
A Terapia de Vidas Passadas (TVP) é uma abordagem terapêutica fundamentada na hipótese do renascimento sucessivo, mais conhecida como reencarnação, que se utiliza de técnicas semelhantes às da hipnose regressiva: o relaxamento, a concentração e a visualização criativa. Seu objetivo é percorrer o passado dos pacientes, nessa vida e em outras supostas existências passadas, por meio da indução a um estado alterado de consciência, a fim de encontrar a causa ou origem de traumas, bloqueios, conflitos, dores, enfermidades, transtornos, distúrbios, obsessões, compulsões, ansiedades e fobias.
Apesar de o método trabalhar com a suposição da realidade pré-uterina e da sobrevivência humana após a morte, ele não tem qualquer vínculo com religiões ou dogmatismos e, desse modo, se apresenta como um campo livre de ideias ortodoxas ou predeterminadas. Os dois pilares da TVP são a catarse e o chamado insight. A primeira é a expressão das cargas emocionais mal digeridas e não assimiladas do passado, e insight seria o surgimento espontâneo de uma nova perspectiva do ser humano sobre alguma dimensão até então desconhecida de si mesmo. Assim, o procedimento não tem como intenção conhecer intelectualmente os eventos decorridos, mas sim experimentá-los como se estivessem acontecendo agora, por meio da ativação das cargas traumáticas regressas que continuam a exercer influências negativas no presente do indivíduo.
Manifestações diversas
Para se submeter à terapia não é preciso que o paciente creia e nem tenha qualquer inclinação em aceitar o fenômeno, já que o renascimento sucessivo é tido pelos profissionais da área unicamente como possibilidade mais provável para explicar as manifestações físicas e emocionais produzidas durante a regressão de memória. No primeiro caso estão o choro, formigamento pelo corpo, ondas de calor, sudorese, taquicardia, entre outras, e, no segundo, angústia, medo, raiva, nojo, desespero, inquietação etc.
Por ser recente e ainda enfrentar muito preconceito e crítica da comunidade médica, a TVP é alvo de diversos rumores falsos, que comprometem sua credibilidade. Por exemplo, ao contrário do que se crê, a maioria das pessoas não procura o método por mera curiosidade, nem porque se sente como reencarnação de figuras históricas importantes. Igualmente contrariando o pensamento leigo sobre o assunto, ninguém pode ficar preso em uma vida passada durante uma sessão, impedido de retornar ao estado de consciência habitual. Também é incorreta a ideia de que visualizar existências em que fomos algozes de parentes e amigos pode nos deixar com sentimentos de culpa ou remorso.
Enfim, o tratamento só oferece risco se for realizado por profissionais despreparados e inexperientes, e em indivíduos do grupo de risco — cardíacos, grávidas, epilépticos, pessoas com pressão alta, esquizofrênicos e pré-psicóticos. Durante o procedimento, o paciente fica consciente, se recorda de todos os dados e não fica subjugado à autoridade de quem o aplica. O objetivo da técnica é sempre terapêutico.