A aventura da exploração lunar ganha aspectos apimentados quando a China passa à frente dos Estados Unidos na exploração da Lua, com várias missões já enviadas ao nosso satélite natural. A última ocorreu há apenas algumas semanas e a NASA flagrou a sonda chinesa em ação.
No final de novembro, a missão chinesa Chang’e 5 foi lançada com destino à Lua, pousando com sucesso em nosso satélite natural na última terça-feira, dia 01, para coletar amostras de solo. Então, na quarta-feira, dia 02, o módulo de pouso da missão foi flagrado pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da NASA, que já estuda a Lua há mais de 10 anos. A LRO tirou a foto pouco depois de a Chang1e 5 realizar seu feito histórico. Foi a primeira vez que amostras lunares foram coletadas desde 1976.
Infelizmente, a China optou por não transmitir o pouso ao vivo. Mesmo assim, vídeos com as imagens do grande momento foram publicados posteriormente, e este material permitiu que a equipe da LRO se preparasse para localizar rapidamente a nave na região do pico vulcânico Mons Rümker, no Oceanus Procellarum (o Oceano das Tormentas), e, assim, deixar tudo pronto para avistá-la no dia seguinte — e deu certo! A LRO passou pela região e flagrou o lander em meio a um triângulo de crateras.
Fluxos massivos de lava basáltica
A área próxima do lander da Chang’e 5 é relativamente plana, e foi formada por lava basáltica. Assim como acontece com fluxos de basalto na Terra, a formação local é o resultado de fluxos massivos de lava basáltica, originados de erupções que devem ter ocorrido entre 1 e 2 bilhões de anos atrás.
O quadrado branco indica a região em que o lander estava, que pode ser visto no ponto claro e brilhante no centro
Embora tudo pareça tranquilo na imagem, a Chang’e 5 seguiu a todo vapor em seu trabalho: foram coletadas amostras de solo lunar de grande importância científica, que deverão ajudar os cientistas a entender o motivo de a atividade vulcânica ter ocorrido por lá bem antes de outros lugares na Lua. A foto foi feita antes da ignição do módulo de ascensão da nave, que partiu da superfície lunar com as amostras no dia 03.
Depois do sucesso do encontro entre ambos, o veículo se acoplou de forma autônoma com o módulo de serviço orbital da Chang’e 5, para o qual transferiu o material obtido. A decolagem já ocorreu, e a viagem de volta da dupla começa nesta semana. Quando a nave estiver próxima da Terra, o conteúdo coletado será transferido para uma cápsula de reentrada, criada especialmente para resistir aos efeitos agressivos da entrada na atmosfera terrestre. O pouso da cápsula deverá ocorrer entre os dias 16 e 17 de dezembro.