Logo após as primeiras notícias a respeito dos dois agroglifos surgidos em Ipuaçu, oeste de Santa Catarina, no último 02 de novembro, a Ufologia Brasileira se lançou à discussão desse que tem sido seu maior mistério dos últimos anos. Infelizmente, também surgiram os céticos e especialmente os negadores do fenômeno, que, mesmo sem tê-los investigado, alegam ser o mesmo uma fraude.
Já salientou-se diversas vezes que o ceticismo saudável é bem-vindo e necessário à pesquisa ufológica, mas o negacionismo é danoso. Entre as perguntas levantadas graças ao primeiro tipo de céticos, referentes aos novos agroglifos de Ipuaçu, estão: por que estes sinais aparecem nas plantações? Se de fato são sinais, o que significam? E por que uma civilização avançada de outra parte do universo viria até a Terra para fazer sinais em plantações e ir embora? Evidentemente são perguntas importantes, para as quais a Ufologia reconhece não ter ainda respostas.
Lamentavelmente, outros não se preocupam em questionar, mas sim em negar pura e simplesmente o fenômeno dos círculos, alegando serem feitos com pranchas de madeira e cordas, à maneira dos famosos circlemakers, ou fazedores de círculos, que atuam na Inglaterra. Especialistas como Colin Andrews, Nancy Talbot, Andreas Miller, Andy Thomas e outros estimam que, a cada verão inglês, quando surgem de 1.200 a 1.400 sinais, cerca de 80% são fraudes, feitos pelos circlemakers. Tais cifras já bastam para os negadores e céticos, que sequer costumam se dar ao trabalho de sair a campo e pesquisar os agroglifos verdadeiros.
Características inconfundíveis confirmam autenticidade das figuras
Entretanto, para aqueles que mantêm uma postura honesta e pesquisam a sério o fenômeno, existem características nos sinais reconhecidos como autênticos que os circlemakers não conseguem reproduzir. A regularidade, a simetria, a perfeição do traçado com plantas dobradas sempre no mesmo sentido, e divisões claras entre talos dobrados e aqueles em pé estão sempre presentes nos círculos considerados autênticos. As obras dos circlemakers, em comparação, são sempre toscas e muito mal feitas, com caules quebrados e desordenadamente espalhados. Certa vez, em Xanxerê (SC), houve uma tentativa de fraude, ainda no início do fenômeno dos círculos no Brasil, em 2008, em que os perpretadores até mesmo deixaram uma pá em sua obra.
Além disso, nos agroglifos autênticos não existem sinais da presença de pessoas ou veículos nas proximidades dos mesmos, na forma de rastros, plantas amassadas ou quebradas fora da área das figuras, ou qualquer evidência de como os sinais foram feitos. Assim, para qualquer um que, mesmo não podendo se deslocar até os agroglifos para pesquisá-los, mas que possua o interesse de pesquisar a vasta literatura disponívei, é simples distinguir os agroglifos autênticos daqueles que não o são.
A respeito das duas figuras de Ipuaçu surgidas no começo do mês, o laudo elaborado pelo professor universitário, policial e perito criminal do Instituto de Criminalística do Paraná, Antonio Inajar Kurowski, é categórico: não existe qualquer evidência de ação humana nos sinais ou em suas proximidades, e seu traçado, regularidade e simetria não podem ter sido produto da ação de fraudadores. É importante acrescentar que testemunhas observaram o campo, onde surgiu a figura em espiral do agroglifo oeste, às 06h00 de sábado, 02 de novembro, e nada observou de anormal.
Outro morador da região notou, por sua vez, o campo às 07h00 do mesmo dia, ou seja uma hora após a primeira testemunha, e deparou-se com a extraordinária figura. Assim, podemos afirmar que esse sinal foi feito entre as 06h00 e 07h00 do sábado, 02 de novembro de 2013. Há uma profusão de vídeos de circlemakers na internet, onde pode ser facilmente constatado que seu trabalho dura muitas horas, com resultados que deixam muito a desejar com relação aos agroglifos verdadeiros.
Desafio aos negacionistas
Assim sendo, diante de ataques lançados contra os agroglifos de Ipuaçu, a Revista UFO encontrou uma solução para a questão: qualquer pessoa que conseguir reproduzir o agroglifo espiralado desta temporada, exatamente com as mesmas dimensões e características, recebe um prêmio de 20 mil reais, 10 mil da publicação e 10 mil de um empresário ligado à Revista UFO. Está lançado o desafio, que já foi publicado até mesmo em órgãos de imprensa não especializados.
Os candidatos terão 10 horas para tentar produzir uma figura idêntica, a espiral com 13 voltas e 56,40 m de diâmetro, com medidas exatas às apresentadas no laudo acima e ainda repetindo e efeito apurado de mudança nas características eletromagnéticas registradas no interior das formações, descrito no documento. Para tanto, os pretendentes devem obter a permissão do uso do terreno, seja em Ipuaçu ou qualquer outra cidade do oeste de Santa Catarina. O julgamento será feito pela equipe da Revista UFO, peritos policiais, jornalistas e moradores de Ipuaçu. Se a maioria dos jurados, perfazendo o total de 60%, considerar a figura idêntica, os candidatos receberão então o prêmio. Lembramos que om desafio vence no dia 13 de novembro à meia-noite, já que foi lançado nas redes sociais no sábado, dia 09 de novembro.
Convite público ao professor Adolfo Stotz Neto
Um dos maiores detratores dos agroglifos de Santa Catarina é justamente um professor catarinense,Adolfo Stotz Neto,que há seis anos, desde 2008, quando a manifestação das formações passou a ocorrer em Ipuaçu, se refere a elas como “pseudofenômenos que não são verdadeiros”. Já os chamou de “farsa grotesca” e disse que seus supostos perpetradores são uns “brincalhões bêbados”, a exemplo desta nota mais recente.
Não se tem ideia de com que bases o professor, que épresidente do Grupo de Estudos de Astronomia (GEA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),afirma isso, uma vez que nunca investigou o fenômeno, numa esteve em Ipuaçu, nunca examinou as formações e nem conversou com as testemunhas, como convém a um estudioso que faça seu trabalho com seriedade. “Este é o mais chocante exemplo de falta de espírito científico por parte de uma pessoa que se diz cientista. O professor pratica uma pseudociência ao refutar \’a priori\’ algo que não conhece, que não entende, que não estudou”, disse o editor A. J. Gevaerd.
Desafio para um debate público
Em que pese a bizarrice de a imprensa não especializada convidar um astrônomo para falar de um fato ocorrido em uma lavoura de trigo – o que equivale a chamar uma agrônomo para falar de estrelas ou meteoros –, não se pode entender como o professor Adolfo Stotz Neto se manifesta de maneira tão leviana quanto a um assunto que, até por dever científico, deveria investigar, lembrando que os fatos ocorrem em seu próprio estado. “Ipuaçu não é Katmandu, professor. Está a apenas 520 km de Florianópolis”, ironiza Gevaerd.
O editor, tendo investigado por seis anos consecutivos o que o professor Adolfo Stotz Neto chama de “pseudofenômenos”, afirma publicamente que os agroglifos de Santa Catarina são legítimos, são artificiais e são não produzidos por seres humanos, e nesta semana lançou um desafio ao cientista:
“Gostaria de convidar publicamente o professor Adolfo Stotz Neto para um debate, que pode ser no local que ele escolher e na hora que lhe convier, com a participação da imprensa e da sociedade catarinense e brasileira, durante o qual o cientista pode trazer todas as suas informações sobre os agroglifos de Santa Catarina, assim como eu levarei as minhas. Professor Adolfo Stotz Neto, esteja convidado”, finalizou A. J. Gevaerd.
Agora aguarda-se sua resposta.
Confira a descrição dos agroglifos de Ipuaçu em 2013
Agroglifos de Ipuaçu impressionam a Ufologia Brasileira
Sai o laudo dos agroglifos de Santa Catarina
Saiba mais:
Livro: O Mistério dos Círculos Ingleses
Há mais de 20 anos, plantações da Inglaterra e de outros países têm sido alvos de um estranho fenômeno. Desenhos inexplicáveis e cada vez mais complexos surgem misteriosamente em campos de trigo, cevada, canola, arroz e de outros cereais. Seu autor, Wallacy Albino, é o maior especialista nacional sobre o tema e presidente do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS). O livro, rico em ilustrações, traz informações atualizadas sobre esse que é considerado o maior enigma da atualidade.