Na conturbada trajetória da pesquisa em torno da presença dos extraterrestres e suas naves aqui na Terra, periodicamente a Ufologia se defronta com novos desafios capazes de provocar grandes celeumas nos meios ufológicos, dividindo opiniões e suscitando idéias alternativas – o que afinal, tem seu lado positivo, pois força o surgimento de novas teorias que, buriladas, irão construindo pouco a pouco este grande “dossiê” que se transformará inevitavelmente numa vasta ciência abrangente e aglutinadora, com possibilidades de responder às perguntas sobre a origem e destino da Humanidade. Longe ainda de obtermos respostas satisfatórias sobre a procedência e missão dos misteriosos seres espaciais, eis que estamos praticamente sendo atropelados por novo questionamento: são bons ou maus os extraterrestres? Este assunto entra em ebulição no crítico momento em que, no Brasil, se tenta a unificação das várias correntes de pensamento ufológico, movimento, aliás, extremamente positivo, desde que desenvolvido sem radicalismos e com senso crítico apoiado firmemente na lógica e na razão.
Observando tais quesitos, venho apresentar esta singela “tese de unificação”, resultado de longos anos de estudos, análises e inquirições, às vezes mais intuitivas que intelectuais, pois um mergulho mais profundo na “alma da Ufologia” nos põe quase sempre nas fronteiras do insólito, transcendendo os padrões clássicos da razão objetiva, do raciocínio linear, do consentimento tácito da nossa própria cultura acadêmica. Na verdade, o pensamento ufológico mundial se polariza, hoje, em torno de duas correntes distintas, sendo a primeira aquela que cuida dos aspectos formais e objetivos, relatando casos, analisando e pesquisando relatórios, mostrando estatísticas e especulando sobre hipóteses prováveis que expliquem o Fenômeno UFO. Os adeptos desse grupo buscam conclusões racionais acerca do assunto tratando o problema de maneira pragmática, com frieza científica, desde que os princípios de nossa ciência sirvam para equacionar alguns aspectos do mistério que paira, às vezes, solenemente acima de seu próprio alcance. A segunda corrente, mais subjetiva, se apoia numa dimensão que diríamos filosófica, construindo sua estrutura de idéias a partir de dados intuitivos, explorando ao máximo as evidências históricas, sobretudo quando oriundas de textos místicos, religiosos e mitológicos. Este grupo tem, também a seu favor, um imenso repositório de “mensagens” captadas por sensitivos e contatados, estabelecendo perfeita analogia com alguns ensinamentos que fundamentaram sólidas religiões. Dessa “dicotomia” ufológica nasceram certos conceitos-bases que através dos tempos se fixaram fortemente, como aquele que afirma serem os extraterrestres elementos perigosos, invasores da Terra e manifestações de forças maléficas, diabólicas e anticrísticas.
Tutores celestes – Por outro lado, existe a corrente que vê nos extraterrestres os tutores celestes do homem terráqueo, tendo sido os “implantadores” da vida em nosso planeta no passado e identificados, ainda, com os Elohim bíblicos e os anjos, que aqui aportaram sempre a serviço do bem, como intermediários entre Deus e a Humanidade. Precisamos urgentemente, para o bem da Ufologia, começar um trabalho de conciliação entre estes dois extremos, pois o Universo é demasiado extenso para conter no seu bojo todas as possibilidades já cogitadas no passado e que venham a se cogitar no futuro…
O pensamento ufológico mundial se polariza em torno de duas correntes: uma delas cuida dos aspectos formais e objetivos, relatando casos, analisando e pesquisando relatórios, mostrando estatísticas e especulando sobre hipóteses prováveis que expliquem os UFOS
Superadas as fases geo e antropocêntrica de nossa antiga cosmogonia, mergulhamos rapidamente no rumo das grandes galáxias, auxiliados pelos modernos recursos da Astrofísica, o que nos possibilitou localizarmo-nos, mesmo que rudimentarmente, dentro da imensidão estelar. Hoje temos que nos contentar, humildemente, com um anônimo recanto de um dos braços da nossa Via Láctea, admitindo que somos, ainda, uma ínfima experiência genética em princípio de evolução – com 10% de nossa capacidade potencial –, tendo à frente, ainda, uma longa caminhada rumo ao infinito. Nesse contexto, nada nos custa visualizar o universo como sendo um grande teatro da vida, a despeito de certas definições de nossa nascente Astrofísica. O cosmo, hipoteticamente, pode abrigar miríades de formas de vida, como bem poderíamos comparar, em minúscula escala, ao nosso próprio planeta, onde viceja imensa variedade de formas vitais – desde os corais e os liquens, de consciência ainda embrionária, até as expressões superiores de vida, já dotadas de Q.I. e certos princípios morais.
Que dizermos de mundos e civilizações milhares de anos mais avançados do que nós? Que direção poderiam tomar certos desvios de evolução, entre povos do espaço, se nós próprios somos exemplo deste imenso caos de idéias, de conceitos e preconceitos, de crenças e filosofias antagônicas, formando um babilônico caldeirão cultural? Podemos elevar o caos ideológico do nosso mundo a qualquer expoente imaginável e teremos o possível retrato da cósmica diversidade de seres atuando no universo, nas mais insólitas funções que quiséssemos imaginar, desde o estudo prático dos recursos naturais à pregação catequética de religiões, do puro lazer sideral às aventuras guerreiras, do trabalho nobre das hierarquias à função predatória de conquista e destruição, assim como se lê nos bons manuais de ficção de Perry Rhodan. Quanto as propaladas experiências genéticas entre terrestres e não terrestres, executadas por tripulantes de UFOs, encontramos fortes precedentes na história, se observados certos textos da literatura védica, mitológica e religiosa, ou se levarmos em consideração pesquisas como as feitas por Zecharia Sitchin no seu livro Gênesis Revisitado, onde as primitivas raças telúricas foram “melhoradas” através de hibridação interplanetária. Seria isso uma rotina cósmica no processo de disseminação da vida universal, como aventa, convictamente Erich von Däniken?
O arcanjo Miguel, conhecido na teogonia cristã como príncipe ou comandante das milícias celestes, sempre representado com a balança e a espada (símbolos da justiça e da força) é, dentro da Ufologia Esotérica, identificado como Ashtar Sheran. Este ente se apresenta como o comandante de uma frota de naves. Em ambas as visões, esse personagem está a serviço da defesa do planeta – no primeiro caso contra o assédio do Satã e, no segundo, contra a invasão de forças alienígenas ho
stis à Terra e à Humanidade.
Pedras soltas – Dentro desse vasto esquema de atividades interestelares, podemos encaixar muito comodamente certas pedras soltas do nosso atual modelo de civilização, seja no campo religioso/mitológico, seja na estrutura cosmológica de todos os povos, ou ainda na atualíssima questão dos UFOs e ETs, inclusive aqueles que mutilam animais e até seres humanos. Pressinto, apoiado nessas premissas, que o eterno mito do bem contra o mau tenha suas origens nessa hipótese de uma biodiversidade sideral, onde a ética e a antiética se confundem de estrela para estrela, de galáxia para galáxia. O anjo e o demônio, como entidades também extraterrestres, têm seu lugar assegurado nesse incrível cosmopolitismo do qual somos um apêndice secundário, apesar do ostensivo interesse demonstrado pelos mestres de algumas fraternidades cósmicas em nos ajudar e proteger contra perigos intra e extraplanetários. E de onde viriam esses perigos? De demônios? De extraterrestres que mutilam e vampirizam humanos? Por que foi estabelecida uma “milícia celeste” sob o comando de um arcanjo?1 Precisaria a Terra de proteção cósmica? De onde proviria o mito de guerras entre homens e deuses? Seriam esses “deuses” criaturas extraterrestres não coligadas às hierarquias que protegem a Terra? A que distância estaríamos, ainda, do estabelecimento de um real significado do que seja a divindade em relação ao homem terrestre?
Nesse território há campo de especulação para todos os gostos e vale um cuidadoso exame de todas essas informações, pois, uma vez equacionadas corretamente, poderemos chegar à síntese de um conhecimento muito maior, mais abrangente e melhor adequado ao status cultural de uma nova e mais avançada Humanidade. Parodiando o hermético axioma do ‘assim como é em cima é embaixo’, podemos definir a realidade de uma ontologia cósmica como sendo não muito diferente daquilo que enfrentamos em nossas ruas, no dia a dia de nossas urbes, no que tange à diversidade de naturezas, de comportamentos éticos e de interesses individualistas, movendo miríades de criaturas para rumos diversos, assim como uma grande orquestra dissonante, alheia à nota-chave que harmoniza todo o universo. Ao analisarmos a condição ética dos extraterrestres, vem-nos à mente aquela mesma perplexidade que teria assaltado os indígenas americanos quando, na época dos descobrimentos, por um lado recebiam sacerdotes cristãos que lhes transmitiam a catequese religiosa e lhes falavam de valores espirituais. Simultaneamente, por outro lado, chegavam os aventureiros de além-mar, ávidos de ouro e sangue, dizimando selvagemente as pacíficas populações aborígenes para lhes roubar e escravizar. Deuses ou diabos? – não teriam eles pensado igualmente?
Também hoje, em escala maior, chegam aqui os extraterrestres, uns trazendo belas mensagens de cunho moral, outros mutilando corpos e raptando seres humanos, semeando esperança para uns e dúvida, medo e revolta para outros. Mas estão criando, também, uma nova movimentação para, dentro da lei do atrito e dos opostos, buscarmos a resposta conciliadora, rompendo nossos limites culturais da realidade terrestre e darmos mais um passo rumo à compreensão profunda da engrenagem cósmica da vida, com suas luzes e suas trevas, com suas cores e seus encantos… Os rumos de nossa cultura se encaminham, espontaneamente, para um novo modelo que já se convencionou chamar de monista ou holístico, ou seja: um sistema em que todos os segmentos disciplinares de conhecimento se concatenam e se complementam entre si, possibilitando a visão integrada do conjunto. Jamais poderemos chegar à uma compreensão global do ser e da natureza se nossa formação for plasmada por currículos setorizados, estanques e desconectados do todo. Este é o grande mal de uma cultura em que a ciência se conflita com a religião, a Física se dissocia da Metafísica e a matéria está divorciada do espírito.
Causas Ocultas – Debatemo-nos inutilmente no mundo dos efeitos, sem atentarmos para as causas que os geraram, muitas vezes ocultas por trás das barreiras imponderáveis do espaço e do tempo, só acessíveis por meio de uma ultra percepção especial. Tais observações são oportunas quando tratamos, aqui, desta neociência que ganha rapidamente foros universitários embora denominada um tanto inadequadamente de Ufologia. É sintomático o fato de como a Ufologia, partindo de uma circunstância puramente casuística (o avistamento de uma nave no céu, por exemplo), teve sua pesquisa direcionada rapidamente para aquilo que podemos chamar “a sua dimensão interna”. Isso aconteceu de forma espontânea em todos os países, certamente por ter nossa história acumulado uma mancheia de mistérios que só necessitavam de uma chave mágica que provocasse, em cadeia, sua explicação óbvia. E esta chave foi a Ufologia, mui oportunamente resgatada por Erich von Däniken em seu antológico livro Eram os Deuses Astronautas? O eco daquela pergunta, feita na Alemanha, em 1968, fez despertar no mundo inteiro um vivo interesse pelo tema, seguindo-se, então, uma avalanche de obras de variada qualidade, fazendo aflorar do âmago da cultura normatizada vigente um imenso leque de informações, muitas delas explorando os ricos filões hieroglíficos, geralmente gravados em pedra e logo classificados de Arqueoufologia – uma Ufologia que preexistia à nossa própria história, perdendo-se nos terrenos ínvios da Mitologia.
Não é de se desprezar, também, a menção ostensiva de uma nave extraterrestre no mais antigo dos registros escritos, o Ramaiana hindu, um livro que compõe os Vedas e onde se descreve os celestiais vimanas, naves guerreiras, movidas a mercúrio líquido e armadas com o mortífero Raio de Indra. Já o bíblico profeta Ezequiel, em seu livro homônimo na Bíblia (Ez 1-4), registra a complexa descrição de um UFO como um “redemoinho que vem do setentrião”, uma nave pousada à sua frente, às margens do rio Quebar e praticando um autêntico contato de terceiro grau. Um engenheiro americano, com base nesta descrição, construiu a exótica nave de Ezequiel que enriquece o arquivo morfológico desses engenhos. A Bíblia judaico-cristã a eles constantemente se refere como Efas, Vespas, Nuvens luminosas, Olhos de Safira, Glória do Senhor, Carruagem de Fogo etc. Também aqui estas vespas são descritas como armas de guerra a serviço da causa hebraica (Ex 23:28, Dt 7:20 e Js 24:12).
Hoje chegam à Terra os extraterrestres, uns trazendo belas mensagens de cunho moral, outrosmutilando corpos e raptando seres humanos. Semeando esperança para uns e dúvida, medo e revolta para outros. mas estão criando uma nova movimentação para buscarmos uma resposta conciliadora
Ainda neste quadro de citações, quero referir-me às narrativas do pesquisador de mistérios Zecharia Sitchin, autor dos famosos livros que comp&
otilde;em a série Crônicas da Terra – entre eles o Gênesis Revisitado [Editor: obra que foi indexada ao rol de suprimentos do CBPDV, sob o código LL-10. Veja encarte das páginas centrais]. Nesse livro, o índice de suspeição das formulações histórico-científicas ali esplanadas é próximo de zero, haja vista que o material pesquisado, no qual se fundamenta o autor, nos chega de uma era muito remota (3.600 a.C.), cravado em cerâmica argilosa (uma verdadeira biblioteca de pedra) e com informações grafo-pictóricas na linguagem cuneiforme hermética das antigas civilizações sumeriana e babilônica. O trabalho do autor foi praticamente o de transferir o que estava gravado nas tábuas de argila, fazendo as respectivas referências históricas, religiosas e científicas. E o que dizem as tábulas?
Naqueles recuados tempos, uma equipe de cientistas espaciais – os Anunnaki – chegaram à Terra e aportaram nas pantanosas planícies do que são hoje terras do Iraque. Sua missão, aqui, era fundar uma base de operações e promover experiências genéticas entre os primitivos povos indígenas da região e sua própria raça. Após incríveis cruzamentos utilizando óvulos de macacas e espermatozóides dos extraterrestres, conseguiu-se um protótipo humano masculino, do qual se produziu uma criatura feminina. Desse casal primevo se engendrou a progênies descrita no bíblico livro do Gênese. Após alguns milênios de cerrada monitoração biológica, aqueles seres híbridos entraram em degeneração e foram destruídos por gigantescos cataclismas provocados pela tecnologia superior dos alienígenas. Da hecatombe, porém, salvou-se uma semente que deu origem a uma raça mais evoluída.,
Na realidade, a Ufologia de hoje é apenas a ponta do iceberg, cujo corpo enorme se oculta nas águas profundas da história. Como já disse, seria inútil ficarmos garimpando pequenos e desconexos informes dentro da casuística atual, tentando compreender o todo, se não tivermos essa visão retrospectiva do nosso passado, o que permitirá, também, montarmos a projeção do futuro. Porque, então, nos situaremos como um pequeno dente da engrenagem cósmica, compondo um conjunto e um programa jamais sequer imaginados pela nossa mentalidade periférica. Do exposto, resulta lógico e ostensivo que a Ufologia, de fato, não teve início com o avistamento de Kenneth Arnold, em 1947. Aquele foi apenas mais um episódio de uma série infinita que teve início, alhures, no raiar da pré-história. Qual a diferença entre as abducções sofridas pelo antigo profeta judeu Elias e o casal Barney e Betty Hill, nos Estados Unidos, em setembro de 1961? Ou entre os contatos de terceiro grau vividos na Era pré-cristã por Moisés, no Monte Sinai, e os encontros narrados por George Adamsky ou pelo general brasileiro Moacyr Uchoa? Há que se ter coragem para ligar os pontos extremos desse incrível quebra-cabeças afim de abarcarmos o amplo panorama da Ufologia – um drama que não tem suas raízes fincadas na superfície terrestre, mas muito além dela, nos páramos do Universo.
Natureza ética – Como fazemos o julgamento da natureza ética dos extraterrestres? Não seria pretensão nossa querermos estabelecer juízos acerca do que é lícito ou ilícito em se tratando de uma ética que transcende nossas fronteiras planetárias? Eis uma questão realmente delicada… De princípio, podemos admitir que exista uma ética universal – a cosmoética – comum às comunidades galácticas e partindo de um princípio filosoficamente simples: ética implica em ordem e o cosmo sem ordem seria o caos. Complementando esta assertiva, podemos ainda estabelecer a existência de “padrões cósmicos” de verdade – padrões estes que fundamentam as mensagens religiosas de todos os povos. As grandes religiões definem suas bases como de origem revelada e creio não ofender a nenhum adepto religioso se afirmar, aqui, a procedência extraterrestre dessas revelações. Quando afirmo isso, refiro-me à dimensões não planetárias, ou seja: de outros mundos, outros sistemas, outras galáxias. Para citar apenas o exemplo mais próximo, o de Jesus, este grande mestre teria sido mensageiro de um poder maior, procedente de outro mundo, o que Ele mesmo afirma categoricamente. Como corolário destes pensamentos, concluímos que os padrões de verdade que Jesus trouxe à Terra são válidos também em seu mundo de origem. Isto quer dizer que recebemos um padrão ético extraterrestre, galáctico, quiçá ultragaláctico. Estas conclusões, trazidas para uma visão holística da Ufologia, são perfeitamente compatíveis.
Para aqueles que relutam em aceitar tais afirmações, lembramos ainda que a tendência neo-gnóstica moderna – liderada por cientistas como Geoffrey Chew, David Bohm, Karl Pribam, Fritjof Capra e Paul Davies – é francamente favorável à defesa de teses avançadas já bem próximas da visão mística, o que nos anima a quebrar o gelo secular do preconceito que a ciência ainda alimenta contra a religião. Teorias como a do entendimento unificado, do holomovimento, do universo holográfico e da consciência cósmica podem ajudar o homem a se aproximar da ponte que o libertará da ilha individualista onde ele construiu seu castelo, erigido solidamente sobre os valores tangíveis da matéria. Analogamente, não se descarta a possibilidade de, assim como a Física nos estar levando pouco a pouco aos domínios mágicos da Metafísica, também a Ufologia, aqui representando um complexo de valores cujo centro é também o homem, dotado de cérebro e consciência, poderá transcender os limites clássicos da pesquisa e abrir caminho para o universo imponderável do espírito3.
Buscando um fator comum que unifique todos esses dados dispersos, aproximamo-nos cada vez mais daquela afirmação já citada de que assim como é em cima é embaixo, ou seja: o microcosmo, genericamente representado pelo homem, é apenas uma imagem e semelhança do macrocosmo, visto aqui como a ordem universal. Dentro desse contexto de idéias, teríamos que os seres terrestres não diferem substancialmente de seus semelhantes extraterrestres, daí possibilitando uma interação mútua entre uns e outros, fenômeno até hoje restrito ao campo místico/religioso. A propósito dessa similitude entre a nossa raça e as raças
extraterrestres, queremos nos referir a algumas informações obtidas durante contatos com tripulantes de naves em que eles próprios afirmam já terem vivido em nosso planeta, tendo daqui emigrado ao atingirem certo estágio de desenvolvimento. Um desses casos foi narrado pelo ufólogo Reginaldo de Athayde, de Fortaleza, ao expor o rapto do soldado da Polícia Militar Luiz Ribeiro de Oliveira, na cidade de Palhano (Ceará), em 5 de março de 1992 [Editor: ver edição 23 de UFO].
Mensagens telepáticas – Outro caso de meu conhecimento foi extraído do dossiê de mensagens telepáticas provenientes de entidades extraterrestres, obtidas pelo Sr. A. R., brasileiro, exímio curador, dotado de vários recursos paranormais e contactado. Nessa mensagem, recebida na cidade serrana de Arcoverde (Pernambuco), os ETs afirmaram que já viveram na superfície da Terra em tempos passados, quando as condições ecológicas do planeta ainda eram muito agressivas, inclusive com radiações que lhes afetavam a fertilidade, por não haver se formado ainda a camada que protege a vida orgânica desses perigos. Lamentam que hoje vivemos num paraíso – com a Terra muito mais estável do que em seus tempos – sendo que, no entanto, não valorizamos tal condição. Pelo contrário, contribuímos para a destruição dos seus recursos. Tais revelações, que apenas reforçam teorias da área esotérica, viriam clarear o insondável mistério de nosso futuro remoto, tanto individual como coletivo, trazendo nova luz para as escassas explicações das teologias em geral a respeito do assunto. A visão teológica do paraíso se transmuta aqui, no direito de pleno usufruto da liberdade de se habitar as vastidões estelares, livres de guerras, de dores, do sofrimento e da morte. Seria este o decantado reino celeste da tradição religiosa?
Sabemos, outrossim, das dificuldades – e perigos – de se dar um verniz científico a certas teorias ou a conhecimentos especulativos numa época em que o perfeccionismo tecnológico exige uma aproximação de dados cada vez mais exatos, pesados e medidos dentro de padrões rígidos da Física, da Matemática, da Biologia. Tudo o que não se pode provar dentro dessas medidas é invalidado como objeto de avaliação científica. Esse critério, no entanto, se levado às suas últimas conseqüências, apesar de suas virtudes, inibe drasticamente o avanço da pesquisa, pois despreza o óbvio por falta da prova laboratorial. Por outro lado, sabemos que as grandes descobertas quase sempre nasceram como frutos da inspiração, do sonho idealístico, da intuição e do exercício saudável da lógica indutiva e dedutiva. A mente intuitiva tem um poder de penetração bem mais aguçado do que a mente racional, pois quando aquela se move em liberdade, esta se imobiliza em torno dos princípios dogmáticos, seja da religião, seja da filosofia. Acho decisiva a aplicação do princípio da complementaridade quando se estuda a Ufologia de forma comparativa, conjugando-se os diversos métodos competitivos atualmente utilizados pelos ufólogos do mundo inteiro.
Algumas interessantes informações obtidas durante contatos diretos com tripulantes de UFOS são reveladoras: em vários casos confirmados, eles próprios afirmaram já terem vivido em nosso planeta, tendo daqui emigrado ao atingirem certo estágio de desenvolvimento
Não basta o registro frio e impessoal da ocorrência ufológica. É preciso, também, uma “arte de ver” por trás das circunstâncias exteriores (data, lugar, tamanho, cor, forma), pois muitas vezes um simples detalhe ou uma pequena informação pode conter o elo de ligação com verdades maiores que nos ajudem a esclarecer o mistério do Fenômeno UFO. O dito ufólogo de campo deve se conscientizar que seu trabalho se desdobra em duas dimensões: a descritiva e a analítica, sendo esta última bem mais importante, pois é onde ele exercitará sua capacidade de entender, de coligar, de comparar e de atingir a síntese global do objeto de sua pesquisa. Mas voltemos a analisar mais de perto o outro lado, aquele em que certos atos cometidos por criaturas alienígenas nos forçam a admitir um quadro de violência e agressão contra os padrões éticos que esperaríamos de criaturas superiores.
A literatura ufológica do mundo inteiro registra casos que se classificariam nesse gênero, tais como seqüestros, mortes, ataques com raios, experiências envolvendo implantes, mutilações, casos de vampirização (sucção de sangue) e violação dos direitos individuais. O fenômeno é extensivo a animais, plantas, minerais e há até certas agressões às nossas leis ecológicas, como incêndios, radioatividade e dispersão de substâncias tóxicas poluentes. Poderíamos citar aqui, por exemplo, o conhecido caso dos círculos ingleses, em que vastas plantações de trigo foram prejudicadas, caracterizando, segundo nossas leis, dano à propriedade alheia. Aconteceram inúmeros casos em que seres humanos foram abruptamente seqüestrados, colocados sob estado amnésico e receberam exames de natureza desconhecida, para depois serem devolvidos ao nosso meio com traumas inconscientes e seqüelas físicas que se agravam com o tempo, mudando por completo suas vidas. Seria até enfadonho listar o rol dessas ocorrências. Existe uma sutil violência por parte desses alienígenas quando, prevalecendo-se das circunstâncias, impõem sua presença entre nós, sem nosso consentimento e num claro desrespeito ao meio social e psicológico da sociedade em que se infiltram.
Vítimas humanas – E o que teríamos a dizer daqueles casos em que as vítimas humanas são abduzidas violentamente e transladadas, inclusive com seus automóveis, para lugares longínquos e até para outros países, causando-lhes terrível transtorno, afora os problemas naturais decorrentes de uma viagem forçada dessa natureza? A literatura ufológica especializada admite, ainda, que são milhares as pessoas desaparecidas sob a suspeita de envolvimento com alienígenas, embora, nestes casos, a acusação se perca nas hipotéticas especulações sobre pré-arrebatamentos, Triângulo das Bermudas, nódulos interdimensionais etc, etc. Mas não podemos deixar de registrar aqui, neste quadro de agressões e violências por parte dos ETs, que ainda não foi lavrado um flagrante delituoso contra eles, como se, por trás de tudo isso, houvesse um plano, um programa ou uma intenção de não se provocar escândalo, uma retaliação maciça ou uma declaração de guerra. Seus atos são quase sempre praticados de forma discreta, na surdina, ocultos pela sombra da noite ou protegidos pelo ermo longínquo dos campos e estradas interioranas.
Alguns casos mais ostensivos, cometidos à luz do dia e com testemunhas, quase sempre puderam ser qualificados como medidas de defesa por parte dos alienígenas, quando atacados por armas de fogo ou sofrendo perseguição aérea de aviões. Presume-se que, dispondo de engenhos de vôo ultra-rápidos, armas radiônicas que já foram utilizadas em alguns casos e outros poderes desco-nhecidos, essas agressivas criaturas teriam condição de promover ataques em massa e de efeitos arrasadores. Porém não o fizeram! Que barreira os impediria disso? Seria por uma “ética” diferente dos nossos padrões morais? Haveria um interesse oculto a nosso favor, que passasse despercebido por trás de nossa maneira de fazer julgamentos emocionalmente apres-sados? Não teria o sujeito mutilado em Guarapiranga [Editor: ver edição 25 de UFO] chegado às mãos de possíveis ETs já como um cadáver, vítima de alguma agressão humana, quando então lhes serviu de cobaia? E o que pensariam eles de nossa conhecida fórmula corpo-alma-espírito, na qual a morte física representa apenas o “remanejamento” da alma para outra dimensão, sem maiores danos à essência do ser?
Incapacidade de discernir – Como vemos, se nos pusermos a dissecar o assunto, logo nos perdemos no vazio das dúvidas e de nossa incapacidade de discernir o indiscernível. Se mal conhecemos as nossas próprias estruturas, como avaliaremos estruturas extraterrestres? Estamos, de fato, diante de uma circunstância inédita, sem precedentes em toda nossa história, isto é: testemunhando uma tomada de contato com outras civilizações. É inevitável que haja atritos gigantescos entre o nosso sistema e os sistemas extraterrestres – e mesmo em caso de assimilação, alguém sairá fatalmente sacrificado. Mas que esse sacrifício, se for nosso caso, pelo menos nos traga mais experiência e sirva para quebrar certas arestas de preconceito que nos impedem de ampliar nossa visão rumo ao cosmo que nos rodeia. Disso tudo podemos tirar inúmeras conclusões. Temos, diante de nós, um quadro peculiar de muitas facetas e para cujo julgamento, mesmo dentro de nossos padrões, se faz necessária absoluta isenção de todo o conceito prévio, especialmente aqueles adquiridos no processo de nossa cultura científica ou religiosa. Eis abaixo um quadro sinóptico dos tipos de atividades interativas dos extraterrestres em relação ao nosso planeta:
Nesta altura da presente exposição, já dispomos de elementos suficientes que nos permitam tirar certas conclusões, seja por comparação, seja por indução ou dedução – métodos clássicos utilizados quando, a partir de alguns elementos, tentamos montar uma equação derivada cujos valores mantenham elos de identidade comuns entre si. Resulta óbvio que estamos em contato com povos de diferentes níveis de evolução, tanto moral quanto tecnologicamente, e motivados por interesses diversos, como seria de se esperar ante a imensa biodiversidade sideral que nos sugere, hoje, a lógica mais elementar. Sei que tal conceito, carecendo de fundamento científico, será excluído liminarmente pela ala conservadora e jogada na vala comum das teorias exóticas. Mas observamos, também, que a própria casuística ufológica – principal arma da chamada Ufologia Científica – apresenta respeitáveis depoimentos com informações que já invadem, ostensivamente, a chamada área mística ou avançada do Fenômeno UFO. Às vezes, as duas áreas se confundem diante de resultados de contatos que foram devidamente pesquisados e envolveram testemunhas fidedignas que vivenciaram condições que transcenderam os limites do mundo objetivo para mergulhar nos domínios da subjetividade psíquica e religiosa.
Contatados – Lembro aqui que a elite da Ufologia Brasileira, após examinar as peripécias vividas por diversos contactados a bordo de naves que os abduziram, permanece até hoje tentando desvendar os mistérios da psiquê humana manifestados em simples caminhoneiros no interior de Goiás ou em pacatos cidadãos da orla fluminense. Estes abduzidos, tão logo ultrapassaram as portas daquelas naves, passaram a vivenciar estranhas experiências paranormais, dignas de figurar nos melhores manuais do Realismo Fantástico. O famoso mapa estelar que pendia numa parede da nave em que o casal Betty e Barney Hill esteve por algumas horas, seqüestrado, mostrava linhas de comércio e caminhos de exploração utilizados pelos raptores – meros traços que ligavam diversas estrelas a partir de Zeta Reticuli, da constelação homônima, a 36 anos-luz da Terra. O detalhe, reforçado por uma exaustiva investigação astronômica, mostra como o lado descritivo e casuístico da Ufologia pode lastrear conclusões globais, capazes de revolucionar toda a pesquisa ufológica. Linhas de comércio e caminhos de exploração são verdadeiras chaves para se chegar à uma compreensão de perguntas fundamentais: quem são? De onde vêm? O que desejam aqui?
Extraterrestre comerciante – Enfatizo o caso Barney-Betty Hill, por ter sido certamente o affair mais bem pesquisado de toda a história dos discos voadores e que foi considerado pelo cientista-ufólogo Hans Holzer, como a “primeira prova da origem estelar de seres extraterrestres”. Se desse caso nós podemos extrair a figura do “extraterrestre comerciante” ou do “extraterrestre cientista”, não é difícil qualificarmos outras “profissões”, intrínsecas também na economia do planeta Terra, o que, afinal, estabeleceria um elo de ligação bem familiar, quase doméstico, entre civilizações estelares e a nossa. Mais uma vez reitero uma afirmação inicial: a de que a Ufologia não pode nem deve ser estratificada em departamentos científicos, religiosos, casuísticos ou iniciáticos, sob pena de envolvermos esta novíssima ciência no mesmo caos que impera em nossa cultura descontínua e setorizada.
A Filosofia perene nos fala das grandes leis de padrão universal, que, no entanto, convivem pacificamente com a lei individual do livre-arbítrio, pela
qual os seres inteligentes gozam de liberdade relativa dentro de suas esferas de evolução. Nossa Humanidade, habitando esse pequenino planeta, também se põe em contato com a lei da dualidade, conhecendo o embate entre forças antagônicas do bem e do mal, da luz e das trevas, de Lúcifer e do logos – mas tudo como reflexo de uma realidade cósmica envolvendo o grande teatro da vida universal. Mais uma vez, sentimos o apelo da unificação e precisamos ver e sentir a unidade na diversidade, o que, traduzido em Ufologia, significa podermos conciliar todos os seus aspectos, por mais diversificados que sejam, dentro de uma realidade única que se conforme com o modelo universal. E assim, de degrau em degrau, vamos construindo aos poucos uma nova realidade ontológica do cosmo, na qual o homem, até hoje isolado em seu pequeno universo-Terra, passa a vislumbrar a grande Humanidade sideral da qual é apenas uma partícula. E esse é o pensamento axial que vai emergindo em todos os recantos da Terra, dos antigos modelos antropocêntricos, para formar a nova consciência unitária, condição indispensável para que haja, um dia, o contato bem sucedido com as demais comunidades do espaço.
Esse contato já começou. Os anos 40 iniciaram uma verdadeira revolução cultural – a revolução dos discos voadores –, tão poderosa quanto aquelas outras que marcaram época nos destinos da Humanidade. A história dos discos voadores e seus misteriosos tripulantes mostra uma dura e sofrida batalha. Como as outras revoluções, também esta teve seus heróis e mártires, tais como Mantell, Forrestal, Emiliano Velasco, João Prestes Filho… Mas o seu sacrifício valeu. A despeito da censura política e militar, apesar do silêncio omisso das religiões, do desprezo e das críticas da ciência oficial, superadas todas as barreiras, eis que a Ufologia ressurge vitoriosa, cumprindo galhardamente o seu papel histórico de demolir os preconceitos e implantar no mundo o conceito novo de que o homem não está só no universo.
Quadro de atividades interativas dos extraterrestres em relação ao nosso planeta
1. Atividades místico-religiosas. Contatos, geralmente por via telepática ou clarividente, em que o contactado recebe mensagens de cunho moral, advertências, orientações e projeções proféticas de futuros acontecimentos. Esse tipo de comunicação está presente na história de todos os povos e serviram de base para a estruturação das religiões reveladas.
2. Atividades formais de pesquisa sem o concurso do homem. Nesse tipo de ação, os extraterrestres desenvolvem trabalhos de coleta de material, tais como plantas, pedras, água, etc, e fazem vôos de observação, acompanham aviões e automóveis sem qualquer interferência de natureza danosa ao homem.
3. Experiências diretas com pessoas e animais. Nesse tipo se enquadram a maioria dos seqüestros, abducções, ataques com raios, ex-periências genéticas, mutilações e casos de implante de chips de natureza nunca esclarecida.
4. Casos de pessoas que relatam incrí-veis viagens a outros mundos. Poderíamos ainda, abrir um item para focalizarmos os casos de pessoas que relatam incríveis viagens a outros mundos, sempre guiadas por solícitos acompanhantes que lhes mostram e explicam a organização de suas sociedades e lhes pedem para relatar à Humanidade o que viram e ouviram, talvez para mostrar ao homem deste caótico planeta que é possível se construir ci-vilizações pacíficas, sadias e voltadas para o bem-estar coletivo.