Em maio último, a Rússia lançou um foguete em uma missão aparentemente corriqueira, carregando três satélites militares de comunicação ao espaço. Um objeto desconhecido que aparentemente entrou em órbita como resultado desse lançamento foi a princípio tomado como lixo espacial, porém rastreadores de satélites em todo o mundo logo perceberam que o objeto realizava manobras incomuns. Designado como Objeto 2014-28E, o misterioso satélite realizou na semana passada um encontro em órbita com os restos do foguete no qual chegou ao espaço.
Sabe-se também que o Norad, o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, que defende o espaço aéreo de Estados Unidos e Canadá, tem rastreado atentamente o 2014-28E, classificado por eles com o código 39765. Os próprios russos não declararam o objeto como parte do lançamento, e têm circulado informações entre a comunidade de analistas militares e aeroespaciais de que se trate da reativação do programa de armas antissatélite, muito ativo antes da desintegração da União Soviética em 1991. Armamentos antissatélite têm sido testados nos últimos anos, pela China em 2007, o que criou uma grande nuvem de detritos em órbita e pelos Estados Unidos em 2008. Cada país utilizou um de seus próprios satélites desativados como alvo.
Outras especulações, ao contrário, alegam que o satélite pode até mesmo ter finalidade civil, como a de remover lixo espacial, ou reparar e reabastecer satélites em órbita. Contudo, o fato de a Rússia nada haver declarado a respeito, adicionado às manobras de extrema precisão que o objeto tem realizado em órbita, têm provocado incerteza no cenário espacial. Afirma-se ainda que com as recentes tensões entre aquele país e os Estados Unidos, devido à situação na Ucrânia, isso levaria os russos a realizar qualquer movimento a fim de causar intranquilidade aos norte-americanos. Também se pode destacar a afirmação de Oleg Ostapenko, em 2010, de que a Rússia estava desenvolvendo satélites com as finalidades de inspeção e ataque. Ostapenko era o comandante das forças espaciais russas e atualmente comandante de sua agência espacial.
CRESCENTE MILITARIZAÇÃO DO ESPAÇO
A especialista Joan johnson-Freese, professora de assuntos de segurança nacional do Colégio Naval de Guerra em Newport, Rhode Island, afirmou que as preocupações a respeito do Objeto 2014-28E são legítimas, porém defende que não se pode tirar conclusões apressadas. Destacou a degradação de relações entre Estados Unidos e Rússia, e afirmou que qualquer satélite com grande capacidade de manobra pode ser utilizado como arma, porém nem todos os veículos dessa categoria de fato possuem uso militar. Acrescentou que os Estados Unidos realizaram testes com satélites altamente manobráveis em 2005.
Um deles era o Sistema de Satélite Experimental 11 da Força Aérea (XSS-11) e o outro o Demonstrador de Tecnologia de Encontro Autônoma (Dart), da Agência de Projetos Avançados da Defesa (Darpa). Esta última realizou em 2007 uma missão de teste chamada Orbital Express, a fim de testar a tecnologia de reparar satélites em órbita. Satélites altamente manobráveis podem cumprir muitas missões, como reparos de outros satélites e seu reabastecimento, além de tirar de órbita lixo e detritos espaciais. Porém, o fato é que o espaço de fato tem experimentado uma crescente militarização, com várias nações lançando satélites para cumprir objetivos militares.
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Livro: UFOs na Rússia
Este livro oferece revelações espantosas sobre a presença alienígena em um dos países mais fechados do mundo, mantida secreta por décadas a fio, antes pelo comunismo e agora por um rígido sistema de censura. A casuística ufológica russa, antes e depois da mudança do regime, apresenta situações únicas no mundo. Saiba como UFOs observam atentamente, desde a Guerra Fria, as ações bélicas soviéticas. Um dos destaques da obra está na descrição de encontros com UFOs e ETs no espaço, ainda desconhecidos no Ocidente. UFOs na Rússia apresenta depoimentos de cosmonautas que revelam terem estado frente a frente com alienígenas em missões em órbita da Terra e a bordo da estação espacial Mir.