Astrônomos da Universidade de Varsóvia, que apontaram a existência de planetas “vagantes” anos atrás, estão por trás da descoberta
Um grupo de cientistas, liderados por astrônomos da Polônia, anunciou a descoberta do menor planeta errante já registrado. Ele tem o tamanho da Terra e vaga pela Via Láctea, sem uma ligação gravitacional em torno de uma estrela, como é o caso da Terra, que gira em torno do Sol.
Os planetas errantes não recebem luz de uma estrela e não emitem radiação, o que os torna mais difíceis de observar.
Por isso, não podem ser descobertos a partir de métodos astronômicos tradicionais como o conhecido método de trânsito, que busca leves por flutuações na luz das estrelas causadas por planetas que as orbitam.
Já para encontrar um planeta errante, a identificação é feita usando um fenômeno chamado microlente gravitacional, resultado da Teoria da Relatividade de Einstein.
Os pesquisadores explicam que um objeto massivo, como um planeta, por exemplo, pode curvar a luz de um objeto luminoso, no caso a estrela. A gravidade da lente tem efeito de aumento, que curva e amplia a luz de estrelas distantes.
“Se um objeto massivo – uma estrela ou planeta – passar entre um observador na Terra e uma estrela distante, a gravidade pode desviar e dar foco à luz dessa estrela”, disse o pesquisador Przemek Mroz, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e líder do estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters.
“As chances de observação da microlente são extremamente pequenas porque os três objetos – fonte luminosa, lente e observador – devem estar perfeitamente alinhados. Se tivéssemos observado apenas uma estrela fonte de luz, teríamos que esperar quase um milhão de anos para ver a fonte sendo ampliada pela microlente”.
Os pesquisadores do Observatório Astronômico da Universidade de Varsóvia encontraram as primeiras evidências da existência de exoplanetas na Via Láctea anos atrás.
Cientistas da mesma instituição estão por trás da nova descoberta. “Esta novidade mostra que planetas errantes podem ser detectados e detalhados usando telescópios em terra”, disse o professor Andrzej Udalski, que faz parte do projeto.
Os astrônomos usaram um telescópio localizado no observatório Las Campanas, no Chile. Quando as condições meteorológicas permitem, eles direcionam o telescópio para as regiões centrais da Via Láctea e observam centenas de milhões de estrelas, à procura daquelas que apresentam mudança na luminosidade.
Este artigo foi baseado em outro, publicado pelo jornal O Estado de São Paulo. Por favor clique aqui para ler o original.