Editor – O Caso Roswell tem sido considerado pela imprensa mundial, especialmente a norte-americana, como o mais importante e bem documentado de que se tem notícia. Apesar de ter acontecido há 50 anos, o episódio ainda é tema central de qualquer evento ufológico nos EUA. No entanto, a queda do UFO em 02 de julho, no Estado do Novo México, só passou a ser investigada nos anos 70, passadas mais de duas décadas do ocorrido. De lá para cá, centenas de livros foram escritos e milhares de artigos foram publicados. Nunca, em momento algum da história da Ufologia, um único caso recebeu tamanha atenção.
Ufólogos de todo o mundo imaginavam que quase tudo o que havia para ser descoberto sobre Roswell já tinha sido feito. O que ninguém esperava, no entanto, aconteceu em julho passado, com o lançamento do livro The Day After Roswell (Um dia após Roswell), de autoria de um até então desconhecido coronel aposentado dos Estados Unidos, Philip J. Corso. O livro virou bestseller em poucas semanas e, dividindo a já fragmentada Ufologia Norte-americana, deu uma reviravolta com conseqüências devastadoras.
Primeiramente porque o coronel Corso é um homem que, ao contrário das outras centenas de autores sobre o assunto, realmente é quem diz que é. Ou seja: toda sua folha de serviços prestados às forças armadas dos EUA, como militar de carreira condecorado e respeitado, é de fato verídica. Nada, jamais, foi descoberto que pudesse manchar a reputação desse ativo coronel. Todas as dezenas de cargos que ocupou, ao lado de generais históricos e em meio a manobras oficiais que marcaram época na história militar norte-americana, são legítimos. Ele é um homem impressionante.
No entanto, em segundo lugar, tudo o que esse senhor afirma sobre o Caso Roswell é absolutamente diferente daquilo que sabíamos até aqui sobre o referido acidente. O coronel refere-se à ocorrência narrando detalhes que nunca foram conhecidos nem dos ufólogos mais íntimos das investigações. Desde a forma como o UFO teria caído até a maneira como teria sido descoberto e recuperado, Corso aborda em detalhes – só que de maneira totalmente diversa de como conhecíamos…
Indústria bélica – O coronel vai além e garante que foi incumbido de ser guardião de uma caixa com bugigangas recuperadas no interior da nave acidentada, e que o fez com o maior zelo. Entre os fragmentos em seu poder havia uma pequena lanterna que emitia um feixe de luz. Ocorre, entretanto, que tal luz era capaz de cortar chapas de aço. Corso afirma que o aparelhinho foi passado à indústria bélica de confiança dos EUA para sofrer um tratamento de engenharia reversa, dando origem ao laser como conhecemos hoje. Engenharia reversa, aliás, é um tema exaustivamente abordado no livro, quando Corso faz várias declarações de como os objetos encontrados no UFO (incluindo pedaços de roupas dos ETs) foram desmontados e estudados, para que se descobrisse não só como funcionavam, mas como poderiam ser “reinventados” e aproveitados pelos EUA.
No entanto, nem todos os ufólogos são unânimes em aceitar Corso e suas declarações, de forma que as discussões estão exaltadas de ambos os lados. Se queria polêmica, Corso conseguiu. Nas páginas seguintes, apresentamos um texto de Budd Hopkins em que se faz uma análise cética, mas bastante responsável, da situação. Hopkins se alinha entre aqueles que duvidam das afirmações do coronel. Em seguida, apresentamos uma entrevista feita com Corso por Michael Lindemann, do boletim eletrônico CNI News. Lindemann, embora neutro, é propenso a crer no militar, bem como boa parte da Ufologia Norte-americana. Assim, enquanto o livro não é publicado em Português, vale a pena conferir os debates que UFO traz para você.
