente interessante foi o ocorrido com o jato Starfire F-94, da Força Aérea Norte-Americana (USAF), em junho de 1954. Rene Gilham, da Comunidade de Merom de Indiana, também nos Estados Unidos, passou por experiências igualmente traumáticas em novembro de 1957.
Casuística ufológica extrema
Há também o caso dos paióis de munição do Exército Brasileiro, que aconteceu na cidade de Deodoro (RJ), em agosto de 1958, e foi divulgado por Fernando Cleto Nunes Pereira em seu livro Que Ciência Constrói os Discos Voadores? [Record, 1995] O mecânico industrial canadense Stephen Michalak também foi vítima de queimaduras causadas por UFOs em Falcon Lake, Manitoba, em maio de 1967, segundo pesquisou Yurko Bondarchuk, que publicou o fato em sua obra UFOs: Observações, Aterrissagens e Sequestros [Difel, 1982]. Outros casos intrigantes são o de Gregory Wells, ocorrido no estado de Ohio, também nos EUA, em março de 1968, e o do caminhoneiro Eddie Doyle Webb, que se deu no sudoeste do Missouri, em outubro de 1973, e foi divulgado pela agência United Press.
Foi no interior de São Paulo que ocorreu um dos casos mais intrigantes e polêmicos da Ufologia em todos os tempo
s: o ataque ao lavrador João Prestes Filho por uma luz misteriosa e mortal
O caso de João Prestes Filho, como a maioria dos que compõem a casuística ufológica mais extrema, é invariavelmente apontado como sendo fantástico. Mas onde está o fantástico? Em todo lugar e em nenhum lugar ao mesmo tempo! Vê-lo depende do ângulo de observação do espectador, do leitor. O fantástico existe sempre, mas somente para o olhar humano e com relação a ele. A natureza, antes da presença e da intervenção do homem, não era em nada fantástica. Ela era, simplesmente. Não seria o paradoxo de o próprio homem ser capaz de fazer surgir o fantástico, talvez por defasagem entre o dado e o sonhado, ou ainda — e possivelmente mais — por defasagem entre o dado e o construído? Talvez isso explique melhor uma aberração como o Caso Prestes.