Ao lado dos problemas técnicos apresentados pelo telescópio espacial Kepler, a pesquisa por planetas alienígenas sofreu outro duro golpe com o final da missão do telescópio COROT. Lançado pela Agência Espacial europeia (ESA), em 27 de dezembro de 2006, foi o primeiro instrumento enviado ao espaço com a missão de caçar esses mundos distantes por meio do médoto do trãnsito, flagrando quando um planeta passa diante de seu sol.
O nome do telescópio é sigla para Convecção, Rotação e Trânsitos Planetários, e a participação brasileira, por meio do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências da Universidade de São Paulo (IAG-USP), foi fundamental. Inserido em uma órbita polar, o COROT não conseguiria realizar a varredura do hemisfério sul do céu não fosse pela Estação de Satélites Científicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), localizada em Natal (RN). Graças a isso, os técnicos e cientistas brasileiros adquiriram uma experiência valiosa em captação de dados e em pesquisa astronômica de ponta.
O problema que atingiu o telescópio ocorreu em 02 de novembro de 2012, quando uma falha de computador impediu que o COROT enviasse informações para a Terra. A ESA continuava sendo capaz de transmitir comandos à nave mas lamentavelmente, após várias tentativas de restaurar o funcionamento do computador, a agência declarou que o COROT teve sua missão encerrada. Em breve serão enviados comandos para que o telescópio saia de órbita e reentre na atmosfera da Terra, onde deverá queimar-se.
Entretanto, mesmo com o problema a missão COROT foi absolutamente coroada de êxito, obtendo informações inestimáveis quanto à física e à astro-sismologia de estrelas, e pesquisa de suas estruturas e composições químicas. O telescópio também estudou a evolução de estrelas gigantes vermelhas e de nossa própria galáxia, além de sóis massivos, aglomerados estelares e sistemas binários.
O COROT foi o primeiro instrumento a medir o raio de anãs marrons, objetos a meio caminho entre um planeta e uma estrela, e abriu um novo campo de estudo ao investigar as variações minúsculas em estrelas por meio da medição da frequência e amplitude com que brilham. Evidentemente a pesquisa mais divulgada era a de exoplanetas e, ao contrário do que é feito pela NASA com o Kepler, divulgando todo mundo alienígena candidato que seja encontrado, a ESA adotou uma política de expor somente os exoplanetas confirmados. Assim, a missão descobriu 32 mundos confirmados e ao menos outros 100 que aguardam confirmação.
Descrição de algumas das descobertas do COROT
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Saiba mais:
Livro: Dossiê Cometa
DVD: 50 Anos de Exploração Espacial Parte 3
Esta é a terceira parte de uma coleção de documentários que mostram a história da NASA desde sua fundação até seu 50º aniversário, apresentando de forma inédita suas conquistas, as inúmeras dificuldades e tragédias que marcaram sua trajetória e os planos da agência espacial para o futuro da humanidade no cosmos.