Um dos maiores mistérios da humanidade — e não apenas da Ufologia — são as abduções alienígenas, circunstâncias em que ficamos frente a frente com seres provenientes de outras paragens do universo, que se desenvolveram a ponto de alcançar o voo interestelar para chegarem até aqui. Ainda que o processo abdutivo se dê à força, por imposição física ou mental de nossos abdutores, e que isso não resulte em qualquer benefício para as vítimas, o fato é que tais ocorrências são reais e assim já foram provadas, e elas nos colocam diretamente em contato com outras espécies cósmicas. Toda a experiência tem suas fases já dissecadas pelos ufólogos, e apesar de alguns abduzidos recordarem de apenas um único incidente dramático, quando um caso é cuidadosamente investigado, eles se lembram de contatos que ocorreram no início da infância ou ainda quando bebê. Isso torna as abduções ainda mais surpreendentes.
Indícios de tais casos na infância de uma pessoa incluem a memória de uma presença ou homenzinhos no quarto, lembranças de uma inexplicável luz intensa nos cômodos da casa, sensação de um zumbido ou vibração durante a ocorrência — até impressão de se ter flutuado ou de se ter visto de perto um UFO. Sonhos realistas de ser levado para uma sala estranha ou estar enclausurado em locais onde foram realizados os processos intrusivos e lapsos de memória da passagem de tempo de uma hora ou mais — durante os quais os pais não encontraram seus filhos — são indicadores comuns das abduções alienígenas, tanto em crianças quanto em adultos. Às vezes, os aliens são lembrados como colegas de brincadeiras ou até mesmo como curandeiros por certas tribos. Geralmente, os abduzidos sentem que essas criaturas são protetoras durante a infância, mas os contatos tornam-se mais sérios e perturbadores na puberdade.
Processos dolorosos
A investigação de tais ocorrências mostra que até mesmo crianças podem se sentir aterrorizadas com a experiência de serem levadas em direção ao espaço, em uma nave alienígena e contra a sua vontade — além de serem submetidas a processos dolorosos. Com frequência, crianças abduzidas revelam esses contatos aos pais, mas eles pensam ter sido apenas um sonho. Eventualmente, aprendem a seguir vivendo tais fatos sozinhos, e comumente resolvem não contar mais nada a ninguém, até que, quando adultos, decidem investigar esses fatos. Experiências com abdução seguem com uma família às vezes até três gerações. Também nesse caso, a peculiar mistura de defesas psicológicas e um aparente controle da lembrança através de forças comandadas pelos alienígenas tornam difícil se desenvolverem estatísticas com relação ao número ou porcentagem de parentes envolvidos.
Especialmente pais que eventualmente tenham visto um UFO de perto, ou que até mesmo tiveram uma experiência com abdução, no início, geralmente negam suas próprias experiências, e até mesmo as dos filhos, não querendo ser lembrados dos seus próprios traumas com a abdução. Às vezes, crianças relatam ter visto um dos pais na nave, mas, ao confrontá-lo com essa situação, o pai pode não recordar de ter sido abduzido. Ou pode ocorrer o inverso: um pai ou um irmão mais velho se lembram de terem sido abduzidos e se sentem profundamente perturbados com o fato de não terem conseguido proteger o filho ou irmão. Ou, ao contrário, uma criança pode se ressentir com o fato de um pai ou irmão não a ter protegido. Este pequeno resumo de como as abduções alienígenas se processam dentro do meio familiar nos fornece a ideia de quão sério e intrincado é o tema.
E mais: apesar de a abdução poder ser recorrente por toda a vida da vítima, o padrão e a exatidão desses contatos até hoje não são claros. Sabe-se, no entanto, que representam um processo de monitoramento da espécie humana por outras inteligências cósmicas, mas com que propósito? A natureza imprevisível da recorrência de um sequestro é um dos aspectos mais angustiantes do fenômeno, tanto para os pesquisadores quanto para as testemunhas.
Sinais claros de abduções
Mas há outros sintomas ligados à associação inconsciente de fatos com elementos particulares de experiências desse gênero — eles podem indicar um possível histórico de abduções, mas não são, por si mesmos, definitivos. Incluem uma sensação geral de vulnerabilidade, principalmente à noite, medo de hospitais devido aos procedimentos de intervenção realizados nas naves, pavor de voar, de elevadores, animais, insetos e contato sexual.
Determinados sons, odores, imagens ou atividades que são perturbadoras sem motivo aparente para uma pessoa podem, posteriormente, mostrar-se correlacionados a uma abdução que ela tenha sofrido na infância ou adolescência. Insônia, medo do escuro e de ficar sozinho à noite, dormir com a luz acesa, pesadelos e sonhos de estar em estranhas naves voadoras ou enclausurado, tudo isso também é comum entre os abduzidos. Irritações na pele, cortes, furos ou outras lesões podem surgir da noite para o dia. Sangramentos inexplicáveis do nariz, ouvido ou reto podem ter um significado surpreendente se forem associados a fenômenos de abdução. Outros sintomas são dores nos sinos nasais, queixas urológicas ou ginecológicas, além de dificuldade urinária durante a gravidez e sintomas gastrointestinais persistentes.
Por mais que seja complicado fazê-lo, a investigação de casos de abdução pressupõe um desafio especial ao ufólogo, já que a maior parte das informações obtidas na investigação não se encaixa nas noções de realidade. A tentação é aceitar algumas experiências, principalmente as que parecem fazer algum sentido dentro do nosso paradigma espaço-temporal, e rejeitar outras que parecem absurdas e distantes do ponto de vista físico. Suspeita-se que essas discriminações não sejam sensatas ou úteis, pois todo fenômeno em si é tão bizarro, do ponto de vista ontológico ocidental, que aceitar algumas experiências e rejeitar outras, por sua estranheza, parece ilógico — além do que, isso poderia limitar prematuram
ente o objetivo do estudo de um fenômeno sobre o qual conhecemos tão pouco.
O critério a ser utilizado na investigação das abduções alienígenas deve partir da premissa de que seu relato pela vítima foi sentido e comunicado com sinceridade e forte sentimento com relação ao que foi narrado. Isso não significa, no entanto, concluirmos que o que a vítima descreveu ocorreu literalmente em nosso mundo físico. Temos que distinguir três tipos ou níveis de informação. O primeiro é o que se poderia chamar de nível físico aparente e se refere a fenômenos tais quais o contato visual e a localização por radar, luz e sons, partes de solos chamuscadas, gravidez interrompida e lesões na superfície ou implantes deixados nos corpos dos abduzidos após as experiências. São fenômenos que parecem ocorrer dentro dos limites do universo físico familiar à ciência e que podem ser estudados através de métodos empíricos.
Cenários dos procedimentos
Os fenômenos que talvez possam ser entendidos dentro dos limites do nosso universo espaço-temporal vêm em segundo lugar, isso se tivermos conhecimento científico e tecnológico e habilidade para isso. Seriam os que sugerem tecnologias milhares de anos a nossa frente. Esses não são, pelo menos teoricamente, discrepantes de alguns tipos de ramificações das leis físicas estabelecidas pela ciência moderna. Nessa categoria se incluiriam, também, o modo pelo qual as naves chegam até aqui, como os alienígenas fazem pessoas flutuarem através de portas, janelas e paredes, o “desligamento” da memória e da consciência dos abduzidos e outras formas de controle da mente — além da criação de fetos híbridos e encenação de imagens convincentemente nítidas de paisagens experimentadas pelos abduzidos como se fossem reais.
O terceiro tipo ou nível de informação sobre as abduções alienígenas se dá quando há experiências narradas pelas vítimas para as quais não conseguimos conceber uma explicação dentro dos limites de nossa física. Isso inclui o aparente domínio das viagens mentais realizadas pelos ETs e às vezes até pelas próprias vítimas, a sensação de que os acontecimentos não se deram em nosso universo espaço-temporal, a percepção de outras realidades, a profunda sensação de retornar à fonte do ser, da criação ou da consciência cósmica etc. Outro aspecto dessa questão, manifestado nos abduzidos, é a experiência de dupla identidade humana-alienígena, isso é, de que eles são de origem alienígena. E o convincente reviver de vidas passadas, incluindo os grandes ciclos do nascimento e da morte.
Certos sons, alguns odores, imagens e até atividades que são perturbadoras sem motivo aparente para uma pessoa podem, posteriormente, mostrar-se correlacionados a uma abdução que ela tenha sofrido na infância ou na adolescência
Além disso, os extraterrestres parecem mudar de forma, geralmente aparecendo para os sequestrados, a princípio, como animais, enquanto que as próprias naves podem ser disfarçadas em helicópteros — a ligação com animais é bastante convincente para muitos dos abduzidos. Esses fenômenos não podem ser entendidos dentro da estrutura das leis da ciência, embora sejam bastante consistentes em relação às crenças desenvolvidas há milhares de anos por outras culturas não ocidentais. Há ocorrência de testemunhos independentes, mas isso é relativamente raro e de natureza limitada. Assim como em muitos aspectos do fenômeno, a evidência pode ser convincente, mas, ao mesmo tempo, sutilmente perturbadora e difícil de ser corroborada com a quantidade de dados de sustentação requeridos por uma prova.
Como se estivesse morto
Casais costumam ser “desligados” pelos abdutores enquanto um dos cônjuges está sendo sequestrado e dorme durante o evento. O abduzido, às vezes, se sente bastante frustrado quando seus gritos não conseguem acordar o parceiro ao lado, que pode se encontrar em um estado de inconsciência mais profundo do que o sonho — como se estivesse morto. O pesquisador Budd Hopkins, já falecido, investigou um caso no qual uma testemunha relatou de que, da Ponte Brooklyn, em Nova York, viu uma paciente dele, Linda Cortile, ser levada por alienígenas do décimo segundo andar de seu apartamento até uma nave estacionada no ar — que mergulhou no Rio East em seguida. Essas observações da tal testemunha correspondem exatamente ao que a própria Linda contou a Hopkins sobre sua abdução, em 1989.
O Caso Linda Cortile é o único documentado em que uma pessoa, que não foi abduzida, revelou ter testemunhado um sequestro que realmente ocorreu. Os observadores de tais experiências, ao que parece, são geralmente apenas os próprios abduzidos, que levantam questões sobre sua objetividade ao tentarem se lembrar dos fatos. Às vezes, de acordo com as narrativas, a ausência do abduzido durante cerca de meia hora pode ser notada por membros da família ou outras pessoas. Ou, mais raramente, durante dias, como no famoso caso de Travis Walton, ocorrido em 1978. Mas, neste e em outros sequestros, ninguém os viu serem levados a uma espaçonave — e nem há provas seguras de que a abdução foi a causa da ausência. Há um exemplo interessante desse tipo, o da filha de oito anos de uma de minhas pacientes, que também me havia revelado experiências com abdução. Ao procurar por sua mãe, a menina percebeu que ela não estava no quarto durante a noite.
A senhora relatou depois que tivera uma experiência de abdução justamente no período em que a filha notou seu sumiço. Pela manhã, a menina disse à mãe: “O papai estava lá, a coberta do seu lado da cama estava dobrada, mas você tinha sumido”. Outra paciente narrou a abdução de uma colega de quarto, no dormitório da escola. Disse ter visto a amiga voltar, atravessando a porta pela qual tinha sido levada. Quando os seres a devolveram, a paciente observou que “a cabeça dela estava caída para o lado, e os cabelos também. Pensei que estivesse morta”. No entanto, tempos mais tarde, ela própria experimentou uma abdução.
O interior de um disco voador
Observações de UFOs nas proximidades onde uma pessoa revelou ter sofrido uma abduç&ati
lde;o é outro tipo de prova corroborativa, principalmente quando o sequestrado não chega a ver a nave. Às vezes, indivíduos narram terem sido levados para o interior de uma nave através do bojo ou de portais ovais ao longo de sua fuselagem, embora geralmente não se recordem do momento exato de seu ingresso ao veículo. Lá dentro podem, a princípio, notar que estão em uma pequena sala escura, uma espécie de vestíbulo. Mas logo são levados para um ou mais aposentos maiores. Essas salas são claras, iluminadas por fontes de luzes indiretas — as paredes e os tetos são curvos e geralmente brancos, embora o chão possa parecer escuro.
Dentro dos UFOs, aparelhos semelhantes a computadores e outros equipamentos se encontram alinhados nos lados das salas, que podem ter balcões e vários níveis e nichos. Os instrumentos não são nada parecidos com os nossos. Há pouca mobília no interior de naves alienígenas, geralmente limitada a poltronas com encaixe para o corpo e mesas com apenas um suporte. O ambiente dos UFOs é quase sempre estéril e frio, parecido com um hospital, exceto quando ocorrem alguns tipos de ações mais complexas. Dentro das naves, os abduzidos normalmente observam a tripulação ocupada com a execução de tarefas, monitoração da aparelhagem e a manipulação dos procedimentos da abdução.
Os seres descritos são de vários tipos. Aparecem ora como entes luminosos altos ou baixos, que podem ser transluzentes ou pelo menos não sólidos, podendo ter aparência de réptil. Assim como seres loiros com semblante humano nórdico — às vezes são observados ajudantes aparentemente terrestres trabalhando junto com aliens. Entretanto, de longe, as entidades mais comumente relatadas são os pequenos humanoides cinzas ou grays, com um metro ou um pouco mais de altura. Eles são principalmente de duas espécies — os chefes ou operários, que se movem ou deslizam como robôs, do lado de fora ou no interior das naves, e executam várias tarefas específicas.
Líderes e operários
Acima de ambos os tipos de grays sempre há um líder geral da nave, mais alto e forte, o “doutor”, como alguns abduzidos costumam chamá-lo. Entidades que se parecem com enfermeiras e trabalhadores com funções especiais também foram observados pelos abduzidos. O líder descrito geralmente é macho, embora também existam líderes fêmeas — a diferença de gêneros não é claramente determinada pela anatomia, mas mais por uma sensação intuitiva que os abduzidos encontram dificuldade em verbalizar. Já os grays registrados têm cabeça grande e em forma de pera, com uma protuberância na parte de trás, braços compridos com três ou quatro longos dedos, tronco fino e pernas espichadas. Não foram vistas genitálias externas neles, com raras exceções.
De maneira geral, os seres grays observados não têm pelos nem orelhas, possuem narinas diminutas e um fino traço como boca, que raramente se abre ou expressa emoção. De longe, a característica que mais se destaca neles são os enormes olhos negros, que se curvam para cima. Não parecem ter pupilas, apesar de, ocasionalmente, serem comparados a uma espécie de olho dentro do olho, como se a parte preta externa fosse uma espécie de óculos. Tais olhos têm um poder dominador e os abduzidos em geral sentem medo de encará-los. Os alienígenas costumam vestir uma espécie de túnica justa e inteiriça, levemente adornada, e botas — menciona-se também, com frequência, o uso de uma espécie de capuz. O líder, segundo revelam as vítimas de abduções alienígenas, é um pouco mais alto — talvez com cerca de 1,2 ou 1,5 m, no máximo — e seus traços são semelhantes aos dos ETs menores, exceto por parecerem mais velhos ou mais enrugados. Ele é o encarregado dos procedimentos na nave.
A atitude dos abduzidos em relação ao líder é geralmente ambivalente. Eles costumam reconhecer sua existência em suas vidas e mantêm uma estreita ligação com ele, experimentando uma forte relação de afeto, que até mesmo pode ser recíproca. Ao mesmo tempo, ressentem-se do controle que o líder exerce em suas vidas. A comunicação entre os aliens e humanos é telepática, sem que seja necessário o aprendizado de uma língua comum. Os procedimentos que ocorrem nas naves são descritos em detalhes na literatura sobre abdução, e podem ser classificados em dois tipos: físicos e informativos. O abduzido quase sempre é despido e forçado, nu ou vestindo apenas uma roupa simples, como uma camiseta, a deitar-se sobre uma mesa com encaixe para o corpo, onde ocorre a maioria das operações.
O protagonista da experiência pode ser o único a estar sendo submetido ao processo durante uma abdução em particular, ou ele também pode ver um, dois ou mais humanos sendo submetidos a intrusões semelhantes. Os seres parecem estudar interminavelmente seus abduzidos, examinando-os com intensidade — em geral com os enormes olhos bem próximos da cabeça dos humanos. As vítimas podem sentir como se o conteúdo de suas mentes estivesse sendo revelado ou absorvido. Pele, cabelo e amostras do interior do corpo são retiradas com a utilização de vários instrumentos, descritos detalhadamente depois da experiência, pois são usados para penetrar em todas as partes do corpo da vítima.
Extensos e cansativos processos também são relatados pelos abduzidos, como se passassem por uma cirurgia, às vezes executada no interior da cabeça, a qual os abduzidos acreditam ter alterado seus sistemas nervosos. O procedimento mais comum e importante envolve o sistema reprodutor dos abduzidos — instrumentos que penetram o abdome ou os órgãos genitais são usados para a retirada de amostras de esperma de homens e para remover ou fertilizar óvulos de mulheres. Mulheres abduzidas revelaram ter sido emprenhadas pelos alienígenas e posteriormente terem tido seus fetos híbridos ou não removidos. Nesses casos, viram os pequenos embriões serem colocados em recipientes no interior da nave e, durante abduções subsequentes, puderam perceber as incubadoras onde os bebês híbridos eram criados.
Algumas mulheres chegaram a observar crianças híbridas mais velhas, adolescentes e adultos, que seriam seus filhos — segundo informação dada pelos alienígenas ou porque, intuitivamente, sabiam serem seus. Às vezes os ETs tentam fazer com que as mães humanas segurem e amamentem essas criaturas dentro das naves. A princípio, tudo isso perturba profundamente os abduzidos. Seu terro
r, entretanto, pode ser amenizado de alguma forma com garantias dadas pelos alienígenas de eles que não serão machucados, ou através de métodos de redução da ansiedade ou anestesia. Tais procedimentos incluem instrumentos que afetam a energia ou as vibrações — palavras usadas comumente pelos abduzidos — do corpo, reduzindo em grande parte o medo ou a dor sentida pelas vítimas, levando-as a estados de considerável relaxamento.
Relacionamento com alienígenas
Porém, em outros casos, os métodos falham completamente e o terror, a dor e a raiva acabam sendo produzidos pelos aparelhos usados para a extinção das emoções. Em várias ocorrências, o procedimento traumático da abdução, semelhante ao de um estupro, pode ir se alterando na medida em que os abduzidos forem atingindo novos níveis de compreensão do que está ocorrendo — ou conforme seu relacionamento com os alienígenas for se modificando durante o curso dos trabalhos. Em suma, o aspecto puramente físico ou biológico do fenômeno da abdução alienígena parece ter a ver com alguma espécie de engenharia genética, com o propósito de criar uma prole híbrida humano-alienígena.
Os procedimentos que ocorrem nas naves são descritos em detalhes. O abduzido quase sempre é despido e forçado, nu ou vestindo apenas uma roupa simples, a deitar-se sobre uma mesa com encaixe para o corpo, onde ocorre a maioria das operações
No entanto, ainda que seja forte tal constatação, não temos provas de uma alteração genética induzida por extraterrestres em humanos, no estrito senso biológico, embora seja possível que tal fato tenha ocorrido. Outro aspecto importante relacionado à abdução tem a ver com o fornecimento de informações aos abduzidos e com a alteração da sua consciência. Não se trata apenas de um processo puramente cognitivo, mas algo que atinge profundamente a vida emocional e espiritual das vítimas, transformando radicalmente a percepção que têm delas mesmas, do mundo e de seu lugar aqui. As informações recebidas se referem ao destino da Terra e nossa responsabilidade pelas destruições que estão acontecendo nela — são transmitidas por processo telepático e através de fortes imagens mostradas em telas de monitores das naves, semelhantes à televisão.
Nesses casos, cenas da Terra devastada por um holocausto nuclear, vastos panoramas de águas e paisagens poluídas e sem vida, imagens apocalípticas de gigantescos terremotos, incêndios, enchentes e até mesmo fendas no próprio planeta são mostradas pelos alienígenas. As cenas são profundamente perturbadoras para os abduzidos, que as tomam como uma previsão do futuro do planeta. Para alguns dos sequestrados também são dadas tarefas para um eventual holocausto futuro, como a de alimentar os sobreviventes. Ou eles são informados de que alguns perecerão enquanto outros serão levados para um lugar diferente, a fim de participar da evolução da vida no universo.
Transformação de consciência
Há investigadores de abduções que acreditam que tais imagens não são mostradas com o propósito de alterar o curso da história do planeta de uma maneira positiva. Ao contrário, sustentam eles, os seres estariam estudando as reações dos abduzidos e levando-os a acreditar que estão preocupados com o nosso destino, porque se preparam para dominar a Terra — uma vez que, estima-se, eles mesmos podem ter sido destruídos por um apocalipse científico e tecnológico similar ao que poderá nos atingir. Alguns investigadores argumentam ainda que, se os alienígenas estivessem realmente interessados em nosso bem-estar, eles se manifestariam de maneira mais decisiva e interviriam diretamente em nossos assuntos.
Seja como for, vítimas de abduções alienígenas também relatam que os próprios alienígenas, quando confrontados com esse assunto, dizem que não estamos prontos para a revelação da sua existência, e que nós os trataríamos agressivamente. Alguns sequestrados informam que os extraterrestres não querem fazer mudanças através da coerção, mas sim através de uma transformação de consciência que nos levaria a escolher um curso diferente para a espécie humana. Os abduzidos normalmente fornecem menos detalhes sobre seu retorno à Terra do que sobre a própria abdução. Em geral, são trazidos de volta para a cama ou o carro de onde foram levados — porém, às vezes, são cometidos enganos e eles podem ser devolvidos longe, até mesmo a quilômetros de distância, embora isso seja muito raro.
Os pequenos equívocos na devolução de suas vítimas são mais comuns para os abdutores, como colocarem os abduzidos virados para o lado errado da cama, com seu pijama abotoado ao contrário ou do avesso, ou faltando alguma peça do vestuário. Hopkins conta um caso de 1992 no qual dois abduzidos foram devolvidos para carros errados, de onde haviam sido levados — curiosamente, ao se cruzarem na estrada, os motoristas reconheceram o carro um do outro. Eles foram então “reabduzidos” e devolvidos aos veículos certos.
Marcas físicas das abduções
Após uma abdução, a vítima pode ter vários graus de memória sobre sua experiência. Às vezes, o que aconteceu a ela será lembrado como um sonho — em geral, ela fica exausta e sente como se tivesse passado por uma experiência estressante. O fenômeno físico que acompanha as abduções é importante, mas ganha um significado primordial na medida em que corrobora as próprias experiências das vítimas, pois os efeitos tendem a ser sutis e por si só não convenceriam um cientista ou médico. Por exemplo, embora os abduzidos tenham certeza de que cortes, cicatrizes e pequenas ulcerações recentes surgiram em seus organismos após experiências relacionadas aos procedimentos executados na nave, essas lesões são em geral bastante triviais para terem um significado médico.
De forma semelhante, com muitas mulheres abduzidas, além terem sido engravidadas por aliens e o produto da gravidez removido durante as abduções, não há casos concretos nos quais o médico tenha documentado que um feto desapareceu como resultado de um sequestro extraterrestre. Muitos abduzidos também notam que aparelhos elétricos ou eletrônicos apresentam defeitos por ca
usa da abdução ou simplesmente quando as vítimas estão nas proximidades — mas é quase impossível provar que esses distúrbios estejam relacionados a esses fatos, ou mesmo que eles ocorram. Além disso, os abduzidos frequentemente se convencem de que algum tipo de aparelho localizador foi implantado em seus corpos, sobretudo na cabeça, a fim de que os abdutores possam rastreá-los ou monitorá-los. Seriam uma espécie de implantes ou biochip.
Esses supostos aparelhos podem ser sentidos como pequenos nódulos sob a pele, e, em vários casos, minúsculos objetos são retirados de seus corpos e analisados bioquimicamente por meio de microscópios eletrônicos. Ainda se discute se os implantes assim recuperados são compostos de elementos raros ou combinados de maneira inusitada. Engenheiros químicos e outros especialistas em tecnologia de materiais informam que seria difícil fazer um diagnóstico positivo da natureza de qualquer substância desconhecida, sem haver maiores informações sobre suas origens. Na melhor das hipóteses, seria quase impossível atestar se uma substância é de origem terrestre ou biológica humana. De fato, caso esses objetos tivessem mesmo sido colocados nos corpos das vítimas por ETs, não seria difícil adaptá-los, combinando-os com o próprio sistema químico do corpo — mas análises não detectariam nada incomum.
Mantendo suas ações invisíveis
Como ocorre com várias pessoas que sentem nitidamente nódulos em seu corpo após uma abdução, que não estavam lá anteriormente, quando as vítimas se submetem à extração cirúrgica daquilo, o laboratório ou os médicos geralmente não encontram nada de estranho no tecido. É como se os implantes ou biochip tivessem sido extraídos por quem os colocou — talvez para assegurar que continuem longe de nossos laboratórios. Houve muita empolgação entre os especialistas quando foram descobertos os primeiros implantes. Ali, finalmente, estaria uma prova física concreta das abduções, um objeto verdadeiro de um mundo alienígena. Entretanto, o fato de que o fenômeno se revele dessa forma não é tão animador, e esperar por isso pode até ser um erro de padrões lógicos.
Em outras palavras, talvez seja errado torcer para que um fenômeno, cuja própria natureza é sutil, descortine seus segredos através de uma metodologia que opera em um nível inferior de consciência. Por causa da relativa fragilidade das descobertas físicas, apesar de genuínas, uma pesada carga de provas da realidade das abduções cai sobre as ocorrências vividas ou testemunhadas pelos próprios “experienciadores”, como os chamamos. Uma teoria que pode começar a explicar o fenômeno dos sequestros terá que contar com várias dimensões básicas. A primeira é o alto grau de consistência dos relatos de abdução, narrados com a emoção apropriada pelas vítimas — há ausência de doença psiquiátrica ou outros fatores psicológicos e emocionais aos quais pudesse ser creditado o que está sendo narrado, e as transformações físicas que afetam os corpos dos abduzidos seguem sem nenhum padrão psicodinâmico evidente.
Outro fator importante está na associação da abdução alienígena com avistamentos de UFOs feitos independentemente por outras pessoas enquanto ocorrem sequestros — que o abduzido pode não ter visto. Também temos os relatos feitos por crianças com dois e três anos de idade, que, claramente, não têm nenhuma explicação satisfatória. Também é desnecessário dizer que as abduções afetam profundamente quem as experimenta — seus efeitos são traumáticos e perturbadores, mas também podem ser transformadores, levando a uma significativa mudança pessoal e progresso espiritual. Se esses elementos são intrínsecos ao fenômeno da abdução, por causa em parte do trabalho terapêutico integrado com o pesquisador, ou se é um subproduto do acordo com relação à natureza das experiências, é uma questão a ser explorada.
Eterna sensação de isolamento
O aspecto traumático das abduções tem quatro dimensões. A primeira são as próprias experiências, nas quais as vítimas relatam terem sido paralisadas e levadas contra a vontade por seres estranhos para uma nave alienígena e submetidas a processos intrusivos, como um estupro — alguns dos quais são especialmente humilhantes para a pessoa. Em vista disso, é surpreendente que as pessoas sequestradas, em geral, não sejam mais abaladas emocionalmente do que são. Em segundo lugar, o abduzido sofre uma eterna sensação de isolamento, estranhando as pessoas que o cercam. Lembre ou não conscientemente muitos elementos de suas experiências, a vítima sente que é de alguma forma diferente, que não pertence a nossa sociedade.
Quando criança os adultos lhe dizem que os eventos relacionados à abdução foram um sonho, ou mesmo que ela estava mentindo — e é por isso que aprende a manter esses assuntos para si mesmo. Já quando adulta, a vítima não fala de suas experiências, exceto em condições em que há confiança, pois sabe que será encarado com ceticismo e com falsas interpretações, quando não com escárnio.
Cenas da Terra devastada por um holocausto nuclear, vastos panoramas de águas e paisagens poluídas e sem vida, imagens apocalípticas de gigantescos terremotos, incêndios, enchentes e até mesmo fendas no próprio planeta são mostradas pelos alienígenas
No terceiro caso, os abduzidos experimentam o chamado “choque ontológico” ao se aprofundarem na realidade de seus contatos. Eles, como todos nós, foram criados sob a crença de que os habitantes da Terra estão sozinhos no universo, e que simplesmente não é possível seres inteligentes entrarem em nosso mundo sem usar avançadas formas de nossa tecnologia e obedecer as leis da nossa física. Abduzidos têm tendência a persistirem na esperança de que será encontrada uma explicação psicológica para as suas experiências, mesmo quando dizem que o que aconteceu com eles foi verdadeiro. Finalmente, os traumas relacionados com a abdu&ccedi
l;ão são incomuns, uma vez que podem se repetir a qualquer momento — os sequestros são imprevisíveis e sua recorrência na vida de uma pessoa não segue qualquer padrão preestabelecido.
Pais abduzidos, ao descobrirem que um ou mais de seus filhos também estão tendo contatos de abdução, geralmente procuram primeiro investigar suas próprias experiências. A descoberta de que não conseguem cumprir suas responsabilidades protetoras, como pais, rompe a recusa deles e os motiva ao confronto com suas próprias experiências soterradas, para serem mais úteis aos filhos que passam por tais traumas.
Distúrbios sexuais
Além dos efeitos traumáticos específicos sofridos pelas vítimas de abduções alienígenas em longo prazo, elas também podem passar por uma infinidade de sintomas sutis. Eles incluem vários tipos de temores, como os de hospital e seringas, além de dores de cabeça, problemas gastrointestinais, urológicos ou ginecológicos, e até distúrbios de função sexual. É de certa forma irônico, em vista dessas sequelas patológicas, que muitos abduzidos tenham experimentado ou testemunhado a cura de estados que vão desde um simples ferimento à pneumonia ou leucemia infantil. Mas é interessante que nem todos os abduzidos tenham vivenciado os traumáticos procedimentos intrusivos que caracterizam o fenômeno.
Talvez não se trate simplesmente de uma questão de resistência ou recusa. Algumas pessoas parecem ser selecionadas para serem instruídas, ou até mesmo esclarecidas, em uma espécie de reprogramação por seres geralmente delicados ou luminosos. Talvez essas pessoas, que parecem possuir qualidades de liderança espiritual, tenham uma percepção diferente, sejam mais temerosas — ou mais dispostas a perder o controle e agir movidas pelo seu terror — do que outros abduzidos. Da mesma forma, um histórico de abduções pode causar uma grande tensão em uma relação íntima, matrimonial ou de outra espécie. Isso ocorre em especial quando um dos cônjuges é abduzido e o outro, não — quando este não consegue aceitar a realidade das experiências do companheiro. Relacionamentos também são rompidos quando um dos dois consegue um desenvolvimento pessoal significativo — direta ou indiretamente resultante de suas experiências —, deixando o parceiro para trás.
Os ufólogos que se dedicam à investigação das abduções alienígenas devem dar maior atenção aos aspectos do progresso transformacional e espiritual por que passam os abduzidos, um lado da questão que tem sido negligenciado ou encarado como incompatível com a dimensão traumática. Além disso, essa área tão pouco pesquisada tem um considerável significado. Não está claro por que acontece, mas a maior parte dos pacientes está enquadrada nesses casos. Em qualquer evento, deve-se tentar ser o mais escrupulosos possível para não levar pacientes a uma direção em particular, a fim de que, se uma informação relevante para os aspectos da expansão espiritual ou da consciência da abdução emergir durante as sessões, isso seja feito livre e espontaneamente, e não como resultado de um interrogatório.
Diálogo de humanos e ETs
Também é de suma importância entender a mudança que ocorre no relacionamento entre o sequestrado e os alienígenas, antes de ser recebida a informação através do estado alterado da consciência. Embora a interação com extraterrestres possa ter sido divertida e até mesmo íntima na tenra infância, ela tende a se modificar para mais perturbadora e traumática ao se aproximar da puberdade e terem início os projetos reprodutivos híbridos. Quando ocorre uma intervenção traumática, os abduzidos tendem a se sentir como vítimas de seres hostis que os veem friamente ou simplesmente como espécimes de um projeto que serve apenas às necessidades dos ETs — podem sentir-se traídos pelos aliens. Mas, à medida que o trabalho se aprofunda, quando a força desse extraordinário contato é reconhecida e o abduzido passa a aceitar a sua falta de controle sobre o processo, o medo e a adversidade do relacionamento parecem dar lugar a uma relação mais recíproca, na qual pode ocorrer uma mútua comunicação entre humanos e extraterrestres.
Implantes alienígenas são diminutos aparelhos que podem ser sentidos como pequenos nódulos sob a pele dos abduzidos. Quando retirados dos corpos das vítimas e analisados bioquimicamente, revelam-se interessantes artefatos
É curioso, mas abduzidos podem até sentir um profundo afeto pelos alienígenas que os abduzem e também perceber que são correspondidos — o contato através dos olhos parece desempenhar um importante papel nesse processo. Ao invés de, por exemplo, os abduzidos ficarem ressentidos com o fato de terem seu esperma e óvulos usados pelos alienígenas no projeto de hibridização, eles passam a sentir que estão participando de um valioso processo de criação e evolução da vida. Há ufólogos que poderiam argumentar que essa mudança nos sequestrados, diante de uma situação de impotência como a da própria abdução, é, na realidade, uma mudança defensiva com a finalidade de mitigar a dor e o pânico.
Luta do bem contra o mal
Esta situação poderia ser considerada uma tentativa do ego de manter o senso de domínio, abrindo mão da voluntariedade que está sendo tomada à força — ou uma tentativa de reduzir uma dissonância cognitiva, fazendo crer que o custo emocional dessa experiência traumática possa ser equilibrado pelo fornecimento de algo bom e positivo para o universo. Por outro lado, é possível que a superação da experiência do sequestro possa dar ao abduzido acesso a experiências de significado transpessoal, sensação de amor universal e união que tornem possível essa compaixão. Da mesma forma, é difícil, na área das experiências relacionadas ao progresso espiritual ou transformacional, separar causa e efeito, ou mesmo pensar apenas em termos causais.
Neste aspecto da questão, valem as perguntas: será que um abduzido recebe e transmite informações sobre a experiência de uma vida passada porque sua percepção está aberta à possibilidade de tal assunto? Ou a emergência na consciênc
ia da lembrança de uma vida passada, facilitada pelo trabalho em conjunto, revela um horizonte pessoal expandido e alarga o senso do próprio ser em relação ao contexto maior da consciência universal? O fato de que o relacionamento entre abduzidos e alienígenas possa evoluir de forma expressiva com o tempo nos faz questionar a divisão dos seres entre os que são construtivos, bons e benevolentes e outros que são ameaçadores e hostis, dispostos a dominar o nosso planeta.
Um exemplo disso é a ideia de que os chamados seres de luz são bons ou atenciosos, e de que os cinzas são metódicos e indiferentes. Essa espécie de rótulo caracteriza os grupos humanos e as relações étnicas, e tem muito pouco a ver com as relações interespécies. Além do mais, é comum aos abduzidos se encontrarem com entidades que aparentam serem feitas de luz e também com os pequenos cinzas, répteis e outros tipos de seres durante a mesma abdução. É possível que estejamos lidando com relacionamentos evolucionários por natureza e não compreensíveis nos termos lineares de nossas polaridades.
Há alguns tipos de experiências, que ocorrem durante abduções, que parecem estar relacionadas com o progresso pessoal e de transformação — ocorre o total experimento de terror e raiva associados à impotência e à instrumentação intrusiva nas naves. Então o reconhecimento e a aceitação das experiências se tornam possíveis e seguem-se mais relacionamentos em que podem ter lugar o progresso pessoal — à morte do ego seguem-se outros níveis de transformação. Neste cenário, os extraterrestres podem ser vistos como entidades intermediárias entre o estado total de encarnação dos seres humanos e a fonte primal da criação ou Deus, no sentido de uma consciência cósmica, e não de um ser personificado. Nesse caso, os abduzidos às vezes tomam os alienígenas como anjos e podem realmente experimentar a si mesmos retornando à sua fonte cósmica ou “lar”, um reino belíssimo que está além, ou não, do espaço-tempo que conhecemos. Quando isso ocorre durante uma sessão de hipnose regressiva, surge uma forte e indescritível sensação de alegria.
Natureza da identidade humana
De maneira inversa, abduzidos podem chorar de tristeza quando experimentam ter que deixar seu lar cósmico, voltar à Terra e novamente tendo que encarnar. Vidas passadas são experimentadas durante as sessões com uma forte emoção em relação ao material que está emergindo. Isso é mais comum de acontecer quando o pesquisador recolhe pistas durante sessões nas quais foram vividos contatos na infância. São feitas queixas ou simplesmente observações de estar outra vez aqui na Terra, ou estar de volta ou ter retornado. As vidas passadas que emergem parecem ter relevância com relação ao desenvolvimento pessoal ou evolução do abduzido. Experiências passadas dão ao sequestrado — e ao pesquisador — uma diferente perspectiva do tempo e da natureza da identidade humana. O ciclo de vida e morte, diante das longas extensões do tempo, pode ser revivido, fornecendo um senso menos derivado do ego e da pequenez de um período de vida individual, a partir de uma perspectiva cósmica.
A experiência de reviver a abdução leva o abduzido a se abrir para outras realidades, em situações que costumam ser descritas como estar atrás de um véu ou outro tipo de barreira que o mantém em um estado de consciência limitado ao mundo físico
Nesse quadro, a consciência é experimentada não como acoplada ao corpo, e a noção de uma alma com uma existência separada do corpo se torna relevante — uma vez que se consegue a separação entre consciência e corpo, são possíveis outros tipos de experiências transpessoais. Ocorre a identificação da consciência com tipos praticamente intermináveis de seres e entidades através do espaço e tempo. Por exemplo, um abduzido brasileiro descobriu que seus contatos com os alienígenas o deixaram aberto à identificação com mitos e entidades espirituais de sua cultura folclórica, da qual havia sido desligado pelo seu treinamento científico e intelectual ocidental.
As consequências das abduções
Aspecto diferente, porém importante, desse tipo de experiência transpessoal é a sensação de o abduzido ter dupla identidade humano-alienígena. No seu eu alienígena, pode se descobrir fazendo muitas das coisas que outros extraterrestres fizeram a ele e a alguns seres humanos, como estudar suas mentes ou até executar procedimentos reprodutivos. A identidade alienígena parece estar ligada de alguma forma à alma do eu humano, e uma das tarefas com as quais o abduzido então se defronta é a da integração de suas partes terrestre e extraterrestre, que assume o caráter de uma “realmalização” de sua humanidade. A experiência de reviver a abdução leva o abduzido a se abrir para outras realidades, em situações que costumam ser descritas como estar atrás de um véu ou outro tipo de barreira que o mantém em um estado de consciência limitado ao mundo físico.
Quando interrogado sobre essas experiências, a vítima de abdução alienígena tem problemas em encontrar palavras para descrever o que ocorreu e falar sobre colapso espaço-temporal, da não relevância das noções de espaço e tempo e de estar no mesmo momento em tempos e lugares múltiplos. O resultado dos procedimentos para os abduzidos é a descoberta de um novo e alterado senso de seu lugar no cosmos, um lugar mais modesto, respeitoso e harmonioso em relação à Terra. Emoções como estupefação, respeito pelo m
istério da natureza e um elevado sentido do que é sagrado no mundo natural são experimentadas, com profunda tristeza, pela aparente impotência diante da crise ambiental da Terra.
Por fim, a sequência dos casos em geral reflete um tipo de progressão que vai das histórias mais simples às narrativas mais complexas e multidimensionais. Essas experiências indicam que o fenômeno da abdução possa influenciar na transformação de nossas instituições e vidas coletivas. E assim vemos qual complexa é a questão e quão necessária é sua discussão. A busca de respostas sobre o que querem na Terra tantas inteligências cósmicas que nos visitam passa, obrigatoriamente, pelo conhecimento dos mecanismos e consequências das abduções.