Um robô da teoria dos antigos astronautas? Nos áridos cânions do Baixo Pecos, na fronteira entre o Texas e o norte do México, uma equipe de pesquisadores datou com precisão uma tradição de arte rupestre que persistiu por mais de 4.000 anos. O estudo, publicado na revista Science Advances por Karen L. Steelman e Carolyn E. Boyd, confirma que essas obras seguiram um sistema de regras rígidas desde cerca de 5.700 anos atrás até aproximadamente 1.000 anos atrás.
No entanto, além da façanha científica, o que realmente capturou a imaginação dos observadores alternativos foi uma figura específica: um ser antropomórfico que parece ter sido pintado com um traje ou armadura, repleto de apêndices estranhos e com uma semelhança perturbadora a um robô ou astronauta.
A interpretação oficial: visão de mundo e tradição
Segundo a interpretação acadêmica, essas figuras, encontradas nos abrigos rochosos da região, são representações de uma “visão de mundo sofisticada” e de mitos fundadores.

O estudo descreve a figura mencionada como um ser antropomórfico carregando um atlatl (lançador de dardos), vários “pacotes sagrados” rituais e um cocar que lembra “orelhas de coelho”. Para os arqueólogos, esses elementos são metáforas visuais de jornadas e rituais xamânicos que serviram como precursores de crenças mesoamericanas posteriores.
Os pesquisadores enfatizam a surpreendente fidelidade da tradição, observando que a sequência de aplicação de cores e iconografia permaneceu praticamente inalterada por 175 gerações, sugerindo a existência de um sistema de crenças profundamente enraizado.

Conexão global e o desafio à lógica No entanto, ao observar a imagem, a rigidez geométrica do corpo e os “adornos” que se assemelham a engenhocas mecânicas tornam a explicação do “xamã com peles” insuficiente para muitos. Essa figura de Pecos não está sozinha. Sua morfologia faz parte de um fenômeno global de arte rupestre que evoca a teoria dos antigos astronautas:
Kimberley (Austrália): Figuras aborígenes pintadas com cabeças grandes, sem feições faciais (ou com o que parecem ser capacetes e viseiras) e, às vezes, corpos flutuantes. Conhecidos como Wandjina, esses seres são interpretados por teóricos como representações de visitantes extraterrestres.

Tassili n’Ajjer (Argélia): No Saara, figuras como o famoso “Grande Deus Marciano” mostram seres com cabeças bulbosas e o que parecem ser trajes completos, também sem relação com a cultura dos caçadores-coletores locais.

Val Camonica (Itália): Localizados na província de Brescia, esses petróglifos constituem a maior coleção de petróglifos pré-históricos do mundo e são o primeiro sítio italiano reconhecido como Patrimônio Mundial. Entre eles, encontram-se algumas figuras que também nos lembram antigos astronautas.

A existência dessas figuras “tecnológicas” em geografias tão díspares levanta uma questão: teriam essas três culturas — separadas por milhares de quilômetros e milênios — sido inspiradas pela mesma fonte?
O paradoxo dos 4.000 anos
O enigma se aprofunda ao considerarmos a citação do renomado autor Graham Hancock, que, ao analisar o estudo, destacou o paradoxo subjacente à descrição oficial dos artistas, que por um lado são tratados como simples “caçadores-coletores nômades desconhecidos” e, por outro, são descritos como “solucionadores de problemas altamente habilidosos, com uma cosmologia sofisticada e um sistema iconográfico robusto para comunicar essa cosmologia”.
A questão é crucial: como conseguiram que grupos nômades — cujo estilo de vida exigia adaptabilidade às mudanças — mantivessem um sistema iconográfico tão “robusto” e relativamente imutável por quatro milênios? A interpretação alternativa sugere que a fidelidade extrema às formas, incluindo a sequência rigorosa de cores e a representação desses “seres”, não foi um simples ato religioso, mas um esforço para documentar com precisão a aparência de seres tecnologicamente superiores que deixaram uma marca indelével em sua cultura.
Embora a arqueologia oficial enfatize a “visão de mundo”, o “robô” de Pecos, juntamente com seus “parentes” de Wandjina e Tassili, nos leva a questionar se o que estamos vendo é um mito extraordinariamente persistente ou o registro mais antigo de um contato que a ciência ainda se recusa a considerar.





