Pela primeira vez, o satélite Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), lançado no dia 18 de junho, enviou fotos dos locais de aterrissagem das missões Apollo 11, 14, 15, 16 e 17. Atingiu a órbita do satélite no dia 23 de junho e as imagens divulgadas foram tiradas entre os dias 11 e 15 de julho. A trajetória elíptica da aeronave fez com que as resoluções das imagens fossem ligeiramente diferentes entre si, mas todas possuem por volta de 1,2 metro por pixel, segundo a Agência Espacila Norte-Americana (NASA).
Os restos das missões Apollo ocupam cerca de 9 pixels mas, como as fotos foram tiradas no momento em que o Sol estava baixo no horizonte, longas sombras dos restos dos módulos lunares foram criadas. A imagem mais nítida é a da missão Apollo 14, lançada em janeiro de 1971. As condições de luminosidade, segundo a NASA, possibilitaram a captura de muitos detalhes: além dos instrumentos científicos, é visível a trilha de passos dos astronautas entre o módulo lunar e os experimentos. Para ver as fotos, clique aqui. A LRO é uma missão da NASA com participação do Instituto de Pesquisa Espacial de Moscou. Ela carrega sete instrumentos científicos, todos passando pelo processo de calibração e teste. Sua primeira missão de órbita, em agosto, será fazer uma volta quase circular a pouco mais de 49 km da superfície lunar.
Depois de admitir que apagou acidentalmente as fitas da chegada do homem à Lua em 1969, a NASA divulga mais uma notícia que promete causar polêmica. As fitas originais com as imagens da Apollo 11, primeira missão tripulada à Lua, perderam-se para sempre. Em entrevista coletiva marcada para divulgar uma versão restaurada de imagens feitas a partir de uma transmissão televisiva, de 20 de julho de 1969, a NASA reconheceu que as fitas que registraram diretamente a alunissagem foram apagadas sem querer, para que fossem reutilizadas. As filmagens disponíveis são as das emissoras de TV da época e, mesmo com melhorias, as imagens de segunda mão ainda têm manchas e com chuviscos.
O trabalho está sendo feito em parceria com uma empresa de restauração de Hollywood. Uma pequena amostra dos vídeos pode ser vista no site da NASA. Esta foi a primeira vez que a agência admitiu que não tem mais como recuperar as fitas originais. Em 2006, reconheceu que havia perdido o material, mas afirmava ainda ter esperança de recuperá-lo. Foi só agora, em 2009, que Richard Nafzger, engenheiro da mesma, descobriu onde elas foram parar: estavam em um estoque de 200 mil fitas que foram apagadas e reutilizadas nos anos 70 e 80 para economizar dinheiro.
Foram utilizadas para gravar missões posteriores ou até para registrar dados eletrônicos de satélites, a telemetria. Ou seja, as imagens que impressionaram o mundo inteiro podem ter sido substituídas por código binário. Segundo Nafzger, havia pouco interesse sobre as fitas na época porque o objetivo maior do governo dos EUA para efeito de propaganda era a transmissão ao vivo. As cópias dos vídeos sobre as quais a nova restauração foi feita, foram tiradas dos arquivos da rede de TV CBS e do acervo da própria agência. Para ver os vídeos, clique aqui.
A NASA acredita que as originais poderiam conter dados digitais enviados da Lua. Eles poderiam se converter em imagens com definição muito melhor do pouso da Apollo 11 do que aquelas que foram transmitidas em 20 de julho de 1969, quando Armstrong e Aldrin se tornaram os primeiros humanos a pisar em um outro corpo celeste. A técnica utilizada pelas emissoras não era muito avançada: os câmeras eram posicionados perto de um telão gigante em Houston, na base de controle, e retransmitiam o que estava passando. Nafzger diz que ainda podem existir outras cópias perdidas das transmissões originais de 1969 e que ele pretende continuar procurando. As imagens dos astronautas andando na superfície lunar e ficando a bandeira norte-americana no chão foram vistas por 600 milhões de pessoas no mundo ao vivo, estima-se.
A Lowry, empresa que está restaurando os vídeos, trabalha com a digitalização de antigos filmes hollywoodianos. Eles pretendem juntar arquivos de diferentes origens para fazer um novo vídeo do pouso. Questionado, Nafzger diz não se preocupar com a idéia de que teorias conspiratórias sobre a Lua possam ganhar força com uma empresa de Hollywood reeditando as fitas.”A empresa está restaurando vídeo histórico. Não faz diferença de onde ela é”, disse. Ele participou, em 1969, da equipe que trabalhou para conseguir que as imagens do satélite chegassem em tempo real à Terra, a 386 mil km de distância. Foi um desafio tecnológico quase tão grande quanto o de mandar seres humanos para lá.
Com uma recepção na Casa Branca aos três astronautas da missão Apollo 11, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dá início nesta semana ao dia de comemoração pelo 40º aniversário da chegada do homem à Lua. Junto aos astronautas que participaram da viagem também comparecerá o novo administrador da NASA, Charles Bolden, com quem o líder deve conversar sobre os planos de futuro da instituição. Neil Armstrong e Edwin “Buzz” Aldrin foram os dois primeiros homens a pisar na Lua em 20 de julho de 1969. Seu companheiro Michael Collins permanecia como piloto no comando da cápsula que os levaria de volta à Terra. Os astronautas também devem participar de uma entrevista coletiva organizada pela agência, apesar de não ter confirmado a presença dos três. Aldrin disse em muitas ocasiões que se deveria manter como objetivo alcançar Marte em 2031.
Na noite desta segunda-feira, aconteceu uma festa que reuniu no Museu Nacional do Ar e do Espaço, em Washington, cerca de dois mil convidados que incluíram a tripulação da Apollo 11, os demais astronautas de missões Apollo e tripulantes das atuais naves espaciais. O aniversário da ocasião é comemorado quando precisamente uma destas naves, a Endeavour, se encontra na Estação Espacial Internacional (ISS). Os tripulantes realizaram uma caminhada na qual a façanha de 40 anos atrás foi homenageada. A cerimônia no museu conferiu ao presidente John F. Kennedy o título póstumo de Embaixador da Prospecção.