A sonda européia Mars Express transmitiu pela primeira vez imagens de Marte feitas por um dos robôs móveis da NASA naquele planeta, graças ao uso de um mesmo sistema de telecomunicações entre ambas as equipes espaciais. A primeira transmissão aconteceu no dia 4 de agosto quando a Mars Express se encontrava a 1,4 mil km de distância do Planeta Vermelho, na vertical de \’Opportunity\’, um dos robôs de prospecção enviados pela Agência Espacial Norte-Americana à superfície de Marte, indicou a Agência Espacial Européia (ESA).
A sonda européia recebeu uma série de dados que \’Opportunity\’ tinha armazenado mediante um recurso do sistema conhecido como \’Proximity-1\’ – entre os quais havia 15 imagens científicas gravadas por suas nove câmaras – e as enviou ao Centro Europeu de Operações Espaciais em Darmstadt, na Alemanha. De lá foram enviaram imediatamente ao Jato Propulsion Laboratory (JPL) da cidade californiana de Pasadena, de onde a NASA faz o controle de seus robôs e pesquisas. A transmissão durou seis minutos com uma taxa de retransmissão de 42,6 megabytes por segundo e a operação deve repetir-se nesta terça-feira (10) com outra série de imagens captadas por \’Opportunity\’.
A ESA destacou que esta experiência pode preestabelecer a implementação de “uma rede de telecomunicações interplanetária comum, destinada a futuras missões a Marte” e “ilustra a vontade de cooperação das duas organizações (NASA e ESA) no terreno da prospecção espacial”. O responsável deste projeto no JPL, Richard Horttor, manifestou sua satisfação pela “forma como que se desenvolveu a operação” e disse estar “muito feliz de poder dispor da Mars Express”. Desde a aterrissagem dos robôs em Marte, os satélites da NASA Mars Odyssey e Mars Global Surveyor eram os que se encarregavam de fazer as transmissões das informações recolhidas em sua missão científica à Terra.
Por outro lado, Mars Express também experimentou, nos dias 3 e 6 deste mês, outras formas de ligação com \’Opportunity\’ e com seu robô gêmeo \’Spirit\’, quando se encontrava a 6 mil quilômetros da superfície do planeta. Desde essa posição, pôde captar um sinal de localização procedente do \’Spirit\’, o que demonstra que é possível utilizar esse dispositivo de comunicação em momentos críticos, como a descida para a superfície de um planeta ou outras manobras em órbita.